Conselho de Fiscalização da Base de Dados de Perfis de ADN. Plano de Prevenção de Riscos de Corrupção e Infrações Conexas. Coimbra

Documentos relacionados
CONSELHO DE MINISTROS PROPOSTA DE LEI Nº /IX /2017 DE DE

PROTOCOLO DE COOPERAÇÃO ENTRE A DIREÇÃO-GERAL DA SAÚDE

Revisor Data da Revisão Controlo de Versão. Natalia Costa, Carlos Costa 13/02/

Diploma. Capítulo I. Disposições gerais. Artigo 1.º. Objeto

RELATÓRIO DE EXECUÇÃO 2015 PLANO DE GESTÃO DE RISCOS DE CORRUPÇÃO E INFRAÇÕES CONEXAS

Monitorização do Plano de Gestão de Riscos de Corrupção e Infrações Conexas, CHLN, E.P.E.

PROJECTO DE LEI N.º 102/X. Primeira revisão da Lei nº 6/94, de 7 de Abril Segredo de Estado

Controlo Externo e Controlo Interno

PERFIL PROFISSIONAL TÉCNICO/A DE APOIO À GESTÃO DESPORTIVA

Carta de Missão do Dirigente Superior de 2.º Grau

Aprova o regulamento orgânico da Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos

Regulamento da Comissão de Ética para a Saúde do Hospital de Santa Maria

Regulamento da Comissão de Avaliação Interna da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Avaliação da execução do Plano de Prevenção dos. Riscos de Gestão, reportada a 31 de dezembro de 2015

CONSTITUIÇÂO DA REPÚBLICA PORTUGUESA. (texto integral) Tribunais SECÇÃO V CAPÍTULO I. Princípios gerais. Artigo 202. (Função jurisdicional)

Deliberação n.º 690/2013, de 7 de fevereiro (DR, 2.ª série, n.º 44, de 4 de março de 2013)

LABORATÓRIO DE CONSERVAÇÃO E RESTAURO (LabCR) DA FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DO PORTO

GAI17021 RELATÓRIO ANUAL DO PLANO DE GESTÃO DE RISCOS 2017 GABINETE DE AUDITORIA INTERNA, QUALIDADE E AMBIENTE

DIRETRIZES DO CCA-IST

Protecção de Dados na Informação de Saúde

RESUMO PARA OS CIDADÃOS

PROJETO DE REGULAMENTO ESTATUTO DO PROVEDOR DO CIDADÃO

Regulamento de Apoio a Iniciativas Regulares ou Pontuais, de Natureza Educativa, Desportiva, Recreativa, Cultural, Social e Outras

A Assembleia Legislativa do Estado do Tocantins aprovou e eu, seu Presidente, promulgo a seguinte Resolução:

JORNAL OFICIAL. Sumário REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA. Terça-feira, 20 de outubro de Série. Número 161

Recrutamento de um dirigente para a. Autoridade da Mobilidade e dos Transportes Ref.ª DAAMI/AMT Regulamento do Concurso

Município de Torres Novas

Ministério da Comunicação Social;

COMITÊ DE RECURSOS HUMANOS REGIMENTO INTERNO

F R E G U E S I A DE T O R R Ã O REGULAMENTO DE INVENTÁRIO E CADASTRO DO PATRIMÓNIO

Ministério da Educação Decreto-Lei nº 344/93 De 1 de Outubro

Regulamento do Sistema Interno de Garantia da Qualidade da Universidade da Madeira

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE GÓIS

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS. Proposta de Lei n.º 45/XIII. Exposição de Motivos

CENTRO DE INVESTIGAÇÃO DO CHL MAPA DE REVISÕES REGULAMENTO. Destinatários. Data Palavras-Chave: REGULAMENTO; INVESTIGAÇÃO

PROJETO DE LEI N.º 280/XII/2.ª DESIGNAÇÃO E DESTITUIÇÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA RTP PELA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Unidade de Recursos Humanos

SEMINÁRIO CPC. A actividade do Conselho de Prevenção da Corrupção e a sua recomendação sobre os Planos de prevenção de Riscos

REGIMENTO DO CONSELHO DE ESCOLA DA FACULDADE DE MOTRICIDADE HUMANA

DIRETRIZES DO CCA-IST

REGIMENTO INTERNO DO COMITÊ DE REMUNERAÇÃO

Apresentação do Plano de Gestão de Riscos de Corrupção e Infracções Conexas da Inspecção-Geral de Finanças

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS RESOLUÇÃO DO CONSELHO DE MINISTROS

PLANO DE GESTÃO DE RISCOS DE CORRUPÇÃO E INFRAÇÕES CONEXAS

Plano de Gestão de Riscos de Corrupção e Infracções Conexas

REGULAMENTO DO CONSELHO FISCAL CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS, S.A. 17 de novembro de 2016

Projeto de Regulamento de Procedimentos Regulatórios - síntese das principais propostas. Consulta pública n.º 3/2016

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS. Proposta de Lei n.º 273/XII. Exposição de Motivos

RANSP. RÊNCIA Código de conduta da FPC

REGULAMENTO DE ORGANIZAÇÃO INTERNA DA CAAJ CAPÍTULO I. Disposições gerais. Artigo 1º. Objeto

ética ética ética ética ética ética ética ética ética ética ética ética EDUCATIVA ética CONSULTIVA ética CONCILIADORA RESPONSABILIZADORAética ética

Programa Operacional Regional do Algarve Critérios de Seleção das Candidaturas e Metodologia de Análise

Linhas Gerais para uma Proposta de Alteração Legislativa relativa a Projectos e Obras de Instalações Eléctricas de Serviço Particular

REGULAMENTO DO CONSELHO DE AUDITORIA DO BANCO CENTRAL DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE (BCSTP)

CÓDIGO DE ÉTICA E CONDUTA DO MUNICÍPIO DE SALVATERRA DE MAGOS

APOIO AO MOVIMENTO ASSOCIATIVO

REGULAMENTO DA SECÇAO REGIONAL DO NORTE (SRN) (Artigo 3 do Decreto-Lei nº. 487/99, de 16 de Novembro)

REGULAMENTO INTERNO DO CONSELHO FISCAL DA PORTUCEL

Sumário: Institui e regula o sistema de requalificação dos trabalhadores em funções públicas. Exposição de motivos

Recrutamento de um dirigente para a. Autoridade da Mobilidade e dos Transportes Ref.ª DDEIA 2 /AMT Regulamento do Concurso

PLANO DE PREVENÇÃO DE RISCOS DE CORRUPÇÃO E INFRACÇÕES CONEXAS

NOTA JUSTIFICATIVA. A Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, que aprovou a Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas,

ESTATUTO DIREITO DE OPOSIÇÃO - RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO ANUAL. Referente ao ano de 2014, nos termos da Lei n.º 24/98, de 26 de maio.

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA PORTUGUESA 7.ª revisão 2005 (excertos) Princípios fundamentais. ARTIGO 10.º (Sufrágio universal e partidos políticos)

JORNAL OFICIAL Segunda-feira, 29 de julho de 2013

Regulamento do Instituto de Psicologia Cognitiva, Desenvolvimento Humano e Social (IPCDHS)

Assunto: Relatório de Gestão de Riscos de Corrupção e Infrações Conexas

SERVIÇOS CENTRAIS DO INEM. INEM - Serviços Centrais - Mapa de Pessoal Lugares previstos

Plano de Atividades de 2015 do Centro de Relações Laborais

REGULAMENTO DA REDE CONCELHIA DE BIBLIOTECAS

A PORTWAY, HANDLING DE PORTUGAL, S.A. e a RECOMENDAÇÂO N.º 1/2009 DO CONSELHO PARA A PREVENÇÃO DA CORRUPÇÃO

COMISSÃO DE DIREITO SECURITÁRIO

ESTATUTOS SECÇÃO DE INTERNOS SOCIEDADE PORTUGUESA DE ANESTESIOLOGIA PORTUGUESE TRAINEE NETWORK (SI/SPA-PTN) Artigo 1º Definição e símbolo

LINHAS GERAIS. Lei de Vínculos, Carreiras e Remunerações (LVCR) Lei nº 12-A/2008, de 27 de Fevereiro

Caso prático 4. Direito Constitucional I. (resolvido) Charles é doutorado por Oxford, residindo em Portugal há 10 anos.

PROPOSTA DE METODOLOGIA E CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DO POR LISBOA 2020 TIPOLOGIA DE AÇÕES DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA

b. Na análise e definição das linhas de orientação das políticas de sustentabilidade e de responsabilidade social.

Sistema de Certificação de Fornecedores de Bens ao IST

CIMPOR Cimentos de Portugal, SGPS, S.A. Regulamento da Comissão de Auditoria

6170/17 aap/ip 1 DGC 2B

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS

Mapa de Pessoal dos Serviços Centrais do INEM Ano 2014

Conselho Geral e de Supervisão REGULAMENTO INTERNO COMISSÃO DE VENCIMENTOS

PROPOSTA DE REGULAMENTO DE FUNCIONAMENTO DO CONSELHO JURISDICIONAL

Exmo. Senhor (Nome e morada)

ACUMULAÇÃO DE FUNÇÕES

REGULAMENTOS ESPECÍFICOS

Diploma. Aprova a orgânica da Secretaria-Geral do Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia

REGULAMENTO INTERNO DA COMISSÃO DE CONTROLO DO GOVERNO SOCIETÁRIO PORTUCEL EMPRESA PRODUTORA DE PASTA E PAPEL, S.A. Artigo 1º (Atribuições)

Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 447/88, de 10 de Dezembro:

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS. Proposta de Lei n.º 40/XIII. Exposição de Motivos

REGULAMENTO DO MERCADO AGROBIO DE SETÚBAL PROJETO. Preâmbulo

Estatuto Universal do Juiz de 17NOV99. Preâmbulo

Transcrição:

Conselho de Fiscalização da Base de Dados de Perfis de ADN Plano de Prevenção de Riscos de Corrupção e Infrações Conexas Coimbra Setembro de 2015 0

Sumário 1. O CFBDP ADN 1.1. Atribuições e competências 1.2. Composição 1.3. Funcionamento 1.4. Recursos humanos 1.5. Aprovisionamento e património 2. Identificação e Avaliação do Risco Geral 3. Identificação e Avaliação do Risco por Área 3. 1. Aprovisionamento e património 3.2. Sistema de informação, documentação e arquivo 4. Monitorização e Avaliação do Plano 1

Este documento pretende dar resposta à Recomendação aprovada pelo Conselho de Prevenção da Corrupção de 1 de Julho de 2009 sobre Planos de gestão de riscos de corrupção e infrações conexas (cf. DR, 2ª série, n.º 140 de 22 de julho de 2009), segundo o qual os órgãos máximos das entidades gestoras de dinheiros, valores ou patrimónios públicos, seja qual for a sua natureza, devem elaborar planos de gestão de riscos e infrações conexas. Segundo a Recomendação, estes documentos devem conter, nomeadamente, os seguintes elementos: a) Identificação, relativamente a cada área ou departamento, dos riscos de corrupção e infrações conexas; b) Com base na identificação dos riscos, identificação das medidas adotadas que previnam a sua ocorrência (por exemplo, mecanismos de controlo interno, segregação de funções, definição prévia de critérios gerais e abstratos, designadamente na concessão de benefícios públicos e no recurso a especialistas externos, nomeação de júris diferenciados para cada concurso, programação de ações de formação adequada, etc.); c) Definição e identificação dos vários responsáveis envolvidos na gestão do plano, sob a direção do órgão dirigente máximo do organismo; d) Elaboração anual de um relatório sobre a execução do plano. 2

O Plano de Prevenção de Riscos de Corrupção e Infrações Conexas, do Conselho de Fiscalização da Base de Dados de Perfis de ADN (CFBDP ADN) está condicionado pelo facto de o funcionamento e suporte administrativo desta entidade, ser, em grande medida, garantido pelos serviços competentes da Assembleia da República (AR), eles próprios abrangidos por planos congéneres. Respeitando as linhas gerais de orientação da Recomendação 1/2009, este plano tem os seguintes items: 1. O CFBDP ADN breve caraterização, enquadramento legal, objetivos, atribuições e competências bem como a descrição sumária do modo de funcionamento; 2. Identificação e avaliação do risco geral identificação das situações geradoras de risco decorrentes do cumprimento dos objetivos do CFBDP ADN e do exercício das competências atribuídas; 3. Identificação e avaliação do risco por área - identificação das áreas sensíveis, decorrentes das atividades de suporte ao funcionamento do CFBDP ADN, que possam gerar risco de corrupção ou quebra de deveres éticos e legais; 4. Monitorização e avaliação do Plano descrição de mecanismos de atualização e avaliação do plano. 3

1. O CFBDP ADN 1.1. Atribuições e Competências A Lei n.º 5/2008, de 12 de fevereiro (vide DR, 1ª série, n.º 30 de 12 de fevereiro de 2008 - Lei da B. Dados) aprovou a criação em Portugal de uma base de dados de perfis de ADN para fins de investigação criminal e identificação civil. A base de dados iniciou o seu funcionamento em 2010, está sedeada no Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, I.P. (INMLCF, I.P.), em Coimbra e conta atualmente com perto de 6 000 perfis de ADN. A Lei da B. Dados regula o tratamento e conservação de amostras de células humanas, a respetiva análise e obtenção de perfis de ADN, a metodologia de comparação de perfis extraídos das amostras, bem como o tratamento e conservação da respetiva informação em ficheiro informático (vide art. 1 da Lei da B. Dados). Essa mesma Lei no seu art. 29 cria o CFBDP ADN, para controlo da Base de Dados de Perfis de ADN. Posteriormente, a Lei n.º 40/2013 de 25 de junho de 2013, que aprova a lei de organização e funcionamento do conselho de fiscalização da base de dados de perfis de ADN, DR, 1ª série, n.º 120 de 25 de junho de 2013 (Lei do C. Fiscalização), vem definir as competências e atribuições do CFBDP ADN e regular o seu funcionamento. 4

O CFBDP ADN é uma entidade administrativa independente com poderes de autoridade, que responde apenas perante a Assembleia da República (AR) a que compete o controlo da base de dados de perfis de ADN, sem prejuízo dos poderes constitucionais de fiscalização da AR (vide art. 2 da Lei C. Fiscalização). A missão do Conselho consiste, portanto, em garantir que a utilização de ADN para fins forenses se processa dentro do quadro legal e no respeito pelos direitos fundamentais dos cidadãos, sendo que as suas competências específicas constam do art. 2 e seguintes da Lei C. Fiscalização e do art. 30 da Lei da B. Dados. Em termos gerais, as competências do CFBDP ADN têm a ver com o controlo e fiscalização do acesso à informação constante da base de dados garantindo que este se faz nos estritos limites da lei e no respeito pelos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos. Deve o CFBDP ADN garantir a conformidade legal dos procedimentos nomeadamente quanto à conservação e eliminação de perfis de ADN e correspondentes dados pessoais, bem como de amostras biológicas, e ainda relativamente à utilização de informações relativas a dados genéticos. 5

1.2. Composição A L. C. Fiscalização veio regular a organização e funcionamento do Conselho bem como o estatuto pessoal dos seus membros, como garantia de independência do exercício das suas funções (vide arts. 5 e seguintes). Assim, os membros do Conselho são inamovíveis (art. 7, L. C. Fiscalização), gozam do privilégio de imunidade (art. 8) e auferem remuneração fixa a determinar pelo Governo (art. 10). O CFBDP ADN é composto por três cidadãos de reconhecida idoneidade e no pleno gozo dos seus direitos civis e políticos, designados pela AR (art. 5, n.º 1 da L. C. Fiscalização). Os membros do Conselho são eleitos para um mandato de quatro anos (art. 5, n.º 4 da L. C. Fiscalização). A Resolução da Assembleia da República n.º 81/2013 de 07 de junho de 2013 (cf. DR, 1.ª série, n.º 144 de 17 de junho de 2013) designou os atuais membros do Conselho de Fiscalização: - António João Casebre Latas, presidente - Ricardo Augustus Guerreiro Baptista Leite - Maria Helena Terra de Oliveira Brandão de Sousa 6

1.3. Funcionamento Tal como definido na L. C. Fiscalização (art. 3, n.º 1) o CFBDP ADN funciona junto da sede da base de dados de perfis de ADN em Coimbra, em instalações cedidas pelo INMLCF,I.P. Até janeiro de 2014 o INMLCF, I.P. facultou os meios humanos, administrativos, técnicos e logísticos necessários ao funcionamento do CFBDP ADN, mediante transferência de verbas da AR, como determinava a L. B. Dados. Com o início de vigência da L. C. Fiscalização (art. 3, n.ºs 1 e 2) o orçamento do Conselho passou a ser diretamente suportado pela AR, que deve inscrever no seu orçamento a dotação financeira necessária a garantir a independência do funcionamento do CFBDP ADN. Nos termos legais a AR deve, ainda, assegurar ao CFBDP ADN o apoio logístico necessário. Assim, a partir do exercício orçamental de 2014, a AR passou a garantir diretamente os meios para o cumprimento das atribuições do Conselho, bem como apoio logístico, assumindo, por exemplo toda a tramitação e processamento das despesas com pessoal e aquisição de material, bens de consumo e património, sem prejuízo de o INMLCF, I.P. continuar a assegurar apoio de outro tipo (administrativo e de informática) sempre que solicitado. 7

1.4. Recursos Humanos A partir de fevereiro de 2014, e tal como previsto no art. 22 da L. C. Fiscalização, o CFBDP ADN passou a ter uma Secretária que assegura as tarefas de suporte ao funcionamento regular do Conselho sejam elas de natureza administrativa, burocrática ou de gestão e manutenção da página de internet. O secretariado, naturalmente e tal como a própria lei indica, funciona de acordo com as orientações presidente do CFBDP ADN, nos termos da lei (art. 22, n.º 3 da L. C. Fiscalização) cabe-lhe secretariar as reuniões do Conselho, tratar do expediente, dar execução às deliberações, assegurar a boa organização e o funcionamento dos serviços de apoio, assessorar o CF na elaboração do orçamento e relatório anual. O secretário do CFBDP ADN é um trabalhador com relação jurídica de emprego público (art. 22, n.º 2 da L.C. Fiscalização) e portanto sujeito aos princípios e valores do serviço público (vide Carta Ética da Administração Pública) e direitos e deveres gerais dos funcionários públicos conforme o Estatuto Disciplinar dos Trabalhadores que Exercem Funções Públicas (vide Lei n.º 35/2014, de 20 de junho) e Código de Procedimento Administrativo, como sejam o dever de prossecução do interesse público, isenção, imparcialidade, zelo e sigilo profissional, aliás a L. C. Fiscalização faz questão de sublinhar o dever de sigilo (vide art. 25). 8

2. Identificação e avaliação do Risco Geral Do ponto de vista do mero exercício das suas atividades e competências de controlo do funcionamento da base de dados, os riscos de quebra dos deveres éticos e deontológicos por parte dos membros do CFBDP ADN e da secretária são baixos, para não dizer praticamente inexistentes. A atribuição deste perfil de risco justifica-se i) pelo estatuto particular que a Lei atribui ao CFBDP AFN e aos seus membros, ii) pelo modo de funcionamento da Base de Dados e, iii) pelo contacto restrito que os membros do CFBDP ADN têm com a Base Dados. Os cuidados do legislador ao atribuir um estatuto próprio e especial ao CFBDP ADN vêm reforçar as cautelas e garantias quanto ao exercício dos poderes e competências. Assim a Lei consagra um conjunto de atributos destinados a garantir a imparcialidade dos membros do CFBDP ADN e, ao mesmo tempo, institui os deveres reflexos de independência, isenção, sentido de missão, zelo e sigilo (vide art. 9 da L. C. Fiscalização). O estatuto dos membros do CFBDP ADN garante-lhes poderes de autoridade e independência (vide art. 2, n.º 1 da L. C. Fiscalização), bem como um regime de incapacidades e incompatibilidades (vide art. 6 da L. C. Fiscalização), inamovibilidade (art. 7 L. C. Fiscalização), imunidade quanto ao exercício das funções (art. 8 da L. C. Fiscalização), estatuto remuneratório e garantias relativas ao não prejuízo da respetiva carreira profissional. 9

Estas prerrogativas dirigem-se a criar um ambiente adverso à existência de compromissos ou cedências face a tentativas de pressão ou condicionamento das decisões e reforçam a exigência de um exercício rigoroso, exigente e imparcial das funções. Por outro lado, quer a recolha e tratamento das amostras biológicas quer a própria base de dados respeitam rigorosos protocolos de atuação e de segurança que garantem a qualidade técnica dos resultados e a confidencialidade. A este título é significativo o facto de o acesso às instalações onde está sedeada a BD ser limitado por barreiras arquitetónicas: a sala só tem uma entrada (devidamente protegida e controlada) e não tem janelas. Há, ainda, um conjunto de dispositivos, regras e procedimentos, (consagrados quer na L. B. Dados quer no Regulamento de funcionamento da base de dados de perfis de ADN, INMC, I.P. Deliberação n.º 3191/2008, DR, 2ª série, n.º 234 de 3 de dezembro de 2008) que asseguram um sistema de segurança quanto à cadeia de custódia das amostras e que garantem que a conservação e comunicação da interna da informação respeita a exigência legal de que o armazenamento dos perfis de ADN e dos dados pessoais seja feito em ficheiros separados lógica e fisicamente, manipulados por utilizadores distintos, mediante acessos restritos, codificados e identificativos dos utilizadores. 10

Em terceiro lugar, acresce que o CFBDP ADN não lida diretamente com a base de dados nem tem acesso a dados pessoais. O Conselho não se ocupa diretamente do manuseamento de dados nem tem qualquer interferência na investigação criminal. A própria natureza e o conteúdo das funções limita a possibilidade de existência de situações como por ex. conflito de interesses, conflitualidade entre interesses públicos e privados, quebra de sigilo, favorecimento ou prejuízo de alguém. Estes argumentos são válidos, mutatis mutandis, para as funções da secretária do Conselho. 11

3. Identificação e avaliação do risco especial 3.1. Aprovisionamento e património Por razões compreensíveis, já que se trata de um serviço com uma estrutura mínima, o orçamento do CFBDP ADN é bastante reduzido, por exemplo, para o ano de 2015 estão previstas despesas de 114. 867, 00 das quais apenas cerca de 16. 500 (14%) respeitam a bens de consumo. As rubricas têm dotações que não vão além dos 3.600, valor máximo. A aquisição de bens de consumo, material de escritório e outros consumíveis bem como de bens duradouros é feita através dos serviços competentes da AR que realizam todo o processo administrativo, ainda que, naturalmente, sempre que necessário e adequado, com a colaboração da secretária do Conselho. Por norma a intervenção dos membros do CFBDP ADN (quando é caso disso) ou da secretária no processo de aquisições limita-se a constar a necessidade e transmitir o pedido aos serviços competentes da AR, o processo de escolha é feito, normalmente, pelos serviços da AR, com a colaboração da secretária do CFBDP ADN, se necessário. 12

Ocasionalmente, e para situações urgentes e ou devidamente autorizadas pelos serviços de aprovisionamento da AR, a secretária do Conselho faz a aquisição por compra direta (fotocópias, encadernações, despesas de correio, águas, etc.), trata-se valores financeiros irrisórios, que são, posteriormente, reembolsados. Considera-se que o risco de corrupção ou ilícitos conexos por parte do CFBDP ADN é baixo, já que a intervenção no processo é mínima, não há indicação dos fornecedores nem intervenção na transação financeira. Mais forte será a possibilidade de desvio de bens pelo que se procederá anualmente à realização de balanço e conferência dos bens sujeitos a inventário. 13

3.2. Sistema de informação, documentação e arquivo O CFBDP ADN dispõe de uma página de internet para divulgação da atividade e publicitação de pareceres e relatórios cuja gestão é feita pela secretária do Conselho. O Conselho dispõe, ainda, naturalmente, de um arquivo com o expediente e registos relacionados com a sua atividade. Existe um protocolo de entrada e saída de documentos. Em abstrato poderiam configurar-se por exemplo os riscos de quebra de sigilo, divulgação de informação ou cedência a terceiros, mas considerando o conteúdo material dos processos de que o Conselho se ocupa considera-se que o risco de corrupção ou ilícitos conexos é baixo. 14

4. Monitorização e avaliação do plano A natureza das atividades do CFBDP ADN e o e o modo como está organizado o seu funcionamento limitam, mas não eliminam, o grau de risco de corrupção e infrações conexas. Assim, e porque a possibilidade e o risco de corrupção não devem ser iludidos este plano será revisto e atualizado periodicamente, pelo menos uma vez por ano. O plano será, ainda, revisto e atualizado sempre que alteração das competências e atribuições do Conselho ou as funções realizadas por parte da secretária o justifique. 15