A mãe e o pai trabalhadores têm direito, por nascimento de filho a uma licença parental inicial, nos seguintes termos:

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Transcrição:

Sindicato dos Enfermeiros Portugueses SEP http://www.sep.org.pt Parentalidade 1. Quais são os meus direitos parentais? Proteção na parentalidade Maternidade, Paternidade e Adoção: artºs 33º a 65º do CT, DL 91/2009 de 9 de abril e DL 89/2009 de 9 de abril). Esta legislação aplica-se a enfermeiros com CTFP e CIT. 2. Licença parental inicial (artº 40º do CT) A mãe e o pai trabalhadores têm direito, por nascimento de filho a uma licença parental inicial, nos seguintes termos: 120 ou 150 dias consecutivos, cujo gozo podem partilhar (cada um dos progenitores goza em exclusivo, um período de 30 dias consecutivos, ou dois períodos de 15 dias consecutivos); o gozo da licença pode ser usufruído em simultâneo pelos progenitores entre os 120 e os 150 dias; no caso de partilha da licença esta é acrescida de 30 dias; é obrigatório o gozo, por parte da mãe, de seis semanas de licença a seguir ao parto; em caso de partilha do gozo da licença, a mãe e o pai informam os respetivos empregadores, até sete dias após o parto, do início e termo dos períodos a gozar por cada um, entregando para o efeito declaração conjunta; em caso de nascimentos múltiplos esta licença é acrescida de 30 dias por cada gémeo, além do primeiro. 3. Tenho uma gravidez de risco. Quais são os meus direitos? Licença em situação de risco clínico durante a gravidez (artº 37º do CT). A grávida tem direito a licença, pelo período de tempo que por prescrição médica for considerado necessário para prevenir o risco. 4. Quais são os meus direitos no caso de haver uma interrupção da gravidez? Licença por interrupção da gravidez (artº 38º do CT). Em caso de interrupção da gravidez, a enfermeira tem direito a uma licença de duração entre 14 e 30 dias. 1 / 6

5. Quais são os direitos exclusivos do pai? Licença parental exclusiva do pai (artº 43º do CT): É obrigatório o gozo pelo pai de uma licença parental de 15 dias úteis de licença parental, seguidos ou interpolados, nos 30 dias seguintes ao nascimento do filho, cinco dos quais gozados de modo consecutivo imediatamente a seguir a este. Após o gozo da licença referida o pai tem ainda direito a 10 dias úteis de licença, seguidos ou interpolados, desde que gozados em simultâneo com o gozo da licença parental inicial por parte da mãe. 6. Estou grávida, amamento ou aleito. Quais são os meus direitos? Dispensas para consultas, amamentação e aleitamento (artºs 46º e 47º do CT): As enfermeiras grávidas têm direito à dispensa de trabalho para se deslocarem a consultas pré-natais, incluindo a preparação para o parto, pelo tempo e número de vezes necessárias e justificadas, sempre que estas só possam ser realizadas durante o horário de trabalho. O pai tem direito a três dispensas para acompanhar a trabalhadora às Consultas pré-natais (art.º 46/5 do CT). A mãe tem direito a ser dispensada, em cada dia de trabalho, por 2 períodos distintos de duração máxima de 1 hora cada para amamentar o filho, durante todo o tempo que durar a amamentação. Por cada gémeo, a dispensa diária é acrescida de 30 minutos. Caso não haja lugar à amamentação, a mãe ou o pai trabalhador têm direito, à dispensa atrás referida, para aleitação, até o filho perfazer um ano. 7. O que é a licença parental complementar (artº 51º do CT)? O pai e a mãe têm direito, para assistência a filho ou adotado e até aos 6 anos de idade a licença parental complementar, em qualquer das seguintes modalidades: Licença parental alargada, por três meses; Trabalho a tempo parcial durante 12 meses, com um período normal de trabalho igual a metade do tempo completo; Períodos intercalados de licença parental alargada e de trabalho a tempo parcial em que a 2 / 6

duração total das ausências seja igual aos períodos normais de trabalho de três meses. Depois de esgotado qualquer dos direitos referidos, o pai ou a mãe tem direito a licença para assistência a filho, de modo consecutivo ou interpolado, até ao limite de 2 anos. O exercício dos direitos referidos depende de informação dirigida por escrito ao empregador com antecedência de 30 dias relativamente ao seu início. É atribuído o subsídio parental alargado até 3 meses (25%) desde que a licença seja gozada imediatamente após a licença parental inicial. 8. Tenho um filho menor. Quais são os meus direitos? Trabalho em tempo parcial e horário flexível (artºs 55º e 56º do CT). Os enfermeiros com um ou mais filhos menores de 12 anos têm direito a trabalhar a tempo parcial ou com flexibilidade de horário. 9. Estou dispensada de fazer noites quando antes e após o parto? Dispensa de trabalho noturno (artº 60º do CT). A enfermeira está dispensada de prestar trabalho entre as 20 horas de um dia e as 7 horas do dia seguinte: Durante um período de 112 dias antes e depois do parto, dos quais pelo menos metade antes da data previsível do mesmo; Durante o restante período de gravidez, se for necessário para a sua saúde ou para a do nascituro; Durante o tempo que durar a amamentação, se for necessário para a sua saúde ou para a da criança. 10. Amamento. Estou isenta do trabalho por turnos? Isenção de horário por turnos (artº 56º do DL 437/91 de 8 de novembro). As enfermeiras vinculadas à Administração Pública que comprovadamente amamentem os filhos têm direito, durante um período de 12 meses a partir da data do parto, a requerer a isenção de horário por turnos e de trabalho noturno, assim como durante os três últimos meses de gravidez. 3 / 6

11. Existe alguma incompatibilidade durante o gozo de licença parenta, licença para assistência a filhos ou pessoa com deficiência? Sim, existem incompatibilidades. Durante a licença parental complementar, licença para assistência filho ou pessoa com deficiência, o/a enfermeiro/a não pode exercer outra atividade, nomeadamente trabalho subordinado ou prestação continuada de serviço fora da sua residência oficial. 12. Como se efetiva a proteção na parentalidade? Regulamentação da proteção na parentalidade (DL 91/2009 e DL 89/2009). A proteção na parentalidade é efetivada através da atribuição de prestações pecuniárias, denominadas por subsídios, que são calculados com base na remuneração de referência. A remuneração de referência (RR) é definida pela fórmula R/180, em que R corresponde ao total das remunerações registadas nos primeiros seis meses dos últimos oito (a contar do 2º mês anterior ao do início do impedimento). São consideradas as remunerações sobre as quais incidem os descontos para a CGA ou para a 4 / 6

Segurança Social (remuneração base, suplementos de turnos, regime de horário acrescido). No total das remunerações não são considerados os subsídios de férias e de Natal. 13. No caso das uniões de facto. Quais são os meus direitos? Lei n.º 7/2001, de 11 de Maio, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 23/2010, de 3 de agosto. A união de facto é uma situação de duas pessoas que, independentemente do sexo, vivem em condições análogas às dos cônjuges. Tem direito nomeadamente a beneficiar do regime jurídico aplicável a pessoas casadas em matéria de férias, feriados, faltas, licenças e de preferência na colocação dos trabalhadores da Administração Pública; beneficiar de regime jurídico equiparado ao aplicável a pessoas casadas vinculadas por contrato de trabalho, em matéria de férias, feriados, faltas e licenças. 14. Quais são os deveres da entidade patronal relativamente à minha segurança? Segurança e saúde no trabalho (artºs 281º a 284º do CT e artº 4 da LTFP). O trabalhador tem direito à prestação de trabalho em condições de segurança, higiene e saúde asseguradas pelo empregador. O empregador é obrigado a organizar as atividades de segurança, higiene e saúde no trabalho que visem a prevenção de riscos profissionais e a promoção da saúde do trabalhador. Deve garantir a organização e o funcionamento dos serviços de segurança, higiene e saúde no trabalho. Na aplicação das medidas de prevenção, o empregador deve mobilizar os meios necessários, nomeadamente nos domínios da prevenção técnica, da formação e da informação, e os serviços adequados, internos ou exteriores à empresa, bem como o equipamento de proteção que se torne necessário utilizar. A lei prevê a eleição de representantes dos trabalhadores para a segurança, higiene e saúde no trabalho. Cada um destes representantes dispõe de um crédito de 5 horas por mês, para o exercício das suas funções. 5 / 6

Powered by TCPDF (www.tcpdf.org) Podem ser criadas nas empresas, comissões de segurança, higiene e saúde no trabalho, de composição paritária, isto é, que integram em igual número representantes dos trabalhadores e do empregador. 6 / 6