Bambu. Textos compilados



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Bambu Textos compilados

TÓPICOS 1. O QUE É BAMBU? 2. PRIMÓRDIOS DA UTILIZAÇÃO DO BAMBU 3. TAXONOMIA Bambusa Vulgaris Phyllostachys Áurea Dendrocalamus Asper Guadua Angustifolia 4. MORFOLOGIA As Folhas Propagação Constituição Física Os Rizomas Colmos Galhos Folhas Floração Estação Fertilizantes Solo Sol 5. TRATAMENTO Corte Ferramentas Equipamentos de Segurança Secagem O Tratamento Em Si 6. PLANTIO Separação de Rizomas Separação de Colmos Separação de Galhos Clonagem Colheita e Poda Controle de Bambu Invasivo 7. PLANTIO DE BAMBUS NA ECONOMIA MUNDIAL E BRASILEIRA 8. CENTROS DE PESQUISA QUE VÊM SE DEDICANDO AO BAMBU 9. CURIOSIDADES Você Sabia Que Lista de Provérbios 10. BIBLIOGRAFIA

1. O QUE É BAMBU? O bambu é uma gramínea de crescimento rápido originária do final do período Cretáceo, um pouco antes do início da era Terciária, quando surgiu o homem. Material ecológico, leve, resistente, versátil e com excelentes características físicas, químicas e mecânicas. Utilizado em reflorestamentos podendo inclusive substituir o ferro, a madeira ou mesmo plástico em muitas situações. Conhecido como a 'planta dos mil usos'. As folhas dão boa forragem. Os brotos são consumidos como alimento rico em proteínas e de sabor muito agradável, Serve de matéria prima para confecção de inúmeras peças e para fabricação de papel e celulose, álcool, amido, etc. Usado no campo principalmente como cercas vivas, coberturas para viveiros e quebra-ventos. O emprego do bambu em construção civil remota a muitas décadas, mas apesar disso, por falta de informação, ainda persiste grande preconceito sobre sua utilização neste setor. Dadas todas as suas potencialidades e principalmente por ter um crescimento muito rápido, acreditamos que o bambu poderá vir a ser "a madeira do futuro". Importante para matas ciliares, áreas de erosão e contensão de encostas. Designada como mata 1 (início de reflorestamento). Tem raízes superficiais, sementes de outras plantas que caem, nascem por baixo da raiz do bambu ocupando seu espaço e removendo posteriormente o bambu da área em questão. Resistiu e foi a primeira planta a se desenvolver após o ataque nuclear em Hiroshima e Nagasaki no Japão.

Conhecido como 'madeira dos pobres', na Índia, e 'irmão', no Vietnã, o bambu tem a China como seu maior produtor mundial, que possui área plantada da ordem de sete milhões de hectares e o utiliza em aplicações industriais como broto comestível, celulose e papel, material para engenharia, construção, química, móveis, produtos à base de bambu processado e laminado colado. Segundo o Instituto de Tecnologia Intuitiva e Bio-Arquitetura, empresa fundada por Joham Van Langen que trabalha a partir de metodologia artesanal, recursos podem ser extraídos do terreno em questão e de acordo com estes métodos, é possível construir uma casa de 80m 2 a um custo de 4 a 5 mil reais. 2. PRIMÓRDIOS DA UTILIZAÇÃO DO BAMBU. O primeiro filamento da lâmpada elétrica - Thomas Edison. O templo indiano Taj Mahal, cuja estrutura é toda montada com esse material e revestida com argamassa especial. Casas populares pontes de bambu são utilizadas por mais de 500 anos com sucesso na China. Os primeiros aeroplanos de Santos Dummont, que construiu 14 aeroplanos, entre eles o Demoiselle e 14 bis, com material extraído desta planta. - Atualmente, o bambu tem aplicação até no campo da tecnologia aeroespacial, sendo utilizado pela NASA como isolante em naves espaciais. - Entre suas múltiplas aplicações, está presente também na medicina natural como febrífugo, anti-hemorrágico, calmante; seu suco é recomendado para sanar problemas digestivos e como antidisentérico. É considerado ainda muito bom para problemas e doenças de pele. O bambu no Mundo -No mundo existem cerca de 1100 espécies de bambu, divididas em cerca de 90 gêneros. -Os tons de cor são variados: preto, vermelho, azul, violeta, tendo o verde e o amarelo como principais. -São encontrados em altitudes que variam de zero até 4800 metros principalmente na faixa do Equador.. -Resistem a várias temperaturas

Abaixo de zero (principalmente os leptomorfos ou 'runners' de colmos espaçados) Temperaturas tropicais (principalmente os paquimorfos ou 'clumpers' de colmos bem juntos). -Crescem como pequenas gramíneas ou chegam a extremos de 40 metros de altura. Mapa de localizações de principais mananciais de bambu no mundo. 3. TAXONOMIA Entre tantas variedades selecionamos algumas que deverão dar uma visão geral sobre bambus: Veremos aqui o Bambusa Vulgaris, o Philostachys Áurea bambu mirim, o Phyllostachys pubescens Moso, O Dendrocalamus Asper Gigante e finalmente o Guadua Angustifolia Bambusa Vulgaris O gênero Bambusa possui apenas bambus de rizomas paquimorfos (colmos bem juntos) É usado como polpa de papel além de fonte de bebida alcoólica. De colmos verdes em sua origem Japonesa desenvolveu uma variedade no Brasil, o Bambusa Vulgaris Vitata. (Bambu-Brasil, Imperial, Verde-Amarelo)

Phyllostachys Áurea: -Aqui chamado de "bambu-mirim", e lá fora de "Golden Bamboo", "Fishing pole Bamboo" entre outros. -Ele é um bambu de rizomas leptomorfos, (colmos separados) por isso mais adaptado ao clima temperado. -Vemos no Brasil muitos bambus que nos parecem ser desta espécie, e com mais de 5 centímetros de diâmetro. -É usado para varas de pescar, estruturas, móveis e trançados pela sua grande resistência. O gênero Phyllostachys é o mais variado, tendo grande número de espécies. Neste gênero temos o Moso: Phyllostachys pubescens, Phyllostachys Edulis ou ainda Phyllostachys heterocycla "Pubescens", muito usado na China para obtenção de brotos comestíveis. É o bambu usado nos laminados de bambu para piso e painéis (Plyboo). P. nigra P. nigra P. pubescens (Yakko) "Boryana" (Moso) Todas as 4 fotos Copyright Bambouseraie de Prafrance P. pubescens "Kikko" A espécie mostrada ao lado é caracterizada

como Phyllostachys áurea Especialistas discordam, afirmando que o P. áurea não cresce tão bem aqui nos trópicos. Dendrocalamus Asper O gênero Dendrocalamus é originário da Ásia também, e encontramos muitos espécimes da espécie Dendrocalamus asper no Rio de Janeiro - RJ - e em Campo Grande - MS. Esta espécie costuma ser chamada de "bambu-balde", pela sua grossura. Podem chegar a 25 centímetros de diâmetro e cerca de vinte e cinco metros de altura. Seus brotos são comestíveis. Quando jovens estes bambus apresentam penugem áspera marrom, quase dourada. O maior bambu de todos é o da espécie Dendrocalamus giganteus. Colmos altos Colmos grossos Colmo jovem Colmos de Dendrocalamus asper no Sítio do Professor, em Teresópolis - RJ. Fotos de Raphael Vasconcellos Guadua angustifolia Os bambus do gênero Guadua têm uma importância crucial na economia de Equador e Colômbia. É uma espécie conhecida dos nativos há pelo menos 5000 anos. Anteriormente incluídos no gênero Bambusa, este bambu nativo da América possui espécies com tremenda resistência, o Guadua angustifolia, sendo notadamente tido como um excelente material de construção. Sua característica mais chamativa são os nós brancos.

No Brasil existem vastas florestas naturais de Guadua na Amazônia. Encontramos Guaduas em grande parte do território brasileiro, do sul a norte. Guadua angustifolia Guadua angustifolia Guadua angustifolia 'less thorny' Fotos de Robert Saporito, do capítulo da Flórida e Caribe da ABS 4. MORFOLOGIA DO BAMBU As folhas: O bambu é uma planta que não perde as folhas no outono e desenvolve novas folhas na primavera. Suas folhas são substituídas imediatamente por novas folhas no começo da primavera. (segundo o livro "Bamboos", de Christine Recht e Max F. Wetterwald). Propagação: A forma de reprodução desta planta através de sementes é geralmente um evento muito demorado e o homem costuma usar métodos de propagação vegetativa. O bambu é uma planta muito resistente, podendo se recuperar de um ano ou uma estação ruim. Após a destruição de Hiroshima pelas armas atômicas os bambus resistiram, e foram as primeiras plantas a aparecer no árido cenário pósguerra.

Constituição física: Continuando a citar o livro de Recht e Wetterwald: a estrutura do bambu consiste no sistema subterrâneo de rizomas, os colmos e os galhos. Todas estas partes são formadas do mesmo princípio; uma série alternada de nós e entrenós. Com o crescimento do bambu, cada novo internó é envolvido por uma folha caulinar protetora, fixada ao nó anterior no anel caulinar. Os nós são massivos pedaços de tecido, compreendendo o anel nodular, o anel da bainha e geralmente uma gema dormente. Estas gemas são o local de emergência do novo crescimento segmentado (rizoma,colmo ou galho). Os Rizomas: Os rizomas são caules subterrâneos que crescem, reproduzem-se e afastam-se do bambu, permitindo a colonização de novo território. A cada ano novos colmos (brotos) crescem dos rizomas para formar as partes aéreas da planta. Rizomas de 3 anos ou mais não dão mais brotos. Esses rizomas estão geralmente tão compactados que o solo abaixo do bambu aparenta estar cheio deles. Eles formam um tufo similar às gramas ordinárias, e podem variar em profundidade, dependendo da espécie e condições de crescimento, contudo muitas vezes abaixo de um metro." Os rizomas reproduzem-se dos rizomas e permanecem conectados entre si. Nesta interconexão, todos os indivíduos de um mesmo grupo são descendentes (clones) do rizoma primordial, e são, até um certo ponto, interdependentes e solidários. Os brotos utilizam as reservas de um grupo para crescerem e brotarem. Os bambus do centro do grupo são os mais velhos, e os da orla os mais jovens. Uma forma generalizada de identificar o bambu maduro é observar a ocorrência de manchas e sujeiras, além de sua rigidez. Os bambus jovens serão mais brilhantes, podendo ainda estar envoltos pelas folhas caulinares, e mais flexíveis e húmidos internamente. Os bambus velhos estão podres ou secos. As pontas dos rizomas são o ponto de crescimento, e elas são envoltas por folhas caulinares muito apertadas, que morrem rapidamente para dar lugar ao entrenó crescido, e assim por diante.

As verdadeiras raízes do bambu crescem dos anéis dos rizomas, sendo mais finas que estes e captando água e nutrientes do solo ao redor. Segundo o americano Tydyn Rain St. Clair, citando McClure, os bambus podem ser divididos basicamente em seis tipos diferentes de rizomas, sendo os dois primeiros seguintes os principais: Rizomas - PAQUIMORFOS (clumper / cespiteux) São os rizomas com formas de bulbo, tendo os entrenós muito curtos e compactos. A ponta está geralmente orientada para cima, e dela sai o colmo do bambu, mais fino que o bulbo. As gemas encontradas nos nós do rizoma são de onde saem novos rizomas. A cada ano pode ser produzido um novo rizoma do original. O crescimento deste tipo de bambu é em touceiras ou 'tufos', onde não se consegue caminhar normalmente por dentro deles. Eles crescem lateral e radialmente, afastando-se muito pouco uns dos outros. Podem ter pescoços curtos, médios ou longos. São encontrados, em geral, nas espécies tropicais, como as do gênero Bambusa e Guadua, porém podem ser encontrados também em espécies temperadas.

Estrutura subterrânea do bambu de rizoma paquimorfo de pescoço curto Distribuição radial e genealógica Touceira / moita de bambus paquimorfos Na Ásia temos os exemplos vivos mais antigos da arquitetura com bambu, em templos japoneses, chineses e indianos.

O Taj Mahal teve sua abóbada estruturada por metal recentemente, quando substituíram a estrutura milenar de bambu. A construção de pontes de bambu na China é algo espetacular, com vãos enormes e tensionadas com cordas de bambu. Na África também se encontram muitas habitações populares construídas com bambu. Rizomas - LEPTOMORFOS (runner / traçant) São os rizomas alongados e finos, tendo os entrenós longos e espaçados. A ponta está geralmente orientada horizontalmente, e ela é muito dura e conquista espaço. As gemas encontradas nos nós do rizoma são de onde saem novos rizomas e colmos (brotos). Os colmos são mais grossos que o rizoma. Algumas vezes a ponta do rizoma pode seguir para cima e se tornar um colmo novo, mas é mais comum o aparecimento de colmos nos lados do rizoma, alternados entre esquerdo e direito. O crescimento deste tipo de bambu é em florestas, onde se consegue caminhar normalmente por dentro deles. Eles crescem lateral e radialmente, afastando-se linearmente uns dos outros. São bambus de hábitos invasivos. São encontrados, em geral, nas espécies de clima temperado, como as do gênero Phyllostachys.

Estrutura subterrânea do bambu de rizoma leptomorfo Distribuição radial e genealógica Bosque / floresta de bambus leptomorfos

Rizomas ANFIMORFOS Possuem rizomas paquimorfos e leptomorfos no mesmo sistema (esta versão é de McClure, diferente da versão de Keng). Ex: Chusquea fendleri LEPTOMORFOS com colmos agrupados possuem rizomas leptomorfos, porém alguns deles congestionam-se, formando grupos que superficialmente lembram os originários de rizomas paquimorfos. Contudo este bambu não é anfimorfo pois não possui verdadeiros rizomas paquimorfos, todos sendo ocos e da mesma grossura dos colmos. McClure chamou este fenômeno de eixo de metamorfose 1. Existem espécies com rizomas deste tipo nos gêneros Pleioblastus, Pseudosasa, Indocalamus e Sasa, entre outros. PAQUIMORFOS de pescoço longo com colmos agrupados possuem rizomas paquimorfos de pescoço longo, e são análogos ao sistema anterior. Superficialmente aparentam ser anfimorfos, porém não possuem rizomas leptomorfos. Este tipo de rizoma é característico do gênero Yushania. PAQUIMORFOS de pescoço muito longos com rizomas ao longo do pescoço possuem rizomas paquimorfos normais com pescoços muito longos, e destes originam-se novos rizomas paquimorfos em grupos. McClure chamou este fenômeno de eixo de metamorfose 2. Característico do gênero Vietnamosasa. Mr. Tydyn sugere que leiamos o trabalho de McClure, "Bamboos - a fresh perspective", para obter maiores explicações do autor.

Tipos rizoma de Paquimorfo 1 - pescoço curto 2 - pescoço médio 3 - pescoço longo 4 - Leptomorfo 5 - Anfimorfo 6 - Paquimorfo c/ colmos reptantes 7 - Leptomorfo c/ colmos reptantes 8 - Paquimorfo de pesc. longo com rizomas no pescoço ilustração baseada em desenho do livro de F.A.McClure "Bamboos - A fresh perspective" COLMOS Os colmos são a parte que mais facilmente distingue uma espécie de outra, por terem tamanhos, diâmetros, cores e texturas diferenciadas. São na maioria ocos, mas existem exceções. Os entrenós do gênero Chusquea, das Américas Central e do Sul, são sólidos, assim como a espécie Dendrocalamus Strictus. Algumas espécies possuem água no interior dos entrenós. Existe uma espécie cujos colmos tem forma naturalmente quadrangular, com cantos arredondados, o Chimonobambusa quadrangularis. Pode-se induzir uma forma ao colmo, construindo uma estrutura contenedora ao redor do

broto até uma altura de cerca de um metro e meio. O broto mole se adapta ao formato da caixa e seus colmos telescópicos também. A partir daí o bambu cresce com o formato induzido, triangular, quadrado, etc... Os colmos de bambu consistem em fibras que chegam a centímetros, feitas de lignina e silício. Segundo Mr. Stanford Lynx "a parede das células do bambu é um composto feito de um rígido polímero de celulose em uma matriz de lignina e as hemiceluloses." O silício agrega resistência mecânica ao bambu. A matriz de lignina dá flexibilidade. O broto que cresce de um rizoma é um colmo ainda "recolhido" e totalmente protegido pelas folhas caulinares. O colmo como broto lembra um telescópio recolhido, e, conforme cresce, suas partes internas se afastam umas das outras, como um telescópio aberto. Na sua fase inicial de crescimento observam-se as maiores velocidades de crescimento do reino vegetal, com algumas espécies gigantes crescendo até 40 cm em 24 horas. No final do primeiro ano o bambu já completou seu crescimento. As folhas caulinares protegem os entrenós até a parte essencial do crescimento ter se completado, então secam e caem. As folhas caulinares consistem principalmente na bainha e na lâmina (ou limbo), e também na lígula com suas franjas, e duas aurículas com suas cerdas. Estas especificidades ajudam na identificação de uma espécie. As folhas caulinares dos nós mais superiores possuem lâminas mais longas que as inferiores.

composição da folha caulinar: note que a lâmina, a lígula e a franja podem ser curtos ou longos, ajudando na identificação das espécies GALHOS Os galhos se desenvolvem a partir das gemas existentes nos nós dos colmos. No gênero Phyllostachys os galhos se desenvolvem ainda na fase de broto, provocando uma ranhura alternada no colmo, por crescerem forçando espaço. Nos gêneros Phyllostachys e Semiarundinaria os galhos se formam ainda nos brotos, e aparecem conforme o colmo se alonga, porém nos outros gêneros os galhos só aparecem após o colmo ter completado seu ciclo de alongamento. Os galhos podem começar a se desenvolver do topo para baixo, ou vice-versa, dependendo da espécie.

Quando há falta de luz, os galhos inferiores podem não se desenvolver propriamente. Existe um número habitual de galhos em uma dada espécie, o que contribui para facilitar a identificação. colmo e galhos

FOLHAS As folhas não crescem diretamente de uma gema dos galhos. Elas são, na verdade, lâminas de folhas caulinares que crescem em galhos. Estas lâminas tornam-se bem mais alongadas que nas folhas caulinares dos colmos, tomando a forma e a função, fotossintética, de uma folha. Nos galhos estas folhas-lâmina estão conectadas à bainha por uma projeção de sua veia principal, em forma de uma curta haste. Quando a folha seca, começando pela ponta, esta haste quebra, e a bainha permanece conectada por mais tempo ao galho. Uma folha de bambu sobrevive até cerca de dois anos. Por terem um padrão de veias que se espalham em ângulos retos e paralelos (em inglês "tesselation"), as folhas ganham resistência ao frio. FLORAÇÃO O bambu não possui um ciclo anual de floração. Na verdade, a floração do bambu ainda é um mistério para os botânicos. Podem ocorrer em longos períodos de 10, 50 ou até 100 anos. A identificação das espécies é feita através da coleta de flores, o plantio de sementes e a observação dos resultados. É por essa razão que a identificação exata das espécies de bambu é tão complicada. Uma geração inteira pode passar sem que um determinado bambu tenha florescido. A floração de um bambu é um evento não apenas misterioso, mas muitas vezes fatal para o próprio bambu. Este fato decorre do desvio de toda a atenção e esforço da planta para o florescimento, retirando as reservas contidas nos rizomas. A planta pára de produzir folhas, e pode vir a desgastar-se até a morte. Existem casos de um grupo inteiro perecer ao mesmo tempo. Sementes podem ser recolhidas, mas atualmente ainda não há um procedimento seguro para plantio de sementes de bambu. A diferenciação entre as espécies, as variedades cultivadas, não são garantidas através das sementes. A semente de uma espécie variegada (com estrias) não garante a continuação da variegação nos seus brotos. O bambu pode chegar a ter uma reprodução anemófila (causada pelo vento), e naturalmente reaparecer no mesmo local de sua morte.

Porém nem todo bambu que floresce morre. Ximena Londoño afirma que o gênero Guadua costuma ter sempre um indivíduo florescendo em um dado grupo. Existem relatos de floração contínua durante meses ou anos. Atitudes podem ser tomadas para interromper a floração de um grupo ou indivíduo, porém os relatos e os resultados ainda são inconclusivos. Alguns cortam os culmos florescentes, outros retiram o rizoma inteiro. A ocorrência simultânea de florações de uma mesma espécie em diferentes locais do mundo é um evento ainda estudado. A teoria mais aceita é que as plantas de um mesmo clone (reproduzidas através de pedaços de uma mesma planta) podem florescer simultaneamente em locais diferentes. Especialistas discutem hoje em dia o equilíbrio entre as influências genética e climática na causa do florescimento. Afirmam que um stress ambiental ou induzido artificialmente podem causar uma floração em bambu. florescência de Bambusa tuldoides Rio nov. 2000 semente de bambu - Pseudosasa japonica Chester Hill ESTAÇÕES O comportamento do bambu obedece as estações, como todas as plantas. Seu ciclo é lógico, e deve ser utilizado para o planejamento de plantações e colheitas, de acordo com a finalidade que se quer atingir. No verão e no outono os colmos adultos estão recolhendo energia do sol e armazenando nos rizomas. Quando chega o inverno a planta chega a um estado de baixo metabolismo, como uma "hibernação". Chegando a primavera o alimento armazenado é utilizado na produção dos novos brotos e rizomas. E no fim do verão pode-se recolher os novos brotos para alimentação. De uma forma geral podemos dizer que a energia (seiva) está armazenada nas raízes no inverno. E no verão está espalhada pelos colmos. O verão é a pior época para colher colmos, eles serão certamente menos resistentes ao ataque de fungos e bactérias. No inverno os colmos estão mais secos, portanto menos aptos a serem

atacados por pestes. No fim do verão os bambus procuram estender seus rizomas e começar a guardar seus nutrientes. FERTILIZANTES O bambu é uma planta faminta e sedenta. Ele costuma exaurir os solos de seus nutrientes preferidos. Consome basicamente muito nitrogênio na primavera e no verão, enquanto no outono consome mais Fósforo e Potássio. Podem-se utilizar fertilizantes que se adequem a esta dieta, tanto químicos quanto orgânicos. A grama é uma ótima fonte de nitrogênio e silício. Lascas de árvores também. O esterco, apesar de ser um ótimo nutriente, pode trazer ervas competitivas. Em uma plantação nova devese tomar cuidado com as ervas competitivas que roubarão os nutrientes do bambu. A época depois do aparecimento de brotos é uma boa época para se fertilizar, assim como no final do verão. Porém melhores resultados são obtidos fertilizando em pequenas quantidades continuamente durante o ano, excetuando o inverno. No inverno pode-se cobrir a terra em volta dos bambus com uma camada de composto orgânico para isolar os rizomas de um frio excessivo. As próprias folhas caídas do bambu servem como estabilizador da umidade e da temperatura no solo, assim como ajuda a reciclar o silício. Uma plantação nova de bambu deve receber bastante água, pois corre o risco de secar rapidamente e morrer. Porém deve ter-se também o cuidado de não regar demais, o que pode ser tão danoso quanto a seca. Plantar os bambus perto de uma fonte de água corrente é uma boa estratégia, já que o solo estará continuamente úmido. SOLO

O bambu pode crescer em solos de diferentes graus de arenosidade, acidez, umidade e temperatura. Porém ele se dá melhor em solos levemente ácidos e argilosos, com 5.5 a 6.5 de ph. SOL Dependendo da espécie o bambu precisa de mais ou menos sol. Porém, mesmo as espécies que mais gostam de sol podem receber uma proteção durante a parte mais quente do dia, para evitar ressecamento.

Propriedades físicas do bambu: Fibras Guadua foto microscópica de corte transversal / fibras de bambu Dr. Grosser / Munique - 1000 Things of Bamboo No entrenó No nó Resistência a 2.636Kg/cm2 tensão: 2.285 Kg/cm2 Máxima Mínima Elasticidade de 316.395 Kg/cm2 tensão: 140.000 Kg/cm2 Resistência a 863 Kg/cm2 compressão: 562 Kg/cm2 Elasticidade de 199.000 Kg/cm2 compressão: 151.869 Kg/cm2 Resistência a 2.760 Kg/cm2 flexão: 763 Kg/cm2 Elasticidade de 220.000 Kg/cm2 105.465 Kg/cm2

flexão: Esses dados revelam os valores médios obtidos em ensaios de várias espécies de bambu. A resistência das fibras varia de acordo com a sua posição na parede do bambu, sendo mais forte as fibras da capa externa que as da interna. Resistência das fibras: Parte externa Parte Interna Flexão: 2.531 Kg/cm2 949 Kg/cm2 Tensão: 3.200 Kg/cm2 1.550 Kg/cm2 http://www.arq.ufsc.br/~labcon/arq5661/trabalhos_2002-2/bambu/processo_construtivos.htm 5. TRATAMENTOS. Segundo botânicos e mateiros, o primeiro tratamento oferecido ao bambu é seu corte. O corte vem a ser nossa primeira e maior preocupação. Atenção à forma e hora da colheita. O Corte Como colher: O corte deve ser feito sem rachar o pé da vara a ser cortada logo acima do segundo nó, para que não ocorra acúmulo de água e com isso traga o apodrecimento à raiz e com isso a touceira inteira. Quando colher: No inverno o bambu guarda uma maior parte de suas reservas nas raízes (rizomas), o momento antes do aparecimento dos novos brotos. Neste momento obtemos um bambu com menos açúcar. O açúcar é o alimento (e atrativo) dos insetos e fungos que se alimentam do bambu, e estes aparecem menos no inverno.

No Brasil e no Hemisfério Sul esta época acontece no meio do ano. Por isso a cultura popular brasileira afirma que são os meses sem a letra "r": maio, junho, julho e agosto. Após este período começa a geração de novos brotos. Há testes que podem ser feitos para determinar a quantidade de açúcar que determinada vara contém. Maturidade da vara: Outra atenção especial a ser tomada é a idade do bambu... Para tecelagem ou cestaria usam-se os bambus jovens e imaturos, pela sua flexibilidade. Para construção devem-se usar os bambus maduros, mas não podres, com cerca de 3 a 4 anos, quando atingiram sua resistência ideal. A Fase da Lua: Estando na época certa do ano deve-se escolher a fase adequada da lua, a lua minguante. A razão científica para este fato ainda está sendo investigada, mas é corroborado pela cultura popular e pela experiência. Segundo mateiros a seiva da planta se orienta às raízes em fase de lua minguante, deixando o bambu com menos seiva, assim como nos meses sem chuva. A Hora: Dentro da fase adequada da lua, escolhem-se as horas antes do amanhecer como as ideais. Após o corte aconselha-se deixar o bambu em pé no local de colheita, ainda apoiado nos vizinhos, por cerca de 2 a 3 semanas. Neste tempo ele secará, mas ainda nos estados de temperatura, pressão e umidade em que sempre viveu. Ferramentas: O bambu requer, devido a sua estrutura, ferramentas apropriadas para seu manuseio. Normalmente as utilizadas para madeira são eficientes, mas algumas características fazem necessárias ferramentas mais adequadas. Por ter praticamente apenas fibras longitudinais, devemos nos preocupar no seu corte para não puxar as fibras para fora. Seu manuseio deve ser

feito sempre que possível de fora para dentro e no sentido das fibras, ou seja, longitudinalmente.

Ferramentas Utilizadas: Facão Tradicional Facão 2 Facão 3 Corte de Cana Formão Machadinha Serrote

Serrote especial Ida e Volta Sem travamento Cavadeira reta Cavadeira Articulada Martelo de Unha Martelo Borracha de Torquês

Alicates Alicates Estilete Esquadro Trena Metálica Nível Prumo

Escariadores Serras Copo Serras Manuais Corte para os dois Lados Ida e Volta Sem Travamento Torno Esmeril Lavadora

Compressor Furadeira Manual Furadeira Manual Sem fio Serra Tico-Tico Serra Circular Manual Serra Esquadria

Lixadeira Cinta de Manual Lixadeira Orbital Lixadeira Angular Disco Maleável Politriz Lixadeira Combinada Cinta e Disco Rígido Plaina Manual

Plaina Elétrica Serra de Fita Manual Serra de Fita Tupia Manual Tupia

Plaina Desempenadeira Faca Radial Faca Radial Propulsão mecânica Cerra Circular Bancada Cerra Circular Bancada

Serra Dupla Circular Cria aberturas programadas Serve para abrir o bambu em partes Equipamentos de Segurança: Muito importante nos conscientizarmos sobre atenções especiais e a utilização de equipamentos de segurança.alguns equipamentos podem levar a danos irreparáveis em fração de segundos, não havendo tempo para reação. Capacete Óculos Máscaras

Protetores ouvidos de Luvas em Raspa Luvas Plásticas Avental em Raspa Botas Cinto

SECAGEM O colmo cortado ainda estará úmido por dentro, e, desejando utilizar-se o bambu para fins de construção de objetos ou estruturas deve-se secá-lo para obter resistência e durabilidade. Pode-se apoiar o bambu, ainda com as folhas, em um aposento arejado com chão e parede livres de umidade, sob proteção da chuva e do sol, e, dependendo da espécie e das condições climáticas, deixar a seiva escorrer e evaporar de 2 a 8 semanas. Secagem com fogo Com fogo podem-se obter resultados mais rápidos, mesmo com climas mais frios e úmidos. Segundo Johan Van Lengen, do Instituto Tibá, no seu livro "Manual do Arquiteto Descalço": "faz-se um buraco pouco profundo e cobre-se o solo e as esquinas com tijolos, para que não perca calor. O bambu deve ser colocado a uns 50 cm acima do fogo. Para que seque de maneira uniforme, deve-se virar os troncos de vez em quando. Com este método, a parede do tronco fica mais resistente aos insetos, mas cuidado! Se o fogo é muito forte pode abrir ou deformar os troncos." secagem com fogo pg. 354- Johan Van Lengen -

"Manual do Arquiteto Descalço" - Ed. Tibá Maçarico Utiliza-se uma fonte pontual de calor. Neste processo é importante utilizar fogo baixo, e obtém-se alta resistência e brilho. Porém é um método mais demorado e trabalhoso, por ser feito um a um. Pode-se também defumar o bambu, Introduzindo o bambu num compartimento com pouca saída de ar que tenha fogo e fumaça sob os culmos de bambu. Nesses métodos onde se utiliza fogo geralmente um tipo de óleo (ácido piro-lenhoso) aparece na superfície dos troncos. Este óleo pode ser removido com pano ou reutilizado como fonte de fumaça. Segundo Ximena Londoño este método utilizando o ácido pirolenhoso é bem eficaz. Estufas São um meio muito eficaz de se secar o bambu. Na Colômbia existem estufas verticais de muitos metros de altura, onde o bambu é colocado em pé. Geralmente as estufas são horizontais. As estufas devem coletar o calor dos raios do sol durante o dia, sem incidir diretamente sobre os bambus e sem causar calor excessivo, e manter seu interior quente durante a noite. Este processo dura algumas semanas.

Mais uma vez Van Lengen nos dá um pouco de seu conhecimento: "constrói-se um armazém com um aquecedor solar de ar. O aquecedor é construído com blocos, latas pintadas de negro e vidro ou plástico. O armazém deve ter paredes isolantes, para que o calor não escape durante a noite. De dia, controla-se o fluxo de ar com painéis, que ficam fechados à noite. Note que este aquecedor também pode ser utilizado para secar alimentos". secagem com aquecedor solar-pg. 355 Johan Van Lengen - "Manual do Arquiteto Descalço" - Ed. Tibá O Tratamento em si

O tratamento visa garantir maior qualidade e durabilidade para a peça a ser executada. Pensando desde o ponto correto de maturação das varas, momento do corte, assim como seu preparo para resistir aos ocupantes naturais do bambu. Tirando-se logicamente os Koalas, ursos que se alimentam de brotos de bambu, temos outros também famosos entre bambuseiros. O Dinoderus Min por exemplo, é um inseto não tão magnífico, mas extremamente decidido a permanecer em seu modo de vida que compromete nosso trabalho. Alguns inimigos potenciais do bambu: Dinoderus Min

Atraídos principalmente pelo açúcar no bambu, temos basicamente duas saídas: 1- Bloquear o açúcar Neste caso nos preocupamos em isolar o açúcar do contato para atrativo das pragas do bambu. 2- Eliminar o açúcar Aqui pensamos em como lavar ou transformar o açúcar. ÁGUA - Afogamento Troca da seiva ou Lavagem O bambu pode ser tratado apenas pela permanência em água parada (piscina ou tanque) por algumas semanas, porém precisará passar por um processo de secagem demorado após o banho. Pode-se banhar também em água corrente (riachos). FERVURA / COCÇÃO Um modo muito utilizado para tratamento de bambu é ferver o bambu em água. Aconselham-se períodos de 15 a 60 minutos para cada grupo. Os

fornecedores de bambu da região serrana do Rio de Janeiro costumam passar um pano molhado de óleo diesel no bambu antes de ferver. A soda cáustica é outra forma recomendada de tratamento, e deve-se misturar à água na proporção de 10 (água) para 1 (soda cáustica), mantendo o tempo de cocção de aproximadamente 15 minutos. Câmara de vapor O bambu passa algumas horas em uma câmara 0 sob pressão constante acima de 82 C recebendo vapor e temperatura para a transformação do açúcar. Defumação Há experimentos um com defumação 5 horas outro com 15 horas, com Bambus na horizontal e vertical, temperatura de 70 a 80 C. Segundo Marcello Villegas, parou literalmente de tratar o bambu assim, pq parecia que era o ambiente apropriado para a proliferação do Dinoderus. Voltando a imersão.

Tanino O tanino utilizado é somente a casca da acácia negra moída e de forma alguma causa dano ao meio ambiente. O resíduo você pode guardar e utilizar para tratar bambu por imersão a frio ou a quente, mas desta forma o tanino tinge o bambu. A diluição é feita somente em água a 5%. Coloca-se o pé do bambu imerso em uma lata com a solução de tanino e deixar por 30 dias. Neem Esta agora se experimentando tratamento com "neem", da arvore indiana Neem tree. Veja: http://forestry.about.com/cs/neemtree/ Curado en la mata - Avinagrado "Curado en la mata" ou "avinagrado". O avinagrado se refere ao cheiro de vinagre que sai dos bambus se deixados na mata após o corte secando em pé (com os galhos) por duas semanas ou mais. Não se utiliza nenhum agente químico, é um processo 100% natural. Provavelmente o que ocorre é uma fermentação da seiva, que se transforma em algo menos atraente para os fungos e insetos. Tratamento de patente Colombiana.

O TRATAMENTO QUÍMICO. Ácido bórico é o elemento mais utilizado no tratamento químico de bambu. Pode-se utilizar um produto pronto (como o BORAX) ou preparar uma solução, como a sugerida por Johan Van Lengen: substância sulfato de cobre 1 ácido bórico 3 cloreto de zinco 5 dicromato sódio de Kg "Manual do arquiteto descalço" pg.356 - Johan Van Lengen - Tibá Para banhar os troncos na solução pode-se construir uma banheira com barris de ferro cortados ao meio e soldados, como na sugestão mais uma vez de Johan Van Lengen: 6 banheira de barril de ferro pg. 356- Johan Van Lengen - "Manual do Arquiteto Descalço" - Ed. Tibá Esta banheira pode ser adaptada para cozinhar os bambus, se afastada do chão para queimar lenha. Obs. O Ácido bórico tem uma ação inseticida, o sulfato de cobre é fungicida e o sal comum tem a função de petrificar a madeira do bambu. CBB (Cromo Hexavalente, CrO 3-31,75%, Cobre Bivalente Cu - 13% e Boro Trivalente - B - 5,25%).

Esse produto é muito conhecido para a preservação de madeira. Entretanto, para sua utilização, recomendamos outras orientações técnicas, devido à toxicidade do produto e também para obter melhor método para se preservar as peças de bambu. Órgão editor (CECOR/CATI) BOUCHERIE Um modo de tratar quimicamente o bambu é fazer passar, sob pressão, a solução química através dos culmos e fibras do bambu. Usa-se uma bomba de ar comprimido para dar pressão, e mangueiras adaptadas nas extremidades do bambu. Bomba de ar comprimido e sistema de mangueiras para boucherie - Bamboo Brasil Design / Edson Sartori e Rubens Cardoso É importante salientar que o uso indevido dessas substâncias químicas muito tóxicas pode ocasionar a intoxicação grave e até a morte do operador, além de contaminar o solo ou a água no local de despejo. Correntes ecológicas afirmam que os tratamentos naturais agridem menos o meio ambiente, portanto sendo mais ecologicamente responsáveis. Começaremos um rápido estudo da estrutura física do bambu (morfologia) para desenvolvermos conscientemente o melhor plantio e manuseio do mesmo. 6. O PLANTIO.

Para se estabelecer um plantio com sucesso devemos primeiro escolher a espécie adequada, a hora adequada e o local adequado (e certas vezes a finalidade adequada). É sempre bom lembrar que os bambus temperados são mais aptos ao frio (no Rio Grande do Sul costuma até nevar), enquanto os tropicais se adaptam muito bem ao clima geral do resto do país, além de existirem exceções para os dois casos. Ter um local aberto e próximo a uma fonte de água ajuda o bambu a espalhar-se mais rapidamente. Os bambus previnem o solo de tornar-se seco, plantados numa encosta inclinada ou nas margens de rio agregam resistência ao solo contra erosões e terremotos. A melhor época para se plantar o bambu é depois do inverno, no momento de aparecimento de novos brotos, pois eles terão tempo até o próximo inverno de reservar energia e nutrientes. Uma touceira ou floresta demora de dez a quinze anos para atingir a maturidade, ou seja, ter colmos grandes e resistentes. Para se obter um efeito estético numa intervenção paisagística, devemos escolher a espécie com a altura desejada e uma cor agradável. Um jardim de bambu produz sombra, dá alguma proteção ao vento e à chuva, e produz sons agradáveis durante a brisa. O livro "Bamboos", anteriormente citado, é direcionado para o uso do bambu na jardinagem. Para se obter bom material de construção, escolhemos os bambus resistentes e de médio a grande porte. As espécies do gênero Phyllostachys são as mais comumente utilizadas em construção no mundo. O mais comum é o Phyllostachys áurea, conhecido como bambu-mirim, forte e resistente a pragas, que no Brasil ocorre em grande número, portanto uma grande fonte de mudas. Os especialistas garantem que o P. Áurea não cresce grande no Brasil por ser de um gênero temperado, porém isto é polêmico. O Phyllostachys Pubescens, conhecido como Moso, é o preferido para fazer laminados de bambu (Plyboo), além de construções gerais. Com este bambu, contudo, deve-se tomar cuidado com rachaduras, por ser muito rígido. Ele é de médio a grande porte. O Phyllostachys bambusoides é outro bastante utilizado no exterior. Aqui no Brasil existem muitas plantações de Dendrocalamus asper, um bambu tropical e de porte bem grande. Este gênero, Dendrocalamus, possui os maiores bambus. O da espécie asper é resistente e absorve muito bem a compressão, sendo muito útil para construção em geral, porém sendo afetado por insetos. O gênero Guadua, afirmam ser o melhor bambu para construção do mundo. Ele tem paredes espessas e ótima resistência, sendo o material de casas centenárias na Colômbia. Existem espécies de Guadua nativas do Brasil

como o tagoara, mas o angustifolia adapta-se bem ao nosso clima, e não deve ser menosprezado. Para se obter colheitas de brotos de bambu podem se utilizar o bambu comum, Bambusa Vulgaris, porém dizem ser um pouco amargo. O Bambusa Arundinacea tem seus brotos comestíveis, além de produzir muitas sementes também comestíveis. O Dendrocalamus Asper é um dos favoritos na Tailândia. TÉCNICAS Existem algumas técnicas para plantar bambu. A utilização de uma ou outra depende da quantidade de recursos, transporte e tecnologia de que se dispõe. A forma mais utilizada é a propagação vegetativa. Pode ser realizada por separação de colmos, rizomas ou galhos. Nestes três tipos de propagação é muito importante observar se existem gemas intactas, ainda não usadas pelo bambu. Elas são encontradas em bambus jovens, de até um ano. SEPARAÇÃO DE RIZOMAS: devem-se escolher rizomas de um ano de idade no máximo. Para rizomas paquimorfos deve-se cortar no pescoço, onde se liga ao rizoma antigo, e acima do primeiro nó do seu jovem colmo. Depois plantase vertical, com o colmo para fora, ou horizontalmente, com o rizoma a poucos centímetros abaixo da terra (30-50 cm). Para rizomas leptomorfos sem colmos deve-se cortar um segmento com pelo menos três nós com gemas não usadas. Planta-se horizontalmente, a cerca de 30 cm abaixo da terra. No caso de rizomas leptomorfos com colmos deve-se cortar um segmento com algumas gemas e acima do primeiro nó do colmo. Depois planta-se o rizoma horizontalmente a cerca de 30 cm abaixo da terra, com o colmo para fora.

SEPARAÇÃO DE COLMOS: Esta técnica consiste em usar as gemas ainda dormentes (que não se transformaram em galhos) nos colmos para transformá-las em novos rizomas. Funciona muito bem com gêneros tropicais como Bambusa e Dendrocalamus. O colmo deve ter até um ano de idade. Deve-se deixar os galhos principais que saem das gemas dos nós do colmo, mas cortados acima dos seus primeiros nós, como nas ilustrações abaixo. Pode-se usar um nó simples, ou seja, cortar antes e depois de um nó, enterrando horizontalmente, com o galho apontando para cima. Pode-se usar um nó duplo, ou seja, cortando antes de um nó e depois do nó seguinte. Ainda pode-se fazer um furo, encher parcialmente a parte interna do entrenó de água, e tapar com alguma bucha (algodão, pano). Depois enterra-se com algum galho orientado para cima. Este método é mais seguro de funcionar do que o simples. Pode-se enterrar o colmo inteiro, esperando brotar, horizontalmente ou ligeiramente inclinado. Após dar brotos, cortam-se os entrenós e transferem-se os brotos para o novo local de plantação. SEPARAÇÃO DE GALHOS Em algumas espécies esta técnica funciona, e outras não. É uma técnica ainda pouco estudada. Deve-se cortar os galhos principais dos colmos e enterrá-los a cerca de 20 cm na terra. CLONAGEM

Atualmente a empresa West Wind Technologies, dos Estados Unidos da América, e a Oprins Plants, da Bélgica, oferecem um serviço de venda de mudas em milhares. Utilizam um processo de clonagem que otimiza a produção de mudas. O link para a página da WWT está na área de links. COLHEITA E PODA O bambu deve ser cortado sempre após o primeiro nó para evitar que o rizoma apodreça. E não deve exceder muito 30 cm do chão. Pode-se usar machado (no caso dos gigantes), facão ou serras para colher o colmo. É importante fazer um corte seco e preciso, pois um bambu rasgado tem mais entradas para fungos e insetos. Um grupo de bambus tem indivíduos de várias idades. Aqueles com mais de 7 anos de idade devem ser removidos para que a energia do grupo se direcione para os novos brotos e colmos. Eles podem ser TODOS removidos sem problemas. Os bambus podres e secos devem ser removidos. Não se deve nunca retirar mais que 80 por cento de um grupo de bambus, pois isto abala muito a planta. Deve-se sempre deixar alguns bambus maduros em áreas espalhadas do grupo, pois são eles que fornecem nutrientes para os mais jovens. A melhor época para coletar brotos é pouco tempo após o seu aparecimento. A época para obter colmos resistentes é no inverno. Existem técnicas que sugerem o corte de parte do culmo, para no ano seguinte utilizar o rizoma deste culmo para transplante. CONTROLE DE BAMBU INVASIVO Os bambus de rizomas leptomorfos são invasivos. Estendem seus rizomas por muitos metros linearmente. Então acabam tomando conta de terrenos abandonados, ou aparecendo por debaixo de um muro. A mesma razão que leva o bambu a ser usado para contenção de encosta, o endurecimento do solo, frustra muitas tentativas de controle. O bambu não pode apenas ser cortado. Deve-se cortar os culmos invasores, podendo regar para forçar um apodrecimento dos rizomas. E torna-se a cortar os novos colmos insistentes. Pode-se cortar os rizomas, cavando e usando uma pá como ferramenta de corte. Uma forma de controle preventivo é o estabelecimento de barreiras físicas enterradas, que impedem a passagem do rizoma. Placas de plástico, alumínio podem servir, mas é importante lembrar que o rizoma de um bambu pode ser BEM agressivo e furar barreiras.

7. O PLANTIO DE BAMBUS NA ECONOMIA MUNDIAL E BRASILEIRA O bambu é uma planta que oferece muitas vantagens econômicas: 1. RÁPIDO CRESCIMENTO A velocidade de propagação de uma plantação de bambu, após estabelecida, é muito grande. O tempo de estabelecimento de uma plantação varia de cinco a sete anos, e o amadurecimento de um bambu acontece em três a quatro anos, mais rápido que a mais rápida árvore. A partir do terceiro ou quarto ano já se pode coletar colmos e brotos. A média de produção de biomassa num bambual é de 10 toneladas por hectare por ano. O bambu pode substituir a madeira em diversas aplicações, e com isso diminuir o impacto ambiental através da deflorestação. 2. FACILIDADE DE ESTABELECIMENTO, MANUTENÇÃO E COLHEITA O bambu não exige técnicas complexas para o seu estabelecimento como plantação. A manutenção é feita através de irrigação, e não é necessária a aplicação de produtos agrotóxicos. A colheita fortalece o bambual e é feita com instrumentos manuais. O transporte é facilitado pelo seu peso leve em comparação às madeiras. 3. UTILIDADES ADAPTÁVEIS O bambu pode ser utilizado como substituto agronômico em áreas marginais, para otimizar produções que recebem mais atenção do mercado externo, como o café. Seus variados potenciais industriais tornam o bambu um produto dinâmico, que pode ser alocado para um uso adequado ao momento. Pode ser usado como combustível, papel, material de construção, alimento, etc... 4. FINS ECOLÓGICOS O bambu é um material responsável ecologicamente (ecologizante), pois sozinho ajuda na renovação do ar e substitui a madeira em diversos aspectos. 5. INSERÇÃO CULTURAL O bambu já é um material muito explorado na Ásia, movimentando uma economia de sete bilhões de dólares americanos por ano. Cerca de um

bilhão de pessoas moram em casas de bambu no mundo. Culturas utilizam o bambu em muitos aspectos da vida, música, cerimônias, alimentação, etc... O bambu é encarado como uma forma de desenvolvimento econômico por muitos países. No Nepal e nas Filipinas existem grandes projetos de florestamento de bambu, para estimular a economia local e produzir papel, comida e habitações. A China e a Índia têm grandes plantações há muitos séculos e continuam a florestar. O Havaí está tentando desenvolver um projeto de florestamento de bambu para empregar uma população desempregada com a decadência da economia do açúcar. A Colômbia, O Equador e a Costa Rica desenvolvem projetos nacionais de bambu, com florestamento e desenvolvimento de uma cultura de habitações populares de bambu, para substituir o uso da madeira. HORTOS E NURSERYS Espalhados pelo mundo encontram-se muitos hortos especializados em bambu, onde podem-se encontrar várias espécies. Geralmente os espécimes são vendidos para fins de coleção, jardinagem e paisagismo. Neste caso são procuradas as espécies mais belas, exóticas ou adaptadas ao clima. No Brasil existem poucos hortos especializados, mas muitos que lidam com o bambu. Principalmente em São Paulo, onde muitos cultivadores descendentes de japoneses passam a tradição do bambu adiante. Existem atualmente diversos estudos sobre a propagação do bambu in vitro, sendo produzidos propágulos aos milhares. Tais estudos são essenciais para o estabelecimento de empreendimentos industriais que utilizem o bambu como matéria prima. Procure na área de links na seção hortos e nurserys para ter acesso aos sites de diversos cultivadores. Espécies de acordo com sua utilização Celulose: Bambusa vulgaris, Phyllostachys bambusoides, Dendrocalamus giganteus. Álcool: B. vulgaris, Guadua flabelata, B. vulgaris var. Vittata. Alimentação: Phyllostachys sp., Den-drocalamus sp., Bambusa sp. Ornamentação: B. gracilis, P. nigra, P. purpurata, Thyrsostachys siamensis, Arundinaria amabilis, Arundinaria sp. Construção: Phyllostachys sp., Guadua sp., B. tuldoides, D. giganteus. 8. Centros de pesquisa que vêm se dedicando ao bambu

Entre outros: SEBRAE Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro (engenheiro e professor Khosrow Ghavami ) Desenvolve pesquisas com materiais e tecnologias tradicionais em alguns núcleos de trabalho. Universidade Estadual Paulista, campus de Bauru [SP], Projeto Bambu, (Marco Antonio dos Reis Pereira, docente do Departamento de Engenharia Mecânica da FE). Universidade de Kassel, Alemanha (professor e pesquisador alemão Gernot Minke) Pesquisa a cerca de 20 anos as aplicações da terra e do bambu em diversas áreas com seguidores por todo o mundo. UNICAMP - Campinas Centro Nacional de Desenvolvimento Sustentado das Populações Tradicionais [CNPT/Ibama] Projeto Taboca - Seringueiros da região de Assis Brasil, a 320 quilômetros de Rio Branco, no Acre, estão participando, de uma oficina de capacitação, em Brasília, para aprender a fabricar móveis, edificações e objetos a partir da taboca, uma espécie de bambu típica da Amazônia. Universidade Federal de Alagoas (UFAL) Bambuzeria Cruzeiro do Sul [Bamcruz], (coordenador geral - Lúcio Ventania). Em Santo Antônio do Leverger e Chapada dos Guimarães, a Bambuzeria Cruzeiro do Sul, UFAL, SEBRAE (Alagoas) e outros parceiros institucionais e privados, estão constituindo o Instituto do Bambu, de forma a pesquisar e desenvolver tecnologias adequadas. Projeto destinado inicialmente a cerca de 200 pessoas, entre jovens, adultos, mulheres, homens e adolescentes, uma profissão. Foram ali criados 84 postos de trabalho, em menos de seis meses, a um custo unitário inferior à R$1.000 (mil) Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - Departamento de Engenharia Hidráulica do campus Pampulha O galpão abriga uma estrutura armada em aço, fibra sintética e bambu. A proposta, além de funcional, já que o bambu é leve, o que facilita o seu transporte, tem forma tubular e já está acabado para uso, também é ecológica, pois a planta é um recurso renovável e de baixo consumo energético, se comparado com materiais similares como o aço, o concreto e a madeira. "Tudo isso permite o desenvolvimento de uma tecnologia

amigável, ou seja, sem riscos em sua manipulação", afirmou ao portal da UFMG o professor Luís Eustáquio Moreira, do departamento de Engenharia de Estruturas da Escola de Engenharia, que coordena a pesquisa. A UFMG. Universidade Estadual de Campinas, São Paulo. Elabora projeto, através de um pesquisador, visando desenvolver uma forma alternativa para irrigação, beneficiando principalmente os pequenos produtores. O projeto utiliza o bambu como encanamento, e, através de um sistema muito simples de perfurações em toda sua extensão, promove a irrigação dos terrenos. UNESP Irrigação com bambu A irrigação é sempre um investimento pesado, especialmente por conta de tubulações e bombas, mas a Unesp desenvolveu um sistema em que as tubulações são substituídas por bambu. Isto reduz o investimento e facilita a manutenção: o material de reposição é colhido na própria fazenda. 9. Curiosidades Foi desenvolvido um projeto para apicultura pelo engenheiro agrônomo e meliponicultor José Luciano Panigassi em Pedreira SP. Panigassi@netpedreira.com.br, o Isca Bambu-com-Vida para abrigar as colônias de "abelhas Jataí, abelhas indígenas, sem ferrão, genuinamente brasileiras inofensivas e obreiras, que estão em extinção devido ao desmatamento e as queimadas. Elaboram um mel de sabor inigualável, ao qual são atribuídas inúmeras propriedades terapêuticas e medicamentosas, através do conhecimento popular e atualmente muito estudado cientificamente para que se comprove todo o seu poder terapêutico. Lista de provérbios, alguns Haikus e uma lista de algumas particularidades sobre bambus. Para os budistas, o bambu ajuda o Homem a alcançar a paz interior. Chamam-no benção de Buda. Diz-se que Buda, quando pressentiu a morte se retirou para uma floresta de bambus. Para os chineses o bambu simboliza humildade e juventude perpétua, mas também a velhice útil. Para, além disso, está associado à elegância, pelo porte e graciosidade dos seus ramos, à alegria, à paz.