REQUERIMENTO DE INFORMAÇÃO N.º,DE 2011



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Transcrição:

REQUERIMENTO DE INFORMAÇÃO N.º,DE 2011 (Do Sr. Antonio Carlos Mendes Thame) Requer informações ao Senhor Ministro de Estado da Saúde a respeito das estimativas das despesas orçamentárias para o qüinqüênio de 2011 a 2015, referente à imunização de mulheres na faixa etária de 9 a 26 anos com a vacina contra o papilomavírus humano (HPV), na rede pública do Sistema Único de Saúde. Senhor Presidente, Requeiro a V.Exª, com base no art. 50 da Constituição Federal e na forma dos arts. 115 e 116 do Regimento Interno, que, ouvida a Mesa, sejam solicitadas informações ao Sr. Ministro Estado da Saúde a respeito das estimativas das despesas orçamentárias para o qüinqüênio de 2011 a 2015, referente à imunização de mulheres na faixa etária de 9 a 26 anos com a vacina contra o papilomavírus humano (HPV), na rede pública do Sistema Único de Saúde de todos os estados e municípios brasileiros, de acordo com o Projeto de Lei n.º 6.820/2010 (PLS 51/2007), de autoria da Senadora Ideli Salvatti (PT/SC) e Projeto de Lei n.º 449/2011, de autoria da Deputada Perpétua Almeida (PCdoB/AC). JUSTIFICATIVA A Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara dos Deputados deverá apreciar o Projeto de Lei n.º 6.820, de 2010, de autoria da Senadora Ideli Salvatti (PT/SC), que altera a Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975,

para garantir o oferecimento de vacinação antipapilomavírus humano (HPV) à população, quanto à sua compatibilidade ou adequação com o plano plurianual, a lei de diretrizes orçamentárias e o orçamento anual, nos termos do Regimento Interno da Câmara dos Deputados (RI, arts. 32, X, h e 53, II) e de Norma Interna da Comissão de Finanças e Tributação, que estabelece procedimentos para o exame de compatibilidade ou adequação orçamentária e financeira, aprovada pela CFT em 29 de maio de 1996. E, nos termos da letra h do inciso X do art. 32 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados - RICD, cabe a CFT o exame dos aspectos financeiros e orçamentários públicos de quaisquer proposições que importem aumento ou diminuição da receita ou da despesa pública, quanto à sua compatibilidade ou adequação com o plano plurianual, a lei de diretrizes orçamentárias e o orçamento anual. A redação final do Projeto de Lei do Senado n.º 51, de 2007, encaminhado para a apreciação da Câmara dos Deputados tramita com o seguinte texto: O CONGRESSO NACIONAL decreta: Art. 1º O art. 3º da Lei n 6.259, de 30 de outubro de 1975, passa a vigorar acrescido do seguinte 2º, renumerando-se o parágrafo único como 1º: Art. 3º...... 2º A vacina antipapilomavírus humano fará parte, obrigatoriamente, do calendário de vacinações do Programa Nacional de Imunizações. (NR) Art. 2º Esta Lei entra em vigor após decorridos 180 (cento e oitenta) dias de sua publicação oficial. E, na sua justificativa, a Senadora Ideli Salvatti apresentou a seguinte argumentação no seu Projeto de Lei do Senado n.º 51, de 2007: A infecção genital pelo papilomavírus humano (HPV) é a doença sexualmente transmissível (DST) mais comum entre todas as DST. No Brasil, são registrados aproximadamente 137 mil casos por ano, na sua forma clínica que representa apenas 1% das infecções, estimada em 10 milhões a cada ano. A grande relevância dessa infecção é o seu papel na indução do câncer de colo uterino, importante causa de morbimortalidade em nosso meio e das verrugas genitais (condilomas acuminados), cujo tratamento é desconfortável e dispendioso, devido à freqüente recidiva das lesões. Recentemente, com o desenvolvimento de novas técnicas moleculares de diagnóstico, descobriu-se que infecções pelo HPV são muito mais comuns do que se supunha. Muitas mulheres assintomáticas, até mesmo sem alterações no

exame colpocitológico (mais conhecido como exame preventivo ou Papanicolaou ), podem ser portadoras do vírus, que, nesses casos, somente é detectado por meio de exames mais sofisticados. Dessa forma, a prevalência do HPV em geral, considerando populações femininas de todo o mundo, varia de 30% a 50%. Na população brasileira, estima-se que pelo menos uma em cada três mulheres seja portadora do HPV. Na mulher, a maioria das infecções pelo vírus regride espontaneamente, sem qualquer tratamento. No entanto, um percentual significativo pode progredir para lesões pré-cancerosas e cancerosas, especialmente do colo uterino. Atualmente sabe-se que o HPV é o agente causador do câncer do colo uterino e da maioria dos casos de vulva, vagina, ânus e pênis. São registrados cerca de 20 mil casos de carcinoma de colo uterino por ano no Brasil, resultando em cinco mil mortes. A cada duas horas morre uma mulher brasileira devido ao câncer cervical. É importante salientar que o HPV também acomete os homens, causando diversas lesões genitais, inclusive cânceres, porém com freqüência bem inferior à das mulheres. Trata-se, portanto, de um grave problema de saúde pública, que é acentuado pelo fato de a população brasileira ter dificuldades de acesso aos serviços de saúde que poderiam prover tratamento precoce das lesões prémalignas, evitando-se o desfecho fatal da doença. Não obstante, o recente lançamento de vacinas contra os tipos mais perigosos do HPV (6 e 11, responsáveis por 90% dos casos de condiloma acuminado e os 16 e 18, responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo uterino) traz a esperança de livrar homens e mulheres dessa terrível doença. Os testes realizados até o momento são bastante promissores, ainda que a vacina não seja capaz de prevenir a doença em 100% das pessoas. A eficácia da vacina já foi reconhecida por autoridades nacionais e estrangeiras, sendo que ela já é recomendada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos e vários órgãos regulatórios na União Européia. O objetivo da proposição legislativa ora apresentada é garantir a distribuição gratuita da vacina quadrivalente anti-hpv, pelo Sistema Único de Saúde, a todos os brasileiros e brasileiras que dela necessitarem, e contribuir decisivamente para a redução expressiva da incidência de verrugas genitais e câncer de colo uterino no País. Visando consubstanciar este requerimento de informação, incluo alguns trechos do relatório da MSD, quanto ao impacto da Vacina Recombinante Quadrivalente contra o HPV (Tipos 6, 11, 16 e 18) na Política Nacional de Saúde:

Portanto, por se tratar de um assunto da mais alta relevância para a população feminina do nosso País, apresento este Requerimento de Informação ao Ministro da Saúde, com o intuito de obter informações oficiais sobre as estimativas orçamentárias dos custos envolvidos, quanto à inclusão da vacina antipapilomavírus humano (HPV), no calendário de vacinações do Programa Nacional de Imunizações. Sala das Sessões, em 02 de março de 2011.

Deputado Antonio Carlos Mendes Thame PSDB/SP