TEMA 3 CIÊNCIA: ENTRE A RAZÃO E A FÉ

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Transcrição:

A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO A IMPORTÂNCIA DA A TEMA 3 42

A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO A IMPORTÂNCIA DA A Iniciando nosso diálogo Prezado aluno, No tema 1 FILOSOFIAS E FILOSOFIA enfatizamos as diferentes abordagens criadas pelo ser humano na tentativa de interpretação mais adequada da natureza e seus fenômenos destacando as características principais da atitude filosófica. No tema 2 A DESCOBERTA DA RACIONALIDA- DE vimos como a cultura grega inicia uma explicação da realidade muito diferente da abordagem do mito e do senso comum. Os pré-socráticos, Sócrates e Platão, suas preocupações, seus contextos de mundo e seus métodos de produzirem conhecimento foram objetos de nosso estudo. Nosso tema 3 busca fazer uma ponte entre a concepção da realidade elaboradas por Platão e Aristóteles, e entre Agostinho e Tomás de Aquino, ambos utilizando a filosofia grega como instrumento que justifique a verdade da fé cristã. OBJETIVOS Nossos objetivos com o estudo do tema 3 são entender as relações entre ciência, razão e fé através de: Compreender os conceitos de causa, potência e ato em Aristóteles; Compreender a concepção de alma em Platão e Aristóteles; Entender a noção de Arataxia e de Dever como fundamentais da filosofia de epicuristas e estoicos respectivamente; Entender a importância da noção de fé e razão no pensamento de Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino. Vamos iniciar nosso aprendizado! 43

A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO A IMPORTÂNCIA DA A TEMA 3 44

A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO A IMPORTÂNCIA DA A SAIBA MAIS Filosofando: Maria Lúcia de Arruda Aranha é licenciada em Filosofia pela PUCSP. Lecionou no ensino médio por mais de 25 anos, parte desse tempo no ensino público, até a Filosofia ser excluída da grade curricular no período da ditadura militar. 3.1 - A CIÊNCIA DE ARISTÓTELES Como já dissemos anteriormente, o período clássico (séculos V e IV a.c.) representa o apogeu da civilização grega que marcará culturalmente o mundo ocidental por causa da esplêndida produção nas artes, literatura, filosofia, história e ciência dentre várias outras produções. É neste contexto que estão atuando os Sofistas, Sócrates, Platão e agora incluímos a figura de Aristóteles. Esses filósofos contribuíram muito para as ideias sobre política como participação, opinião, discussão, voto etc, valores muito importantes para a noção de cidadania e democracia. Sócrates era incansável com sua maiêutica a indagar os cidadãos sobre o conceito ou definição mais precisa dos valores apreciados pelos atenienses. Platão com A alegoria da caverna indica que podemos viver baseados em opiniões (dóxa) ou em conhecimento mais elaborado (epísteme). Em sua Teoria do mundo das ideias vislumbra uma realidade além do mundo sensível que vivemos. É neste outro mundo que ele entende estar a verdade essencial de todas as coisas sensíveis. São as ideias inatas e não as coisas a realidade mais verdadeira. Platão foi discípulo de Sócrates e Aristóteles será discípulo de Platão e conforme nos informa a obra Filosofando Aristóteles, observador perspicaz, desenvolve outra visão de mundo, uma outra física, astronomia e biologia.. A concepção de realidade física Enquanto seu mestre Platão considera ilusão dos sentidos o movimento e as transformações a que tudo está submetido na natureza, Aristóteles (384-322 A. C) entende que sem os sentidos é impossível conhecer e construir uma compreensão mais adequada da realidade. Aristóteles, em sua compreensão da realidade, reconhecia a multiplicidade dos seres percebidos pelos sentidos. Assim, tudo o que vemos, pegamos, ouvimos e sentimos é aceito como elemento da realidade sensível. A observação da realidade leva-nos à constatação da existência de inúmeros seres individuais, concretos, mutáveis, que são captados por nossos sentidos. A ciência deve buscar as estruturas essenciais de cada ser. Em outras palavras, a partir da existência dos seres, tal como percebemos pelos nossos sentidos, devemos encontrar 45

A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO A IMPORTÂNCIA DA A TEMA 3 a sua essência por meio de um processo de conhecimento que caminharia do individual (indutivo) e específico para o universal e genérico (dedutivo). O ser individual, concreto, único não pode ser objeto da ciência. O objeto próprio das ciências é a compreensão do universal. Claro que a ciência parte da observação do particular buscando as suas essências para chegar ao universal, ao conceito, às definições genéricas por meio do método dedutivo, mas partindo do indução (particular). IMPORTANTE Assim, por exemplo, é possível chegar ao conceito de escola observando a estrutura essencial de diferentes instituições escolares (individuais) às quais se atribui o nome de escola. O que nos permite utilizar o conceito de escola para caracterizar diferentes locais de ensino é que independente do local e do tamanho do espaço de ensino, em todos estes espaços se encontra uma substância comum, portanto estrutural do ser escola. Sua teoria da realidade física busca explicar também a clássica polêmica entre Heráclito e Parmênides, isto é, a contradição entre estático e movimento que se observa nos seres. Diante desse dilema Aristóteles propôs uma explicação ontológica do ser (relativa ao estudo do ser), segundo a qual em todo ser devemos distinguir: ao ato a manifestação do ser, aquilo que já existe; a potência as possibilidades do ser (capacidade de ser), aquilo que ainda não é mas pode vir a ser. Na concepção aristotélica da realidade propôs indicar as razões ou causas dos seres, isto é, tudo aquilo que determina a realidade de um ser. Assim distingue quatro tipos de causas fundamentais: causa material refere-se à matéria de que é feita uma coisa (ser). Exemplo: o mármore utilizado na confecção de uma estátua; causa formal refere-se à forma, à natureza específica, à configuração de uma coisa, tornando-a um ser propriamente. Exemplo: uma estátua em forma de homem e não de cavalo; causa eficiente refere-se ao agente que produziu diretamente a coisa. Exemplo: o escultor que fez a estátua; causa final refere-se ao objetivo, à intenção, à finalidade ou à razão de ser (existir) de uma coisa. Exemplo: o escultor tinha como finalidade exaltar a figura do soldado ateniense. 46

A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO A IMPORTÂNCIA DA A Assim, a causa formal depende da causa final, pois a finalidade de uma coisa determina o que e como os seres são ou virão-a-ser. O agente transformador (causa eficiente) é guiado por uma finalidade (causa final). A seguir vamos fazer breve pausa nas concepções racionalistas da realidade em seguida retomaremos a atitude racionalista a partir do Renascimento. 3.2 - SÍNTESE SOBRE A ANTROPOLOGIA EM PLATÃO E ARISTÓTELES A ALMA EM PLATÃO No pensamento platônico, a pessoa é parte do mundo físico porque tem um corpo por meio do qual recebe impressões dos sentidos. Porém, ao mesmo tempo, possui uma mente imaterial capaz de conhecer verdades eternas que estão além do mundo. Ela também tem uma força diretora, a alma, que Platão retrata como um condutor de carruagem, que guia e é guiado por dois cavalos, a mente e o corpo. A mente deseja deslocar-se para o reino celestial das ideias, bem como compreendê-las; o corpo quer envolver-se em assuntos materiais relacionados com os sentidos. Assim alma humana vive dividida entre essas duas forças opostas, tenta assumir o controle, mas é impedida pela prisão do corpo. Logo, segundo Platão, as pessoas não têm uma real liberdade se sua vida se concentra nas exigências físicas. Contudo, a alma pode libertar-se dessa submissão e dirigir a vida da pessoa, tanto em seus aspectos físicos como nas necessidades intelectuais. Mas somente depois da existência corporal a alma ascende ao mundo eterno das ideias. Para Platão, corpo e alma são coisas distintas. A alma é imortal, habita temporariamente o corpo. ARISTÓTELES E A ALMA Para Aristóteles a alma é o princípio da vida e existem diferentes formas de vida. A forma básica de vida está presente nas plantas, que se alimentam, crescem, se reproduzem e entram em decadência. A forma básica de alma consiste na capacidade de fazer essas coisas; todas as formas de vida manifestam essa capacidade. A palavra alma simplesmente descreve a maneira pela qual alguma coisa é Viva no mundo. Uma alma não é necessariamente separada do corpo nem eterna. Pelo contrário, a alma é aquilo que dá vida ao corpo. Nos animais, há uma capacidade adicional de percepção sensorial e, na maioria deles, a capacidade de movimento. Para Aristóteles, os carvalhos e as avestruzes possuem psyche (ou alma ), assim como os macacos e os homens. A palavra alma não significa o mesmo que mente. Em vez disso, tudo que vive tem psyque, mas os seres humanos estão no topo da criação. É esse arranjo hierárquico que torna difícil dizer que Aristóteles tinha uma definição única de alma. 47

A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO A IMPORTÂNCIA DA A TEMA 3 A alma seria aquilo que faz o corpo funcionar, não um pedaço de matéria espiritual especial posta no interior do corpo vivo, mas um conjunto de poderes, capacidades e faculdades. Na visão de Aristóteles, ter uma alma é como ter uma habilidade; não se trata de uma parte da pessoa que funcione independentemente de qualquer outra. Ele escreveu: Não se deve perguntar se a alma e o corpo são um só mais do que se deveria perguntar da cera e da forma e, de modo geral, da matéria de qualquer coisa e daquilo de que ela é a matéria. No pensamento de Aristóteles, não há problema quanto ao modo como corpo e alma podem coexistir e agir juntos. Essa concepção torna impossível qualquer ideia de sobrevivência pessoal após a morte. Uma concepção popular na época de Platão era a de que a vida começa no momento em que a alma entra no corpo. Aristóteles alegou que corpo e alma são inseparáveis: a alma não pode existir sem o corpo, do mesmo modo como não se pode caminhar sem as pernas. Suas obras assumem uma atitude biológica perante a vida. As forças e princípios da alma são corpóreos : estar vivo ( animado ) é ser um corpo com determinadas capacidades. Aristóteles retira a ideia da alma do eterno e a põe na realidade imediata, reduzindo a alma à essência ou forma do corpo. Considera-se que tenha uma visão materialista da humanidade porque rejeita a ideia platônica de uma alma espiritual. A alma não nos viria absolutamente do exterior: de acordo com ele, a única coisa que nos vem de fora é o pensamento ou o intelecto. Para ele, alma e mente não são a mesma coisa. REFLITA Quem ou o que somos depois da morte? Somos uma alma separada do corpo? Só nosso pensamento continua a existir? Ou ainda, Somos uma versão mais desenvolvida da vida vegetal ou animal? Ou Somos humanos porque temos uma alma, ou elemento espiritual em nós? 3.3 - A CIÊNCIA NO PERÍODO DO HELENISMO O conflito entre fé cristã e razão (filosofia grega) vai marcar o desenvolvimento histórico da ciência. Os fatos que assinalam este período podem ser sintetizados da seguinte maneira. Em 322 a. C. o grande império grego é conquistado pelos Macedônios (Alexandre Magno), perdendo a sua autonomia política e intelectual. Sem liberdade política para pensar, desenvolve-se uma reflexão filosófica orientada pela compreensão do que seja a felicidade interior. A filosofia epicurista (Epicuro 324-271 a. C.) afirmava que o ser humano deve buscar o prazer, e este seria o princípio e o fim da virtude. Distinguia dois tipos de prazeres: os duradouros (do 48

A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO A IMPORTÂNCIA DA A espírito) como a boa conversa, a contemplação, das artes, a apreciação da boa música; os prazeres pouco duradouros (mais imediatos) seriam aqueles estados de espírito movidos pela explosão das paixões (medo, cobiça, inveja, apegos) que no final resultam em dor e sofrimento. IMPORTANTE Para a filosofia epicurista é necessário aprender a dominar os prazeres exagerados da paixão e alcançar um estado de espírito nominado de ATARAXIA (ausência de dor, quietude, serenidade e imperturbabilidade da alma). Não se deve confundir epicurismo com hedonismo, este sim marcado pela busca desenfreada dos prazeres mundanos. O prazer que o epicurismo defende é uma vida prazeirosa, administrada por uma razão que evita ceder aos desejos insaciáveis que levam muitas vezes ao sofrimento. A filosofia estoica (Zenão 336-263 a. C.) afirmava que toda a realidade (multiplicidade dos seres naturais, homem e os demais seres) estava submetida a uma racionalidade. Deus seria na verdade um princípio que rege a forma como a realidade se manifesta. Graças à filosofia somos capazes de compreender esta ordem à que todas as coisas estão submetidas. IMPORTANTE Podemos dizer que, em vez de prazer (epicurismo), o estoicismo propõe o dever como o melhor caminho para a felicidade. A verdadeira liberdade é integrar a nossa natureza a essa ordem estabelecida. Portanto tudo o que acontece ao ser humano, alegria, tristeza, dor, sofrimento ou prazer deve ser vivido com serenidade, indiferença, coragem e aceitação, pois todos esses acontecimentos fazem parte dos princípios que estão fazendo o todo funcionar. Em 264 a. C. temos o período de expansão do que viria a ser o Império Romano. Este período marca o fim do pensamento e da ciência antiga. Estamos, no período romano e início da Idade Média, próximos do encontro de três grandes tradições que marcam a Cultura Ocidental; a filosofia grega, a cultura romana e a cultura judaico-cristã. Não trataremos aqui da história do Império Romano. Adiantamos que perto do século V d.c., esta importante civilização está em inevitável decadência por questões internas, econômicas e políticas, e questões externas devido aos ataques constantes dos povos bárbaros. Do confronto desses 49

A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO A IMPORTÂNCIA DA A TEMA 3 povos invasores com os romanos desenvolveu-se uma nova estruturação da vida social europeia, que corresponde ao período medieval também chamado de início do feudalismo. SAIBA MAIS Diante das invasões germânicas, a Igreja Católica conseguiu manter-se como instituição social que consolidou sua organização religiosa e difundiu o cristianismo, preservando, também, muitos elementos da cultura greco-romana. Apoiada em sua crescente influência religiosa, a Igreja passou a exercer importante papel político na sociedade medieval. Desempenhou, às vezes, a função de órgão supranacional, conciliador das elites dominantes, contornando os problemas das rivalidades internas da nobreza feudal. Conquistou, também, vasta riqueza material: tornou-se dona de aproximadamente um terço das áreas cultiváveis da Europa ocidental, numa época em que a terra era a principal base da riqueza. Podemos então pensar o foco do nosso curso isto é, quais as preocupações que a ciência possui sob o olhar do cristianismo católico romano? Diferentemente das preocupações dos filósofos e da ciência grega sobre a origem da natureza ou sua estrutura, a problematização da religião busca outras temáticas sobre as quais o pensamento deve se debruçar. 3.4 - PERÍODO MEDIEVAL: O ENCONTRO ENTRE FILO- SOFIA E RELIGIÃO AS CRENÇAS DE AGOSTINHO Agostinho (354-430 d. C.) teve influências de filosofias como o Maniqueísmo, A astrologia, O Ceticismo, Plotino e Ambrósio, este último, quem o conduz à conversão ao cristianismo. Após sua conversão a filosofia tornou-se para Agostinho o estudo de Deus e da alma humana. O caminho para frente, afirmou Agostinho, passa pela fé: Terá assegurada a visão aquele que vive bem, reza bem, estuda bem. Tal como em Platão a verdade ou a realidade mais importante a ser buscada não está neste mundo sensível. Porém a crença de que a morte não é o fim não tinha apoio na filosofia de Platão, mas na fé pessoal no Cristo crucificado. Na obra As Confissões ele se apresenta como o Problematização da religião: Digamos que você tome o mesmo ônibus todos os dias. Enquanto se apressa para chegar ao ponto pela manhã, alguma vez chega a pensar que ele não vai levá- -lo aonde você quer ir? Provavelmente não. Como o ônibus o leva todos os dias, você tem razão em pensar que ele muito provavelmente fará isso hoje. Ao mesmo tempo, você precisa ter fé no fato de que o ônibus específico de hoje o leve ao mesmo lugar. Ter fé é acreditar que alguma coisa é verdade quando não se pode ter nenhuma certeza de que o seja. Todas as religiões pressupõem certo grau de fé, visto que a verdade religiosa não é uma verdade que possa ser provada como o são uma equa ção matemática ou um experimento científico. Contudo, a fé costuma basear-se em alguma evidência convincente para o fiel Muitas pessoas preferem a razão à fé, pois a razão parece segura e a fé se mostra vaga e obscura. Todavia, todos têm de realizar atos de fé em sua vida todos os dias: Sua entrada no ônibus é um ato de fé; Quando conta um segredo a um amigo, você tem fé que ele não irá traí-lo; Casar com alguém é um ato de fé.você pode ter razões para defender sua fé, mas ainda assim precisa ter fé. 50

A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO A IMPORTÂNCIA DA A Filho Pródigo e a Ovelha Perdida do Evangelho de Lucas perdido e depois encontrado, tal como o apóstolo são Paulo, Agostinho foi alguém que se modificou. IMPORTANTE A FILOSOFIA GREGA era parte do clima intelectual do contexto final de mundo antigo e início do período medieval. As ideias de Platão estavam tão integradas ao mundo antigo como hoje as de evolução ou de progresso. Para desenvolver uma teologia cristã, os Padres da Igreja tiveram de recorrer à filosofia grega a fim de obter uma linguagem e uma estrutura filosófica com que pudessem explorar suas ideias. OS PADRES DA IGREJA tinham de esclarecer questões filosóficas para as quais não havia respostas evidentes na Bíblia. Por exemplo, como Jesus é ao mesmo tempo Deus e homem? A partir do que Deus criou o mundo, de matéria preexistente ou do nada? Os Padres da Igreja tinham de voltar-se para a filosofia grega para dela conseguir auxílio em suas especulações a respeito dessas difíceis perguntas. Os mais notáveis representantes da Igreja foi santo Agostinho e Tomás de Aquino que este capítulo aborda. Ao se converter passou a acreditar que a verdade que não conseguira encontrar somente por meio da razão lhe fora dada, ou revelada, pela graça de Deus. Deu-se conta de que as pessoas não podiam ser salvas apenas por suas próprias forças. Um resumo de suas crenças seria: DEUS É SUPREMAMENTE BOM E AMOROSO. Deus criou um mundo basicamente bom, não basicamente mau (ao contrário do que acreditavam os maniqueus). Marchamos na direção de Deus, escreveu ele, não ao caminhar, mas ao amar. A HUMANIDADE FICOU AQUÉM das intenções de Deus e precisa ser restaurada e perdoada. Agostinho desenvolveu a doutrina do pecado original. Ele acreditava que todos pecaram em Adão, o homem original, e que, como resultado, todos os seres humanos nasceram pecadores e necessitados da graça de Deus. DEUS TEM AGIDO na história humana que culmina em Jesus, a encarnação, Deus feito homem. Acreditar, ter fé em Jesus e submeter-se à Igreja é o único caminho para a vida eterna. O pensamento de Agostinho não é calmo e abstrato, resultando antes de uma receptividade da pessoa inteira à realidade como um todo. Sua crença adveio de um profundo sofrimento pessoal. Ele percebeu os limites da razão (cogito, penso) e a apoiou firmemente na fé (credo, creio). A fé tem suas raízes assentadas na mensagem da Bíblia. A fé bíblica tal como a oferece a Igreja é a única cura para o ceticismo. A fé não era cega, mas racionalmente justificável. Em sua obra, a razão pro- 51

A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO A IMPORTÂNCIA DA A TEMA 3 cura compreender aquilo em que crê a fé. Saiba a fim de acreditar vem antes de Creia a fim de entender. Assim a filosofia (razão) pode ser usada para interpretar a Bíblia, que se pode citar para ilustrar a filosofia. Cristo (fé) governa toda a realidade. AS CRENÇAS DE TOMÁS DE AQUINO Tomás de Aquino (1226-1274) é considerado um dos maiores filósofos da escolástica medieval. Seu pensamento apresenta o seguinte objetivo: não contrariar a fé (organizar um conjunto de argumentos para demonstrar e defender as revelações do cristianismo). Para realizar esta tarefa apóia-se em grande parte no pensamento aristotélico. Tal como este último filósofo enfatiza a importância da realidade sensorial. Assim o conhecimento da realidade se apresenta por meio de seis princípios: princípio da não-contradição o ser é ou não é. Não existe nada que possa ser e não ser ao mesmo tempo e sob o mesmo ponto de vista; princípio da substância na existência dos seres podemos distinguir a substância (a essência, propriamente dita, de uma coisa, sem a qual ela não seria aquilo que é) do acidente (a qualidade não-essencial, acessória do ser); princípio da causa eficiente todos os seres que captamos pelos sentidos são seres contingentes, isto é, não possuem, em si próprios, causa eficiente de suas existências. Portanto, para existir, o ser contingente depende de outro ser que representa a sua causa eficiente, chamado de ser necessário; princípio da finalidade todo ser contingente existe em função de uma finalidade, de um objetivo, de uma razão de ser. Enfim, todo ser contingente possui uma causa final; princípio do ato e da potência todo ser contingente possui duas dimensões: o ato e a potência. O ato representa a existência atual do ser, aquilo que está realizado e determinado. A potência representa a capacidade real do ser, aquilo que não se realizou mas pode realizar-se. É a passagem da potência para o ato que explica toda e qualquer mudança. Sobre a questão do Ser e da Essência, não houve uma pura e simples adaptação da filosofia de Aristóteles ao cristianismo. O que Tomás empreendeu foi uma sistematização da doutrina cristã que se apoia em parte na filosofia aristotélica, mas que contém muitos elementos estranhos ao aristotelismo: o conceito de criação do mundo, a noção de um deus único, a ideia de que o vir-a-ser (a passagem da potência ao ato) não é autodeterminado, mas procede de Deus. Tomás de Aquino também introduziu uma distinção entre o ser em geral e a do ser pleno, que é Deus. De acordo com essa distinção, o único ser realmente pleno, no qual o ser e a essência se identificam é Deus. Para o filósofo, Deus é ato puro. Não há o que se realizar ou se atualizar em Deus, pois ele é completo. Tomás de Aquino dirá que Deus é Ser, e o mundo tem ser. Ou seja, Deus é o Ser que existe como fundamento da realidade das outras essências que, uma vez existentes, participam de seu Ser. Assim, nas outras criaturas, o ser é diferente da essência, pois as criaturas 52

A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO A IMPORTÂNCIA DA A são seres não necessários. É Deus que permite às essências realizarem-se em entes, em seres existentes. As provas da existência de Deus Outro aspecto importante da filosofia tomista são as provas da existência de Deus. Em um de seus mais famosos livros, a Suma teológica apresenta as cinco vias (provas) da existência de Deus assim resumidas: 1. O primeiro motor tudo aquilo que se move é movido por outro ser. Por sua vez, este outro ser, para que se mova, necessita também que seja movido por outro ser. E assim sucessivamente. Se não houvesse um primeiro ser movente, cairíamos num processo indefinido. Logo, conclui Tomás de Aquino, é necessário chegar a um primeiro ser movente que não seja movido por nenhum outro. Esse ser é Deus. 2. A causa eficiente todas as coisas existentes no mundo não possuem em si próprias a causa eficiente de suas existências. Devem ser considerados efeitos de alguma causa. Tomás de Aquino afirma ser impossível remontar indefinidamente à procura das causas eficientes. Logo, é necessário admitir a existência de uma primeira causa eficiente, responsável pela sucessão de eventos. Essa causa primeira é Deus. 3. O ser necessário e ser contingente este argumento é uma variante do segundo. Afirma que todo ser contingente, do mesmo modo que existe, pode deixar de existir. Ora, se todas as coisas que existem podem deixar ser, então, alguma vez, nada existiu. Mas, se assim fosse, também agora nada existiria, pois aquilo que não existe somente começa a existir em função de algo que já existia. É preciso admitir, então, que há um ser que sempre existiu, um ser absolutamente necessário, que não tenha fora de si a causa da sua existência, mas, ao contrário, que seja a causa da necessidade de todos os seres contingentes. Esse ser necessário é Deus. 4. Os graus de perfeição em relação à dualidade de todas as coisas existentes, pode-se afirmar a existência de graus diversos de perfeição. Assim, afirmamos que tal coisa é melhor que outra, ou mais bela, ou mais poderosa, ou mais verdadeira etc. Ora, se uma coisa possui mais ou menos determinada qualidade positiva, isso supõe que deve existir um ser com o máximo dessa qualidade, no nível da perfeição. Devemos admitir, então, que existe um ser com o máximo de bondade, de beleza, de poder, de verdade, sendo, portanto, um ser máximo é pleno. Esse ser é Deus. 5. A finalidade do ser todas as coisas brutas, que não possuem inteligência própria, existem na natureza cumprindo uma função, um objetivo, uma finalidade, semelhante à flecha dirigida pelo arqueiro. Devemos admitir, então, que existe algum ser inteligente que dirige todas as coisas da natureza para que cumpram seu objetivo. Esse ser é Deus. 53

A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO A IMPORTÂNCIA DA A TEMA 3 Concluindo provisoriamente o assunto que estamos abordando, isto é, as relações entre Filosofia, Ciência e Meio Ambiente, enfatizamos que filosofia e ciência estão entrelaçadas desde o início do confronto com o pensamento mítico na Grécia do século VII a. C. quando os pré-socráticos buscavam encontrar a Arché (causa primordial ou princípio supremo) da Physis (natureza). No século V a. C. a pesquisa filosófico científica é capturada pelas questões antropológicas com as quais se debateram os Sofistas, Sócrates, Platão, Aristóteles e o período helenístico, questões tais como o que é ser pessoa, como podemos viver ou qual a melhor forma de nos organizarmos em sociedade, o que é a felicidade. Ainda é preciso enfatizar que por mais que se possa atualmente estranhar o que chamamos de ciência nesse período da antiguidade até o final do período moderno, a ciência moderna é uma transformação desse período anterior. Este período inicial possui uma verdade científica que se estabelece não pela experimentação, mas por afirmações lógicas sobre objetos do qual se aborda. 54

A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO A IMPORTÂNCIA DA A RECAPTULANDO O objetivo dos conteúdos neste capítulo foi finalizar as ideias científicas dominantes da Antiguidade até o final da Idade Média, onde fazer ciência significava apresentar um argumento convincente, bem estruturado de acordo com a lógica aristotélica. Em Aristóteles vimos que o conhecimento seguro deve partir das informações dos sentidos e de que não há outra realidade além deste mundo. Os conceitos elaborados por Aristóteles procuram explicar a realidade física por meio dos conceitos de causa e de ato e potência. Tal visão é muito diferente em relação ao seu mestre Platão. Essa diferença nos permitiu apresentar de forma sucinta a visão diferenciada de ambos a respeito do que entendemos por pessoa, esse humano dotado de razão. Com o fim da autonomia política da Grécia através da dominação de Alexandre Magno, a filosofia vai refletir sobre a felicidade humana na versão Epicurista e na versão Estoica. No contexto da Idade Média apresentamos dois filósofos que procuram relacionar fé e razão, considerando que a Filosofia está a serviço das verdades Teológicas. Santo Agostinho se apoia em parte das ideias de Platão para falar da outra e mais importante dimensão da realidade humana, isto é, a dimensão espiritual. Santo Tomás de Aquino se apoia em parte na filosofia de Aristóteles para afirmar a Causa das demais causas. No próximo e último tema (4) veremos os princípios que regem a Ciência Moderna e suas relações com o Meio Ambiente. 55