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Transcrição:

c IB DIPLOMA PROGRAMME PROGRAMME DU DIPLÔME DU BI PROGRAMA DEL DIPLOMA DEL BI M02/94/H(1) PORTUGUESE A2 HIGHER LEVEL PAPER 1 PORTUGAIS A2 NIVEAU SUPÉRIEUR ÉPREUVE 1 PORTUGUÉS A2 NIVEL SUPERIOR PRUEBA 1 Tuesday 21 May 2002 (afternoon) Mardi 21 mai 2002 (après-midi) Martes 21 de mayo de 2002 (tarde) 2 hours / 2 heures / 2 horas INSTRUCTIONS TO CANDIDATES! Do not open this examination paper until instructed to do so.! Section A consists of two passages for comparative commentary.! Section B consists of two passages for comparative commentary.! Choose either Section A or Section B. Write one comparative commentary. INSTRUCTIONS DESTINÉES AUX CANDIDATS! Ne pas ouvrir cette épreuve avant d y être autorisé.! La section A comporte deux passages à commenter.! La section B comporte deux passages à commenter.! Choisissez soit la section A soit la section B. Écrire un commentaire comparatif. INSTRUCCIONES PARA LOS ALUMNOS! No abra esta prueba hasta que se lo autoricen.! En la Sección A hay dos fragmentos para comentar.! En la Sección B hay dos fragmentos para comentar.! Elija la Sección A o la Sección B. Escriba un comentario comparativo. 222-42 pages/páginas

2 M02/94/H(1) Escolha a Secção A ou a Secção B SECÇÃO A Analise e compare os dois textos seguintes. Aponte as semelhanças e diferenças entre os textos e o(s) seu(s) respectivo(s) tema(s). Inclua comentários à forma como os autores utilizam elementos tais como a estrutura, o tom, as imagens e outros artifícios estilísticos para comunicar os seus propósitos. Texto 1 (a) Vêm aí as Casas Inteligentes Elas atendem o telefone e tomam providências de emergência, como desligar o forno que o dono esqueceu ligado, ou acender a lareira para que ele tenha maior conforto nas noites frias. São as casas espertas, que começam a aparecer, pelo menos em projecto nos Estados Unidos, Europa e Japão. Administradas por mais de 00 minicomputadores, em alguns casos, possuem sensores e controlos ligados em todas as partes. Podem aumentar ou diminuir a potência das suas próprias lâmpadas ou, então, abrir e fechar as janelas e cortinas. Assim, regulam a iluminação, ou protegem a residência contra a chuva. Também ficam atentas à temperatura dos fornos, dos odores do banheiro, à circulação do ar e ao nível de ruído nas salas. Nem a pressão sanguínea e o ritmo cardíaco dos donos lhes passam despercebidos: basta tocar os dedos em medidores especiais, no banheiro para obter essas informações. E as novidades não são apenas electrónicas: algumas das novas casas são feitas com um plástico tão leve como uma almofada, mas tão sólido como o aço. O lar da nova geração não está ainda à venda, mas isso não deve demorar muito a acontecer. Então, deve inaugurar um estilo inteiramente novo de viver. in Superinteressante, Fevereiro de 1991, Brasil 222-42

3 M02/94/H(1) Texto 1 (b) A casa na duna 1 A casa está construída na duna e separada das outras casas do sítio. A casa é construída de pedra e cal e a sua frente está virada para o mar. No andar de cima da fachada há três janelas e uma varanda com grades de madeira. No andar de baixo há três janelas e uma porta. Essa porta, as janelas e as grades da varanda estão pintadas de verde. No chão, ao longo da parede, corre um passeio de pedra que separa a casa das areias da duna. Para além das dunas da praia, a casa estende-se a todo o comprimento da costa e só o limite do olhar a limita. As traseiras da casa dão para um jardim inculto e rude e áspero onde o vento que dobra os arbustos se precipita e dança em volta do poço redondo. A norte, a leste e a sul o jardim é limitado por três muros toscos feitos de calhaus de granito sem reboco. No muro do fundo, que dá para a rua deserta onde os plátanos sonham devagar a própria sombra, há uma cancela que continuamente bate e gira e geme no vento. No lado poente, onde os dias duram e luzem e se arrastam, o jardim avança pela duna e confunde-se com a praia, apesar dos pilares de granito que marcam os seus limites. Dali se avista para o sul, no extremo da distância, para lá da foz do pequeno rio onde a costa se encurva levemente, uma cidade que vem até à beira do mar. Sophia de Mello Breyner Andersen, Histórias da Terra e do Mar, 1967 (adap.), Portugal 222-42 Turn over/tournez la page/véase al dorso

4 M02/94/H(1) SECÇÃO B Analise e compare os seguintes textos. Aponte as semelhanças e diferenças entre os textos e o(s) seus(s) respectivo(s) tema(s). Inclua comentários à forma como os autores utilizam elementos tais como a estrutura, o tom, as imagens e outros artifícios estilísticos para comunicar os seus propósitos. Texto 2 (a) A Estrela Vi uma estrela tão alta, Vi uma estrela tão fria! Vi uma luz luzindo Na minha vida vazia. 1 Era uma estrela tão alta! Era uma estrela tão fria! Era uma estrela sozinha Luzindo no fim do dia. Por que da sua distância Para a minha companhia Não baixava aquela estrela? Por que tão alta luzia? E ouvi-a na sombra funda Responder que assim fazia Para dar uma esperança Mais triste ao fim do meu dia. Manuel Bandeira, Obras Poéticas, Brasil 222-42

M02/94/H(1) Texto 2 (b) A Estrela 1 20 2 Um dia, à meia-noite, ele viu-a. Era a estrela mais bonita do céu, muito viva, e a essa hora passava mesmo por cima da torre. Como é que a não tinham ainda roubado? Ele 1 próprio, Pedro, que era um miúdo, se a quisesse empalmar, era só deitar-lhe a mão. Na realidade, não sabia bem para quê. Era bonita, no céu preto, gostava de a ter. Talvez depois a pusesse no quarto, talvez a trouxesse ao peito. E daí, se calhar, talvez a viesse a dar à mãe para enfeitar o cabelo. De modo que, nessa noite, não aguentou. Meteu-se na cama como todos os dias, a mãe levou a luz, mas ele não dormiu. Foi difícil, porque o sono tinha muita força. E quando calculou que o pai e a mãe já dormiam, abriu a janela devagar e saltou para a rua. A janela era baixa. Mas mesmo que não fosse. Com sete anos já estava treinado a subir às oliveiras quando era tempo dos ninhos, para ver os ovos ou aqueles bichos pelados, bem feios, com o bico enorme muito aberto. A igreja ficava no cimo da aldeia e a aldeia ficava no cimo de um monte. De modo que era tudo a subir. Mas conseguiu. E agora estava ali. Olhou a estrela para ganhar coragem, ela brilhava, muito quieta, como se estivesse à sua espera. Subiu devagar, e empoleirou-se por fim nos ferros cruzados dos quatro ventos. Enroscando as pernas no varão, tinha agora os braços livres. E então ergueu a mão devagar. Os ferros balançavam mas ele nem olhava lá para baixo. Fez força ainda nas pernas, apoiou-se na mão esquerda, e com a outra, finalmente, despegou a estrela. Entalou-a nas calças e começou a descer. A chatice era se lhe caía e se partia lá em baixo. E assim que pôs pé em terra, largou para casa, mas não muito depressa. Apetecia-lhe mesmo parar de vez em quando e olhar a estrela com uma atenção especial. Lembrava um pirilampo, mas muito maior. Quando chegou a casa, trepou à janela, que deixara aberta, e meteu-se na cama. Esteve ainda algum tempo com a estrela na mão, mas não muito, porque já não podia mais, arrombado de sono. De modo que guardou a estrela numa caixa e adormeceu. Vergílio Ferreira, A Estrela, 1960 (adap.), Portugal 1 Empalmar - roubar 222-42