A CONCEPÇÃO DO ACADÊMICO DE ENFERMAGEM SOBRE A SAÚDE MENTAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA

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Transcrição:

A CONCEPÇÃO DO ACADÊMICO DE ENFERMAGEM SOBRE A SAÚDE MENTAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA Maria Naiane dos Santos Silva; Amanda Luiza Marinho Feitosa; Francisco Arlysson da Silva Veríssimo. Faculdade Princesa do Oeste-FPO/ naiane1995enf@gmail.com Palavras-chave: Saúde Mental; CAPS; Enfermagem. Introdução: Segundo a Organização Mundial da Saúde (2016), saúde mental é um estado de bem-estar no qual o sujeito é apto de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do estresse rotineiro, ser produtivo e colaborar com a sua sociedade. A política de saúde mental brasileira é fruto da mobilização de usuários, familiares e trabalhadores da Saúde, com o objetivo de transformar a prática dos manicômios onde viviam mais de 100 mil pessoas com transtornos mentais. O movimento foi motivado pela a relevância dos direitos humanos adquiriu no combate à ditadura militar e alimentou-se das experiências exitosas de países europeus na substituição de um modelo de saúde mental apoiado no hospital psiquiátrico por um sistema comunitário com forte inserção territorial (BRASIL, 2013). O movimento da Reforma Psiquiátrica instituído na década de 1970 teve como foco principal a desinstitucionalização dos pacientes psiquiátricos fazendo a crítica do modelo manicomial e estimulando novas possibilidades de tratamento no território através de uma política pública que modificou e direcionou as despesas para a inserção dos equipamentos substitutivos. São identificadas diversas ações do Ministério da Saúde para construir um modelo de Atenção à Saúde Mental na Atenção Primária, expandindo o acesso aos usuários com problemas menos graves e de dependência química (GAMA; CAMPOS; FERRER, 2014). Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são instituições indicada a acolher pacientes com transtornos mentais, incentivar sua integração cultural, social e familiar, ajudar suas iniciativas por busca de autonomia e ofertar assistência médica e psicológica. Devem trabalhar como articuladores estratégicos da rede de atenção à saúde mental, proporcionando uma vida comunitária e com autonomia dos sujeitos (LARENTIS; MAGGI, 2012). Os CAPS dispõem caráter aberto e comunitário, composto de equipes multiprofissionais e transdisciplinares, executando atendimento a usuários com transtornos mentais graves e persistentes, a população com sofrimento e/ou transtornos mentais em geral sem excluir aqueles derivados do uso de crack álcool ou outras drogas. A Portaria nº 23 de dezembro

de 2011, republicada em 21 de maio de 2013 fala sobre os Centros de Atenção Psicossocial e os organiza nas modalidades de: CAPS I, CAPS II, CAPS III, CAPS AD, CAPS AD III, e CAPS i (BRASIL, 2014). O estágio é um período muito marcante no desenvolvimento inicial do profissional enfermeiro e esperado pelos estudantes do curso de enfermagem. Os Estágios geram habilidades, ou seja, um saber-fazer. Desse modo, o enfermeiro deve ser estimulado o mais precocemente, ou melhor, durante o estágio, e não após a sua formação, a desenvolver habilidades e, consequentemente, se qualificar para o mundo do trabalho (BENITO; et al, 2012). Pesquisas têm abordado a inserção do profissional enfermeiro no campo dos serviços de saúde mental, e o resultado desses estudos revelam que, nesses espaços, tem sido exigido do enfermeiro um novo saber, construído a partir da prática interdisciplinar, o que tem contribuído para torná-lo profissional mais autônomo. Deste modo, a introdução do enfermeiro nas equipes de saúde mental tem atribuído que o mesmo interfira e conduza o processo de atendimento e seguimento dos usuários dos serviços de saúde mental (VARGAS; OLIVEIRA; DUARTE, 2011). Sendo assim, será que os CAPS têm conseguido cumprir todas essas ações? Ou seja, ele tem conseguido realizar um trabalho multidisciplinar visando a uma assistência integral do usuário, promovendo qualidade de vida e reinserção social? Questionamentos como esses motivaram a realização deste trabalho. Este estudo apresenta relevância ao apresentar a experiência vivenciada no CAPS II de Crateús-Ce durante o período estágios, buscando explorar o funcionamento dessa unidade, as atividades realizadas e a assistência integral, com esse desejo de buscamos entrelaçar a prática com a teoria, buscando assim, vincular um saber que possa alcançar cada profissional envolvido com a saúde mental. Dessa maneira, o estudo em questão teve por objetivo relatar a experiência vivenciada no CAPS II de Crateús/Ceará durante o período de estágios da disciplina de saúde mental. Metodologia: O estudo é de caráter descritivo e é do tipo relato de experiência e nele será relatada as atividades desenvolvidas por alunos, do curso de enfermagem da Faculdade Princesa do Oeste-FPO, durante o estágio desenvolvido no CAPSII do município de Crateús, no período de Novembro de 2016. As práticas ocorreram no período de duas semanas, supervisionadas por preceptores específicos da instituição. Ao iniciar os estágios todos os alunos foram apresentados aos campos de prática pelos coordenadores dos serviços. Durante os estágios acompanhamos a rotina do serviço, incluindo oficinas terapêuticas, consultas de enfermagem, grupo terapêuticos, rodas de conversas e outras atividades cotidianas. Resultados e Discussão: As ações e práticas realizadas dentro do CAPS muito acrescentam à formação profissional e pessoal. São atividades de

encontro, diálogo, desejos, histórias e conhecimentos específicos as quais possibilitam convivência com as diferenças, experiência, ensino e multiplicação dos conhecimentos. Além disso, promovem aos sujeitos o exercício de autonomia, expressão, cidadania, descoberta de habilidades, desenvolvimento e fortalecimento de relações. No atendimento individual observou-se que o usuário e o profissional enfermeiro conversam sobre o uso correto da medicação e a evolução do tratamento, orienta nas situações de fragilidade, acolhe, tira todas suas dúvidas, escuta e proporciona estratégias para que o usuário encontre as soluções possíveis diante da problemática enfrentada. De acordo com a necessidade do usuário são prescritos cuidados e implementadas ações que contribuem para a promoção, a proteção e a recuperação ou reabilitação do sujeito. O atendimento individual é um momento de diálogo entre o enfermeiro e o usuário e uma forma de fortalecer o vínculo e a confiança, bem como reavaliar as necessidades de saúde. O atendimento individual consiste em consultas de enfermagem que visam à observação e contato com os usuários do serviço, como, por exemplo, orientação e supervisão na tomada correta de medicação, informações nutricionais, evolução do usuário e renovação de receita, observou-se também as visitas domiciliares que são de suma importância tanto para o paciente quanto para a família. A inserção do profissional no espaço domiciliar oportuniza o entendimento da dinâmica das relações, além de constituir-se em um meio indispensável para garantir informações sobre a prática na vida do usuário, da família e da comunidade. A visita tem por finalidade dar suporte à família em situações difíceis ou não, uma vez que o profissional, ao introduzir-se no espaço familiar, tem contato direto com as situações reais enfrentadas pala família. Observou-se uma demanda muito grande ao serviço, visto que o CAPS de Crateús/Ce atendem a uma vasta clientela própria cidade, mas também de cidades vizinhas, o que acaba por sobrecarregar o sistema. Indubitavelmente, faz se necessária a descentralização dos CAPS, a fim que pessoas portadoras de problemas mentais possam ter um atendimento de qualidade. Desse modo ele busca fortalecer os vínculos com os familiares e destes com o serviço, ao mostrar-se como parceiro no comprometimento com o sujeito (SANTOS; et al, 2012). A inclusão social dos usuários deve refletir tanto os aspectos subjetivos dos usuários quanto o universo social e cultural no qual estão. Nesse caminho, intencionar a modificação das instituições sem considerar as portas de sustentação que a própria sociedade lhe disponibiliza é reincidir na ilusão de que seria possível, pela técnica, transformar a realidade (QUEIROZ; et al, 2013). O CAPS busca substituir o modo asilar e atuar com outra conotação teórica e técnica que não a da psiquiatria tradicional. Seus pressupostos salientam

o atendimento aos usuários em sofrimento psíquico, bem como a reabilitação psicossocial, pretendendo proporcionar o exercício da cidadania, aumentado sua autonomia e interação social (DIAS, 2013). Conclusão: Essa experiência nos permitiu conhecer o funcionamento dos serviços do CAPS II do Município de Crateús-Ce, e certificar-nos de que o cuidado qualificado deve ser provido em liberdade. Além disso, oportuniza-nos contribuir com a equipe, estabelecer um vínculo positivo com os usuários e familiares. Certos de que a prática influencia a nossa formação profissional e contribui para o crescimento pessoal, sentimo-nos privilegiados por dividirmos essa vivência com pessoas parceiras na luta por um cuidado digno e solidário, que promova a reinserção social e garanta os direitos de cidadania dos sujeitos. O CAPS constituem-se de uma estrutura alinhada aos princípios que norteiam os demais serviços de saúde pertencentes ao SUS: compõem-se de uma instituição própria, inserida na gestão pública, buscando garantir acesso, integralidade e resolutividade na atenção prestada, acolhendo diariamente uma clientela constituída de pessoas com transtorno mental, por uma equipe multiprofissional, estando o CAPS II de Crateús/Ce também inserido nesses moldes. A inserção do discente em campo de estágio diante do que é real com vistas a comparar com o ideal, com intermédio do professor, trazendo a literatura para a discussão, abarcando cada situação vivenciada na psiquiatria propicia humanização e garante respeito ao usuário no atendimento em todas as esferas do cuidado. Esta experiência ofereceu aos acadêmicos que percebessem a relevância da saúde mental, e lançassem novos olhares sobre as estratégias de prevenção e promoção à saúde, a serem desenvolvidas na comunidade e nos serviços de saúde do município. Referencias BRASIL, MINISTERIO DA SAÚDE. Pense mais SUS. Disponível em < https://pensesus.fiocruz.br/saude-mental>. Acesso em 04/09/2017. BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Cadernos de Atenção Básica. Saúde Mental. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. GAMA, Carlos Alberto Pegolo da; CAMPOS, Rosana Teresa Onocko; FERRER, Ana Luiza. Saúde mental e vulnerabilidade social: a direção do tratamento. Rev. latinoam. psicopatol. fundam. vol.17, n.1, São Paulo, 2014. BRASIL, Ministério da Saúde. Portal da Saúde. CAPS - Centro de Atenção Psicossocial. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. LARENTIS, Chalana Piva e MAGGI, Alice. Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas e a Psicologia. Aletheia. n.37, Canoas, 2012.

VARGAS, Divane; OLIVEIRA, Marcia Aparecida Ferreira; DUARTE, Fernando Augusto Bicudo. A inserção e as práticas do enfermeiro no contexto dos Centros de Atenção Psicossocial em Álcool e Drogas (CAPS AD) da cidade de São Paulo, Brasil. Rev. Latino- Am. Enfermagem. Vol.19 n.1, 2011. SANTOS, Elitiele Ortiz dos; et al. Serviços Substitutivos na Perspectiva da Reabilitação Psicossocial: Um Relato de Experiência. Cienc Cuid Saude. Vol.11 n.3, 2012 DIAS, Bruno Vilas Boas. Concepção do Acadêmico de Enfermagem sobre o Doente Mental: Relato de Experiência. Revista Eletrônica Acervo Saúde. vol.5 n.2, 2013. BENITO, Gladys Amelia Vélez; et al. Desenvolvimento de competências gerais durante o estágio supervisionado. Rev Bras Enferm, vol.65 n.1, Brasília 2012. QUEIROZ, Yasmin Livia; et al. Práticas em um Caps de Minas Gerais: O Relato de uma Experiência. Revista da SPAGESP, vol. 14 n.2, 2013.