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Transcrição:

Porto Alegre RS, 1 o 4 de Outubro de 217 METODOLOGIA PARA IDENTIFICAÇÃO RECURSIVA DE MODELOS DE HAMMERSTEIN FUZZY NO ESPAÇO DE ESTADOS Jéssica Almeida dos Santos, Ginalber Luiz de Oliveira Serra Universidade Federal do Maranhão Av. dos Portugueses, 1966, Bacanga, CEP: 651-97 São Luís, Maranhão, Brasil Intituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão Av. Getulio Vargas, 4, Monte Castelo, CEP: 653-5 São Luís, Maranhão, Brasil Emails: jessica.almeida.santos@hotmail.com, ginalber@ifma.edu.br Abstract In this paper, a methodology for the recursive identification of nonlinear systems in space state by fuzzy Hammerstein models is presented. The nonlinear static characteristic of the system is approximated by a Taagi-Sugeno fuzzy model and the linear dynamics by a state space model. The recursive estimation of the model in state space is performed based on the Marov parameters of the system applied to the algorithm of minimum realization of system ERA. The experimental results confirm the effectiveness of the presented methodology applied to the online identification of a nonlinear thermal system. Keywords Hammerstein Models, Recursive Systems Identification, Modelling Fuzzy, Systems Representation in the States Space, Marov Parameters. Resumo Neste trabalho é apresentada uma metodologia para identificação recursiva de sistemas não lineares no espaço de estados por modelos de Hammerstein fuzzy. A característica estática não linear do sistema é aproximada por um modelo fuzzy Taagi-Sugeno e a dinâmica linear por um modelo no espaço de estados. A estimação recursiva do modelo no espaço de estados é realizada com base nos parâmetros de Marov do sistema aplicados ao algoritmo de realização mínima de sistema (ERA). Os resultados experimentais comprovam a eficácia da metodologia proposta, aplicada à identificação online de um sistema térmico não linear. Palavras-chave Modelos de Hammerstein, Identificação Recursica de Sistemas, Modelagem Fuzzy, Respresentação de Sistemas no Espaço de Estados, Parâmetros de Marov. 1 Introdução O grande esforço realizado para melhorar e desenvolver novas técnicas de modelagem é consequente do aumento contínuo da complexidade dos sistemas modernos. A identificação online de sistemas dinâmicos vem tendo um desenvolvimento acentuado nos últimos tempos. Isto se deve principalmente ao grande avanço em áreas como automação de processos industriais, com o desenvolvimento de controle baseado em modelo (adaptativo e preditivo), simulações de processos, predições e análises de caraterísticas de sistemas (Abonyi et al., 2). Vários métodos para identificar sistemas e suas não linearidades são estudados atualmente. Os modelos construídos por blocos interconectados consistem em blocos lineares dinâmicos conectados a blocos estáticos não lineares. Modelos de Hammerstein são um caso onde modela-se um bloco estático não linear em cascata com um bloco dinâmico linear (Hammar et al., 215). Neste artigo a identificação do modelo de Hammerstein é realizada de forma recursiva a partir de conjunto de dados dinâmicos e, portanto, não depende da aplicação de sinais especiais para estimação da não linearidade estática como em outras metodologias propostas na literatura. Outra característica vantajosa dessa metodologia diante de outras já citadas é a aplicação de um sistema fuzzy Taagi-Sugeno para modelar o bloco não linear estático. Neste trabalho, o sistema fuzzy Taagi-Sugeno funciona como um aproximador universal de funções através da interpolação fuzzy, não sendo necessário, assim, conhecer a forma da não linearidade previamente, como no caso da aproximação por polinômios. 2 Formulação do Modelo de Hammerstein Fuzzy Recursivo no Espaço de Estados Modelos de Hammerstein consistem na conexão série de dois blocos, como apresentado na Fig 1. O bloco referente à função f(.) descreve a não linearidade estática e precede o bloco que descreve a dinâmica linear do sistema representada pelas matrizes de estado A H, B H, C H e D H (Hammar et al., 215). 2.1 Modelo Estático não Linear Fuzzy Batelada A função f(.) pode ser formulada como v = f(u ). Neste trabalho, a função estática não linear, f(.), é aproximada por um sistema de inferência fuzzy Taagi-Sugeno, que é caracterizado por uma base de regras fuzzy SE-ENTÃO, cuja ISSN 2175 895 294

Porto Alegre RS, 1 o 4 de Outubro de 217 O procedimento de Agrupamento Subtrativo compreende os seguintes passos (Angelov and Filev, 24): 1. A amostra com maior potencial é escolhida como centro do primeiro cluster Figura 1: Modelo de Hammerstein no espaço de estados. estrutura é dada por: R i : SE u é A i ENTÃO v i = f i (u ) (1) para i = [1, R], onde R é o número de regras, a entrada u é a variável do antecedente no - ésimo instante de tempo, A i é o i-ésimo conjunto fuzzy do antecedente e v i é a variável do consequente, com f i correspondendo ao modelo linear local. Sendo µ i (u ) [, 1] o grau de ativação da i-ésima regra, para i = [1, R], o grau de ativação normalizado é dado por: λ i (u ) = µi (u ) R µ j (u ) A saída do modelo fuzzy TS é dada por: com R λ i = 1. i=1 v = (2) R λ i (u )f i (u ) (3) i=1 Neste artigo, esta etapa da identificação é realizada através do algoritmo de Agrupamento Subtrativo (Angelov and Filev, 24). Para tanto, usa-se todos os pontos de dados, z = [u T ; y] T, como protótipos de centros de clusters candidatos, z i = [u y ]. A capacidade de um ponto ser definido como um centro de cluster é avaliada pela medida do seu potencial, dado por: P = 1 N N e α z z j 2 = [1, N] (4) A estimação dos parâmetros do consequente e por conseguinte o sinal intermediário v se dá pela equação (3), sendo a função f i (u ) dada por: f i (u ) = ȳi ū i u (5) Considerando-se, ρ i = ȳi ū i, onde ρ i é o ganho estático do sistema na i-ésima região de operação, a saída do sistema fuzzy Taagi-Sugeno, dada por: v = R λ i (u )ρ i u (6) i=1 P 1 = N max =1 P (7) onde P 1 é o potencial do primeiro centro. 2. O potencial de todas as demais amostras é reduzido como segue, depois de R clusters serem encontrados P = P P i e β z z i 2 (8) onde P i é o potencial do i-ésimo centro, i = [1, R]; = [1, N R]; β = (4/r 2 b ); sendo r b uma constante positiva dada por r b = 1, 5r a. 3. São definidas duas condições para criação de novos clusters em função do potencial máximo, P 1 : limite inferior, ɛp 1, e limite superior, ɛp 1. Um ponto é eleito como um novo centro de cluster se o potencial desse ponto for maior que o limite superior. Com ɛ =, 15 e ɛ =, 5. 4. Se o potencial da amostra candidata a centro de cluster, z, estiver entre os limites inferior e superior, um novo centro é criado caso a condição seguinte seja satisfeita δ min r a + P i 1 (9) P 1 onde δ min é a menor distância entre a amostra candidata a centro, z, na -ésima interação, e todos os centros já fixados. 2.2 Modelo Dinâmico Linear Recursivo no Espaço de Estados A estimação recursiva das matrizes de estado do sistema linear, A H, B H, C H e D H, se dá através do aloritmo de realização de autosistema, ERA ( do inglês - Eigensystem Realization Algorithm) (Juang and Phan, 21). 2.2.1 Estimação Recursiva dos Parâmetros de Marov do Sistema O bloco linear da Fig 1 pode ser expresso por meio da seguinte equação: x +1 = A H x + B H v y = C H x + D H v (1) onde A H R n n, B H R n 1, C H R 1 n e D H R 1 1 são os parâmetros do modelo linear, x R n 1 é o vetor de estados do sistema, y é 295

Porto Alegre RS, 1 o 4 de Outubro de 217 a saída do sistema e v é a entrada, que corresponde à saída do modelo estático não linear fuzzy, no instante de tempo. Para se obter as matrizes de estado são necessários os parâmetros de Marov do sistema (Wu et al., 215). Inserindo-se um observador de estados em (1) e realizando as operação necessárias (Wu et al., 215), obtém-se: x +1 = ĀHx + B H w y = C H x + D H w (11) onde ĀH [ = A] H +MC H, B H = [B H +MD H, M], v w = e M é a matriz de ganho do observador. y Resolvendo a equação (11) em função das matrizes com ĀH, BH, C H e D H, de v e w, para j =, 1,..., fazendo x =, obtém-se: y = C H (ĀH) j 1 BH w j + D H v (12) Se a relação entrada e saída no instante pode ser expressa por um número finito de parâmetros, p, suficientemente grande que implique (ĀH) p a expressão (12) pode ser reescrita como y = p C H (ĀH) j 1 BH w j + D H v (13) onde Ȳ j = C H(ĀH) j 1 BH é o j-ésimo parâmetro de Marov do observador e Ȳ = D H. Para que os p parâmetros de Marov do observador sejam estimados usando dados de entrada v, e saída y, onde v e y são vetores com dados obtidos até o instante, reescreve-se (13) na forma matricial: Z = ȲV (14) onde Z = [ ] y p+1 y p+2 y p+2 y p+2 y é[ o vetor de saída, Ȳ = DH C H BH CĀH B H C H Ā p 1 B ] H H é o vetor de parâmetros de Marov do observador v p+1 v p+2 v 1 w p w p+1 w 2 e V =...... é a matriz w 1 w 2 w p 1 de regressores para > p. Aplicando-se a técnica de mínimos quadrados em (14) como em (Wu et al., 215), tem-se: Ȳ = Z V T [V V T ] 1 (15) A estimação de Ȳ por (15) requer a inversão da matriz [V V T ] que possui tamanho elevado. Esta operação pode provocar instabilidade númerica no algoritmo além de apresensar elevado custo computacional. A fim de evitar tais problemas, o vetor de parâmetros de Marov do observador é estimado recursivamente como em (Wu et al., 215). O índice no vetor Ȳ indica que são considerados nesse cálculo apenas dados disponíveis até esse instante. Quando novos dados estiverem disponíveis no instante + 1, a equação (15) será atualizada para: Ȳ +1 = Z +1 V T +1 [V +1V T +1 ] 1 (16) onde Ȳ+1 = [Ȳ y +1 ] e V +1 = [V φ +1 ]. Definindo-se uma matriz Θ +1, como segue: Θ +1 = [V +1 V T +1 ] 1 (17) e expandindo-a em termo dos elementos de (16), tem-se: Θ +1 = [[V φ +1 ][V φ +1 ] T ] 1 (18) Desenvolvendo-se a expressão (18), obtém-se: Θ +1 = [Θ 1 + φ +1 φ T +1 ] 1 (19) A forma como (19) está disposta permite a aplicação do Lema da Matriz Inversa (Wu et al., 215) para simplificação do processo de inversão da matriz [Θ 1 + φ +1 φ T +1 ] 1, que, assim como em (17), trata-se de uma matriz de ordem elevada, onde Θ +1 passa a ser dado por (2): Θ +1 = Θ [ I ] φ +1φ T +1 Θ 1+φ T +1 Θ φ +1 Substituindo-se (2) em (16), tem-se: φ T +1 Θ (2) Ȳ +1 = Ȳ + [y +1 Ȳφ +1 ] 1+φ T +1 Θ φ +1 (21) onde Θ é uma matriz diagonal com valores na ordem entre 1 2 e 1 5. Considerando-se: G +1 = φ T +1 Θ λ+φ T +1 Θ φ +1 (22) ŷ +1 = Ȳφ +1 (23) onde G +1 é um vetor de ganho, λ é um fator de esquecimento adicionado ao algoritmo [Ljung, 1998] e ŷ +1 é a saída estimada no instante + 1, as equações (2) e (21) são reescritas, respectivamente, como: Ȳ +1 = Ȳ + [y +1 ŷ +1 ] G +1 (24) Θ +1 = λ 1 Θ [I φ +1 G +1 ] (25) 296

Porto Alegre RS, 1 o 4 de Outubro de 217 A resolução recursiva da sequência de equações (22), (24) e (25), fornece os parâmetros de Marov do observador a cada instante de tempo. Rearranjando o vetor Ȳ como na sequinte equação (Wu et al., 215): Ȳ = ] (1) [Ȳ Ȳ (2) = 1, 2, 3,... (26) onde os índices (1) e (2) indicam as partições de Ȳ como: Ȳ (1) = C H (A H + MC H ) 1 (B H + MD H ) (27) Ȳ (2) = C H (A H + MC H ) 1 M (28) os parâmetros de Marov do sistema podem ser estimados recursivamente usando as seguintes relações (Wu et al., 215): para = 1,..., p. e, Y = Ȳ (1) Y = p Y = Ȳ (29) Ȳ (2) j Y j (3) Ȳ (2) j Y j (31) para = p + 1,..., N, onde N é o número total de amostras 2.2.2 Estimação Recursiva das Matrizes de Estado do Bloco Linear A implementação do algoritmo ERA inicia-se com a construção das Matrizes de Hanel. Os parâmetros α e β são constantes inteiras positivas definidas por βr αm (Juang and Phan, 21). Y 1 Y 2 Y β Y 2 Y 3 Y β+1 H =......... Y α Y α+1 Y α+β 1 (32) A matriz H apresenta ran n, onde n é o número de estados ou ordem do sistema e é limitado por n αm. Y 2 Y 3 Y β+1 Y 3 Y 4 Y β+2 H 1 =...... Y α+1 Y α+2 Y α+β (33) O próximo passo para obtenção das matrizes de estado do sistema linear é a aplicação da Decomposição em Valores Singulas (SVD) na matriz H. onde e, H = RΣS T (34) Σ = [ ] Σn (35) Σ n = diag [ ] σ 1, σ 2,, σ i, σ i+1, σ n (36) é uma matriz diagonal composta pelos n valores singulares não nulos ou considerados mais significativos de H. Em seguida, são definidas as matrizes R n e S n, formadas pelas n primeiras colunas das matrizes R e S, respectivamente. É a partir das matrizes R n e S n que se obtém as matrizes de controlabilidade, M c, e observabilidade, M o, do sistema (Wu et al., 215). Supondo-se que se trata de um sistema controlável e observável, estas matrizes apresentam o mesmo ran, n, da matriz de Hanel, H, e garantem a realização mínima do sistema, como segue: M c = Σ 1/2 n S T n (37) M o = R T n Σ 1/2 n (38) H = M o M c (39) Por fim, calcula-se as matrizes de estado do sistema linear, como segue: A H = (Σ n ) 1 2 (R n ) T H 1 (Sn) (Σ n ) 1 2 (4) B H = primeira coluna de M c (41) C H = primeira linha de M o (42) D H = Y (43) 3 Resultados Experimentais Nesta seção são apresentados os resultados experimentais obtidos através da utilização da técnica de identificação apresentada neste artigo aplicada a uma planta térmica. O sistema térmico usado é composto por uma torradeira monofásica de 22 Volts em corrente alternada, com temperatura funcional no intervalo entre 25 o C e 265 o C, 297

Porto Alegre RS, 1 o 4 de Outubro de 217 um módulo CompactRIO 973, um módulo de entrada analógica NI 9219, um módulo de saída analógica NI 9263, um sensor de temperatura LM 35, um atuador CI TCA 785 e um supervisório implementado no software LabV IEW T M (Laboratory Virtual Instrument Engineering Worbench). Para se obter os dados de entrada e saída usados na identificação e validação foram realizados testes dinâmicos no sistema térmico. Os dados coletados foram amostrados a cada 1 segundo. Na Fig 2 são apresentados os dados de identificação. Tensão AC RMS (Volts) Temperatura C 15 1 5 1 2 3 4 5 6 2 15 1 5 (a) Sinal de entrada 1 2 3 4 5 6 (b) Sinal de saída Figura 2: Dados de identificação: dados experimentais de entrada (a), e saída (b). 3.1 Estimação Paramétrica da não Linearidade Estática A estimação dos parâmetros do antecedente do modelo fuzzy Taagi-Sugeno foi realizada em uma etapa batelada através do Agrupamento Subtrativo, atribuindo-se um raio, r a, de,2. Foram obtidos seis clusters do tipo z i = [ū i ȳ i ]. A partir dos valores de z i, determinou-se o ganho ρ i da planta em cada região de operação. Dentre as várias possibilidades de se representar a estrutura da não linearidade, os parâmetros do consequente foram mapeados através do seguinte conjunto de regras: R 1 : SE u é A 1 ENTÃO v 1 = 1, 252u R 2 : SE u é A 2 ENTÃO v 2 = 1, 773u R 3 : SE u é A 3 ENTÃO v 3 = 1, 1832u R 4 : SE u é A 4 ENTÃO v 4 = 1, 2876u R 5 : SE u é A 5 ENTÃO v 5 = 1, 1122u R 6 : SE u é A 6 ENTÃO v 6 = 1, 1162u (44) Também foram realizados testes estáticos no sistema real para o levantamento da sua curva estática real. Na Fig 3, tem-se a curva estática real do sistema bem como a curva estática obtida através do modelo fuzzy Taagi-Sugeno de (44). Temperatura C 25 2 15 1 5 Real Estimada 2 4 6 8 1 12 14 16 Tensão AC RMS (Volts) Figura 3: Comparação entre a curva estática real e a curva estática estimada pelo modelo fuzzy Taagi-Sugeno. 3.2 Estimação Paramétrica Recursiva do Modelo Dinâmico Linear Para estimação recursiva dos parâmetros do modelo linear, através do ERA, considerou-se: p = 1, α = 1, β = 3 e λ =.98. Na Fig 4, tem-se os valores singulares da matriz de Hanel, H. Identifica-se que apenas dois valores singulares são significativos, ou seja, o conjunto de dados, v e y, utilizado para a identificação do modelo dinâmico linear juntamente com as condições de obtenção dos parâmetros de Marov e das matrizes do sistema, resultou em uma realização cujo modelo apresenta ordem 2. V alores Singulares.6.5.4.3.2.1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 Número de σ Figura 4: Valores singulares da matriz de Hanel H. Como forma de comprovar a estimação recursiva dos parâmetros do modelo dinâmico linear, bem como a convergência dos mesmos, nas Figs 5,6,7 e 8 tem-se as variações paramétricas das matrizes A H, B H, C H e D H, respectivamente. Na Fig 9 tem-se a validação do modelo de Hammerstein com conjunto de dados diferente da identificação. 4 Conclusões A identificação do bloco não linear através do sistema fuzzy Taagi-Sugeno se mostrou satisfatória por permitir a estimação do sinal intermediário, v. Além do mais, trata-se de uma estrutura não 298

Porto Alegre RS, 1 o 4 de Outubro de 217 1.5.2 1.5 -.5-1 Parâmetro 1 Parâmetro 2 Parâmetro 3 Parâmetro 4.1 -.1 -.2 -.3-1.5 5 1 15 -.4 5 1 15 Figura 5: Variação Paramétrica A H. Figura 8: Variação Paramétrica D H..8.6.4.2 -.2 -.4 Parâmetro 1 Parâmetro 2 -.6 5 1 15 Figura 6: Variação Paramétrica B H. fixa, ou seja, é capaz de modelar os diversos tipos de não linearidades que possam estar presentes na entrada de um sistema dinâmico não linear. Já a identificação do bloco linear, de forma online, através do ERA, apresentou bom desempenho na realização mínima do sistema. Assim, os resultados apresentados neste artigo por meio dos gráficos de validação e erro quadrático, demostraram que tanto a aproximação da etapa não linear quanto da linear foram consideradas satisfatórias na identificação da planta térmica. Agradecimentos Os autores agradecem à Capes, ao IFMA e à UFMA. Referências Abonyi, J., Babuša, R., Botto, M. A., Szeifert, F. and Nagy, L. (2). Identification and control of nonlinear systems using fuzzy hammerstein models, Industrial & engineering chemistry research 39(11): 432 4314. Temperatura C 16 14 12 1 8 6 4 Real Estimado 2 5 1 15 2 25 3 Figura 9: Comparação entre a saída da planta e a saída estimada pelo modelo de Hammerstein fuzzy. Angelov, P. P. and Filev, D. P. (24). An approach to online identification of taagi-sugeno fuzzy models, IEEE Transactions on Systems, Man, and Cybernetics, Part B (Cybernetics) 34(1): 484 498. Hammar, K., Djamah, T. and Bettayeb, M. (215). Fractional hammerstein system identification using polynomial non-linear state space model, Control, Engineering & Information Technology (CEIT), 215 3rd International Conference on, IEEE, pp. 1 6. Juang, J.-N. and Phan, M. Q. (21). Identification and control of mechanical systems, Cambridge University Press. Wu, C.-Y., Tsai, J.-H., Guo, S.-M., Shieh, L.-S., Canelon, J., Ebrahimzadeh, F. and Wang, L. (215). A novel on-line observer/alman filter identification method and its application to input-constrained active fault-tolerant tracer design for unnown stochastic systems, Journal of the Franlin Institute 352(3): 1119 1151. 1-1 -2-3 Parâmetro 1 Parâmetro 2-4 5 1 15 Figura 7: Variação Paramétrica C H. 299