INSPEÇÃO TÉCNICA DA QUALIDADE DE PULVERIZADORES NO MUNÍCIPIO DE TRÊS DE MAIO - RS

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Transcrição:

INSPEÇÃO TÉCNICA DA QUALIDADE DE PULVERIZADORES NO MUNÍCIPIO DE TRÊS DE MAIO - RS RESUMO CRISTIANO RODRIGO BRAUN 1 LEANDRO BALZ 1 VALBERTO MULLER 2 SETREM 3 Sendo o pulverizador uma das principais máquinas utilizadas pelos agricultores, é necessário que a mesma esteja sempre em perfeitas condições de uso. Condições estas alcançadas com inspeções e manutenções periódicas. A inspeção periódica é uma medida adotada em mais de vinte países em todo o mundo para controlar e aperfeiçoar as pulverizações realizadas a campo. Este estudo foi realizado para avaliar 23 pulverizadores encontrados nas comunidades do Km 6, Km 10 e Km 13, localizadas no interior do município de Três de Maio RS, objetivando inspecionálos para diagnosticar as condições em que estão sendo utilizados. Para tanto, utilizou-se a abordagem quantitativa, para as coletas de dados referentes às condições gerais dos pulverizadores e taxas de aplicações. Como método de procedimento adotou-se a pesquisa estatística. As técnicas de coletas de dados usadas foram observação direta intensiva e a realização de testes. A técnica de análise de dados usada foi a estatística descritiva. Os itens avaliados foram a presença de tampa do reservatório, indicador do nível de calda, espaçamentos entre bicos, vazamentos no circuito hidráulico, proteção do cardan, taxas de aplicações, filtro do tanque, filtro da bomba, filtros das barras, filtro dos bicos, estado das barras, funcionamento de manômetro, regulador de pressão e uniformidade das pontas de aplicação. Dos pulverizadores avaliados apenas um foi aprovado em todos os itens avaliados, 18% apresentam não conformidades leves (com alguns ajustes tornam o pulverizador apto ao uso) e 78% dos pulverizadores apresentam não conformidades graves, ou seja, o pulverizador não deverá ser utilizado até que todos os problemas sejam solucionados. Palavras-chave: Inspeção técnica. Não-conformidades. Pulverizadores. ABSTRACT Being one of the leading spray machines used by farmers, it is necessary that it is always in perfect working order. These conditions reached with the periodic inspections and maintenance. Periodic inspection is a measure adopted in more than twenty countries around the world to control and improve the spraying carried out in the field. Developed the present study assessed 23 sprays found in the Km 6 communities, Km 10 and Km 13, located within the municipality of Três de Maio - RS, aiming to inspect them to diagnose the 1 Acadêmico do curso de Agronomia da Setrem, braun84029205@hotmail.com 1 Acadêmico do curso de Agronomia da Setrem, balz0095753@hotmail.com 2 Professor no curso de Agronomia da Setrem, Valberto.muller@setrem.com.br 3 Sociedade Educacional Três de Maio.

2 conditions in which they are being used. For this we used a quantitative approach to the data collection for the General conditions of sprayers and application rates. As method of procedure adopted the statistical research. Data collection techniques used were intensive direct observation and testing. Data analysis technique used was the descriptive statistics. The items evaluated were the presence of reservoir cap, syrup level indicator, spacing between nozzles, leaks in the hydraulic circuit, gimbal protection, application rates, tank filter, pump filter, bars filters, filter nozzles, status bars, gauge operation, throttle and uniformity of application tips. Sprayers assessed only one was approved in all items, 18% have no lightcompliance (with some adjustments make the fit Spray to use) and 78% of sprayers have major non-conformity, that is, the spray should not be used to that all problems are solved. Keywords: technical inspection, Non-conformities, Sprayers. 1. INTRODUÇÃO Com o crescente aumento da população mundial, é necessário que se produza mais alimentos e com qualidade. Porém, esse aumento desejado na produção de alimentos é diretamente influenciado pela limitante área disponível para a produção. Sendo a área um fator limitante, a solução é produzir cada vez mais em um mesmo espaço de terra. Os avanços tecnológicos na parte de melhoramento de plantas, desenvolvimento de produtos e novas tecnologias, propiciam condições favoráveis para o aumento da produtividade, porém, não oferecem garantias que as mesmas sejam maior. Para que se aumente a produção de alimentos, é fundamental que, além de propiciar as condições ideais de desenvolvimento para plantas, tenha-se um controle eficaz de pragas, doenças e plantas daninhas que possam causar danos às culturas. Minguela e Cunha (2010), destacam que aproximadamente 33% da produção mundial de alimentos é perdida em decorrência dos ataques de pragas, fitopatógenos e plantas infestantes. O controle de doenças, pragas e plantas daninhas é comumente realizado por meio de pulverizações, onde se busca a eficiência na aplicação de um determinado defensivo, para que este atinja o alvo e, assim, se obtenha o controle desejado. Sem sombra de dúvidas, o pulverizador é uma das mais importantes ferramentas usadas pelos produtores rurais no manejo das culturas. Sendo de tamanha importância, é necessário que o estado do pulverizador esteja nas melhores condições possíveis. Para que o pulverizador ou qualquer máquina tenham um bom rendimento, é necessário que se façam inspeções periódicas, para avaliar o funcionamento de diversos componentes do mesmo e corrigir as falhas presentes. Assim, observar e realizar a inspeção periódica dos pulverizadores garante uma maior eficiência, como também, melhora a qualidade das aplicações agrícolas e os demais fatores envolvidos. Durante um processo de inspeção, são avaliados diversos itens em um pulverizador, conforme o grau de interesse do pesquisador ou produtor. Geralmente são inspecionados itens como: estado das mangueiras, conexões, presença de vazamentos, avaliações sobre o estado e o modelo de pontas utilizadas, estado dos filtros, manômetros, pressões, vazões entre outros. Ao contrário do que ocorre nos países da Europa, que adotaram a inspeção como obrigatória, no Brasil a inspeção de pulverizadores ainda é incipiente, porém,

3 há algumas iniciativas de empresas e universidades, mas ainda em fase experimental, sem qualquer oficialização (MINGUELA; CUNHA, 2010). O presente trabalho buscou analisar diversos componentes de pulverizadores, em diversas propriedades rurais, situadas em três comunidades do interior do município de Três de Maio RS, durante o período referente ao segundo semestre de 2014, a fim de avaliar as condições em que os mesmos estão sendo utilizados. Organizado basicamente em três partes, o estudo está dividido em aspectos metodológicos, que apresentam os objetivos, o problema, as hipóteses, a justificativa e os métodos utilizados para a realização da pesquisa. Em seguida apresenta-se o embasamento teórico que dá sustentação à realização da pesquisa. Finalmente, no capítulo 3 se faz a análise e discussão dos resultados, seguida da conclusão do trabalho. CAPÍTULO 1 ASPECTOS METODOLÓGICOS O presente capítulo busca abordar os aspectos metodológicos, cronograma e os recursos envolvidos na realização do presente estudo para o alcance dos objetivos e a resposta do problema da pesquisa. Tendo como tema principal, a inspeção técnica da qualidade dos pulverizadores utilizados em três comunidades do interior de Três de Maio. O objetivo do presente trabalho foi realizar a inspeção de pulverizadores nas propriedades alvo do estudo a fim de diagnosticar as condições em que estão sendo utilizados. Quanto ao problema de pesquisa, busca se a solução, da questão levantada. Quais aspectos técnicos dos pulverizadores, alvo do estudo, apresentam nãoconformidades, capazes de interferir na qualidade de aplicações de produtos agrícolas? O trabalho utilizou os métodos de abordagem quantitativo. O método quantitativo foi empregado na coleta dos dados, de modo que ele pôde representar os dados numéricos coletados em uma análise estatística, para determinar os volumes de aplicação, as taxas de aplicação por pontas, velocidade média de deslocamento. O método de procedimento que utilizado no trabalho foi a pesquisa estatística. Utilizou-se a pesquisa estatística para se ter parâmetros numéricos em relação ao as taxas de aplicações, velocidade de deslocamento do pulverizador, espaçamento entre bicos, vazões por ponta, proteção do cardan, presença de vazamentos no circuito hidráulico, fechamento da tampa do reservatório, estado das barras, filtros, manômetros e reguladores de pressão onde os dados coletados foram analisados estatisticamente usando como parâmetro principal as médias aritméticas. As técnicas de coletas de dados foram a observação direta intensiva através da observação. Esta técnica foi muito utilizada no levantamento de dados, por se tratar de avaliações visuais sobre estado do pulverizador, onde há uma série de componentes que foram inspecionados, como estado das mangueiras, presença de vazamentos, estado dos bicos e filtros, barras, estado do indicador de calda, estado do manômetro entre outros.

4 A aplicação de testes buscou obter informações referentes à velocidade de deslocamento do trator ou auto-propelido, volume de aplicação e taxas de aplicações por pontas. Quanto as técnicas de análise de dados utilizou-se da estatística descritiva, principalmente para tratamento e interpretação de dados numéricos referentes as taxas de aplicações e espaçamento entre bicos. Os métodos que foram utilizados serão similares aos usados por outros pesquisadores, assim como, também foram feitas algumas adaptações mediante especificidade das análises. Márquez (2001) apud Dornelles (2008, p. 37), destaca a importância de que haja padronização de critérios considerados durante as atividades de inspeção de pulverizadores. Os métodos utilizados dependeram da análise feita e do item que foi inspecionado em cada pulverizador. A verificação do estado dos pulverizadores foi feita visualmente, onde foram observados, a presença de resíduos externamente no tanque, fechamento da tampa do reservatório, ausência de algum componente importante, indicador do nível de calda com escala legível, presença de mais de um modelo de pontas de aplicação, proteção do cardan, estado das barras e espaçamento entre bicos, que será medido com o auxílio de uma trena. Para a determinação taxa de aplicação, os passos que foram seguidos, seguem os descritos por Chaim (2009), onde que, com uma trena, mede-se 50 metros, e com um cronômetro, verifica-se o tempo gasto para o trator percorrer este percurso, conforme a marcha utilizada para realizar as aplicações. Após, é feita a divisão da distância pelo tempo, e multiplicado por 3,6 para chegar-se a velocidade de deslocamento em km/h. Para as determinações da taxa de aplicação do pulverizador e a taxa de aplicação por ponta, uma condição fundamental foi que os pulverizadores estivessem com no mínimo 30% de água da capacidade total do reservatório. Com o pulverizador em funcionamento, foi coletado o líquido com um copo volumétrico em várias pontas durante o mesmo tempo (s) gasto para o trator percorrer os 50 metros, e assim, foi calculada a vazão em l.ha -1 conforme a fórmula: Onde: Q: taxa de aplicação (em L por hectare) q: vazão de um bico em (l/min) V: velocidade em (km/h) f: espaçamento entre bicos (m) 600: fator de conversão de unidades A taxa de aplicação, por ponta, foi conforme metodologia utilizada por Antuniassi, Boller (2011) utilizando-se o sistema gravimétrico, para a determinação da vazão de cada ponta. Foi instalada um cano preso em cada bico para facilitar a coleta da calda pulverizada. Para cada cano foi posicionado um balde próximo a eles, com capacidade mínima de cinco litros. Com o auxílio de cronômetros, foram colocados os baldes em cada mangueira, num intervalo de 5 segundos para cada um, ou seja, inicia-se no instante zero colocando um balde em um cano, no instante 5 outro balde em outra ponta e assim sucessivamente. As coletas foram feitas com os baldes permanecendo por um período de dois minutos em cada mangueira,

5 sendo que, os mesmos foram retirados nos instantes 2:00 min, 2:05, 2:10 e assim sucessivamente. Após as coletas os baldes foram pesados conforme a sequência da coleta, e os valores foram divididos por dois, para se chegar ao valor da vazão em litros por minutos. Foram montados gráficos da distribuição da vazão em cada ponta e os pulverizadores que apresentarem variação de vazão, entre pontas, maior que 10%, foram caracterizados com em não-conformidade em relação a uniformidade de aplicação por ponta. A observação visual do estado das mangueiras, foi realizada, analisando a ocorrência de mangueiras dobradas e fissuradas e que estejam localizadas na projeção dos jatos dos bicos, e assim interferindo na distribuição do defensivo. Ocorrendo qualquer dessas situações, as mesmas foram anotadas e observados os locais de ocorrência e a frequência em que ocorrem. A presença ou não de vazamentos, foi constatado com o pulverizador em funcionamento, caso houvesse os mesmos eram catalogados conforme o local em que ocorrem. Quanto aos antigotejadores verificou-se a presença ou não dos mesmos nos pulverizadores observando também a ocorrência de vazamento mediante ao funcionamento do pulverizador. Inicialmente fez-se a determinação da taxa de aplicação por ponta, conforme descrito anteriormente. Após fez-se uma analise visual do estado do filtro do tanque, dos filtros das seções e dos filtros dos bicos, onde que os mesmos foram analisados conforme o estado em que se encontravam, se estavam danificados, com sujidades e ou se os mesmos estavam em bom estado e limpos. Caso apresentassem sujidades ou estavam danificados os mesmos foram limpos e trocados mediante necessidade. O estado de conservação do manômetro foi avaliado com relação ao seu estado, inteiro ou danificado, se tiver o ponteiro indicando a pressão de trabalho e presença ou não de vazamento. A pressão de trabalho foi avaliada de duas maneiras uma observando-se a apresentada no manômetro e a outra medindo se a pressão com aparelho específico, na saída em cada bico. Para ser avaliada a qualidade das pontas de aplicação, foi medida a vazão da ponta e a pressão de trabalho, sendo as mesmas, relacionadas e comparadas com as características de uma ponta nova. Quanto maior for a variação, maior será considerado o desgastes nas pontas de aplicação. Quanto aos critérios de conformidades, a metodologia utilizada é baseada na descrita por Gracia e Val (2001), apud Dornelles (2008). Esta mesma metodologia é bastante utilizada para classificação de pulverizadores inspecionados na Espanha. Para classificar os pulverizadores mediante os itens avaliados foi utilizada semelhante metodologia, porém com algumas adaptações. Os pulverizadores avaliados foram classificados em três diferentes grupos. I grupo - aqueles em conformidades com os itens avaliados, quando o pulverizador está apto ao uso, obedecem as condições mínimas de uso, conforme tabela 1. II grupo pulverizadores que apresentam não conformidades leves, caracterizados como não aptos ao uso, mas que com a correção de algumas não conformidades poderão ser utilizados, tabela 2. III grupo pulverizadores que apresentam não conformidades graves, ou seja, não deverá utilizar o pulverizador antes que seja feita a correção do devido problema, tabela 3. Tabela 1 Descrição de conformidades das partes e itens dos pulverizadores Correto fechamento da tampa do reservatório Condições gerais de uso Indicador do nível de calda presente e com escala legível

6 Filtros Bicos e pontas Manômetro e regulador de pressão Fonte: Adaptado de Dornelles (2008). Barras em bom estado Correto espaçamento entre bicos Ausência de vazamentos no circuito hidráulico Proteção ao cardan Presença de filtros no bocal, aspiração da bomba e linhas Filtros limpos Malhas em bom estado Desgastes dentro dos limites admissíveis Ausência de obstruções Ausência de vazamentos Dispositivos antigotejo Ambas as pontas do mesmo modelo Ambos presentes no pulverizador Manômetro indicando a pressão Regulador em funcionamento Na tabela 1, estão descritos os critérios de conformidades, para o pulverizador ser caracterizado como apto ao uso. Para estar nesse grupo, o pulverizador deve obedecer a critérios mínimos que o torna passível de uso. Tabela 2 Descrição de não conformidades leves das partes e itens dos pulverizadores Fechamento deficiente da tampa do reservatório Indicador do nível de calda ilegível e ou sem escala Barras com algum amassado leve Condições gerais de uso Variação no espaçamento entre bicos inferior a 10% Vazamentos na forma de gotejo em alguns locais do circuito hidráulico Proteção ao cardan ineficiente Filtros com resíduos Filtros Vazamentos em gotejamento Máximo de 15% das pontas com desgaste excessivo ou defeituosas Bicos e pontas Presença de pontas obstruídas Um ou mais dispositivos antigotejos ausentes ou deteriorados Vazamento nos bicos Manômetro e regulador de Manômetro com algum dano físico pressão Funcionamento incorreto do regulador Fonte: Adaptado de Dornelles (2008). A tabela 2, apresenta os critérios de não conformidades leves, onde o pulverizador é caracterizado como apto ao uso, porém, recomenda-se que se façam alguns ajustes necessários para um melhor funcionamento do mesmo. Tabela 3 Descrição de não conformidades graves das partes e itens dos pulverizadores Fechamento deficiente da tampa do reservatório Indicador do nível de calda ilegível e ou sem escala Barras deformadas e ou trincadas Condições gerais de uso Variação no espaçamento entre bicos superior a 10% Vazamentos na forma de escorrimento em alguns locais do circuito hidráulico Proteção ao cardan ausente Filtros danificados Filtros Filtros ausentes Vazamentos na forma de escorrimentos Bicos e pontas Máximo de 15% das pontas com desgaste excessivo ou

7 defeituosas Presença de pontas obstruídas Um ou mais dispositivos antigotejos ausentes ou deteriorados Vazamento nos bicos na forma de escorrimentos Manômetro e regulador de Manômetro sem indicador, ou escala ilegível pressão Funcionamento incorreto do regulador Fonte: Adaptado de Dornelles (2008). A tabela 3 apresenta os critérios de não conformidades graves, onde o pulverizador será caracterizado como inaptos ao uso com a presença de uma ou mais faltas consideradas graves, os pulverizadores com estas características serão considerados como reprovados pela inspeção. Conforme Marconi e Lakatos (2006), população é um conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam em comum ao menos uma característica em uma análise geral. A amostra, para os mesmos autores, é uma porção ou uma parcela convenientemente selecionada do universo (população), ou seja, é um subconjunto do universo. A população estudada foi composta por 23 pulverizadores encontrados nas comunidades de Km 6, Km10 E Km 13, no interior do município de Três de Maio. Foi realizado um censo, onde foram avaliados todos os pulverizadores encontrados nas comunidades citadas anteriormente, para gerar maior precisão nos resultados. Do total de pulverizadores que foram inspecionados, há 19 pulverizadores de hidráulico, três pulverizadores de arrasto e um auto propelido. CAPÍTULO 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Segundo Güllich, Lovato e Evangelista (2007), a revisão bibliográfica é a forma de rever novamente o que já foi escrito sobre determinados assuntos relacionados à pesquisa pretendida. A maneira de incluir a revisão bibliográfica à pesquisa é realizada mediante as citações relevantes e conclusões de concordância ou discordância a que outros pesquisadores chegaram, possibilitando assim, a ampliação e contribuição à pesquisa realizada. A grande demanda de alimento vem fazendo com que os produtores tenham que aumentar as suas produções, diminuindo as perdas. Ultimamente, o que vem causando perdas de produtividade são as pragas e as plantas invasoras, dessa maneira, a aplicação de defensivos agrícolas vem em um forte crescimento, devido que os monocultivos realizam uma superação das pragas, doenças e plantas invasoras, o que se faz necessário o controle químico através de pulverização. Segundo Minguela e Cunha (2010), aproximadamente 33% da produção mundial é perdida decorrente do ataque de pragas, fitopatógenos e plantas infestantes, sendo essas perdas maiores nos países menos desenvolvidos. Para Souza, Palladini (2005) um cuidado muito importante que o produtor deve tomar para não contaminar o solo, é o destino das embalagens, onde ele explica que realizando a tríplice lavagem ou lavando os recipientes sob pressão na hora da mistura da calda é possível remover 99,9% dos resíduos, e após isso, as embalagens deverão ser esmagadas e destinadas aos pontos de coletas de embalagens de agrotóxicos. Segundo Zambolin et al. (2008), a constituição de um pulverizador convencional é dividida em: - Depósito é o local onde fica armazenada a calda para a pulverização.

8 - Agitadores de tanque: esse sistema agita a calda para que ela se mantenha homogênea. - Registros: esse componente realiza a interrupção da passagens da calda pelo sistema de distribuição. - Filtros: esse é o componente de fundamental importância, pois ele serve para garantir uma maior uniformidade das aplicações, por não permitir entupimento e uma maior durabilidade dos bicos. - Bomba: sua função é pressionar a calda, colocando no sistema a energia que será usada para fazer a pulverização. - Câmara de compensação: sua função é manter uma preção estável no sistema de pulverização. - Regulador de pressão: esse componente funciona como uma forma de alivio do sistema, quando o sistema esta com uma vazão inferior a vazão da bomba, o regulador redireciona o excesso para o tanque. - Manômetro: esse instrumento realiza a indicação da pressão do sistema, ele é muito importante para se realizar a calibragem do sistema. - Válvula direcional: esse sistema tem a função de abrir parte da barra de pulverização e o tamanho pode variar de acordo com o numero de seções da barra do pulverizador. - Barra: é onde estão fixados os bicos de pulverização. - Bicos de pulverização: é o conjunto e estrutura de fixação na barra, como o corpo, filtro, ponta e capa. Seu espancamento pode variar de acordo com a cultura. - Ponta, elas tem uma função muito importante pois elas determinam a vazão, distribuição e tamanho das gotas, e esses três determinados pela energia utilizadas. Tendo cada componente do pulverizador uma importância para a aplicação dos defensivos agrícolas é indispensável que estejam todos em bom estado, para que se tenha uma aplicação de qualquer defensivo que chegue até o alvo desejado. O tanque do pulverizador é o local onde o defensivo é depositado e transportado (BALASTREIRE, 2005). Conforme Andrade (2014), o tanque ou depósito do pulverizador deve ser feito de material resistente, geralmente são feitos de fibra de vidro ou polietileno, e devem conter, tampa com válvula de respiro e com filtro do tipo coador ou peneira; agitador mecânico ou hidráulico; fundo afunilado para total esgotamento e indicador de nível do líquido. Segundo Ramos et al. (2004), O primeiro passo para a regulagem de um pulverizador é observar se o agitador de calda esta funcionando de maneira correta, o seu funcionamento ocorre quando a bomba estiver funcionando adequadamente. Para o funcionamento correto do agitador é necessário que a tomada de força tenha uma rotação de 540 RPM (rotação por minuto). Os agitadores de calda podem funcionar de duas maneiras, mecânica e hidraulicamente, a mecânica funciona através de uma hélice e quando a RPM diminui, compromete o funcionamento da hélice, pois ela também irá ter alteração na rotação e posteriormente não tendo a eficiência necessária. Já a hidráulica, trabalha através do retorno de calda da bomba para o tanque e dessa maneira, sempre ocorrendo à mistura dos produtos dentro do tanque, do mesmo modo, se a rotação diminuir, compromete a mistura do produto, pois não terá mais a quantidade de calda ideal passando pelo retorno (RAMOS et al. 2004). Os registros ou válvulas direcionais são componentes cuja a função é comandar (abrir ou fechar) a passagem da calda para os bicos. O número de registros varia de acordo com o número de seções da barra. Ao fechar

uma das seções da barra, nos comandos mais simples a pressão do sistema aumenta, aumentando a vazão dos bicos em funcionamento (SANTOS 2010). A bomba de um pulverizador é um dos principais componentes do mesmo, pois sua função é fornecer pressão ao líquido a ser aplicado. As bombas podem ser de pistão, roletes, engrenagens ou centrífugas (BALASTREIRE, 2005). A câmara de compensação, segundo Andrade (2014), tem a função de uniformizar o fluxo de líquido, em função da oscilação das pressões, devido à pulsação provocada pelos pistões de uma bomba. O regulador de pressão possui como função, a regulagem da pressão do líquido a ser aplicado dentro da faixa desejada (BALASTREIRE, 2005). Segundo Andrade (2014), para cada tipo de produto necessita-se manter uma determinada pressão, em função do tamanho e do número de gotas, tornando assim, o regulador de pressão um componente essencial do pulverizador. Conforme Balastreire (2005) o manômetro tem a função de indicar a pressão da calda da linha que segue para os bicos pulverizadores. A grande maioria dos pulverizadores é equipada com o manômetro colocado próximo ao regulador de pressão. Nesse local, estarão muito distantes dos bicos e consequentemente poderá registrar uma indicação falsa devido às perdas, dependendo da curvatura e bitolas das tubulações que alimentam as barras. É sempre recomendável a medição da pressão nos bicos. Dessa maneira a pressão de trabalho será sempre real e, com isso, o diâmetro de gotas geradas poderá ser controlado, comparando com as tabelas de fabricante de bicos (ANDRADE, 2014). Conforme Santos (2010), os filtros tem a função de reter as impurezas e evitar falhas nas aplicações. Segundo o mesmo autor, em um pulverizador são encontrados filtros do tanque, cuja função é reter impurezas evitando causar danos na bomba e desgaste nos filtros, encontram-se também filtros da bomba, filtros de linha e filtros das pontas, cuja função é reter as impurezas que passaram pelos filtros de linha e que poderiam estar entupindo as pontas. Os bicos de pulverização são formados por um conjunto de componentes, como as pontas de pulverização, peneiras e suporte de fixação dos componentes na barra. Segundo Teixeira (2000), as peneiras ou filtros de linha são utilizados para realizar a ultima filtragem da calda, para evitar o entupimento das pontas durante uma aplicação. As malhas desse filtro devem ser menores do que o orifício das pontas, fazendo com que dessa maneira, as partículas maiores fiquem presas na peneira e assim não causando a sua obstrução. Para Padovan (2004), os bicos de pulverização são encarregados de dividir a calda em gotas e distribuí-la de forma uniforme no alvo. De modo que cada vez mais se tenha uma redução na quantidade de calda para a aplicação e que as pontas são os componentes que mais rápido se desgastam em um pulverizador. Devemos ter o cuidado para que sempre estejam em boas condições e sem desgastes desse modo devem ser tocados periodicamente de acordo com as especificações de fábrica dos bicos. Segundo Costa (2009), as pontas são de fundamental importância no pulverizador, pois delas depende a vazão, quantidade e qualidade das gotas. Atualmente no mercado se encontram vários tipos de pontas sendo que elas podem ser caracterizadas através de ângulo do jato, tamanho das gotas, posicionamento e durabilidade Conforme Costa (2009), o ângulo da ponta varia conforme a pressão do sistema, quando ela aumenta, aumenta-se o ângulo também e o inverso ocorre 9

10 quando se diminui a pressão. As pontas são fabricadas para trabalharem com uma determinada pressão sendo esta não a correta ocorre-se perdas de qualidade, Atualmente se encontra no mercado as pontas mais utilizadas que variam de um ângulo de 80 a 110 graus onde o ultimo apresenta mais vantagens por trabalhar com a barra mais perto do solo e causando menos deriva e consequentemente maior uniformidade. Já o tamanho das gotas varia de acordo com a finalidade da aplicação, quanto menores as gotas mas gotas se terá por área e desse na figura 01 apresenta quantas gotas por área se necessita para determinada tipo de aplicação. Para Costa (2009), o posicionamento das pontas é muito importante para garantir uma boa uniformidade e distância entre os bicos deve ser igual e o seu ângulo pode variar de 4 a 6 graus em relação a barra de pulverização. Segundo Costa (2009), a durabilidade das pontas tem interferência em relação a qualidade da água, onde, esta quanto mais pura for, menos danos ocorrerão nas pontas. Os tipos de produto também interferem na ação de desgaste das pontas, pois produtos como pó-molhável e suspensão concentrada possuem abrasividade alta, o que gera um desgaste maior, sendo que o principal fator que interfere na vida útil das pontas é de que material as pontas são feitas, conforme representado na Figura 01. Material de fabricação do bico vida útil (horas) Cerâmica +400 Poliacetal 400 Aço Inoxidável 400 Nylon 200 Latão 100 Fonte: Costa (2009). Figura 01 - Vida útil das pontas em relação ao material de sua composição. Segundo Corrêa et al. (1976), o desgaste das pontas afeta principalmente a vazão da ponta, e consequentemente, altera o tamanho das gotas, pressão do trabalho e desse modo perde-se a qualidade de aplicação por não ser mais homogênea. Apesar de ser um equipamento que o produtor mais utiliza durante o ciclo da cultura, na maioria dos casos, não tem se dado uma atenção especial ao pulverizador, e não se realiza uma inspeção periódica para avaliar as condições em que está sendo usado. Dornelles (2008, p. 27), afirma que as inspeções periódicas realizadas sobre pulverizadores, objetivam mantê-lo nas melhores condições possíveis, para que se tenham aplicações mais eficientes, evitando contaminações desnecessárias. A inspeção periódica é uma medida adotada em mais de vinte países em todo o mundo para controlar e aperfeiçoar as pulverizações realizadas a campo, gerando um certificado e também a orientação para um melhor uso e manutenção das máquinas utilizadas (ANTUNIASSI; BOLLER, 2011, p. 83). A inspeção periódica é realizada de maneira voluntária ou periódica, conforme cada país, Ganzelmeier e Rietz (1998) apud Antuniassi e Boller (2011, p. 83) relatam que as inspeções periódicas em pulverizadores são obrigatórias em países como a Alemanha, Holanda, Bélgica e Dinamarca, entre outros, sendo que o procedimento é realizado dede a década de 1970 em muitos países da Europa.

11 Segundo Minguela e Cunha (2010), desde a década de quarenta são realizadas avaliações em alguns componentes isolados dos pulverizadores, porém, é a partir da década de 60 que iniciaram os primeiros programas de inspeção para máquinas de pulverização. Ao contrário do que ocorre nos países da Europa, que adotaram a inspeção obrigatória, no Brasil a inspeção de pulverizadores ainda é incipiente, porém, há algumas iniciativas de empresas e universidades, mas ainda em fase experimental, sem qualquer oficialização (MINGUELA; CUNHA, 2010). Os itens a serem avaliados em uma inspeção, podem variar conforme critérios pré-estabelecido, em geral, são avaliados itens como, vazamentos, pontas de bicos utilizados, vazão de bicos, presença de sujidades nos filtros, estado dos filtros, taxa de aplicação, pressão entre outros. 3. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Este capítulo aborda todas as atividades realizadas e trata das análises dos dados que foram levantados durante o desenvolvimento do estudo. As atividades desenvolvidas foram, a inspeção de pulverizadores avaliando as condições gerais, como distância entre bicos e vazamento e até as condições mais complexas como a variação da vazão das pontas de aplicação. Neste contexto, estão demonstrados os resultados da pesquisa realizada, juntamente com a análise e discussão sobre as não-conformidades encontradas nos itens avaliados em cada pulverizador. 3.1 AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES GERAIS DE USO DOS PULVERIZADORES ALVO DO ESTUDO As avaliações das condições gerais de uso dos pulverizadores foram feitas, principalmente, através de observações diretas, onde se verificavam diversos itens como: estado da tampa do reservatório, presença da escala do nível de calda, estado das barras de pulverização, condições dos filtros e funcionamento do manômetro. Dos pulverizadores avaliados, percebe-se que 38% dos pulverizadores avaliados estão com idade de trabalho entre 16 a 20 anos de uso, sendo estes considerados pulverizadores antigos. Praticamente é o mesmo percentual que dos pulverizadores com até 5 anos de uso, equivalendo a 37% podendo ser considerados pulverizadores novos. No que se refere às marcas dos pulverizadores analisados, verifica-se que não há predomínio de uma marca, apesar das marcas A, B e C dominarem 67% do mercado local. Em uma pequena região são encontrados sete marcas diferentes de pulverizadores, mas com um percentual de 67% de predomínio das marcas A, B e C. 3.1.1 Estado das mangueiras, presença de vazamentos e o estado dos antigotejadores Os pulverizadores alvo do estudo apresentaram em sua grande maioria um bom estado das mangueiras, sem apresentarem rachaduras ou amassados nas mesmas.

12 Esse procedimento de análise dos vazamentos se realizou através da observação do estado das mangueiras, quando o pulverizador estava em funcionamento e, desta forma, observou-se o vazamento era por meio de gotejo ou escorrimento. Os pulverizadores analisados, na grande maioria (61%) não apresentaram vazamento. Em 39% dos pulverizadores foram encontrados vazamentos, com maior frequência nos locais dos filtros e nas conexões dos pulverizadores. Os vazamentos encontrados distribuíram-se quase equitativamente na forma de gotejo (17%) classificados em não conformidade leves e por escorrimento (22%) estando em não conformidades graves. Os locais de ocorrência dos vazamentos basicamente foram nas conexões e nas capas de proteção dos filtros, em pulverizadores com vazamentos observou-se o evento em mais de um local. Um dos fatores que está diretamente ligado a presença ou não de vazamentos é o tempo de uso, onde todos os pulverizadores que apresentaram vazamentos têm idade superior a 10 anos. 3.1.2 Indicador do nível de calda A indicação do nível de calda em um pulverizador é de extrema importância, por meio dela que é possível visualizar a quantidade de calda existente dentro do tanque, orientando o produtor no momento próximo ao término da calda e de reabastecimento. Dos pulverizadores analisados, 74% apresentam o indicador do nível de calda em perfeito estado, desse modo a maioria dos produtores pode se orientar de forma correta quanto ao término da calda do tanque, nova reabastecida e também quanto a dosagem de produtos de acordo com a quantidade de líquido no tanque. 3.1.3 Estado das barras e espaçamento entre bicos. O estado das barras é de fundamental importância pois elas possibilitam uma boa e uniforme distribuição das pontas. Dos pulverizadores avaliados 78% estão com as barras em bom estado, possibilitando uma boa uniformidade nas aplicações de defensivos. Para se obter uma boa distribuição de calda deve-se ter os bicos com um espaçamento certo e igual em toda a extensão da barra. Dos pulverizadores avaliados, todos tinham o mesmo espaçamento entre os bicos. 3.1.4 Fechamento da tampa do reservatório A tampa do reservatório é o local onde se realiza o abastecimento de água e agrotóxicos nos pulverizadores. Deste modo, ela não pode apresentar vazamentos e desse modo gerando contaminação às pessoas e ao meio ambiente. Grande parte dos pulverizadores encontrava-se com o fechamento da tampa do reservatório correto que totalizou 87%. Apenas 13% apresentavam pequenas deficiências, que são fáceis de solucionar com a reposição da borracha de vedação da tampa. Desse modo com pequenos reparos os pulverizadores, os pulverizadores terão um fechamento correto do tanque, evitando que haja vazamentos de produtos e assim gerando riscos de contaminação ao meio ambiente.

13 3.1.5 Proteção ao cardan A proteção do cardan não é um componente que interfere na pulverização, mas é um item de segurança para o operador, para evitar com que ele corra riscos de acidentes. Se a proteção do cardan não existir no pulverizador e de maneira correta, aumenta a possibilidade do operador sofrer algum acidente. O percentual dos pulverizadores que não possuem nenhum tipo de proteção do cardan é de 48% dos inspecionados, 35% apresentam a proteção com defeito ou falta de componentes e apenas 17% apresentavam-se em condições ideais de uso sem oferecer risco ao operador. Deste maneira, percebe-se a quantidade de produtores que correm riscos desnecessários, simplesmente por não manterem em dia um item tão simples. 3.1.6 Funcionamento do manômetro e regulador de pressão Dos pulverizadores avaliados, todos continham os reguladores de pressão em perfeito estado, porém três pulverizadores apresentaram problemas nos manômetros, estando os mesmos com o ponteiro quebrado (não funcionando) e com visor que não permite a sua leitura. 3.1.7 Estado dos filtros Os filtros são muito importantes para os pulverizadores, pois eles evitam a passagem para os bicos das sujidades e ou impurezas presentas na calda e fazem com que os mesmos não sejam obstruídos, perdendo a eficiência. A figura 12 mostra que a expressiva maioria dos filtros do tanque (74%) estão em bom estado. Os filtros do tanque que se encontravam com resíduos perfizeram 26%. Do total dos pulverizadores apenas 17% não continham filtros de tanque. Quanto aos filtros da bomba demonstrado na figura anterior, 100% encontravam-se em bom estado de conservação, sendo que 39% deles apresentavam algum tipo de resíduo. Nos pulverizadores avaliados todos continham os filtros das barras da direita e da esquerda e em 100% dos casos eles se encontravam em bom estado de conservação, no entanto, 39% dos filtros da direita 39% e 43% dos da esquerda apresentaram algum tipo de resíduo, como se pode observar na figura 13. Quanto aos filtros encontrados nos pulverizadores, a grande maioria estava com algum tipo de sujidade. Quanto aos filtros presentes nos bicos, encontrou-se apenas dois tipos: os de malha 50 (cor vermelha) em 34,8% dos pulverizadores avaliados e malha 100 (cor verde), em 60,9%. Apenas um pulverizador foi encontrado sem a presença de filtros nos bicos, respondendo a 4,3%. Quanto à indicação dos tipos de malhas de acordo com o tipo de ponta, observou-se que cinco pulverizadores, correspondendo a (21,7%) estão em desacordo com as indicações técnicas do fabricante, ou seja, apresentam bicos com malha maior que a necessária, são bicos do modelo 110015 nos quais os filtros deveriam ser de malha 100, (cor verde), mas que possuem filtros de malha 50 (cor vermelha).

14 Em relação à presença de sujidades nos filtros, verificou-se o fato uma média de 6,78 filtros dos bicos por pulverizador. 3.2 AVALIAÇÃO DAS TAXAS DE APLICAÇÕES As taxas de aplicações foram avaliadas, com o intuito de observar a calibragem dos pulverizadores e o desgaste das pontas de aplicação. A velocidade de deslocamento dos pulverizadores foi levantada, com o auxílio de uma trena e um cronômetro, onde verificou-se o tempo gasto para a máquina percorrer a distância de 50 metros, conforme a figura 15 (a) e (b). Para se obter a velocidade em km.h -1 dividiu-se a distância (m) pelo tempo gasto em (s) para percorrer a mesma e, em seguida, multiplicou-se o resultado por 3,6 (fator de conversão) para se obter a velocidade em km.h -1. Após aferidas as velocidades de deslocamento de todas as máquinas alvo do estudo, fez-se a média das mesmas, de acordo com cada categoria. Observa-se que a velocidade de aplicação média dos pulverizadores de hidráulico é de 7,2 km.h -1, dos pulverizadores de arrasto é de 8,3 km.h -1 e 12 km.h -1 do pulverizador autopropelido. 3.2.2 Taxas de aplicações real e aparente A taxa de aplicação aparente é aquela que o produtor imagina estar utilizando devendo a mesma ser comparada com as taxas reais de aplicação. Para essa comparação, anotou-se a taxa de aplicação que o produtor imaginava estar utilizando e com auxílio de um copo calibrador, fez-se a determinação da taxa real de aplicação em pulverizadores alvo do estudo. A taxa de aplicação real foi determinada com o auxílio de um copo calibrador, coletando o líquido das pontas por um tempo igual ao necessário para percorrer os 50 metros. Essa medição repetiu-se em seis pontos aleatórios, fazendo-se a média das mesmas. O valor coletado foi comparado com a taxa de aplicação aparente. Verificouse que somente 12,5 % dos pulverizadores não apresentaram diferenças nas taxas de aplicações, 29,2% dos pulverizadores mostraram uma variação inferior a 10% e 58,3% dos pulverizadores apresentaram uma diferença acima de 10% entre a taxa de aplicação real e a aparente. Os pulverizadores que mostraram variação nas taxas de aplicação acima de 10% foram caracterizados como em não conformidade graves, havendo a necessidade de uma nova calibragem dos mesmos para atingir as taxas de aplicações desejadas. Dos pulverizadores que mais apresentaram diferenças, destaca-se um em que o produtor imaginava estar aplicando 110 L.ha -1 e estava aplicando apenas 80 L.ha -1, dando uma diferença de 27,3% na taxa de aplicação. Outro fator importante a considerar quanto as taxas de aplicações, é que apenas 8,3% dos pulverizadores inspecionados apresentaram taxas de aplicações reais maiores que as aparentes, ou seja, em 91,7% dos casos os pulverizadores estavam aplicando volumes inferiores aos imaginados pelos produtores, podendo nesses casos acarretar em sub-dosagens dos produtos aplicados. 3.2.3 Taxas de aplicações por ponta

15 As taxas de aplicação por ponta foram determinadas através de coletas do líquido durante o período de dois minutos. A metodologia utilizada consistiu em colocar em cada bico um cano de PVC, para melhor direcionar o jato do líquido. Em seguida colocou-se o pulverizador em funcionamento e realizou-se a coleta do líquido. As coletas de calda foram realizadas em todos os bicos do pulverizador, onde cada coleta era realizada num período de 2 minutos. As coletas iniciavam-se em uma extremidade da barra para a outra, a primeira coleta iniciava-se quando o cronômetro estava no instante zero, colocando-se o primeiro balde, após 5 segundo colocava-se outro balde em outro bico e assim sucessivamente iam se colocando os baldes abaixo de cada bico, sempre em intervalos de 5 segundos. Após permanecerem por 2 minutos abaixo de cada bicos os baldes eram retirados na ordem em que foram colocados. Os dados coletados demonstram uma grande variação nas vazões de cada ponta em um mesmo pulverizador, conforme a figura 18 demonstra. 1,20 Distribuição das Vazões por Ponta 1,00 Vazão (kg/min) 0,80 0,60 0,40 0,20 Vazão por ponta Variação superior a 10% Variação inferior a 10% Média das Vazões 0,00 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 Pontas Figura 02 - Demonstrativo da distribuição das taxa de aplicação por pontas em um mesmo pulverizador. Conforme observado na figura 02, há uma grande variação na vazão por ponta, em um mesmo pulverizador. O critério adotado para a reprovação das pontas, caracterizando as como inadequadas foi o mesma utilizado por Dornelles (2008), onde admite-se um erro máximo de ± 10% na taxa de aplicação, comparando os valores com a média obtida de todas as pontas de um mesmo pulverizador. Na figura 19 verifica-se uma variação de 60% além dos parâmetros estabelecidos, ou seja, das 25 pontas presentes no pulverizador, 15 apresentaram variação, acima ou abaixo de 10% em relação à média, sendo caracterizadas como inadequadas. A mesma figura representa um dos piores casos de variação nas taxas de aplicação por pontas encontradas nas inspeções.

16 Distribuição das Vazões por Pontas 1,20 Vazão (kg/min) 1,00 0,80 0,60 0,40 0,20 Vazões por ponta Média Variação superior a 10% variação inferior a 10% 0,00 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 Figura 03 - Demonstrativo da distribuição das taxa de aplicação por pontas em um mesmo pulverizador. Demonstra-se anteriormente, na figura 18 um dos piores casos de variação nas taxas de aplicação. A figura 03 representa o único caso de pulverizador em conformidade com relação à variação da taxa de aplicação diante dos critérios estabelecidos. Para a reprovação da máquina foi considerada uma presença máxima de 15% das pontas com variações nas taxas de aplicações de ± 10% em relação à média. Usando o parâmetro citado, verificou-se que 56,5% pulverizadores devem ser reprovados, 39,1% apresentam variação acima ou abaixo dos 10% em relação à média, mas o número de pontas não reprovadas, mas com não conformidades leves não chega aos 15% do total das pontas das barras. Apenas 4,4%, ou seja, um pulverizador não apresentou variação ± 10%, estando em conformidade neste quesito, sendo aprovado seu uso. 3.2.4 Pontas de aplicação Para a avaliação das pontas, foram consideradas com não conformidades pulverizadores que apresentaram no máximo 15% de pontas com desgaste excessivos ou defeituosas, ou seja, pontas que apresentaram variação ± 10% em relação à média de cada pulverizador. Adotado o critério acima, verificou-se uma reprovação de 13 pulverizadores dos 23 analisados, ou seja, aproximadamente 56% estão em não conformidades. Observou-se ainda uma média de 5,7 pontas desgastadas ou defeituosas em cada pulverizador. Quanto aos modelos de pontas encontrados, foram basicamente dois: 110015, encontrado em vinte pulverizadores, e 11002, achado em apenas três Em um pulverizador foi encontrado duas combinações de pontas, sendo observado o modelo 110015 e, em um bico, também encontrada a ponta do modelo 11003. Isso ocasionou uma grande variação na taxa de aplicação da ponta em relação à média em aproximadamente 1,43 kg.min -1. 3.2.5 Pressão de trabalho Pontas

17 A pressão de trabalho foi avaliada visualmente, observando a indicada nos manômetros dos pulverizadores, comparando-a com a pressão de saída dos bicos. Observa-se que os pulverizadores trabalham com uma pressão média 3,4 bar. Foram encontrados três casos em que os pulverizadores estavam trabalhando com pressões abaixo de 2 bar (exemplo, figura 21, a), três pulverizadores trabalhando com pressões acima de 6 bar (figura 21, b). O restante das pressões encontravam-se entre dois e quatro bar. 3.3 AVALIAÇÕES GERAIS DAS CONFORMIDADES DOS PULVERIZADORES ALVOS DO ESTUDO Os pulverizadores avaliados foram classificados seguindo os critérios préestabelecidos, de acordo com as suas características gerais de uso. Inicialmente classificou-se os pulverizadores em três grupos: pulverizadores em conformidades, com não conformidades leves e com não conformidades graves. A apresentação dos itens avaliados de acordo com o grupo em que se encontram está demonstrada na figura 04. Caracterização dos itens avaliados Em conformidade Não conformidade leve Não conformidade grave 17 6 18 3 2 23 Do total de 23 pulverizadores avaliados 14 14 12 12 13 11 8 9 9 10 4 5 4 5 6 2 14 9 20 3 23 1 13 9 Figura 04 - Caracterização dos itens avaliados. A figura 04 representa o número de pulverizadores enquadrados em cada grupo, deste modo cada item avaliado apresentou um índice de conformidade. Observa-se que a maioria dos componentes dos pulverizadores está em conformidade diante dos critérios adotados. As avaliações que apresentaram maior taxa de não conformidades graves são as taxas de aplicações e as avaliações das pontas, itens que poderão afetar a dosagem de produto usada em determinada área e, consequentemente, a eficiência do mesmo.

18 A figura 05 classifica em ordem crescente as aprovações dos pulverizadores e desse modo se pode avaliar os itens que apresentaram menor aprovação interferindo no funcionamento correto do pulverizador. Aprovação dos itens avaliados Taxa de aplicação por ponta Variação da taxa de aplicação Proteção do cardan Filtro do tanque Filtro das pontas Filtro da barra esquerda Filtro da barra direita Filtro da bomba Vazamento do circuito hidraulico Pontas com sujidade Indicador do nivel de calda Filtro do bico compativel com as pontas Estado das barras Pressão compativel a ponta Tampa do reservatório 4% 12% 35% 42% 53% 57% 61% 61% 61% 74% 74% 75% 78% 83% 87% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Figura 05 Percentual de aprovação dos itens avaliados. A figura 05 demonstra que a taxa de aplicação das pontas é a que tem a menor aprovação, seguida das taxas de aplicações dos pulverizadores, aspecto de grande importância nas aplicações de defensivos. Dentre os itens avaliados, a tampa do reservatório é a que alcançou a maior percentual de aprovação. Os pulverizadores que estão classificados em conformidade são aqueles que em todos os itens avaliados não apresentaram alterações fora do indicado, totalizando apenas 4%, sendo um pulverizador novo que ainda não havia sido utilizado pelo produtor. Os que demonstravam não conformidade leves alcançaram 18%, sendo estes os que no mínimo em um dos itens apresentaram não conformidade leve, podendo estas serem facilmente solucionadas por serem reparos leves e de fácil conserto, necessário para que possa ocorrer uma aplicação segura e eficiente. Já os pulverizadores que foram classificados como em não conformidades graves, caso de 78% apresentaram no mínimo um item em conformidade grave. CONCLUSÃO A inspeção periódica dos pulverizadores é uma prática que deveria ser adotada pelas empresas de insumos, instituições de ensino e, principalmente, pelos produtores rurais. Através destas inspeções podem observar os itens que não estão em conformidade e os corrigir para que possa garantir as condições mínimas ideais para realizar aplicações qualificadas de defensivos.

Analisando a primeira hipótese, entre os pulverizadores avaliados, acima de 70% estão em conformidades diante dos itens avaliados, possibilitando a aplicação de produtos agrícolas com qualidade, a mesma não se confirmou, pois, observa-se que os pulverizadores avaliados apresentam grande percentual de reprovação, sendo caracterizados em não conformidades graves um total de 78% dos avaliados, em conformidades leves 18% e apenas 4% dos pulverizadores estão em conformidade ou aprovados, o que representa apenas um pulverizador. Em relação a segunda hipótese, a presença de vazamentos no circuito hidráulico é observada apenas em pulverizadores com tempo de uso superior a dez anos, a mesma se confirma, onde que dos pulverizadores com tempo de uso superior a 10 anos, aproximadamente 70% apresentaram vazamentos. Sobre a terceira hipótese, ocorre variação acima de 15% do volume de aplicação, em relação ao que o produtor imagina estar usando, em 80% dos pulverizadores avaliados, a mesma não se confirma, pois essa variação foi observada em aproximadamente 39,1% dos pulverizadores alvo do estudo, sendo que apenas 12,5% dos pulverizadores não apresentaram variação neste aspecto. Em relação a quarta hipótese, as pontas de aplicação encontram-se em bom estado e sem a presença de sujidades, garantindo, assim, variação de vazão entre os bicos inferior a 10% para cada pulverizador, entre os avaliados, a mesma não se confirma, sendo que, as pontas dos pulverizadores avaliados são o item com o menor percentual de aprovação, observando-se que em apenas 4,34% dos pulverizadores avaliados não apresentou variações nas vazões por ponta maior que 10% com relação à média do pulverizador, 56,5% dos pulverizadores foram reprovados por apresentarem variação acima de 10% na vazão por ponta em relação à média em mais de 15% das pontas do pulverizador. Dentre os aspectos técnicos avaliados, pode-se destacar três aspectos que interferem na qualidade de aplicações de produtos químicos. A presença de vazamentos no circuito hidráulico na forma de escorrimento, observado em 22% dos pulverizadores, acaba interferindo na quantidade de produto aplicado, em função das perdas decorrentes dos vazamentos, e assim podendo acarretar na sub dosagem dos defensivos aplicados. Além da presença de vazamentos, verifica-se que as taxas de aplicações e as vazões por ponta, aspectos que interferem negativamente na qualidade das aplicações de produtos agrícolas, são os itens que apresentaram menores índices de aprovações (12% e 4% respectivamente), comprometendo os resultados no campo. Conclui-se através dos resultados obtidos, que a maioria dos produtores rurais não dá a devida atenção aos pulverizadores, não realizando inspeções e manutenções periódicas, pois através dos resultados obtidos, apenas 1 pulverizador teve a aprovação em todos os aspectos avaliados, mostrando que a principal ferramenta que o produtor utiliza na sua lavoura não recebe a atenção e os cuidados necessários para possibilitar aplicações qualificadas. Através dos resultados obtidos, observa-se a pouca importância dada ao pulverizador, e assim, percebe-se que existe uma grande necessidade em se adotar programas de inspeções periódicas na região, para assim garantir que o produtor tenha uma visão diferente sobre o equipamento, e que o mesmo possibilite aplicações de defensivos com maior eficiência. 19