CURRÍCULOS DE NÍVEL ELEVADO

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CURRÍCULOS DE NÍVEL ELEVADO

Transcrição:

CURRÍCULOS DE NÍVEL ELEVADO NO ENSINO DAS CIÊNCIAS CONCEPTUALIZAÇÃO DO CONHECIMENTO E DAS CAPACIDADES 27. OUTUBRO. 2014 Ana Maria Morais Isabel Pestana Neves Instituto de Educação, Universidade de Lisboa Margarida Afonso Escola Superior de Educação, IPCB / IE, UL Sílvia Ferreira EBI do Carregado / IE, UL

Currículos de ciências conceptualmente exigentes O que mostra a investigação? 1º ciclo 2º ciclo 3º ciclo Proposta de mudança Inter-relação fotossíntese/respiração

Exigência conceptual e investigação no contexto educacional das ciências CURRÍCULOS (DPO) Princípios gerais do currículo Processos de recontextualização Nível de exigência conceptual Complexidade do conhecimento científico Complexidade da relação entre discursos Complexidade das capacidades cognitivas Princípios específicos do currículo Processos de recontextualização MANUAIS ESCOLARES DPR PRÁTICAS PEDAGÓGICAS Morais & Neves, 2012

CONCEPTUALIZAÇÃO DO CONHECIMENTO E DAS CAPACIDADES EM CURRÍCULOS RESULTADOS DA INVESTIGAÇÃO

A exigência conceptual no ensino básico do 1º ao 9º ano de escolaridade A investigação tem procurado contribuir para um melhor conhecimento da educação científica promovida nos primeiros anos de escolaridade em termos de exigência conceptual. Exigência Conceptual (dimensões analisadas) O QUE O COMO geral específico/ciências interno externo Capacidades cognitivas gerais Conhecimentos científicos Capacidades investigativas Intradisciplinaridade Relação entre conhecimentos científicos/não científicos

A exigência conceptual no ensino básico do 1º ao 9º ano de escolaridade Documentos Competências Essenciais Orientações curriculares Programas Manuais Escolares Práticas Pedagógicas dos Professores Contexto de Avaliação Indicador Intradisciplinaridade Grau 1 Enumera os produtos vulcânicos emitidos. Grau2 Refereasváriasfunçõesdosangue. Grau 3 Comenta a afirmação: Os decompositores são fundamentais no equilíbrio dos ecossistemas. Grau 4 Relaciona a ocorrência de sismos com a ação de forças que se desenvolvem no interior da Terra. Manuais escolares do 3º CEB

Resultados da investigação Capacidades cognitivas 100% 80% 60% 40% G4 G3 G2 G1 20% 0% CE Prog PP CE Prog PP CE OC PP 1º ciclo 2º ciclo 3º ciclo Afonso et al., 2013

Resultados da investigação Conhecimentos científicos 100% 80% 60% 40% G4 G3 G2 G1 20% 0% CE Prog PP CE Prog PP CE OC PP 1º ciclo 2º ciclo 3º ciclo Afonso et al., 2013

Resultados da investigação Relações intradisciplinares 100% 80% 60% 40% G4 G3 G2 G1 20% 0% CE Prog PP CE Prog PP CE OC PP 1º ciclo 2º ciclo 3º ciclo Afonso et al., 2013

Considerações finais Resultado-Síntese Os documentos analisados revelam níveis baixos de exigência conceptual e os níveis de exigência conceptual tendem a ser cada vez mais baixos à medida que passamos do documento das competências essenciais para os manuais escolares e para a prática pedagógica dos professores (fichas de avaliação). Afonso et al., 2013

Considerações finais Políticas educativas para a melhoria da educação científica Valorização da exigência conceptual, como dimensão de uma educação científica com significado: A promoção de níveis elevados de exigência conceptual é essencial em qualquer nível de ensino. Produção de materiais de apoio, para professores e para alunos, de elevada qualidade conceptual e processual, que facilite a promoção de níveis elevados de exigência conceptual. Coerência horizontal e vertical na aprendizagem dos conceitos científicos e no desenvolvimento dos processos investigativos com níveis de complexidade e abrangência crescentes. Afonso et al., 2013

CONCEPTUALIZAÇÃO DO CONHECIMENTO E DAS CAPACIDADES EM CURRÍCULOS PROPOSTA DE MUDANÇA

A ciência inclui áreas inter-relacionadas de uma grande abrangência, como a Biologia, a Geologia, a Física e a Química, e que continuam a expandir-se a uma velocidade cada vez maior. A simples memorização dos detalhes factuais destas áreas tão abrangentes não é uma opção viável. De que modo o processo de ensino/aprendizagem pode ir além dos factos e desenvolver uma visão coerente da ciência? Campbell & Reece, 2008

Proposta de mudança Inter-relação fotossíntese/respiração A temática da complementaridade entre os processos de fotossíntese e respiração deve ser abordada no ensino básico, contribuindo para o desenvolvimento da literacia científica dos alunos. Amir & Tamir, 1994; Millar & Osborne, 1998 Os alunos apresentam diversas conceções alternativas sobre esta temática. Melillán, Cañal & Vega, 2006

Proposta de mudança Inter-relação fotossíntese/respiração A fotossíntese e a respiração são dois processos fundamentais que influenciam o ciclo de matéria e o fluxo de energia na biosfera. Para compreender de que forma um organismo, um ecossistema ou a biosfera funcionam, é necessário perceber as diferenças entre os dois processos metabólicos, bem como os aspetos que têm em comum e a inter-relação entre eles. Amir & Tamir, 1994

Inter-relação fotossíntese/respiração 3º ciclo do EB Conceito global: O fluxo de energia e o ciclo de matéria na Biosfera são assegurados pela relação fotossíntese/respiração. Principais conceitos: Em qualquer ecossistema ocorrem simultaneamente a fotossíntese e a respiração, estando o ciclo do oxigénio estreitamente ligado ao ciclo do carbono.

Inter-relação fotossíntese/respiração 3º ciclo do EB A matéria orgânica que é fabricada através da fotossíntese, a partir da água e do dióxido de carbono com simultânea libertação de oxigénio, é degradada através da respiração dos seres vivos da qual resulta água e dióxido de carbono que ficam novamente disponíveis para a fotossíntese. (Morais, Neves & Galhardo, 1983)

Inter-relação fotossíntese/respiração 3º ciclo do EB A matéria orgânica, que é sintetizada pelos organismos fotossintéticos, contém energia química que tem Energia luminosa origem na energia luminosa e que se Ecossistema liberta através da respiração para ser utilizada pelos seres vivos, dissipando-se sob a forma de calor. Ciclo de matéria Produtores (plantas e outros organismos fotossintéticos) Calor Energia química Consumidores (como animais) Calor (Campbell & Reece, 2008)

Inter-relação fotossíntese/respiração 3º ciclo do EB 1. Atividade laboratorial Tubo Resultados (cor do azul-de-bromotimol) Luz Escuras 1 Azul Azul Tubo 1 água + azul-de-bromotimol Tubo 2 água + azulde-bromotimol + caracol Tubo 3 água + azulde-bromotimol + planta Tubo 4 água + azulde-bromotimol + caracol + planta O azul-de-bromotimol é um indicador de CO 2 que toma a cor amarela quando o meio é ácido (presença de CO 2 ) e azul quando o meio é básico (ausência de CO 2 ). 2 Amarelo Amarelo 3 Azul Amarelo 4 Azul Amarelo Morais, Neves & Galhardo, 1983

Inter-relação fotossíntese/respiração 3º ciclo do EB Nível de inquérito Questão Métodos Interpretação dos resultados 1 (de confirmação) X X X 2 (estruturado) X X 3 (guiado) X 4 (aberto) X informação fornecida pelo professor. Bell et al., 2005

Inter-relação fotossíntese/respiração 3º ciclo do EB Atividade 1 Morais, Neves & Galhardo, 1983

Inter-relação fotossíntese/respiração 3º ciclo do EB 2. Atividade laboratorial Tubo Resultados (cor do azul-de-metileno) Luz Escuras 1 Azul Azul Tubo 1 água + azul-de-metileno Tubo 2 água + azulde-metileno + caracol Tubo 3 água + azulde-metileno + planta Tubo 4 água + azulde-metileno + caracol + planta O azul-de-metileno é um indicador de oxidação-redução que na sua forma oxidada, num ambiente rico em oxigénio, tem cor azul e na forma reduzida fica incolor, o que acontece quando o oxigénio é consumido. 2 Incolor Incolor 3 Azul Incolor 4 Azul claro Incolor

Inter-relação fotossíntese/respiração 3º ciclo do EB Conjunto das duas atividades Morais, Neves & Galhardo, 1983

Inter-relação fotossíntese/respiração 3º ciclo do EB 3. Atividade laboratorial 28 Temperatura (ºC) 26 24 22 20 18 16 A B 14 0 1 2 3 4 5 Dias Steane, s.d.

Inter-relação fotossíntese/respiração 3º ciclo do EB Conjunto das três atividades Morais, Neves & Galhardo, 1983

Inter-relação fotossíntese/respiração 3º ciclo do EB 7. Compreender a importância dos fluxos de energia na dinâmica dos ecossistemas 7.1. Indicar formas de transferência de energia existentes nos ecossistemas. 7.2. Construir cadeias tróficas de ambientes marinhos, fluviais e terrestres. 7.3. Elaborar diversos tipos de cadeias tróficas a partir de teias alimentares. 7.4. Indicar impactes da ação humana que contribuam para a alteração da dinâmica das teias alimentares. 7.5. Discutir medidas de minimização dos impactes da ação humana na alteração da dinâmica dos ecossistemas. 8. Sintetizar o papel dos principais ciclos de matéria nos ecossistemas 8.1. Explicar o modo como algumas atividades dos seres vivos (alimentação, respiração, fotossíntese) interferem nos ciclos de matéria. 8.2. Explicitar a importância da reciclagem da matéria na dinâmica dos ecossistemas. 8.3. Interpretar as principais fases do ciclo da água, do ciclo do carbono, do ciclo do oxigénio e do ciclo do azoto, a partir de esquemas. 8.4. Justificar o modo como a ação humana pode interferir nos principais ciclos de matéria e afetar os ecossistemas. 8º ano

Muitos currículos de ciências perderam a visão de uma estrutura curricular clara e consistente, com base em esquemas conceptuais. Em vez disso, existem aglomerados curriculares baseados numa diversidade de atividades a que falta coerência conceptual. Bybee, 2003

Coerência curricular Inter-relação fotossíntese/respiração em vários níveis de escolaridade Nível de escolaridade 3º ciclo Explicitação dos conceitos O fluxo de energia e o ciclo de matéria na Biosfera são assegurados pela relação fotossíntese/respiração. Exemplos de exploração No estudo dos ecossistemas, relacionar o ciclo de matéria e de energia com a inter-relação fotossíntese/respiração. Níveis de organização biológica Ecossistema 2º ciclo Fotossíntese: Em presença da luz, os seres vivos com clorofila, consomem CO 2 e libertam o O 2 e, neste processo, fabricam matéria orgânica. Respiração: Os seres vivos utilizam O 2 e libertam CO 2 e, neste processo, asseguram a sua sobrevivência. No estudo da diversidade de plantas e animais, relacionar a libertação de O 2 e o consumo de CO 2 com a fotossíntese e o consumo de O 2 e a libertação de CO 2 com a respiração. Organismo 1º ciclo Fotossíntese: As plantas precisam de água e de luz para sobreviverem. Respiração: Os seres vivos precisam de oxigénio para sobreviverem. No estudo dos fatores ambientais, relacionar alguns fatores abióticos (água, luz, oxigénio) com a vida das plantas e dos animais. Organismo

Coerência curricular Inter-relação fotossíntese/respiração em vários níveis de escolaridade Nível de escolaridade Explicitação dos conceitos Exemplos de exploração Níveis de organização biológica Ensino secundário Fotossíntese: A energia luminosa é convertida em energia química que é armazenada em compostos orgânicos (inclui as reações fotoquímicas e o ciclo de Calvin). Respiração celular: Através de vias catabólicas de respiração aeróbia e anaeróbia, as moléculas orgânicas são degradadas com produção de ATP (inclui a glicólise, o ciclo de Krebs e a fosforilação oxidativa). Fotossíntese: relacionar a taxa fotossintética com a intensidade luminosa, mediada, por exemplo, pela temperatura e CO 2. Relação fotossíntese/respiração: relacionar o ciclo de Calvin com o ciclo de Krebs. Celular Molecular 3º ciclo O fluxo de energia e o ciclo de matéria na Ecosfera são assegurados pela relação fotossíntese/respiração. No estudo dos ecossistemas, relacionar o ciclo de matéria e de energia com a inter-relação fotossíntese/respiração. Ecossistema

Coerência curricular Inter-relação fotossíntese/respiração em vários níveis de escolaridade Nível de escolaridade Ensino secundário Nível de alfabetismo científico (ex.: conceito de fotossíntese) Multidimensional (o aluno tem um conhecimento abrangente, detalhado e inter-relacionado do conceito) 3º ciclo 2º ciclo Conceito de fotossíntese e Estrutural (o aluno constrói um significado adequado do conceito) Funcional (o aluno é capaz de definir o conceito) 1º ciclo Nominal (o aluno está consciente do conceito) (BSCS, 1995)

Coerência curricular Inter-relação fotossíntese/respiração em vários níveis de escolaridade Nível de escolaridade Processos científicos Ensino secundário 3º ciclo 2º ciclo 1º ciclo Interação complexa de variáveis (quantitativas) Interação simples de variáveis (qualitativas/quantitativas) Interação simples de variáveis (qualitativas/quantitativas) Interação simples de variáveis (qualitativas/quantitativas) Níveis crescentes de comp plexidade Capacidades de processos científicos: - Formulação de problemas - Formulação de hipóteses - Planeamento experimental - Interpretação de resultados

Coerência curricular Críticas recentes aos currículos de ciências Ausência de conteúdo desafiador Demasiada ênfase em factos e ausência de uma orientação conceptual Ausência de um foco instrucional Ausência de profundidade no tratamento dos conteúdos Tempo inadequado de aprendizagem Tempo reduzido e inadequado no caso de alguns conceitos e demasiado tempo no caso de outros Ausência de relações verticais e horizontais dos conteúdos Ausência de relações entre conhecimentos científicos e processos científicos nas dimensões horizontal e vertical do currículo Bybee, 2003

Referências Afonso, M., Alveirinho, D., Tomás, H., Calado, S., Ferreira, S., Silva, P., & Alves, V. (2013). Que ciência se aprende na escola?. Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos Santos. Amir, R., & Tamir, P. (1994). In-depth analysis of misconceptions as a basis for developing research-based remedial instruction: The case of photosynthesis. The American Biology Teacher, 56(2), 94-100. Bell, L. R., Smetana, L., Binns, I. (2005). Simplifying inquiry instruction: Assessing the inquiry level of classroom activities. The Science Teacher, 72(7), 30 33. BSCS (Biological Sciences Curriculum Studies) (1995). Developing biological literacy. Dubuque, Iowa: Kendall. BSCS (Biological Sciences Curriculum Studies) (2009). The Biology teacher s handbook (4ª ed.). Arlington, VA: NSTA Press. Bybee, R. W. (2003). The teaching of science: Content, coherence, and congruence. Recuperado de <http://brandwein.org/lecture/bybee> Campbell, N., & Reece, J. (2008). Biology (8ª ed.). San Francisco: Pearson/ Benjamin Cummings. Domingos (atualmente Morais), A. M., Neves, I. P., & Galhardo, L. (1983). Ciências do Ambiente: Livro do professor. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. Melillán, M. C., Cañal, P., & Vega, M. R. (2006). Las concepciones de los estudiantes sobre la fotosíntesis y la respiración: Una revisión sobre la investigación didáctica en el campo de la enseñanza y el aprendizaje de la nutrición de las plantas. Enseñanza de las Ciencias, 24(3), 401-410. Millar, R., & Osborne, J. (1998). Beyond 2000: Science education for the future. London: King s College London School of Education. Steane, R. (s.d.). The respiration process. Recuperado de <http://www.biotopics.co.uk/humans/respro.html>.