1 TEMPERATURA 1.1 INTRODUÇÃO

Documentos relacionados
Aula Medição de Temperatura

Temperatura. Termometria INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE. Escalas termométricas. Conceitos importantes. Relação entre as escalas 2/6/2011

a - coeficiente de temperatura da resistência, W/W(ºC)

TM362 - Sistemas de Medição 2. Prof. Alessandro Marques.

Disciplina: Instrumentação e Controle de Sistemas Mecânicos. Mensuração da Temperatura Parte 3

2. Conceitos e Definições

Termômetros à Dilatação de Líquidos

TM362 - Sistemas de Medição 2. Prof. Alessandro Marques.

Medição de Temperatura

TM362 - Sistemas de Medição 2. Prof. Alessandro Marques.

Automação - II. MEDIDORES DE TEMPERATURA Prof. Jomar T. Gontijo

Medição de temperatura. Dr. Evandro Leonardo Silva Teixeira Faculdade Gama

Métodos de Transferência de Calor

Instrumentação Mecatrônica III. Professor: Anderson Borges /01

1. Um feixe permamente de partículas alfa (q = +2e) deslocando-se com energia cinética constante de 20MeV transporta uma corrente de 0, 25µA.

PROJETOS EM INSTRUMENTAÇÃO E AUTOMAÇÃO INSTRUMENTAÇÃO - TEMPERATURA

ESCOLHA MÚLTIPLA. (Respostas às perguntas do teste) 6. c) 7. c) 8. d) 9. a) 10. b)

Sensores de temperatura: efeitos mecânicos; termoresistências: RTDs, Termistores e Termopares; semicondutores

Fisica do Calor ( ) Prof. Adriano Mesquita Alencar Dep. Física Geral Instituto de Física da USP A01. Introdução

Cap 18 (8 a edição) Temperatura, Calor e Primeira lei da termodinâmica

Instrumentação Eletroeletrônica. Prof. Afrânio Ornelas Ruas Vilela

TEMPERATURA. Os constituintes da matéria (moléculas, átomos etc.) movem-se continuamente em um movimento de agitação.

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RN CAMPUS: CURSO: ALUNO:

TM362 - Sistemas de Medição 2. Prof. Alessandro Marques.

SUMÁRIO FÍSICA TEMPERATURA E CALOR 3 CELSIUS E FAHRENHEIT 5 KELVIN E CELSIUS 6 EXERCÍCIOS DE COMBATE 8 GABARITO 13

Disciplina: Instrumentação e Controle de Sistemas Mecânicos. Mensuração da Temperatura Parte 1

A configuração helicoidal, que se pode observar na figura seguinte, é bastante usada em termómetro com este tipo de funcionamento.

Física Geral e Experimental -3 Termodinâmica. Prof. Ettore Baldini-Neto

2.1 Breve história da termodinâmica

O QUE É TERMOMETRIA E TEMPERATURA??

Disciplina: Instrumentação e Controle de Sistemas Mecânicos. Teoria de Controle Parte 1

CALORIMETRIA E TERMOLOGIA

AULA 02 PRIMEIRA LEI DE OHM APOSTILA 1 FSC-C

Termodinâmica. Lucy V. C. Assali

TM247 - Sistemas de Medição. Prof. Alessandro Marques

1ª Aula do cap. 19 Termologia

Sala de Estudos FÍSICA 1 trimestre Ensino Médio 2º ano classe: Prof.LUCAS Nome: nº Sala de Estudos:Dilatação Térmica

RESOLUÇÃO RESOLUÇÃO. Resp. D

INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS MEDIÇÃO DE TEMPERATURA TERMÔMETROS

RESISTOR É O ELEMENTO DE CIRCUITO CUJA ÚNICA FUNÇÃO É CONVERTER A ENERGIA ELÉTRICA EM CALOR.

ELT030 INSTRUMENTAÇÃO - Medição de Temperatura

Exercícios 6 1. real 2. Resp: 3. o sentido convencional Resp: 4. Resp: 5. (a) (b) (c) Resp: (b) (c) Resp:

2 Eletrodinâmica. Corrente Elétrica. Lei de Ohm. Resistores Associação de Resistores Geradores Receptores. 4 Instrumento de Medidas Elétricas

Prof. Paulo Henrique Muel er Biologia e Ciências Naturais TERMOLOGIA

Fenômenos Térmicos : primeiro conjunto de problemas

Conceitos Fundamentais

Colégio Dominus Vivendi Professor Anderson Lista de exercícios 2º ano (REC)

Lista de exercícios. Temperatura e Dilatação Prof. Willian Rederde. 01-(Mackenzie-SP) Numa cidade da Europa, no decorrer de um ano, a temperatura

Resistor e resistência

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

Aula 3 Instrumentos de Pressão. Prof. Gerônimo

Termopares. Princípios - I. Óptica. Tomografia Medir Temperatura Eléctrica. Laser Termopares

Propriedades Elétricas. Condutores

2. (Fatec 2003) O gráfico a seguir relaciona as escalas termométricas Celsius e Fahrenheit.

Termometria. Temperatura

Termometria. Página a) 44 F. b) 58 F. c) 64 F. d) 77 F. e) 86 F. M é: e) 0,5

Aula-6 Corrente e resistência. Curso de Física Geral F o semestre, 2008

9. (Uel 95) Uma escala de temperatura arbitrária X está relacionada com a escala Celsius, conforme o gráfico a seguir.

Projeto de Recuperação Final - 1ª Série (EM)

Energia: Capacidade de realizar trabalho.

Instrumentação Industrial Plano de Aula - 16 Aulas (Aulas de 1 Hora)

Testes gerais

COLÉGIO XIX DE MARÇO excelência em educação

INSTITUTO FEDERAL SUL-RIO-GRANDENSE CURSO DE GESTÃO AMBIENTAL FÍSICA TÉRMICA E DAS RADIAÇÕES. Calor e Temperatura. Professor Elder Latosinski

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Resistência elétrica de uma barra (prismática ou cilíndrica) de área A e comprimento L

Medição de Umidade Conceitos Básicos

PROVA DE FÍSICA 2º ANO - 1ª MENSAL - 1º TRIMESTRE TIPO A

Licenciatura em Física Termodinâmica (TMDZ3) Professor Osvaldo Canato Júnior 1º semestre de 2016

Dilatação Térmica- Básico

Instrumentos Aeronauticos. Parte II

Entre sistemas a temperaturas diferentes a energia transfere-se do sistema com temperatura mais elevada para o sistema a temperatura mais baixa.

Dilatação Térmica Prof. Neto

1 Medição de temperatura

instalação para que, no dia mais quente do verão, a separação entre eles seja de 1 cm? a) 1,01 b) 1,10 c) 1,20 d) 2,00 e) 2,02

Eletrodinâmica REVISÃO ENEM CORRENTE ELÉTRICA

Física II FEP 112 ( ) 1º Semestre de Instituto de Física - Universidade de São Paulo. Professor: Valdir Guimarães

BC0205. Fenômenos Térmicos Gustavo M. Dalpian Terceiro Trimestre/2009. Aula 2 Dalpian

d) condução e convecção b) radiação e condução e) condução e radiação c) convecção e radiação

Ensino Médio Unid. São Judas Tadeu Professor (a): Leandro Aluno (a): Série: 2ª Data: / / LISTA DE FÍSICA II

Corrente elétrica. A corrente elétrica é um movimento ordenado de cargas elementares.

UFABC - Fenômenos Térmicos - Prof. Lugones AULA 2. o termômetro de gás a volume constante o expansão térmica

5.º Teste de Física e Química A 10.º A Abril minutos /

CALORIMETRIA Calor. CALORIMETRIA Potência ou Fluxo de Calor

Aula anterior: Esta Aula: Próxima aula:

As Três Leis Termoelétricas

CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATERIAIS

Calorimetria PARTE II

Eletricidade CAP2. Centro de Formação Profissional Orlando Chiarini - CFP / OC Pouso Alegre MG Inst.: Anderson

Temperatura, Calor e a Primeira Lei da Termodinâmica

2 Escala Internacional de Temperatura de 1990

TERMODINÂMICA E TEORIA CINÉTICA

Exercício 1. Exercício 2.

IFSP - Pirituba Prof. Renato Pugliese renatopugliese.wordpress.com. Curso Preparatório para o ENEM (frente 2) 2º semestre de 2016

MEDIÇÃO DE TEMPERATURA

Circuitos Elétricos I - Resistência e Lei de Ohm -

ELEMENTOS BÁSICOS MECÃNICA DOS FLUIDOS

Aluno(a): nº: Professor: Fernanda TonettoSurmas Data: Turma: ORIENTAÇÕES DE ESTUDO REC 2º TRI PRIMEIRO ANO FSC II

PROFESSOR DANILO 2016 POLIEDRO - CEC - ITATIBA

Professora : Elisângela Moraes

Transcrição:

1 TEMPERATURA 1.1 INTRODUÇÃO Temperatura é sem dúvida a variável mais importante nos processos industriais, e sua medição e controle, embora difíceis, são vitais para a qualidade do produto e a segurança não só das máquinas como também do homem. Não é difícil de se chegar a esta conclusão, basta verificar que todas características físico-químicas de qualquer substância alteram-se de forma bem definida com a temperatura. Assim sendo, uma determinada substância pode ter suas dimensões, seu estado físico (sólido, líquido, gasoso), sua densidade, sua condutividade, etc..., alterados pela mudança conveniente de seu estado térmico. Então, qualquer que seja o tipo de processo, a temperatura afeta diretamente o seu comportamento provocando, por exemplo: ritmo maior ou menor na produção uma mudança na qualidade do produto um aumento ou diminuição na segurança do equipamento e/ou do pessoal um maior ou menor consumo de energia e, por conseguinte, um maior ou menor custo de produção. 1.2 CONCEITO DE TEMPERATURA Ainda que a temperatura seja uma propriedade bastante familiar, é difícil encontrar-se uma definição exata para ela. Estamos acostumados à noção de temperatura antes de mais nada pela sensação de calor ou frio quando tocamos um objeto. Além disso, aprendemos logo, por experiência, que ao colocarmos um corpo quente em contato com um corpo frio, o corpo quente se resfria e o corpo frio se aquece. Se esses corpos permanecem em contato por um determinado tempo, eles parecerão ter o mesmo grau de aquecimento ou resfriamento. Entretanto, sabemos que essa sensação não é bastante segura. Algumas vezes os corpos frios podem parecer quentes e os corpos de materiais diferentes, que estão na mesma temperatura, parecem estar a temperatura diferentes. Isto acontece porque a temperatura é uma propriedade de matéria que está relacionada com o movimento dos átomos de uma substância. Normalmente estes átomos possuem uma determinada energia cinética que se traduz nas formas de vibrações ou deslocamento para os líquidos e gases. Quanto mais rápido o movimento das moléculas, mais quente se encontra o corpo, e, quanto mais lento o movimento, mais frio se apresenta o corpo. Esta condição pode ser descrita como um potencial térmico ou como uma energia efetiva da substância (energia cinética). Baseado nisto podemos conceituar a temperatura como sendo: A propriedade da matéria que reflete a média de energia cinética de um corpo. Na prática a temperatura é representada em uma escala numérica, onde, quanto maior o seu valor, maior é a energia cinética média dos átomos do corpo em questão. 1

1.3 MODOS DE TRANSFERENCIA DA ENERGIA TÉRMICA A energia térmica é transferida de um sistema a outro de três formas possíveis. Condução: a condução é um processo pelo qual o calor flui de uma região de alta temperatura para outra de temperatura mais baixa, dentro de um sólido, liquido ou gasoso, ou entre meios diferentes em contato físico direto. Exemplo: um garfo aquecido em uma panela com água quente. Radiação: é um processo pelo qual o calor flui de um corpo de alta temperatura para um de baixa, quando estão separados no espaço, ainda que exista vácuo. Exemplo: Aquecimento solar. Convecção: é um processo de transporte de energia pela ação combinada da condução de calor, armazenamento de energia e movimento da mistura. A convecção é mais importante como mecanismo de transferência de energia (calor) entre uma superfície sólida e um liquido ou gás. 1.4 ESCALAS DE TEMPERATURA Desde o início da termometria, os cientistas, pesquisadores e fabricantes de termômetro sentiam dificuldades para atribuir valores de forma padronizada à temperatura por meio de escalas reproduzíveis. Essa dificuldade fez com que se buscasse pontos nos quais se pudesse reproduzir de forma definida os valores medidos. Muitas escalas baseadas em pontos diferentes foram desenvolvidas ao longo do tempo. Dentre elas as mais importantes foram a Fahreinheit, a Clesius, a Rankine e a Kelvin. A escala Fahreinheit é, ainda, utilizada nos Estados Unidos e em parte da Europa. Porém, a tendência é de se usar exclusivamente nos processos industriais de todo o mundo a escala Celsius. A escala Rankine e a escala Kelvin, que são as escalas absolutas, são mais usadas nos meios científicos, sendo que atualmente usa-se quase que exclusivamente a escala Kelvin. a) Escala Celsius A escala Celsius é definida como sendo o intervalo de temperatura unitário igual a 1 Kelvin, numa escala de temperatura em que o ponto 0 (zero) coincida com 273,15 K. A identificação de uma temperatura na escala Celsius é feita com o símbolo ºC colocado após o número; exemplo: 245,36ºC. A escala Celsius tem como valor 0 (zero) o ponto de fusão de gelo e como valor 100 ºC o ponto de ebulição da água sendo estes pontos tomados na condição de pressão igual a 1 atm. É uma escala relativa obtida através da escala Kelvin, sendo esta relação definida pela equação. 2

b) Escala Fahreinheit A escala Fahreinheit é definida como sendo o intervalo de temperatura unitário igual a 1 grau Rankine, numa escala em que o ponto zero coincide com 459,67º R. A identificação de uma temperatura na escala Fahreinheit é feita com o símbolo ºF colocado após o número; exemplo: 23,40ºF. A escala Fahreinheit tem como ponto de fusão do gelo o valor 32 e como ponto de ebulição da água o valor 212, sendo estes pontos tomados na condição de pressão igual a 1 atm. Esta escala é também relativa, obtida pela escala Rankine conforme a relação definida pela equação abaixo: c) Escala Kelvin (Temperatura Termodinâmica) A temperatura básica é a temperatura termodinâmica (T), cuja unidade é o Kelvin (K), que é uma escala absoluta. O Kelvin é a fração 1/273,16 temperatura termodinâmica do ponto triplo da água. Nota-se que, de acordo com a definição acima e a equação (t = T - 273,15 K), o ponto triplo da água ocorre à 0,01ºC (à pressão de 61,652 Pa). K = 273,15 + ºC Observação: Ponto triplo é o ponto em que as fases sólida, líquida e gasosa encontram-se em equilíbrio, (fig. 01). 3

d) Escala Rankine Assim como a escala Kelvin, a escala Rankine é uma escala absoluta, tendo como zero absoluto, o valor 0 (zero), porém ao ponto de fusão e ao ponto de ebulição da água foram dados os valores de 491,67 e 671,67, respectivamente. e) Conversão de escalas A figura abaixo compara as principais escalas de temperatura. 4

Desta comparação podemos retirar algumas relações básicas entre as escalas, colocando em um mesmo ambiente quatro termômetros: um Celsius, um Fahreinheit, um Kelvin e um Rankine. As diferentes leituras representam, em escalas diversas, uma mesma temperatura. A equação abaixo, nos permite relacionar a leitura de uma escala para outra, de uma mesma temperatura. 1.5 MEDIDORES DE TEMPERATURA. A temperatura não pode ser determinada diretamente, mas deve ser deduzida a partir de seus efeitos elétricos ou físicos produzidos sobre uma substância, cujas características são conhecidas. Os medidores de temperatura são construídos baseados nesses efeitos. Podemos dividir os medidores de temperatura em dois grandes grupos, conforme a tabela abaixo: 1º grupo (contato direto) Termômetro à dilatação de líquidos de sólido Termômetro à pressão de líquido de gás de vapor Termômetro a par termoelétrico Termômetro à resistência elétrica 2º grupo (contato indireto) Pirômetro óptico Pirômetro fotoelétrico Pirômetro de radiação O primeiro grupo abrange os medidores nos quais o elemento sensível está em contato direto com o material cuja temperatura se deseja medir. Já no segundo grupo estão os medidores nos quais o elemento sensível não está em contato direto com o material cuja temperatura se deseja medir. A aplicação dos diversos tipos apresentados depende em cada caso de fatores técnicos e econômicos. Através da tabela a seguir, podemos fazer algumas comparações no aspecto técnico entre o tipo indireto e direto. 5

1.5.1 Termômetro de dilatação de líquido Princípio de Funcionamento Os termômetros de dilatação de líquido baseiam-se na lei de expansão volumétrica de um líquido com a temperatura dentro de um recipiente fechado. a) Termômetro de vidro Construção Este termômetro consta de um bulbo de vidro ligado a um tubo capilar, também de vidro, de seção uniforme e fechado na parte superior. O bulbo e parte do capilar são preenchidos por um líquido sendo que na parte superior do capilar existe uma câmara de expansão para proteger o termômetro no caso da temperatura exceder o seu limite máximo. Sua escala é linear e normalmente fixada no tubo capilar no invólucro metálico. Nos termômetros industriais, o bulbo de vidro é protegido por um poço metálico e o tubo capilar pelo invólucro metálico. 6

Diversos líquidos tais como o mercúrio, tolueno, álcool etílico, pentano, etc., são utilizados na fabricação de termômetro de vidro. Normalmente emprega-se o mercúrio ou álcool etílico como líquido termométrico, sendo que o mercúrio é o mais utilizado. Para o caso do mercúrio, cuja faixa normal é de - 38 a 350ºC, pode-se elevar este limite até 550ºC mediante emprego de vidro adequado e injeção de um gás inerte sob pressão, pois isto faz com que se evite a vaporização do mercúrio. Por se tratar de um medidor barato, o termômetro de vidro industrial é utilizado na indicação de temperatura de pequena flutuação, no processo em que a leitura da temperatura no próprio local não se constitui problema, bem como para os casos em que precisão abaixo de ± 1% e resposta rápida não se fizerem necessárias. Recomendações na instalação Não utilizar nos pontos em que haja mudanças bruscas de temperatura, pois poderia trincar o capilar de vidro. Para evitar erros, devido a temperatura ambiente, o bulbo deverá estar completamente imerso. Instalar o bulbo dentro de um poço metálico para proteção mecânica, resistência à corrosão e permitir retirada em operação. O bulbo do termômetro deve ser instalado na mesma direção e sentido oposto ao do fluxo, a fim de que a vazão média do fluido seja suficiente para dar uma rápida transferência de calor. b) Termômetro de liquido com capilar metálico Construção Este termômetro consta de um bulbo de metal ligado a um capilar metálico e um elemento sensor. Neste caso, o líquido preenche todo o instrumento e com uma variação da temperatura se dilata deformando elasticamente o elemento sensor. A este elemento sensor é acoplado um ponteiro que pode girar livremente sobre uma escala graduada. Como a relação entre a deformação do elemento sensor e a temperatura é proporcional, este instrumento nos fornece uma leitura linear. 7

Termômetro de liquido com capilar metálico Tipos de elemento sensor Basicamente, três tipos de elemento sensor podem ser utilizados para medição de temperatura neste tipo de instrumento. A figura abaixo mostra estes três tipos. Sistema de compensação da temperatura ambiente Pelo fato deste sistema utilizar líquido inserido num recipiente e da distância entre o elemento sensor e o bulbo ser considerável, as variações na temperatura ambiente afetam não somente o líquido no bulbo, mas todo o sistema (bulbo, capilar e sensor), causando erro de indicação ou registro. Este efeito da temperatura ambiente é compensado de duas maneiras que são denominadas classe ΙA e classe ΙB. Na classe ΙB a compensação é feita somente na caixa do sensor através de uma lâmina bimetálica ou um espiral de compensação. Este sistema é normalmente preferido por ser mais simples e ter respostas mais rápidas, porém, o comprimento máximo do capilar desse tipo é aproximadamente 6 metros. Quando a distância entre o bulbo e o instrumento é muito grande, ou se deseja alta precisão, utilizam-se instrumentos da classe ΙA onde a compensação é feita na caixa e no capilar (compensação total). Neste caso a compensação é feita por meio de um segundo capilar, ligado a um elemento de compensação idêntico ao da medição, sendo 8

os dois ligados em oposição. Este segundo capilar tem seu comprimento idêntico ao capilar de medição, porém não está ligado ao bulbo. 1.5.2 Termômetro à dilatação de sólido (Termômetro Bimetálico) Princípio de Funcionamento O termômetro bimetálico baseia-se no fenômeno da dilatação linear dos metais com a temperatura. Construção Baseado no fato de que dois metais diferentes modificam as suas dimensões de modo desigual ao variar a temperatura, o termômetro bimetálico consiste em duas lâminas de metal justapostas, formando uma só peça e geralmente na forma helicoidal. Uma extremidade da hélice é fixa e a outra é ligada a um ponteiro que pode girar livremente sobre uma escala circular graduada. Este termômetro pode ser construído de dois tipos conforme podemos ver na figura seguinte. Tipos de Metais Utilizados Para a construção de um termômetro bimetálico normalmente usa-se o Invar (64%Fe- 36%Ni) como metal de baixo coeficiente de dilatação e o latão como metal de 9

alto coeficiente de dilatação, porém, para temperaturas mais elevadas, utiliza-se também o níquel como metal de alto coeficiente de dilatação térmica. Utilização dos Termômetros Bimetálicos Estes termômetros têm aplicação similar às dos termômetros de vidro, porém, por serem resistentes, admitem condições de trabalho mais pesados. São utilizados para medir temperaturas na faixa de -50 ~ + 500ºC com precisão de ± 1%, onde respostas rápidas não são exigidas. Recomendações na instalação Utilizar sempre poço protetor metálico para evitar corrosão, dar proteção mecânica e permitir manutenção com o processo em operação. Em baixa temperatura a caixa do termômetro bimetálico deve ser hermeticamente selada para evitar que a penetração da umidade venha a formar gelo, prejudicando os componentes internos do instrumento. Para evitar erros devido à temperatura ambiente, o bimetálico deve estar completamente imerso no fluido. A velocidade do fluido deve ser bastante alta a fim de assegurar uma rápida transferência de calor. 1.5.3 Termômetro a pressão de gás Os termômetros à pressão de gás baseiam-se na lei de Charles e Gay-Lussac que diz: A pressão de um gás é proporcional à temperatura, se mantivesse constante o volume do gás. As variações de pressão são linearmente dependentes da temperatura, sendo o volume constante. Devido a isso, pode-se obter uma escala praticamente linear de temperatura, pois o erro introduzido pelo fato do gás não ser ideal é desprezível. Construção: Sua construção é praticamente idêntica à dos termômetros de líquido com capilares metálicos, porém o bulbo é geralmente grande, a fim de obter maior força. Termômetro a pressão de gás 10

Tipos de elemento sensor: Este sistema utiliza os mesmos tipos de sensores que o termômetro de líquido com capilar metálico, ou seja: tipo bourdon, espiral ou helicoidal. Sistema de compensação da temperatura ambiente: Devido ao grande volume do bulbo, a relação entre o seu volume e a do capilar é considerável, sendo então as variações de pressão com a temperatura desprezíveis. Por isso não é necessário efetuarmos a compensação total. Porém a compensação na caixa às vezes se faz necessária; quando isto ocorre, é feita por um bimetal fixada na espiral conforme figura abaixo e o instrumento é denominado de classe ΙΙΙ. Termômetro à pressão de gás com compensação na caixa 1.5.4 Termômetro a pressão de vapor Os termômetros à pressão de vapor baseiam-se na lei de Dalton que diz: A pressão de um vapor saturado depende única e exclusivamente de sua temperatura e não da sua mudança de volume. Por isso, para qualquer variação de temperatura haverá uma variação na tensão do vapor do gás liqüefeito colocado no bulbo do termômetro e, em conseqüência disto, uma variação na pressão dentro do capilar. A temperatura é determinada na superfície livre, entre o líquido e o vapor. Como a condição única necessária é a existente da interface entre a fase líquida e a fase gasosa dentro do bulbo, quando em funcionamento, é importante dosar o volume certo do gás liqüefeito. Como o aumento da tensão do vapor para determinar variação de temperatura não é igual ao longo de toda a faixa, a escala de temperatura não é linear. Esse comportamento é ilustrado abaixo: 11

Construção: Sua construção é fisicamente idêntica a dos termômetros à pressão de gás, porém, o bulbo é relativamente pequeno. Tipos de líquido de enchimento: Termômetro a pressão de vapor Como líquido de enchimento, utilizam-se líquidos voláteis tais como cloreto de metila, éter, propano, butano, tolueno, e dióxido de enxofre. A tabela abaixo apresenta os líquidos mais utilizados e seus respectivos pontos de fusão e ebulição. 12

1.6 - SENSORES DE TEMPERATURA TIPO BULBO DE RESISTÊNCIA Um dos métodos elementares para medição de temperatura envolve mudança no valor da resistência elétrica de certos metais com a temperatura. São comumente chamados de bulbo de resistência e por suas condições de alta estabilidade e repetibilidade, baixa contaminação, menor influência de ruídos e altíssima precisão, são muito usados nos processos industriais. Essas características aliadas ao pequeno desvio em relação ao tempo o tornou Padrão Internacional (ITS-90) para a medição de temperatura na faixa de -259,3467ºC a 961,78ºC. Relação da Resistência Temperatura: Para os metais a resistência elétrica é dada por: Onde: R = resistência elétrica em Ω ρ = resistividade do material em Ω mm 2 /m l = Comprimento em metros A = Área da seção transversal em mm 2 Em geral, a resistência dos metais aumentam com a temperatura. Isto não é uma surpresa, pois com o aumento da temperatura os átomos se movem mais rapidamente dentro do material, promovendo com isto o crescimento dos choques entre os elétrons livres e os átomos. Se a temperatura não varia muito, podemos dizer que a resistividade do metais aumentam linearmente com a temperatura. Onde: R Resistencia a Temperatura final T R0 Temperatura inicial a 25ºC α - Coeficiente de temperatrura T Temperatura final R = R0 [1+α (T T0)] 13

Material Resistividade Coef. De Temp. α (ºC)-1 ρ (Ω.mm2/m) Alumínio 0,0292 0,0039 Bronze 0,067 0,002 Cobre puro 0,0162 0,00382 Cobre duro 0,0178 0,00382 Cobre recozido 0,0172 0,00382 Constantan 0,5 0,00001 Estanho 0,115 0,0042 Grafite 13 0,0005 Ferro puro 0,096 0,0052 Latão 0,067 0,002 Manganina 0,48 0 Mercúrio 0,96 0,00089 Nicromo 1,1 0,00013 Níquel 0,087 0,0047 Ouro 0,024 0,0034 Prata 0,0016 0,0038 Platina 0,106 0,0025 Tungstênio 0,055 0,0041 Zinco 0,056 0,0038 As termoresistências ou bulbos de resistência ou termômetro de resistência ou RTD, são sensores que se baseiam no princípio de variação da resistência ôhmica em função da temperatura. Elas aumentam a resistência com o aumento da temperatura. Seu elemento sensor consiste de uma resistência em forma de fio de platina de alta pureza, de níquel ou de cobre (menos usado) encapsulado num bulbo de cerâmica ou de vidro. Entre estes materiais, o mais utilizado é a platina, pois apresenta uma ampla escala de temperatura, uma alta resistividade permitindo assim uma maior sensibilidade, um alto coeficiente de variação de resistência com a temperatura, uma boa linearidade resistência x temperatura e também por ter rigidez e dutibilidade para ser transformada em fios finos, além de ser obtida em forma puríssima. Padronizou-se então a termoresistência de platina. Uma equação mais completa a fim de determinar-se a resistência da Platina com a temperatura é dada por: 14

Como pode-se perceber o valor R0 pode ser escolhido arbitrariamente, porém é usual adotar R0=100 Ω. A maioria das termoresistência comerciais adotam esse valor. Neste caso o seu nome usual é Pt-100. Uma termoresistência tipo Pt-100 é constituída de Platina e tem uma resistência de 100Ω à uma temperatura de 0º C Existe também termoresistência de platina PT-1000 onde a resistência à 0ºC é de 1.000Ω. (Ro=1.000Ω) Métodos para medição de resistência Três métodos são os utilizados para medição da resistência do sensor de temperatura: a dois, três e quatro fios. Inicialmente fazia-se estas medições utilizando-se Ponte de Wheatstone. Porém, com a melhoria da eletrônica não existe mais esta necessidade. Os medidores (indicadores ou transmissores de temperatura) utilizam-se de fontes de corrente e medições de tensões com alta impedância. Medição a dois fios Neste método se uma fonte de corrente constante é colocada em série com a termoresistência. O valor desta corrente pode estar em torno de 1mA. 15

O voltímetro irá medir a queda de tensão (Vm) no Pt-100 (Vp) e no cabo de interligação (2Va). Vm =Vp + 2Va = Rp I + 2 Ra I Assim, o valor de resistência do sensor será: Ou seja, a equação anterior nos mostra que a resistência lida do termoelemento Rp depende da resistência da linha. Ocasionando um erro. É verdade que para pequenas distância entre o medidor e o sensor o valor de Ra pode ser desprezível, entretanto, na indústria estes valores podem ser significativos e devem ser considerados na medição. Medição a quatro fios Neste caso utiliza-se dois circuitos. Um para a fonte de corrente e outra para o voltímetro. A fonte de corrente irá fazer circular pelo circuito interno uma corrente constante, independente dos valores de suas resistências (RL1, RL2 e RT). O voltímetro irá medir a tensão em cima do termoelemento e, mesmo que ligação do voltímetro ao processo não seja nula ela pode ser desconsiderada, já que o voltímetro possui uma resistência muito grande e, portanto, não consome corrente. Daí, a queda de tensão em Rv1 e Rv2 são desprezíveis. A vantagem deste método é a precisão da medidas, mesmo para valores de RL1 e RL2 diferentes ou variando com a temperatura. A desvantagem é o custo, já que necessitamos quatro fios ao invés de dois. Para este caso a medição da resistência do termoelemento vale: 16

Medição a três fios Uma solução intermediária entre as duas anteriores é a medição a três fios. É um método que apresenta boa precisão e possui um custo menor que o de quatro fios já que necessita de um fio a menos. Para este caso o valor da resistência RL a ser determinado vale: Na maioria das aplicações industriais não iremos encontrar a termoresistência simplesmente. Normalmente ela vem protegida. O primeiro desenho da abaixo mostra uma termoresistência com rabicho. Necessitando apenas a interligação. Repare que, neste caso tem somente dois fios. Este rabicho deve ter poucos centímetros e pode ser utilizados em qualquer método de medição (dois, três ou quatro fios). O segundo desenho mostra um cabeçote que serve para fazer a conexão elétrica entre o termoelemento e o cabo que irá até o medidor. A terceira figura mostra uma termoresistência com um cabeçote para proteger e conexão (isolador) e uma rosca para adaptar o termoelemento ao processo. A parte superior fica de fora do processo e a inferior dentro do processo a ser medida a temperatura. A parte que irá dentro do processo (a bainha) é feita normalmente em aço Inox304 ou 316 nos diâmetros 10, 8, 6 e 3 mm. 17

O comprimento da bainha irá depender do processo em que será colocada e do ponto que deseja atingir. A quarta figura mostra a mesma termoresistência anterior com cabeçote acrecida de um poço de proteção. A bainha é colocada dentro do poço que é colocada dentro do processo. Dessa forma a bainha fica protegida do processo e, quando ocorrer um defeito que necessite retirar a termoresistência esta pode ser retirada sem que se interrompa o processo. Termoresistencias industriais Termoresistência (Cortesia: Consistec) 1.7 TERMOPARES A medição de temperatura também pode ser feita pela obtenção de uma força eletromotriz gerada quando dois metais de natureza diferente tem suas extremidades unidas e submetidas à temperaturas distintas. Isto ocorre devido aos metais distintos possuírem densidades de elétrons livres específicos e quando unidos em suas extremidades provocar migração desses elétrons do lado de maior densidade para o de menor densidade ocasionando uma diferença de potencial entre os dois fios metálicos. Esta diferença de potencial não depende nem da área de contato e nem de sua forma, mas sim da diferença de temperatura entre as extremidades denominadas junção 18

quente e fria. Esses sensores são chamados de termopares e serão objeto de estudo nesse capítulo. 1.7.1 Efeito Thompsom Se aquecermos uma extremidade de uma barra metálica de comprimento essa extremidade ficará mais positiva que a oposta, resultando com isso uma ddp V, que será função do comprimento da barra e de sua condutividade elétrica. τ = Condutividade do condutor T-T0 = Diferença de temperatura 1.7.2 Efeito Seebeck Esse efeito foi descoberto em 1821 pelo físico alemão T. J. Seebeck quando ele observou em suas experiências que em um circuito fechado formado por dois fios de metais diferentes ocorre uma circulação de corrente enquanto existir uma diferença de temperatura entre suas junções, e que sua intensidade é proporcional à diferença de temperatura e à natureza dos metais utilizados. Em 1887, Le Chatelier (físico Francês), utilizou pela primeira vez na prática essa descoberta ao construir um termopar a partir de fios de platina e platina-rhodio a 10% para medir temperatura. Esse termopar é ainda hoje utilizado, em muitos laboratórios, como padrão de referência. O condutor "A" é dito positivo com relação a "B' se a corrente flui de "A" para "B" na junta de menor temperatura. 1.7.3 Efeito Peltier Em 1834, Jean Charles A. PELTIER comunicou ao mundo uma nova descoberta. Quando uma corrente circula pela junção de dois condutores metálicos, a mesma dá origem a uma absorção ou liberação de calor. Se a corrente flui no mesmo sentido que a produzida pelo efeito SEEBECK, na junta quente o calor será absorvido, enquanto que na junta fria o calor será liberado. A quantidade de calor liberada ou absorvida é proporcional à quantidade de eletricidade (Coulombs) que atravessa a junção. Portanto, a quantidade de calor liberada ou absorvida quando 1 Coulomb passa pela junção é chamada de efeito PELTIER na temperatura da junção. 19

Pode ser mostrado que a magnitude do efeito PELTIER é dada pelo produto da temperatura absoluta na junção, pela taxa de variação da FEM naquela temperatura, também conhecida por potência termoelétrica 1.7.4 Construção de termopares Como se pode ver na figura abaixo, o tipo mais simples de termopar consiste em unir dois fios de diferentes naturezas por uma de suas extremidades. Este termopar denomina-se termopar nu. Para se construir a junção de medição do termopar, deve-se tomar as seguintes precauções; remover o óxido existente na superfície do fio, colocar o par termelétrico em contato por aderência e logo após, pelo método apropriado, executar a operação de soldagem. 1.7.4 Tipos e características dos termopares comerciais Existem várias combinações de 2 metais condutores operando como termopares. As combinações de fios devem possuir uma relação razoavelmente linear entre temperatura e f.e.m.; devem desenvolver uma f.e.m. por grau de mudança de temperatura, que seja detectável pelos equipamentos normais de medição. Foram desenvolvidas diversas combinações de pares de Ligas Metálicas, desde os mais corriqueiros de uso industrial, até os mais sofisticados para uso especial ou restrito a laboratório. Essas combinações foram feitas de modo a se obter uma alta potência termoelétrica, aliando-se ainda as melhores características como homogeneidade dos fios e resistência à corrosão, na faixa de utilização, assim cada tipo de termopar tem uma faixa de temperatura ideal de trabalho, que deve ser respeitada, para que se tenha a maior vida útil do mesmo. Características dos principais tipos de termopares TIPO T.: Cobre ( + ) x Constantan (-) Estes termopares são resistentes à corrosão em atmosferas úmidas e indicados também para a medição de temperaturas abaixo de zero. Seu limite superior de temperatura é 370 C, pode ser utilizado em atmosferas oxidantes, redutoras ou inertes. Este é o único termopar cujos limites de erro estão estabelecidos para temperaturas abaixo de zero. TIPO J: Ferro ( + ) Constantan (-) 20

Estes termopares são apropriados para medição em vácuo e atmosferas oxidantes, redutoras e inertes, em temperaturas que chegam até 760 C. A taxa de oxidacão do ferro é alta a partir de 540 C, onde são recomendados elementos de maior bitola. Não é recomendado o uso deste termopar com elementos nus em atmosferas sulforosas acima de 540 C. Em algumas ocasiões este termopar é utilizado para medir temperaturas abaixo de zero, porém a possibilidade do aparecimento de oxidação no ferro, faz com que este seja menos indicado do que o termopar TIPO T. TIPO K: Cromel ( + ) Alumel (-) Termopares TIPO K são recomendados para uso contínuo em atmosferas inertes ou oxidantes, em temperaturas de até 1300 C. Sua resistência à oxidação faz com que estes termopares sejam preferidos, principalmente nas temperaturas superiores a 540 C. Podem também ser utilizados para medições de -250 C até 0 C, porém seus limites de erro só foram estabelecidos para temperaturas superiores a 0 C. Os termopares TIPO K não devem ser utilizados em: Atmosferas redutoras ou alternadamente oxidantes, a menos que estejam devidamente protegidos com tubos de proteção adequados. Atmosferas sulfurosas, a menos que devidamente protegidos. O enxofre ataca ambos os elementos causando a rápida corrosão dos mesmos. Vácuo, exceto por períodos curtos, pois ocorre vaporização do cromo no elemento positivo, alterando substancialmente a calibração do termopar. TIPO R: -Liga: ( + ) Platina 87% Rhodio 13% ( - ) Platina 100% Identificação da Polaridade: o positivo (Pt87Rh13) é mais duro. Características: - Faixa de utilização: 0 a 1480ºC - f.e.m produzida: 0 a 17,163mV - Potência termoelétrica média: 1,16mV/100ºC - Possui as mesmas características do tipo S, porém tem uso industrial menor que este. - Possui uma potência termoelétrica cerca de 11% maior que o tipo S. - É um tipo recente, surgido a cerca de 40 anos atrás, devido à necessidade de se adaptar a alguns instrumentos que apresentavam erros da ordem de 20%. 21

A tabela abaixo compara os principais tipos de termopares, levando em consideração vantagens e restrições. 1.8 TRANSMISSORES DE TEMPERATURA (TT) A forma mais confiável de se transmitir um sinal de um termoelemento à grandes distâncias é converter este sinal para um outro sinal padronizado. O sinal de termoresistências (p.ex.pt-100) a três ou quatro fios pode ser enviado a grandes distâncias. Entretanto fica sujeito aos ruídos do meio industrial. O sinal de termopares, entretanto, não se recomendam transmitir a grandes distâncias pois são valores de tesão muito baixo (na faixa de mv ou uv) que podem sofrer perdas ao longo da linha ou ficarem susceptíveis aos ruídos industriais ou, o que é ainda pior, a formação de termopares indesejáveis ao longo da linha. A transmissão de varáveis de processo (PV) na forma de tensão nunca é recomendada, a não ser por pequenas distâncias. A tensão padronizada em processos industriais é de 0 ~ 10 Vcc. A forma mais recomendada de se transmitir sinais numa planta industrial é na forma de corrente. A forma padronizada mais utilizada é de 4 ~ 20 ma. Existem ainda formas digitais de transmissão de variáveis. São as Redes de Campo (Field Bus). Entre as principias estão o Fondation, ProfiBus, AS-interface, CanOpen, DeviceNet e até mesmo a Ethernet. 22

De uma maneira simplificada o transmissor de Temperatura mede o sinal que provem de um termoelemento (Termoresistência ou Termopar), lineariza este sinal (aplicando o polinômio conveniente) e converte este sinal para um valor padronizado (normalmente 4~20mA). Este sinal de corrente pode, então, ser transmitido a uma grande distância sem risco de interferências eletromagnéticas. Este transmissor pode estar acoplado junto ao cabeçote do termoelemento ou ser externo. Mas, normalmente, deve ser estar junto ao processo. 1.8.1 Transmissores de temperatura inteligentes Os transmissores inteligentes de temperatura, além das funções de um transmissor normal, possuem outros tais como: Controle PID incorporado o que pode eliminar a necessidade de um controlador externo. Retransmissão da PV (variável de processo) ou da MV (variável manipulada) Ajuste da faixa de temperatura pelo operador Ajuste dos tipos de sensor pelo operador Rotinas de falhas Indicação Local Transmissor de temperatura modelo TT-301 (Cortesia: Smar) 23