Intervenção proferida pelo Deputado Aires Reis, a 5 de Maio de 2008, na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores.

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Sou candidato por vontade própria. Apresento-me com toda a minha força e energia. A minha disponibilidade é total.

SOUSA GALITO, Maria (2009). Entrevista ao Dr. Francisco Mantero. CI-CPRI, E T-CPLP, º1, pp. 1-5.

Transcrição:

Intervenção proferida pelo Deputado Aires Reis, a 5 de Maio de 2008, na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores. Senhor Presidente, Senhores Deputados, Senhores Membros do Governo. O Governo Regional parece só ter descoberto, muito recentemente, que a ilha de São Jorge possui 243,7 km 2 e 49 km de comprimento. A zona do Topo foi, durante os doze anos de mandatos de governos socialistas, completamente abandonada no que respeita às infra-estruturas básicas para a Lavoura. E a culpa não é do senhor Secretário da Agricultura, pois os Governos de Carlos César tiveram mais Secretários da Agricultura do que mandatos. O verdadeiro responsável por este abandono é o próprio Presidente do Governo que nunca ligou a este assunto, apesar de inúmeras vezes ter sido alertado por nós e pelas respectivas autarquias. Nunca quiseram resolver os problemas que tem vindo, ao longo deste tempo, a penalizar muito os agricultores das freguesias do Topo e de Santo Antão. Como sabemos esta é uma das principais bacias leiteiras da ilha, apesar de completamente desprovida de Caminhos Agrícolas pavimentados, de novos caminhos, de Parques de Contenção de Bovinos (Currais de Vacinação) e de outras infra-estruturas básicas. Em doze anos, nem um metro de caminho pavimentado, nem um Parque de Contenção de Bovinos (Curral de Vacinação), nem um metro de novos caminhos executados. Apenas foram montados os depósitos de abastecimento de água para atenuar alguns problemas. 1

Foi preciso esperar pelo período pré-eleitoral para se iniciar a primeira obra de construção dos referidos Parques de Contenção (Currais de Vacinação), há tanto tempo reivindicadas. Vai ser preciso esperar para os escassos meses que antecedem as eleições para podermos contar com alguns metros de Caminhos Agrícolas pavimentados com betume asfáltico, na zona do Topo. Vai ser necessário também esperar para os últimos meses que antecedem as eleições para assistirmos ao rompimento de escassos metros de Caminhos Agrícolas. Vai ser necessário aproximarmo-nos um pouco mais das eleições de Outubro para que os Agricultores de São Jorge ouçam promessas e supostas garantias, sobre assuntos que, durante doze anos, o Governo Regional nunca quis resolver. Senhor Presidente, Senhores Deputados, Senhores Membros do Governo. Só quem não conhece os jorgenses, ou quem não tem grande consideração pelas nossas populações, pode pensar que as pessoas acreditam na boa fé de governantes que demoram 12 anos a decidir assuntos que, em ano de eleições, se resolvem de um mês para o outro. Só quem não respeita o trabalho dos nossos agricultores tem coragem de demorar 12 anos para decidir realizar obras essenciais à sua actividade, como por exemplo, a pavimentação de caminhos, a abertura de novos troços, a construção de Parques de Contenção Deixar passar 12 anos sem fazer nada que se veja e iniciar obras a cinco meses das eleições é a prova de que em primeiro lugar, para estes Governos, estão os interesses partidários do Partido Socialista e só depois o respeito pelas nossas populações. 2

Mas, da nossa parte, queremos e concordamos mesmo que este Governo dê inicio, de imediato, a estes investimentos que temos vindo a reivindicar há muitos anos. Não se inibam, pois a população já esperou tempo demais. Os nossos agricultores precisam desses investimentos com toda a urgência e não querem saber do calendário eleitoral. O problema é que esses investimentos aparecem com uma década de atraso. Consideramos que este facto se deve à falta de respeito que estes Governos sempre tiveram para com os jorgenses e, em particular, com a população da zona do Topo. E, numa fuga de argumentação, não nos venham com argumentos que estão a investir nas Cooperativas, pois os senhores sabem muito bem que não é um argumento sério e credível, pois foram os Governos de Carlos César que defendiam o encerramento de todas as unidades fabris existentes em São Jorge e a respectiva concentração numa só fábrica, na Beira. Gosto de dizer e de repetir, porque é justo fazê-lo, que estas novas unidades fabris só estão a ser construídas porque os respectivos dirigentes e associados tiveram a coragem de avançar com os projectos, mesmo contra a vontade do Governo Regional. Senhor Presidente, Senhores Deputados. Preparemo-nos para assistir a inaugurações de novas fábricas, presididas por pessoas que condenavam o Sector Cooperativo de São Jorge com mais do que uma unidade fabril, na ilha. Vamos assistir a inaugurações presididas por entidades que não facilitaram o seu financiamento. 3

Vamos assistir a inaugurações de obras incompletas e de primeiras e penúltimas fases desses investimentos. Para estes governos o importante é providenciar inaugurações para fazerem os seus discursos de protagonismo. Já se fala em festa rija, com discursos curiosos e falaciosos, tentando dar a imagem de que se trata de investimentos que foram levados a efeito devido ao empenho do Governo Regional e, em particular, do seu Presidente. Vai ser interessante assistir a toda a campanha que vai ser montada para limpar a imagem deste governo junto dos jorgenses e, em particular, dos seus agricultores. Vai ser também curioso verificar se a comunicação social vai embarcar nas palavras e nos discursos ou se vai cumprir o seu papel de noticiar os factos, de acordo com a sua verdadeira história. Senhor Presidente, Senhores Deputados, Senhores Membros do Governo. Podia também falar-vos de portos. Da sua gestão e dos critérios destes Governos do Partido Socialista, relativos às prioridades de investimentos. Mas sobre esta matéria apenas tenho a dizer que a vossa política baseou-se, ao longo deste tempo, em apagar fogos e servir determinados interesses políticos. Apagar fogos, porque ninguém percebeu, durante os famigerados 12 anos de governação socialista, quais os critérios dos investimentos em portos e de que forma foram definidas prioridades. Muitas das vossas decisões, dificilmente se conseguem perceber. 4

Se questionássemos o responsável governamental desta área sobre quais os critérios utilizados e como foram definidas prioridades no que respeita a investimentos nos Portos da Região, estou convencido de que não nos saberia explicar. Se fizéssemos a mesma pergunta sobre os portos intervencionados e por intervencionar, em São Jorge, assistiríamos então a uma confusão total. A verdade é que o Porto do Topo, considerado por unanimidade pelo Conselho de Ilha de São Jorge, como uma prioridade, nunca mereceu a assunção de qualquer compromisso por parte do Presidente do Governo nem do Partido Socialista. Pior do que isso. As respostas a este assunto foram sempre evasivas, com excepção de uma intervenção do Sr. Secretário da Economia que, aparentemente irritado, nos transmitiu finalmente a decisão dos governos socialistas e que consiste no facto do Porto do Topo não ser uma promessa nem uma prioridade para os Governos do Partido Socialista. Não compreendemos esta atitude e esta decisão tendo em conta a importância estratégica daquela infra-estrutura nos transportes marítimos de passageiros no Grupo Central. Mas na realidade, o tratamento que tem sido dado ao Porto do Topo é vergonhoso. Refiro-me também a algumas exíguas e despropositadas obras que lá foram executadas. A outras, que foram anunciadas sem qualquer sentido e à forma desleixada e irresponsável como é feita a manutenção daquele porto. Já imaginaram, se os senhores Deputados aqui presentes, tivessem de fazer abaixo-assinados nesta Assembleia, dirigidos ao Sr. Presidente, para poderem ter 5

som ou luz nas sessões plenárias, ou para se despejarem os papéis dos caixotes de lixo? Imaginem só o que aconteceria!!! Mas não se admirem com este exemplo, pois é o que está a acontecer no Porto do Topo. Os pescadores têm de promover abaixo-assinados para que o Governo Regional trate daquilo que é da sua competência. Ou seja, da manutenção e da resolução de problemas dos equipamentos existentes. É, de facto, o que está a acontecer neste momento: Tudo por causa de uma teimosia governamental, já discutida nesta Assembleia, sobre a colocação de um guindaste completamente desadequado no Porto do Topo e da recuperação de outro que o Sr. Sub-Secretário teima em não pagar a sua recuperação. É mesmo vergonhoso o que acontece neste e noutros portos da Região. Quando acontece uma inauguração, a primeira preocupação é colocar uma Placa com o nome da Secretaria e com o nome completo do senhor Secretário benfeitor... Mas quando se trata de um assunto que dá algum trabalho e muitas inquietações, como é o caso da manutenção dos portos, não convém ao Governo colocar uma placa a informar quem é a entidade responsável pela sua manutenção nem os contactos telefónicos que os pescadores devem utilizar para comunicarem as avarias e as preocupações que sentem diariamente com a utilização dos respectivos equipamentos. 6

Fazem sim acordos com Associações, que nem meios possuem para realizar um trabalho eficaz, para se esconderem atrás delas e, assim, não serem incomodados. Senhor Sub-secretário. Bem lhe dizia que não deveria ter retirado estas responsabilidades à Junta de Freguesia do Topo. Devia sim, ter cumprido com os seus deveres e também ter-lhes dado mais competências e maiores apoios. Todos tinham ficado melhor servidos. Mas, Senhor Presidente, Senhores Deputados, Senhores Membros do Governo, temos uma garantia de que o Porto do Topo será construído. Os jorgenses sempre confiaram no PSD e, em particular, no Dr. Carlos Costa Neves e, por isso mesmo, temos a certeza de que esta obra será uma realidade quando o Dr. Costa Neves assumir responsabilidades governativas como Presidente do Governo, ou seja, daqui a seis meses. Disse. 7