LATOSSOLOS AMARELOS E ARGISSOLOS AMARELOS NA REGIÃO NORTE FLUMINENSE (RJ): IDENTIFICAÇÃO DE ATRIBUTOS PARA DIFERENCIAÇÃO EM 1

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LATOSSOLOS AMARELOS E ARGISSOLOS AMARELOS NA REGIÃO NORTE FLUMINENSE (RJ): IDENTIFICAÇÃO DE ATRIBUTOS PARA DIFERENCIAÇÃO EM 1 NÍVEIS CATEGÓRICOS INFERIORES 3 3 Geovane Barbosa do Nascimento ; Marcos Gervasio Pereira ; Lúcia Helena Cunha dos Anjos Doutorando em Ciência do Solo/CPGA-CS, UFRRJ, BR 465 km 7, CEP: 389-, Seropédica. Bolsista do CNPq 3 UFRRJ, Depto de Solos, BR 465 km7, CEP: 389-, Seropédica. Bolsista do CNPq. e-mail: gervasio@ufrrj.br; lanjos@ufrrj.br RESUMO: Os solos dos tabuleiros costeiros representam importante recurso para a atividade agrícola nas regiões Sudeste e Nordeste brasileiras, com destaque para a topografia plana e localização geográfica favoráveis. Por outro lado, possuem propriedades peculiares que devem ser destacadas na taxonomia dos solos, em especial nas classes dos Latossolos e Argissolos. Este trabalho teve como objetivos avaliar a distribuição de atributos e critérios diagnósticos nos niveis de subordem e grande grupo, em perfis de Argissolos Amarelos (PA) e Latossolos Amarelos (LA), na região Norte Fluminense do Estado do Rio de Janeiro (RJ), e propor características diferenciais para o nível hierárquico de família. Foram utilizados 41 perfis da classe dos Argissolos e 59 da classe dos Latossolos, provenientes de levantamento semidetalhado de solos na região canavieira do RJ. Para o aperfeiçoamento da classificação dos LA e PA, no ambiente dos tabuleiros costeiros, sugere-se a alteração do critério de cor estabelecido para a definição das subordens, classificando como Latossolos e/ou Argissolos Amarelos apenas os perfis que apresentarem matiz 7,5 YR ou mais amarelo na maior parte dos primeiros 1 cm do horizonte B. Quanto ao caráter coeso, sugere-se incluí-lo no 3º nível hierárquico (grande grupo) da classe dos Argissolos Amarelos. As principais características recomendadas como diferenciais no nível de família, em ambas as classes, são: espessura do horizonte A, classe textural, sub-divisão da CTC da argila em média e baixa, Valor V% no horizonte A, sub-classes de saturação por alumínio e classes em função do teor de carbono orgânico. Palavras-chave: Solos de tabuleiro, Grupo Barreiras, classificação de solos XANTHIC UDOX AND UDULTS IN THE NORTH REGION OF RIO DE JANEIRO STATE, BRAZIL: ATTRIBUTES FOR TAXONOMIC DIFFERENTIATION AT LOWER LEVEL ABSTRACT: The tableland coastal soils are an important resource for agriculture in the Southeastern and Northeastern regions of Brazil, due mainly to their favorable topography and geographical location. However, they have peculiar properties that should be emphasized in the soil taxonomy, mainly in the Udox and Udult classes. The objective of this paper was to evaluate the distribution of diagnostic criteria, at the level of sub order and great group, applied to Xanthic Udox (LA) and Udult soils (PA) from the coastal tableland, in the Northern region of Rio de Janeiro State (Brazil), and to propose differential characteristics to be used in the Brazilian Soil Classification System, at the family level. There were selected 41 soil profiles classified as Udult, and 59 as Xanthic Udox, from a previous soil survey of the sugar-cane production region of Rio de Janeiro State. To further develop the taxonomy of the LA and PA soils, in the tableland coastal environment, it is proposed the alteration of the color criteria for defining the sub orders. It is suggested that it should include only soils with hue value of 7.5YR or yellower, within most of the B horizon upper 1 cm. As for the 'coeso' criteria, that identifies the hardening of some soil horizons when dry, it is suggested to include it also in the Udult soil class, at the great group level. The main differential characteristics recommended, at the family level, are: A horizon thickness, textural classes, sub division of clay CEC classes in medium and low, base saturation value in the surface horizon, sub classes of aluminium saturation, and classes of organic carbon content. Key words: Tableland soils, Barreiras Group, soil classification 1 Parte da dissertação de Mestrado do primeiro autor apresentada ao CPGA-CS, UFRRJ. Apoio: FAPERJ. Magistra, Cruz das Almas-BA, v. 17, n. 1, p. 45-5, jan./abr., 5.

46 Nascimento et al. INTRODUÇÃO Ao longo da costa brasileira, desde o Rio de Janeiro até o Amapá, destaca-se entre os principais caracteres geomórficos a paisagem dos 'tabuleiros', alternando-se com a baixada litorânea e 'inselbergs' ou morros de formato arredondado, relacionados ao Complexo Cristalino (Anjos, 1985; Fonseca, 1986). No Rio de Janeiro, os solos de tabuleiro apresentam maior expressão na região Norte Fluminense, entre os municípios de São Francisco de Itabapoana e parte de Campos dos Goytacazes, sendo que as principais classes de solos, os Latossolos Amarelos (LA) e os Argissolos Amarelos, (PA) representam uma área estimada de 93 km, utilizada com pastagens e cana-de-açúcar, predominantemente(nascimento, 1). Os Latossolos Amarelos e Argissolos Amarelos são reconhecidos como solos de maior expressão em extensão que compõem a feição geomorfológica de tabuleiros, seguidos pelos Neossolos Quartzarênicos e, em menor proporção, os Espodossolos, Argissolos Acinzentados e Plintossolos (Jacomine, 1996). Na região Norte Fluminense, outras classes de solos podem ainda ser associadas às classes LA e PA. Nas depressões intertabuleiros são comumente encontrados Gleissolos, e em pequenas proporções Espodossolos e Organossolos (Nascimento, 1). O principal critério de diferenciação taxonômica adotada entre as classes LA e PA é a constatação ou não do gradiente textural (relação B/A), não sendo verificado nos primeiros. Sua distinção ainda não está bem caracterizada sob vários aspectos morfológicos, físicos, químicos e mineralógicos que são comuns a ambas as classes e ao próprio material de origem (Anjos, 1985; Fonseca, 1986; Manzatto, 1998). Evidências de pedogênese 'atual' em solos de tabuleiros, tais como desenvolvimento de estrutura, aumento do gradiente textural e grau de cristalinidade dos óxidos de ferro, foram apresentadas por Lucas et al. (1984), Melo e Santos (1996), Duarte et al. (). Tais evidências são relacionadas ao retrabalhamento do relevo e à dinâmica interna da água nos solos. O Sistema Brasileiro de Classificação de Solos está estruturado até o 4º nível hierárquico. Para o 5º e 6º níveis categóricos, família e série, respectivamente, devem ser priorizadas as características diferenciais e propriedades que afetam o uso e o manejo do solo (Embrapa, 1999). Uma classe é um grupo de indivíduos similar em determinadas propriedades e que se distingue de outras na mesma população por diferenças nessas propriedades (Cline, 1949). Dentro de cada classe há um núcleo central, ou indivíduo modal, definido pela média, mediana e moda das propriedades ou atributos diferenciais da classe. A caracterização de perfis modais dos solos de tabuleiro constitui-se, portanto, em trabalho referêncial que poderá contribuir para a estruturação taxonômica destes solos nos níveis hierárquicos de família e série e, como conseqüência, dar subsídios para avaliação de suas limitações e potencial agronômico. Este trabalho teve como principais objetivos identificar a distribuição de atributos diagnósticos em perfis representativos das principais unidades de solos de tabuleiro na região Norte Fluminense do Rio de Janeiro, avaliar os critérios adotados para a definição das subordens dos Latossolos Amarelos e Argissolos Amarelos; e propor características diferenciais para o nível hierárquico de família. MATERIAL E MÉTODOS Para a caracterização dos indivíduos modais de tabuleiros costeiros da região Norte Fluminense do Rio de Janeiro, foi feita a tabulação e o agrupamento de atributos de solos, com base em perfis das classes dos Latossolos Amarelos (LA) e Argissolos Amarelos (PA), compilados a partir do levantamento semidetalhado de solos (escala 1:5.) da região canavieira do Norte Fluminense do Rio de Janeiro (IAA/MIC, 1983). Foram utilizados 1 (cem) perfis de solos, com análises completas e/ou parciais com granulometria. Os perfis de solo foram caracterizados segundo Lemos e Santos (1997) e as análises realizadas segundo metodologia da Embrapa (1997). O clima na unidade geomorfológica dos tabuleiros costeiros da região Norte Fluminense (RJ), com base em dados coletados no município de Campos dos Goytacazes (Azevedo et al., ), é do tipo Aw de Köppen, com estação chuvosa no verão e seca no inverno; as temperaturas médias variam entre 1,6 a 7,7ºC, nos meses de junho e fevereiro, respectivamente, e a precipitação varia ao longo do ano entre 5 e 1.377 mm. Após a reclassificação dos perfis, até o º nível categórico (subordem), segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (Embrapa, 1999), foram selecionados atributos e identificados os limites de variação, em função da freqüência de distribuição na amostra de solos analisada. A distribuição de freqüência e as faixas de variação dos atributos foram representadas em histogramas, para os horizontes diagnósticos superficiais (horizonte A e/ou A e AB) e subsuperficiais (horizonte B). A confecção destes histogramas foi feita em planilha do programa Microsoft Excel, em duas etapas. Na primeira, foi considerado o número e a amplitude de classes fornecidos pelo referido programa. Esse critério permitiu avaliar a distribuição de freqüência e as faixas de variação dos atributos estudados para a proposição de valores a serem utilizados para definir as características diferenciais em função do nível hierárquico. A partir dessa avaliação, na segunda etapa, Magistra, Cruz das Almas-BA, v. 17, n. 1, p. 45-5, jan./abr., 5.

Latossolos amarelos e argissolos amarelos na... 47 foram confeccionados outros histogramas, cujo número e amplitude de classes foram ajustados em função de limites estabelecidos pela Embrapa (1999) e valores propostos pelos autores. Os seguintes atributos foram avaliados: espessura dos horizontes superficiais, classe de textura, cor do solo, consistência do solo seco, capacidade de troca de cátions da fração argila, saturação por bases (V%), saturação por Al (Al%) e teor de Al extraível, ph em água, teor de C orgânico, e densidade do solo (Ds). Para a consistência do solo e Ds, o número de perfis avaliado foi menor, pois estas informações não foram registradas no levantamento de solos. RESULTADOS E DISCUSSÃO Entre os perfis estudados, 59 foram enquadrados na classe dos Latossolos Amarelos (LA) e 41 na classe dos Argissolos Amarelos (PA). A grande maioria dos perfis avaliados apresentou horizontes superficiais (A e AB) com espessura entre 18 e 5 cm, apesar do uso intenso das áreas pelo cultivo da cana-de-açúcar (9% dos perfis). A partir da freqüência de distribuição da espessura do horizonte A sugere-se, no 5º nível categórico para as classes LA e PA, a utilização dos limites (Figura 1) < cm, de a 3 cm e > 3 cm como critérios diferenciais indicando pequena, média e grande espessura, respectivamente. Isso, considerando-se a importância da camada superficial do solo no desenvolvimento das plantas. Com base nestes critérios foi verificada (Figura 1) a tendência de que as maiores faixas de espessura do horizonte A correspondem aos perfis PA. A classe textural do solo é outra característica importante como critério de classificação no 5º nível categórico, haja visto a influência da textura nas relações solo-água-planta e no manejo do solo. Para os LAs, a classe textural de maior ocorrência no horizonte diagnóstico 'A' foi a francoargiloarenosa (textura média), enquanto no horizonte diagnóstico B verificou-se uma variação entre as classes franco-argiloarenosa (textura média) e argiloarenosa (textura argilosa) (Figura ). 6 4 Horizonte A Horizonte B (n = 59) 5 19 3 58 43 4 Areia-franca Franco-arenosa Franco- Argilo-arenosa Areia Argila argiloarenosa franca arenosa 13 argilo arenosa arenosa Figura - Classe textural dos horizontes A e B em LA. Para os PAs, a textura de maior ocorrência no 'A' variou entre franco-argiloarenosa e franco-arenosa (ambas de textura média) e, em menor freqüência, observase a areia franca (textura arenosa). Já para o horizonte diagnóstico B, a classe textural argiloarenosa (textura argilosa) é dominante (Figura 3). 3 1 5 4 3 1 46 49 44 3 19 1 < >3 Espessura Freqüência (%) 8 6 4 4 Areia Horizonte A Horizonte B (n = 41) 3 Franco arenosa 44 17 Franco argilo arenosa 61 Argilo arenosa Argila Figura 1 - Espessura dos horizontes superficiais (A e AB) em LA e PA. Logo abaixo do eixo 'x' estão os limites de espessura sugeridos como propriedade diferencial no 6º nível categórico. Figura 3 - Classe textural dos horizontes A e B em PA. Com base nessas constatações, propõe-se o detalhamento em treze classes texturais, modificadas segundo o Manual de Descrição e Coleta de Solo no Campo (Lemos e Santos, 1997), ao invés do grupamento textural em cinco classes (Embrapa, 1999). Magistra, Cruz das Almas-BA, v. 17, n. 1, p. 45-5, jan./abr., 5.

48 Nascimento et al. Quanto à cor do solo, foi verificado o predomínio de cores amarelas, sendo o matiz 1YR o de maior ocorrência em ambas as classes de solos (Figura 4). A cor do solo é utilizada como critério de classificação dos solos no º nível categórico (subordem) e, de acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (Embrapa, 1999), pertencem à classe dos LA e PA os solos que apresentam matiz mais amarelo que 5YR na maior parte dos primeiros 1 cm do horizonte B (inclusive BA). Com base nos resultados obtidos (Figura 4), parece ser mais apropriado considerar como de cor amarela os solos que apresentam matizes iguais ou maiores que 7,5YR, corroborando o conceito apresentado originalmente por Jacomine (1979) para a classe dos Latossolos Amarelos, durante a I Reunião de Classificação e Interpretação da Aptidão Agrícola dos Solos (Embrapa, 1979). 1 8 6 4 1 17 88 5YR 7,5YR 1YR Matiz Figura 4 - Distribuição do matiz do horizonte B, em LA e PA. Quanto a CTC da argila do horizonte diagnóstico B em LA e PA, determinada sem a correção para carbono, foi constatado, respectivamente, o predomínio de valores menores que 1 e entre 1 e 17 cmol c kg de argila (Figura 5). Segundo Embrapa (1999), valores de CTC (sem correção para carbono) de 17 e 7 cmol c kg de argila correspondem, respectivamente, aos limites superior da atividade de argila para definir o B latossólico e ao limite entre baixa e alta atividade de argila. Recomenda-se, para a sub-ordem dos Latossolos Amarelos e Argissolos Amarelos, o estabelecimento de sub-classes de CTC da argila como atributo diferencial ao nível de família, pela sua importância no manejo de solos de baixa fertilidade natural. São sugeridas as seguintes classes de CTC (sem correção para carbono), conforme ilustrado na Figura 6: classe muito baixa (Tmb) para valores < 1 cmol c kg de argila, classe baixa (Tb) para valores entre 1 e 17 cmol c kg de argila, e classe média (Tm) para valores de CTC da argila > 17 cmol kg de argila e menores que 7 cmol kg. c c 83 6 5 4 3 1 31 41 51 56 19 <1 17 >17 CTC (cmol kg 1 ) c Figura 5 - Variação da CTC da argila (sem correção para carbono) do horizonte B em LA e PA. Logo abaixo do eixo 'x' estão os limites de CTC sugeridos como diferenciais de 5º nível categórico. Quanto à saturação de bases, segundo os conceitos estabelecidos pela Embrapa (1999) para o caráter Eutrófico e Distrófico, aplicados ao horizonte superficial, 74% e 8% dos perfis de LA e de PA, respectivamente, foram classificados como Distróficos. Cerca de 6% dos perfis em LA e 19% em PA foram classificados como Eutróficos (Figura 6). Estes resultados enfatizam a importância dos atributos Valor V% no horizonte diagnóstico superficial, para a diferenciação taxonômica dos LA e PA no 5º nível. Isso já vem sendo feito, em parte, pelo Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, no 3º nível categórico (grande grupo) com base no horizonte subsuperficial. A subdivisão dos valores de saturação por bases em: hipodistrófico (< 35%), mesodistrófico (35% e < 5%), mesoeutrófico (5% e < 75%) e hipereutrófico (75%), conforme recomendada pela (Embrapa, 1999), foi aplicada aos perfis e permitiu uma adequada distribuição de classes no 5º nível categórico, para as classes LA e PA. 5 4 3 1 37 41 37 39 19 17 <35 35-5 5-75 >75 Valor V% Figura 6 - Variação do Valor V% do horizonte A, em LA e PA. Logo abaixo do eixo 'x' estão os limites de V% estabelecidos pelo Sistema Brasileiro de Classificação de Solos como diferenciais de 5º nível categórico. 7 Magistra, Cruz das Almas-BA, v. 17, n. 1, p. 45-5, jan./abr., 5.

Latossolos amarelos e argissolos amarelos na... 49 +++ Quanto ao teor e saturação com Al, cerca de 8 e 9% dos perfis LA e PA avaliados, respectivamente, apresentaram no horizonte A teores de alumínio trocá- vel inferiores a,5 cmol c kg de TFSA (terra fina seca ao ar) (Figura 7). No horizonte diagnóstico B cerca de 3% dos perfis LA e 3% dos perfis PA apresentaram saturação por alumínio maior que 5%, enquanto os teores de alumínio foram inferiores a 1,3 cmol c kg de TFSA em 9% dos perfis avaliados. Com base nestes resultados e aplicando o critério de saturação por Al (Embrapa, 1999), para o horizonte superficial, sugere-se seu uso para a distinção dos solos LA e PA ao nível de família. Solos com saturação por alumínio 5% e/ou saturação por bases < 5%, seriam enquadrados em quatro classes de acordo com os teo- res de Al extraível na TFSA: não álico (<,5 cmol c kg ), moderamente álico (de,5 a 1,5 cmol c kg ), fortemente álico (de 1,5 a,5 cmol c kg ), extremamente álico (,5 cmol c kg ). De acordo com estes limites a maioria dos perfis (Figura 7) enquadra-se nas classes não álico +3 (teor de Al inferior a,5 cmol kg ). 1 8 6 4 8 9 +3 Figura 7 - Variação do alumínio extraível (Al ) no horizonte A, em LA e PA. Logo abaixo do eixo 'x' estão os limites de Al extraível sugeridos como diferenciais de 5º nível categórico. Os valores de ph em água, no horizonte A dos LAs e PAs (Figura 8) se concentraram em duas faixas distintas, < 5,3 e entre 5,3 a 6,5. A maioria dos perfis apresentaram ph em água (e teor de Al trocável) em níveis considerados baixos, o que concorda com dados também de solos de tabuleiros apresentados por Fonseca (1986), Souza (1996), Ribeiro (1998) e Rezende (). No entanto, este comportamento difere do observado para outros Latossolos Amarelos, em especial os da região Norte, segundo Embrapa (1983 e 1995) e Jacomine (1996). A distribuição de freqüência do ph em água (Figura 8), no horizonte A dos LA e PA, indica que esse atributo pode ser usado como diferencial, sugerindo-se, entretanto, que seja feito ao nível de série, face o seu c 17 1 3 <,5,5,5 1,5 -,5 Al +3 (cmol c kg ) efeito na dinâmica de vários elementos nutrientes ou elementos tóxicos no solo. 8 7 6 5 4 3 1 58 71 37 7 <5,3 5,3-6,5 6,5-7,3 >7,3 ph Figura 8 - Variação do ph em água no horizonte A, em LA e PA. Do lado inferior do eixo 'x' estão os limites das classes de acidez estabelecidos pelo Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Estes limites poderiam ser utilizados como diferenciais de 5º nível categórico. Quanto ao teor de carbono orgânico (Corg), a maioria dos perfis apresentou valores inferiores a 1 g kg de TFSA no horizonte A (Figura 9). Cerca de 8% dos LA e 75% dos PA foram classificados como tendo horizonte A moderado (teor de Corg = 6 g kg de TFSA). Os demais possuíam A fraco (teor de Corg < 6 g kg de TFSA). O Corg apresentou valores e distribuição semelhantes tanto para o modal de LA quanto para o de PA. O cultivo intensivo do solo com cana-de-açúcar e a prática da queima da palhada podem estar provocando a homogeneização do teor de carbono orgânico para a maioria dos solos. Ao confrontar todas estas informações foi possível estabelecer classes de teor de carbono orgânico (equivalente à matéria orgânica), a serem utilizadas como característica diferencial no nível de família para as classes LA e PA, em g Corg kg de TFSA: baixa, < 1; média, de 1 a 15; e alta, > 15. 8 6 4 69 63 5 15 15 <1 1 5 >15 C org (g kg ) Figura 9 - Teor de carbono orgânico no horizonte A, em LA e PA. Logo abaixo do eixo 'x' estão os limites de C org sugeridos como diferenciais de 5º nível categórico. 15 Magistra, Cruz das Almas-BA, v. 17, n. 1, p. 45-5, jan./abr., 5.

5 Nascimento et al. Um dos atributos usados para identificação do critério diagnóstico Coeso (3º nível categórico), utilizado para classificação dos Latossolos Amarelos Coesos, refere-se à consistência do solo seco. De acordo com Embrapa (1999), ela deve ser no mínimo dura, sendo normalmente muito dura, e às vezes extremamente dura. Para a consistência do solo seco, foram avaliados os horizontes A, BA e B em uma amostragem de 15 perfis de LA e 9 perfis de PA. Os resultados (Figura 1) demonstraram que 6% dos LAs apresentaram consistência ligeiramente dura em todos os horizontes avaliados, e 4% tinham consistência dura nos horizontes A e BA. Para os solos PA verificou-se que a consistência do solo possuíam menor grau de dureza quando comparado aos solos LA, conforme ilustrado na Figura 1. LA (n = 15) A BA B PA (n = 9) A BA B Freqüência 4 6 8 1 Solto Macia Lig. Dura Dura Figura 1 - Consistência do solo seco nos horizontes A, BA e B, em LA e PA.. tura mais arenosa, diminuindo com o aumento do teor de argila. Os valores de Ds estão de acordo com os observados por Jacomine (1996) para a classe Latossolo Amarelo nos tabuleiros costeiros. No entanto, são valores considerados baixos quando comparados aos encontrados por Peixoto e Manhães (dados não publicados, utilizados por Nascimento, 1) ao analisarem a densidade do solo em camadas de cm até a profundidade de 1 cm, em trinta e duas áreas sob diferentes coberturas vegetais em tabuleiros costeiros da região Norte Fluminense, RJ. Os valores de Ds encontrados por esses autores variaram de 1,4 a 1,85 kg dm, sendo que a maior freqüência foi de 1,6 a 1,7 kg dm, para a profundidade de 4 a 6 cm. Uma possível explicação para essas diferenças pode estar relacionada ao método de coleta ou conteúdo de água do solo e textura do solo, que podem, no momento da coleta das amostras, favorecer a compactação. Pode ainda ter relação com o local de coleta, em trincheiras ou em covas nas camadas superficiais do solo. A utilização da densidade do solo como característica diferencial de 5º e 6º nível categórico deve considerar a textura do solo e umidade no momento de coleta. Portanto, seriam necessários estudos mais detalhados para se propor um critério de classificação com base na Ds. Da mesma maneira, estudos relacionados à dinâmica da água no solo como, por exemplo, permeabilidade e volume de poros, poderiam fornecer atributos diagnósticos importantes para os níveis categóricos de família e série. De acordo com essas verificações, a maior parte dos perfis de LA avaliados, apesar de estarem no ambiente de tabuleiros costeiros, tendo como material de origem os sedimentos do Grupo Barreiras e atenderem as demais características diferenciais, não seriam classificados como Latossolos Amarelos Coesos. Por outro lado, ocorrem perfis de PA com consistência quando seco dura no horizonte BA, indicativa do caráter coeso (Jacomine, 1996) e perfis com outros graus de dureza, então esses solos deveriam também ser diferenciados como Argissolos Amarelos coesos e nãocoesos, a semelhança do critério adotado para os Latossolos Amarelos. Quanto à densidade do solo (Ds), avaliada nos horizontes A, BA e B de seis perfis de LA e doze perfis de PA, foi observada pequena variação de valores, entre 1,19 e 1,36 kg dm em LA (Figura 11) e de 1,16 a 1,49 kg dm em PA (Figura 1). A variação textural verificada nos horizontes de LA (1 a 54 % de argila) parece não estar influenciando nos valores de Ds. Já para os Argissolos, que apresentam uma maior faixa de variação da classe textural (6 a 51 % de argila), os maiores valores de Ds foram observados nos horizontes de tex- Horizontes A BA B Densidade do solo (kg dm ) 1,1 1, 1,3 1,4 49 8 37 45 34 3 3 37 45 3 54 4 5 8 6 1 Figura 11 - Variação da densidade do solo e do teor de argila em seis perfis de LA. Os números dentro da figura representam os teores de argila total (%). 37 Magistra, Cruz das Almas-BA, v. 17, n. 1, p. 45-5, jan./abr., 5.

Latossolos amarelos e argissolos amarelos na... 51 Horizontes 1,1 1, 1,3 1,4 1,5 14 9 6 A 1 BA Densidade do solo (kg dm ) 8 4 1 1 4 39 6 13 1 AGRADECIMENTOS À Sociedade Brasileira, representada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela bolsa de estudo. À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), pelo apoio financeiro destinado à execução de parte deste trabalho. À equipe do Campo Experimental Dr. Leonel Miranda - UFRRJ, pelo apoio. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 36 4 31 B 3 1 37 51 Figura 1 - Variação da densidade do solo e do teor de argila em doze perfis de PA. Linhas tracejadas (--------) representam valores máximo, médio e mínimo da Ds por horizontes (universo de 1 amostras por horizonte). Linhas cheias ( ; @ e Å ) representam a Ds de três perfis com comportamento distinto entre si. CONCLUSÕES Para o aperfeiçoamento da classificação dos Latossolos Amarelos e Argissolos Amarelos, no ambiente dos tabuleiros costeiros, sugere-se as seguintes alterações no Sistema Brasileiro de Classificação de Solos: 1. No º nível hierárquico (subordem), onde a cor do solo é empregada como diferencial, alterar o critério estabelecido para a definição das classes dos Latossolos e Argissolos Amarelos, adotando o matiz 7,5YR como limite para essas classes. Dessa forma só pertenceriam às classes dos Latossolos e/ou Argissolos Amarelos perfis que apresentassem matiz 7,5 YR ou 1YR na maior parte dos primeiros 1 cm do horizonte B.. Quanto ao caráter coeso, incluí-lo no 3º nível hierárquico (grande grupo) da classe dos Argissolos Amarelos, assim como é estabelecido para os Latossolos Amarelos, e rever o grau de dureza como atributo diagnóstico. 3. Para o nível hierárquico de família (5º nível), as principais características recomendadas como diferenciais são: espessura do horizonte A, classe textural, sub-divisão da CTC da argila em média e baixa, Valor V% no horizonte A, sub-classes de saturação por alumínio e classes de teor carbono orgânico. ANJOS, L. H. C. Caracterização, gênese, classificação e aptidão agrícola de uma seqüência de solos do Terciário na região de Campos, RJ. 16p, 1985. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Agronomia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. CLINE, M. G. Basic principles of soil classification. New York State College of Agriculture, Cornell University. Reprinted from Soil Science. v. 67, p. 81-91, Feb. 1949. DUARTE, M. N.; CURI, N.; PÉREZ, D. V.; KÄMPF, N.; LEAESSEN, M. E. C. Mineralogia, química e micromorfologia de solos de uma microbacia nos tabuleiros costeiros do Espírito Santo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 35, n. 6, p. 14, jun.. EMBRAPA. Conceituação sumária de classes de solos abrangidas na legenda de solos no Estado do Rio de Janeiro. In: REUNIÃO DE CLASSIFICAÇÃO, CORRELAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DA APTIDÃO AGRÍCOLA DE SOLOS, 1, 1995, Rio de Janeiro. Anais Rio de Janeiro: Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos, 1979. 76 p. EMBRAPA. REUNIÃO DE CLASSIFICAÇÃO, CORRELAÇÃO E APLICAÇÃO DE LEVANTAMENTO DE SOLOS, 4, 1995, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro, Centro Nacional de Pesquisa de Solos, 1995. p. 3-7. EMBRAPA. Levantamento de reconhecimento de mé-dia intensidade dos solos e avaliação da aptidão agrícola das terras da área do Pólo Tapajós. Rio de Janeiro: Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos, 1983. 84 p. (Boletim de Pesquisa, ). EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Manual de métodos de análise de solos. Rio de Janeiro, RJ, 1997. 1p. Magistra, Cruz das Almas-BA, v. 17, n. 1, p. 45-5, jan./abr., 5.

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