INFLUÊNCIA DE ADITIVOS NA PLASTICIDADE E EXTRUDABILIDADE DE ARGILAS PLÁSTICAS PARA USO NA CONFECÇÃO DE BLOCOS CERÂMICOS PARTE I

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Transcrição:

28 de junho a 1º de julho de 2004 Curitiba-PR 1 INFLUÊNCIA DE ADITIVOS NA PLASTICIDADE E EXTRUDABILIDADE DE ARGILAS PLÁSTICAS PARA USO NA CONFECÇÃO DE BLOCOS CERÂMICOS PARTE I K.R. Barboza 1, R. S. Macedo 2, G. A. Neves 2, H. C. Ferreira 2 Av. Aprígio Veloso, 882 Campus I 58109-970 Campina Grande Paraíba E-mail: reginaldo@dema.ufcg.edu.br Universidade Federal de Campina Grande 1 Aluno de graduação de Eng. de Materiais 2 Departamento de Engenharia de Materiais CCT/UFCG RESUMO Nos últimos anos tem-se estudado as massas na indústria de cerâmica vermelha visando à obtenção de produtos de melhor qualidade. Neste estudo buscase, através de aditivações, a redução da água de moldagem visando uma melhor trabalhabilidade e consistência da massa. Os aditivos químicos visam reduzir a água de moldagem, sem alterar a extrudabilidade das massas sem prejudicar as suas propriedades físico-mecânicas. Os aditivos estudados nas proporções de 0,5; 1,0 e 1,5% são: amido solúvel; bentonita cálcica; bentonita sódica; carbonato de sódio; carbometilcelulose; cloreto de magnésio; detergente em pó; dextrina branca; hexametafosfato de sódio e silicato de sódio. Os resultados obtidos mostram que com o uso de aditivos em proporções adequadas é possível diminuir o limite de plasticidade da amostra analisada, o que permite extrudar blocos cerâmicos com uma redução da umidade de moldagem, resultando em economia energética no processo produtivo. Palavras chave: aditivos, limite de plasticidade, extrudabilidade, cerâmica vermelha, massa cerâmica. INTRODUÇÃO Em se tratando especificamente do processo de fabricação de cerâmica vermelha, utiliza-se geralmente uma composição de duas ou mais matérias-primas,

28 de junho a 1º de julho de 2004 Curitiba-PR 2 além de aditivos (produtos químicos auxiliares que contribuem para a melhoria contínua do processamento cerâmico) e água (1). O estudo da plasticidade de massas plásticas tratadas com diferentes aditivos tem como objetivo reduzir a água de moldagem, sem alterar sua extrudabilidade. Com isso, deseja-se no processo de fabricação de blocos cerâmicos, a extrusão do material com uma quantidade menor de água (2), (3).Tal redução acarreta um menor gasto de energia para a secagem da massa extrudada, tornando o processo mais econômico. A variação entre o valor do limite de plasticidade da massa original e o seu valor para a massa mais aditivo se dá, tanto no sentido de redução como no de aumento do limite de plasticidade. É desejável que se mantenham ou diminuam os valores das propriedades físicas, tais como: massa especifica aparente, absorção de água e porosidade aparente da massa plástica, enquanto que para a tensão de ruptura à flexão deseja-se manter ou aumentar seus valores (4). Visando dar continuidade ao estudo das matérias-primas para utilização na indústria de cerâmica vermelha, fornecendo informações acerca da qualidade da argila vermelha paraibana, e sua respectiva faixa ideal de extrudabilidade, o presente estudo tem dois objetivos: i) procurar delimitar a faixa ótima de água de extrusão, através de equipamento de laboratório, em massas cerâmicas naturais e aditivadas, e relacionando esta faixa de teores de umidade com os limites de Atterberg, determinados de forma convencional e ii) procurar diminuir o teor de água de extrusão através do uso de aditivos, de forma a reduzir os custos de secagem no ciclo produtivo. MATERIAIS E MÉTODOS Materiais Massas plásticas Foi coletada uma amostra de massa plástica para cerâmica vermelha oriunda de uma indústria cerâmica localizada no município de Massaranduba no Estado da Paraíba. A amostra foi coletada diretamente na esteira, após o processo de moagem e laminação da unidade de produção de blocos cerâmicos em funcionamento. Aditivos

28 de junho a 1º de julho de 2004 Curitiba-PR 3 Procurou-se adotar aditivos bem diversificados, alguns floculantes, outros defloculantes, como produtos que alteraram os valores das propriedades físicomecânicas. São os seguintes os aditivos utilizados no presente trabalho: A1 amido solúvel; A2 bentonita cálcica; A3 bentonita sódica; A4 carbonato de sódio - (Na 2 CO 3 ); A5 carboximetilcelulose CMC; A6 - cloreto de magnésio MgCl 2.6H 2 O; A7 detergente em pó; A8 - dextrina branca (C 6 H 10 O 5 ) n. x H 2 O; A9 hexametafosfato de sódio (NaPO 3 ) n ; A10 silicato de sódio (Na 2 SiO 3 ) Métodos Os ensaios de caracterização da amostra estudada nesta pesquisa incluem: caracterização física, que é constituída pela análise granulométrica por peneiramento e sedimentação e pelas características de plasticidade. A caracterização mineralógica é constituída pela análise térmica diferencial (ATD) e análise termogravimétrica (ATG). As análises granulométricas por peneiramento e sedimentação foram determinadas por via úmida com material passando 100% em peneira ABNT nº. 200 (0,074 mm). As características de plasticidade - limite de liquidez (LL), limite de plasticidade (LP) e índice de plasticidade (IP) das amostras em estudo - foram determinadas segundo o método da NBR 6459-84 (5) e NBR 7180-84 (6). As análises termodiferenciais (ATD) e termogravimétricas (ATG) foram obtidas através de um sistema de Análises Térmicas, modelo RB-3000 da BP Engenharia, com razão de aquecimento 12ºC/min. A temperatura máxima para ATD e ATG foi de 1000ºC e o padrão utilizado na ATD foi óxido de alumínio (Al 2 O 3 ), calcinado. Para a determinação das propriedades tecnológicas, foram realizados os ensaios completos segundo a sistemática proposta pela American Ceramic Society, adaptada por Santos (7). A massa natural foi umedecida com a umidade de extrusão da unidade fabril (19,97%) e foram confeccionados corpos de prova nas dimensões de 10,0 x 2,0 x 1,0 cm 3, extrudados em maromba de laboratório. Na etapa seguinte, todos os corpos de prova, ficaram em repouso, à temperatura ambiente por um período mínimo de 24 horas; em seguida, foram secos em estufa a 110ºC por mais um período de 24 horas e posteriormente sinterizados nas temperaturas de queima de 800ºC, 900ºC e 1000ºC, em forno de atmosfera oxidante, com uma taxa de

28 de junho a 1º de julho de 2004 Curitiba-PR 4 aquecimento de 2ºC/min e na temperatura máxima, foi mantido em patamar por 2 horas, completando assim, um ciclo de queima de 10 horas. O resfriamento foi realizado naturalmente por convecção natural, após desligamento do forno. Massa plástica aditivada A massa plástica, após ser moída passada em peneira ABNT nº. 80 (0,18 mm), foi aditivada nas proporções de 0,5; 1,0 e 1,5% de aditivo para 100g de massa plástica, misturados em uma masseira modelo Blakeslee com capacidade de 30 litros e umedecidos por um processo de gotejamento manual, com água + aditivo. Em seguida acondicionada em saco plástico para sazonamento por um período de cinco dias, quando foi queimada e ensaiada nas mesmas condições dos corpos de prova confeccionados com a massa em seu estado natural. RESULTADOS E DISCUSSÃO A Figura 1 apresenta os resultados da análise granulométrica por peneiramento e sedimentação. Nela verifica-se que a massa plástica apresenta valores de diâmetros médios das partículas equivalentes que passam em relação à amostra total de 67,72%, em peso de partículas com diâmetro equivalente abaixo de 74µm. Comparando o valor com a literatura, verifica-se que ele está na faixa aceitável, segundo Santos (7). Em relação à norma técnica NBR 7181-84 (6), observase ainda que a amostra estudada é constituída de: 35% de argila; 26% de silte; 23% de areia fina; 10% de areia média e 5% de areia grossa. 100 90 80 MASSA ACUMULADA 70 60 50 40 30 20 1E-3 0,01 0,1 1 DIÂMETRO DAS PARTICULAS (mm) Figura 1 Distribuição do tamanho de partículas da amostra por peneiramento e sedimentação.

28 de junho a 1º de julho de 2004 Curitiba-PR 5 A Figura 2 apresenta as curvas de ATD e ATG da amostra estudada. Analisando os termogramas, verifica-se que a amostra apresenta o seguinte comportamento: um pico endotérmico a 125ºC, de alta intensidade, característico de água livre e adsorvida; uma banda exotérmica entre 125 e 500ºC, característica da presença de matéria orgânica; um pico endotérmico de elevada intensidade com um máximo a 545ºC, característico da presença de hidroxilas; um pequeno pico exotérmico a 582ºC de baixa intensidade; e um pico exotérmico a 861ºC, de média intensidade, característico da nucleação de mulita. Analisando a curva termogravimétrica dessa amostra, verifica-se que há uma perda de massa de 2,0% correspondente à água livre entre a temperatura de 25 e 113ºC; perda de massa de 6% entre 113 e 476ºC, correspondente à perda de matéria orgânica e hidroxilas; perda de massa de 3% entre 476 e 601ºC, oriunda da matéria orgânica na forma de grafite. DIFERENÇA DE TEMPERATURA ( C) 12 10 8 6 4 2 0-2 -4-6 ATG ATD 582 545 861-2 0 2 4 6 8 10 12 PERDA DE MASSA -8 125 0 200 400 600 800 1000 14 TEMPERATURA (ºC) Figura 2 Termogramas da amostra de massa plástica analisada. Em uma análise conjunta das características dos termogramas da amostra analisada, nota-se que ela está de acordo com os termogramas apresentados pelos padrões brasileiros do grupo da cerâmica vermelha, segundo Santos (7). Nota-se que a caulinita mal cristalizada é o argilomineral predominante, apresentando, também perda de água e matéria orgânica, o que foi observado também por Neves (8) e Campos (9), em estudos semelhantes com argilas desse grupo no Estado da Paraíba. A Tabela I apresenta os resultados obtidos para os índices de Atterberg (LL, LP e IP), com a amostra no estado natural (sem aditivos químicos), na qual se

28 de junho a 1º de julho de 2004 Curitiba-PR 6 observa que os valores estão acima do mínimo recomendado (5) para processamento de cerâmica vermelha. Tabela I - Índices de Atterberg da amostra, em estado natural. LIMITE DE LIMITE DE ÍNDICE DE LIQUIDEZ PLASTICIDADE PLASTICIDADE 37,5 19,8 17,7 A Tabela II apresenta os resultados obtidos para os índices de Atterberg da amostra de massa plástica aditivada. Analisando os resultados, verifica-se que não houve variações significativas em relação aos valores das características de plasticidade da massa em seu estado natural, exceto para os dados resultantes do ensaio com o aditivo A5, nas diversas proporções: A8; A9 e A10 (a 0,5%), que estão muito acima do valor do LP da amostra sem aditivos. Tabela II Índices de Atterberg da amostra aditivada. PORCENTAGEM DE ADITIVO 0,5% 1,0% 1,5% SIMB* ADITIVO LL LP IP LL LP IP LL LP IP A1 Amido Solúvel 34,8 17,8 17,0 34,4 16,7 17,7 35,2 17,1 18,1 A2 Bentonita Cálcica 34,0 19,8 14,2 34,4 19,0 15,4 37,2 18,4 18,8 A3 Bentonita Sódica 33,5 18,8 14,7 35,0 18,5 16,5 39,5 20,2 19,3 A4 Carbonato de Sódio 34,0 17,9 16,1 39,4 19,9 19,5 40,6 20,4 20,2 A5 Carbometilcelulose 42,5 22,9 19,6 61,0 31,9 29,1 78,5 32,5 46,0 A6 Cloreto de Magnésio 36,4 19,9 16,5 35,0 17,6 17,4 34,5 21,9 12,6 A7 Detergente em Pó 34,0 19,8 14,2 33,8 18,5 15,3 34,4 20,1 14,3 A8 Dextrina Branca 36,8 28,2 8,6 36,0 22,4 13,6 37,0 19,7 17,3 A9 Hexametafosfato de Sódio 33,0 25,0 8,0 31,5 21,1 10,4 31,2 17,9 13,3 A10 Silicato de Sódio 32,6 24,6 8,0 33,6 20,7 12,7 34,4 18,3 16,1 * simbologia Usando os valores constantes nas Tabelas I e II, considerando apenas a maior diferença entre as três frações da porcentagem de aditivo, observou-se que os aditivos A4 (a 0,5%); A1, A3, A6 e A7 (a 1,0%), A2, A9 e A10 (a 1,5%), atendem o critério adotado por Salomão (4). E usaremos apenas os cincos aditivos que deram maiores diferenças de valores, para a aditivação da massa plástica.

28 de junho a 1º de julho de 2004 Curitiba-PR 7 Propriedades físico-mecânicas Os valores numéricos das propriedades físico-mecânicas resultantes dos ensaios realizados nos corpos de prova processados por extrusão e secos a 110ºC, no estado natural, são os seguintes: 19,16% de umidade de extrusão; 5,61% de retração linear de secagem e 3,94±1,04 MPa de tensão de ruptura à flexão, os quais são valores que atendem aos valores mínimos especificados (7), (8). A Tabela III apresenta os valores das propriedades físico-mecânicas.dos corpos de prova extrudados e sinterizados nas temperaturas de 800, 900 e 1000ºC, sem aditivos, onde se verifica que os valores numéricos atendem as recomendações para todas as propriedades características citadas para quaisquer das temperaturas de queima, segundo estudos realizados por Santos (7), Neves (8), Campos (9) e Campos (10). Tabela III Propriedades físico-mecânicas dos corpos de prova extrudados e sinterizados nas temperaturas de 800, 900 e 1000ºC, sem aditivos. TQ (ºC) ABSORÇÃO DE ÁGUA PA MEA (g/cm 3 ) RLQ PERDA AO FOGO TENSÃO DE RUPTURA À FLEXÃO (MPa) 800 13,34±0,95 25,08 1,88 0,73 5,93 10,56±1,88 900 11,82±1,08 22,61 1,91 2,53 6,02 10,27±1,78 1000 7,06±0,87 14,78 2,10 5,95 5,94 13,72±0,45 TQ = temperatura de queima; PA = porosidade aparente; MEA = massa específica aparente e RLQ = retração linear de queima. A Tabela IV apresenta os valores numéricos das propriedades físicomecânicas resultantes dos ensaios realizados com a massa aditivada e seca a 110ºC, onde se observa uma considerável melhora das propriedades físicomecânicas, salvo por pequena diferença de valores na amostra (A6 1%), em relação aos da amostra em seu estado natural, conforme citado anteriormente, que, no geral, atingiu os objetivos esperados.

28 de junho a 1º de julho de 2004 Curitiba-PR 8 Tabela IV Propriedades físico-mecânicas dos corpos de prova amostra aditivada, secos a 110ºC. ADITIVO PERCENTUAL UMIDADE DE EXTRUSÃO RETRAÇÃO LINEAR DE SECAGEM TENÇÃO DE RUPTURA À FLEXÃO (MPa) A1-1% 16,02 5,20 5,92±0,28 A4 0,5% 17,27 5,18 10,68±0,21 A6-1% 16,00 4,28 3,51±0,05 A9 1,5% 17,03 5,01 10,89±1,52 A10 1,5% 17,90 5,30 6,05±0,06 A Tabela V mostra os valores numéricos das propriedades físico-mecânicas resultantes dos ensaios realizados na amostra aditivada e sinterizada na temperatura de 800ºC. Nela verifica-se uma significante melhora nos valores médios das propriedades físico-mecânicas em relação ao seu estado natural. Tabela V Propriedades físico-mecânicas dos corpos de prova aditivados, extrudados e sinterizados na temperatura de 800ºC. ADITIVO PERCENTUAL ABSORÇÃO DE ÁGUA PA MEA (g/cm 3 ) RLQ PERDA AO FOGO TENSÃO DE RUPTURA À FLEXÃO (MPa) A1-1% 12,48±0,90 23,70 1,90 1,20 7,43 12,13±0,77 A4 0,5% 10,89±0,49 21,19 1,95 0,81 4,43 11,31±0,68 A6-1% 12,84±0,12 24,90 1,94 0,91 6,74 10,92±0,21 A9 1,5% 9,70±0,21 19,00 1,96 0,89 4,66 10,89±0,14 A10 1,5% 13,59±0,68 25,57 1,88 1,28 6,09 11,09±0,94 Na Tabela VI constam os resultados dos ensaios realizados em corpos de prova aditivados e sinterizados a temperatura de 900ºC. Nestes ensaios onde não houve melhora nos valores médios das propriedades físico-mecânicas, com exceção das amostras (A1 1% e A4 0,5%), que apresentaram melhores resultados para a tensão de ruptura à flexão em relação ao seu estado natural.

28 de junho a 1º de julho de 2004 Curitiba-PR 9 Tabela VI Propriedades físico-mecânicas dos corpos de prova aditivados, extrudados e sinterizados na temperatura de 900ºC. ADITIVO PERCENTUAL ABSORÇÃO DE ÁGUA PA MEA (g/cm 3 ) RLQ PERDA AO FOGO TENSÃO DE RUPTURA À FLEXÃO (MPa) A1-1% 13,00±0,72 24,24 1,87 1,59 8,38 13,72±1,74 A4 0,5% 15,32±1,50 28,77 1,88 1,33 7,49 13,03±0,54 A6-1% 12,88±0,14 24,75 1,92 1,33 7,49 10,05±0,75 A9 1,5% 15,92±1,82 29,46 1,85 1,63 10,55 8,49±0,34 A10 1,5% 13,68±0,51 25,13 1,88 1,97 6,71 10,55±0,80 Na Tabela VII constam os valores dos ensaios realizados nos corpos de prova aditivados e sinterizados a temperatura de 1000ºC. Consta-se que onde não houve melhora nos valores médios das propriedades físico-mecânicas, com exceção da amostra (A9 1,5%), que apresentou melhores resultados para a absorção de água e porosidade aparente em relação ao seu estado natural. Tabela VII Propriedades físico-mecânicas dos corpos de prova aditivados, extrudados e sinterizados na temperatura de 1000ºC. ADITIVO PERCENTUAL ABSORÇÃO DE ÁGUA PA MEA (g/cm 3 ) RLQ PERDA AO FOGO TENSÃO DE RUPTURA À FLEXÃO (MPa) A1-1% 8,11±0,33 15,82 1,95 4,36 8,21 12,48±0,97 A4 0,5% 7,47±0,25 15,17 2,03 3,48 6,60 11,75±0,76 A6 1% 9,38±0,31 18,61 1,98 3,26 7,51 11,15±0,99 A9 1,5% 5,77±0,36 11,80 2,07 6,90 8,67 7,51±0,65 A10 1,5% 10,11±0,36 19,80 1,96 4,07 7,06 10,48±0,11 CONCLUSÕES Após análise da massa plástica utilizada em cerâmica vermelha no estado natural e aditivadas, pode-se concluir que: a a massa plástica apresentou composição granulométrica, plasticidade e mineralogia adequada para uso em cerâmica vermelha;

28 de junho a 1º de julho de 2004 Curitiba-PR 10 b - a amostra aditivada, constitída de amido solúvel (1%); carbonato de sódio (0,5%); cloreto de magnésio (1%); hexametafosfato de sódio (1,5%) e silicato de sódio (1,5%), apresentou melhores resultados para a retração linear e para o comportamento mecânico a 110ºC, em relação à massa no estado natural. c as amostras aditivadas e sinterizadas nas temperaturas de queima de 800 e 900ºC apresentaram melhores resultados para as propriedades físico-mecânicas; d as massas aditivadas nas temperaturas de queima 800, 900 e 1000ºC apresentaram propriedades físico-mecânicas dentro da faixa de valores especificados para uso em cerâmica vermelha. REFERÊNCIAS 1. G.D. Chiara, G.M. Borroni, A.D. Chiara, Apostila, ACIMAC/IEC, Florianópolis, 2000. 2. J. Rawet, P.S. Santos, Cerâmica 26, 128 (1980) 193. 3. J.S. Reed,. Principles of ceramics processing. USA: John Wiley, 1995. 4. J.R. Salomão, P.S. Santos, Cerâmica 25, 118 (1979) 247. 5. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6459: Determinação do limite de liquidez: método de ensaio. Rio de Janeiro, 1984. 6. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7181: Determinação da análise granulometria de solos: método de ensaio. Rio de Janeiro, 1984. 7. P.S. Santos, Ciência e Tecnologia de Argilas. São Paulo: v. I e II, Blücher, 1992. 8. G. A. Neves, Tese (Doutorado em Engenharia de Processos) - CCT/UFCG, Campina Grande, Brasil, 2002. 9. L.F.A. Campos, R.S. Macedo, H.C. Ferreira, Anais do 13º. CBECIMAT, Curitiba, PR., Dezembro de 1998. 10. L.F.A. Campos, R.S. Macedo, H.C. Ferreira, P.K. Kiyorara, Cerâmica 45, 140 (1999) 295.

28 de junho a 1º de julho de 2004 Curitiba-PR 11 INFLUENCE OF ADDICTIVE IN THE PLASTICITY AND EXTRUDABILITY OF PLASTIC CLAYS FOR USE IN CERAMIC BLOCKS - PART I SUMMARY In the last years it has been studying the ceramic compositions in the industry red ceramic seeking to the obtaining of products of better quality. In this study it is looked for through additivaons, the reduction of the tempering water seeking a better and consistence of the ceramic composition. The addictive chemists seek to reduce the plasticity limit, without altering the extrudability of the ceramic compositions, improving the plasticity of ceramic blocks without harming your physical-mechanics properties. The addictives studied in the proportions of 0,5; 1,0 and 1,5% are: soluble starch; calcic bentonite; sodic bentonite; sodium carbonate; carboximethylcellulose; magnesium chloride; powder detergent; white dextrina; sodium hexmethylphosphate and sodium silicate. The obtained results show that the use of addictive in appropriate proportions is possible to reduce the plasticity limit of the analyzed samples, what allows to extrusion ceramic blocks with a reduction of the molding humidity, resulting in energy economy in the productive process. Words key: addictive, plasticity limit, extrusion, red ceramic, ceramic composition.