SETOR ALIMENTÍCIO OPORTUNIDADES PARA BIOCOMÉRCIO ÉTICO NO SETOR ALIMENTÍCIO NA BOLÍVIA, BRASIL, COLÔMBIA E PERU



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SETOR ALIMENTÍCIO OPORTUNIDADES PARA BIOCOMÉRCIO ÉTICO NO SETOR ALIMENTÍCIO NA BOLÍVIA, BRASIL, COLÔMBIA E PERU

A União para BioComércio Ético (UEBT, na sigla em inglês) é uma associação sem fins lucrativos que promove o Abastecimento com Respeito dos ingredientes provenientes da biodiversidade. O seu trabalho tem como base a aplicação de um sistema de verificação através do qual os seus membros se comprometem a assegurar que suas práticas de abastecimento promovam gradualmente a conservação da biodiversidade, respeitem o conhecimento tradicional e garantam a distribuição equitativa de benefícios ao longo da cadeia de abastecimento. Para mais informação sobre a UEBT, seus membros, a Norma da UEBT, relatórios técnicos e novas atualizações, visite o site www.uebt.org. Equipe de especialistas que participaram do estudo: UEBT em todos os países: Cristiane Moraes Rik Kutsch Lojenga Rodrigo de Próspero Claude René Heimo María Julia Oliva Natalia Freitas Colômbia: Andres Torres, Dantta Consultoria Farrah Adams, Dantta Consultoria Jose Andres, Dantta Consultoria Peru: Bruno Sarmiento, Consultor independente Fernando Zelada, Consultor independente Lesly Vera, Consultor independente Brasil: Cláudio Cuimar, Consultor independente Bolívia: Andrea Urioste, FAN Paola Navarro, FAN O estudo que dá base a este relatório contou com o suporte financeiro de: Corporação Financeira Internacional (IFC, na sigla em inglês) - Multi Donor BioTrade Trust. Fundo apoiado pelos Governos da Dinamarca e da Holanda. União para BioComércio Ético é proprietária marca registrada União para BioComércio Ético (2014): Reprodução proibida sem a autorização prévia por escrito da União para BioComércio Ético.

ÍNDICE INTRODUÇÃO 4 MERCADO ALIMENTÍCIO NA BOLÍVIA, BRASIL, COLÔMBIA, PERU 5 ESTRUTURA DAS CADEIAS PRODUTIVAS DE ALIMENTOS 7 IMPORTÂNCIA DA BIODIVERSIDADE NO SETOR ALIMENTÍCIO 10 PRÁTICAS DE BIOCOMÉRCIO ÉTICO 13 ANÁLISE SWOT PARA BIOCOMÉRCIO ÉTICO 16 CONSIDERAÇÕES FINAIS 17

4 INTRODUÇÃO Este resumo foi preparado pela União para BioComércio Ético (UEBT) com o intuito de oferecer insights sobre oportunidades para BioComércio Ético no setor alimentício na Bolívia, Brasil, Colômbia e Peru. Esses insights e informações serão utilizados pela UEBT para dar suporte as suas decisões estratégicas, mas também podem ser úteis para os atores envolvidos neste setor ou que tenham envolvimento com o tema de biocomércio nesses países. Este relatório é um resumo baseado na pesquisa realizada pela UEBT para a Corporação Financeira Internacional (IFC). O mapeamento de mercado foi elaborado para fornecer um conhecimento aprofundado das principais oportunidades e desafios referentes às práticas de abastecimento no setor alimentício nesses quatro países da América Latina (LATAM). As informações obtidas a partir do mapeamento se destina a apoiar estratégias de transformação de mercado nestes países e espera-se facilitar ainda mais o crescimento de práticas de BioComércio Ético nesses mercados. A pesquisa incluiu revisão de literatura, contribuição de especialistas, entrevistas em profundidade e workshops em vários países. O trabalho de campo foi realizado entre junho e dezembro de 2012, no Brasil, Colômbia e Peru, e entre março e junho de 2013, na Bolívia. As análises e relatórios finais foram concluídos em dezembro de 2013. Os relatórios completos submetidos ao IFC e que são base para este resumo, estão disponíveis no site da UEBT (www.uebt.org). Este resumo não substitui os relatórios completos de cada um dos países resultantes deste estudo. Para informações detalhadas, por favor, leia os relatórios completos Cosmetics, Food and Pharmaceutical Sector Mapping for Biodiversity- Sourcing Companies final reports on Brazil, Colombia, Peru and Bolivia, disponíveis somente na versão em inglês no site da UEBT.

5 MERCADO ALIMENTÍCIO NA BOLÍVIA, BRASIL, COLÔMBIA, PERU O setor alimentício no Brasil, Peru, Colômbia e Bolívia incluindo a indústria de alimentos e bebidas faz parte de um complexo sistema agroindustrial que congrega agricultores, processadores, fabricantes de produto final, varejistas e outras indústrias que fornecem serviços e insumos para o agronegócio, e que os conecta com os consumidores, indústrias e outros. Esse mercado, que inclui produtos industrializados, de valor agregado e semi-manufaturados, depende altamente de ingredientes naturais para a sua produção e é um dos mais importantes para a economia desses países. No Brasil, a produção agrícola, o processamento e a distribuição representaram 28% do PIB em 2011, para um valor de US$ 383 bilhões, com 83% provenientes da indústria de alimentos e 17% da indústria de bebidas. Mundialmente o Brasil tem um papel fundamental para várias commodities, ocupando o primeiro lugar na produção de açúcar, de suco de laranja concentrado e na produção de café; o segundo lugar na produção de soja, carne bovina e de aves; e o terceiro lugar na produção de milho. A autosuficiência do Brasil na agricultura também tem contribuido a desenvolver uma indústria de procesamento e distribuição dinâmica e bem estabelecida. Em termos de volume, o Brasil é o segundo maior exportador de alimentos do mundo. As mudanças no perfil do consumidor e nos hábitos alimentares mostram que o consumo de alimentos processados no país foi responsável por 56% do total. Isso enfatiza as seguintes tendências de consumo no país: (i) alimentos processados enriquecidos; (ii) produtos light e de dieta; (iii) alimentos funcionais; (iv) produtos orgânicos; (v) sucos de frutas prontos para consumo; e (vi) refeições pré-preparadas e prontas para o consumo. Os principais destinos dos alimentos processados e semiprocessados (agro-commodities tais como carne, açúcar bruto, suco de laranja e frango congelado) e produtos industrializados com valor agregado (tais como biscoitos, doces e sopas) são a Rússia, Holanda, China, EUA e França. Em termos de matéria prima agrícola (cereais, legumes, carne, leite, etc) os maiores importadores são China, EUA, Alemanha, Holanda e Japão. O setor de alimentos do Peru incluindo produtos como carne e peixe, óleos e gorduras, laticínios, legumes e frutas é um dos setores mais dinâmicos e estratégicos na economia do país, principalmente devido ao seu potencial para criar novos produtos baseados na tradição gastronômica peruana. Impulsionada pelo aumento da renda e pelo acesso a crédito, a demanda interna vem aumentando consideravelmente. Em 2012 a indústria de alimentos do Peru cresceu cerca de 5,5%, principalmente devido à carne (5,4%) e aos lácteos (6,9%). Ambos os setores têm excelentes oportunidades de crescimento como consequência de um consumo per capita relativamente baixo em comparação com outros países da América Latina. Esperase que o Peru tenha um crescimento de cerca de 9,8% em 2013 e mantenha uma taxa de crescimento anual de cerca de 8,9% até 2017 um nível de crescimento que poderia criar oportunidades para o investimento no setor.

6 Da mesma forma, o setor agrícola colombiano tem sido historicamente um dos principais motores do desenvolvimento econômico do país, constituindo mais de 22% das exportações e gerando cerca de 18% dos postos de trabalho. O setor todo contribui com 11,5% do PIB da Colômbia. No presente estudo, quatro segmentos principais foram considerados, sendo eles a fabricação e produção de: (i) óleos, gorduras vegetais e animais; (ii) cacau, chocolate, produtos de confeitaria e outros produtos alimentares; (iii) produtos com base no café; e (iv) frutas e legumes. Esses quatro segmentos são diretamente influenciados pela produção primária de cultivos florestais e agrícolas, como milho, cana de açúcar, arroz, óleo de palma e soja. São também priorizados pelo governo devido ao seu alto potencial de exportação. Na Bolívia, durante os últimos 20 anos, a oferta e a demanda interna para a produção agrícola primária e para produtos alimentares semi-processados e manufaturados também têm aumentado constantemente. A contribuição do setor alimentício para a economia boliviana continua sendo, embora significativa, de 7,9% do PIB. Esse é o resultado de uma taxa de crescimento anual da produção de alimentos processados de 3,9% em 2011. A agricultura em 2012 foi responsável por 12,4% do PIB no país. Os dados confirmam que a economia boliviana tem, essencialmente, uma estrutura agrária. Em 2011 o valor das exportações de alimentos aumentou para US$ 742,1 milhões, um aumento de US$ 62,6 milhões de dólares em relação a 2010, principalmente devido ao aumento do valor das exportações de soja, legumes, frutas e alguns cereais. Por outro lado, o valor das exportações de alimentos à base de açúcar e leite em pó diminuiu simultaneamente. No entanto, a Bolívia importa cerca de 25,7% dos alimentos que consome, embora seja provável que esse percentual diminua. Ao mesmo tempo, a exportação de produtos não-tradicionais aumentou em 2011, em particular a castanha da Amazônia, quinoa, feijão, grão de café, frutas e gergelim somam um total de US$ 300 milhões.

7 ESTRUTURA DAS CADEIAS PRODUTIVAS DE ALIMENTOS A estrutura das cadeias produtivas no setor alimentício varia de país para país e de empresa para empresa. A Figura 1 oferece uma visão geral das etapas mais comuns na cadeia de abastecimento desse setor. No entanto, pode-se afirmar que a cadeia de abastecimento da indústria de alimentos é baseada principalmente em ingredientes naturais, nos seus derivados e ingredientes sintéticos. Os ingredientes naturais, através de seu processamento, dão origem a produtos industrializados e vale ressaltar que os insumos naturais podem ser de origem vegetal ou animal. Ao analisar os ingredientes naturais e seus derivados, podemos observar pelo menos três elos principais na cadeia produtiva: (i) o produtor rural que fornece o insumo vegetal/animal; (ii) o produtor de ingredientes; e, (iii) no final da cadeia, a empresa de produto acabado que utiliza esses ingredientes na formulação dos seus produtos. Em muitos casos, o produtor de ingredientes não existe e a matéria prima vai diretamente do agricultor para a empresa de produto acabado, encurtando o caminho até a mesa do consumidor. Em outros casos, o elo intermediário pode ser uma cooperativa, que centraliza a produção de pequenos e médios produtores e permite a sua comercialização para a indústria de processamento. Outro ator que pode ser incluído na cadeia de abastecimento deste setor é a empresa terceirizadora para a fabricação de produtos acabados. Muitas empresas contratam outra empresa, a fim de produzir as suas próprias marcas.

8 Figura 1 - Etapas na cadeia de produção no Setor Alimentício Cadeia de abastecimento Produtor local Áreas agrícolas industriais Produção agrícola organizada / associações de produtores Novas culturas agrícolas Empresas processadoras de ingredientes Commodities: grandes empresas multinacionais Espécies nativas: associação de produtores, fornecedores de insumos Corantes, aromas, pequenos ingredientes: fornecedores de insumos Muitos dos insumos são trazidos e processados diretamente por fabricantes de produtos acabados, permitindo uma cadeia de abastecimento mais curta Comercialização Varejistas, lojas, supermercados Empresa de produto acabado (marca) Empresas de diferentes tamanhos e que trabalham em diferentes segmentos BRASIL No Brasil não há um grande número de distribuidores ou intermediários, mas uma relação mais direta do campo à mesa. Os consumidores esperam que as empresas forneçam produtos cada vez mais práticos prontos para o consumo sem perder a qualidade, sabor e benefícios para a saúde, fazendo uma associação direta com a origem desses produtos. Essa nova realidade tem motivado empresas líderes de mercado em colocar mais atenção na origem e rastreabilidade de seus insumos, incentivando os seus parceiros a procurarem uma maior produtividade e a se preocuparem mais com o uso sustentável de ingredientes naturais. PERU No Peru, as empresas de produto acabado comumente importam os principais ingredientes alimentícios (como trigo e açúcar). Além disso, ao fabricarem produtos em larga escala, as empresas acabam priorizando ingredientes sintéticos por serem opções mais baratas. Os pequenos ingredientes, incluindo produtos químicos (ácidos, emulsionantes, corantes, gomas, etc.), alguns derivados naturais como os derivados de soja e de milho, são geralmente comprados de distribuidores locais, que os importam de outros países. Os produtos naturais dentro da cadeia de abastecimento são comercializados principalmente no segmento premium, que, apesar de ser ainda pouco representativo, está em constante crescimento.

9 COLÔMBIA Na Colômbia, alguns ingredientes são importados, ou porque não são produzidos no país ou devido à impossibilidade de identificar uma oferta local competitiva, que tenha regularidade, que esteja em conformidade com os padrões de qualidade e segurança exigidos pelas empresas. De fato, muitas empresas de alimentos no país realizam programas de avaliação e desenvolvimento com os seus fornecedores, acompanhando-os em seu desenvolvimento para que eles possam alcançar o nível de qualidade desejado. Muitos deles até mesmo pagam preços superiores aos produtores, de acordo com a qualidade dos produtos que eles recebem e oferecem condições de pagamento diferenciadas. Essas empresas colombianas construíram uma relação ganha-ganha, fortalecendo os laços com os fornecedores de produtos agrícolas como uma estratégia que incentive a lealdade nas relações. BOLIVIA A indústria de alimentos na Bolívia ainda é principalmente constituída pela produção das principais commodities agrícolas, como exemplo temos a soja, o arroz e a cana de açúcar. Recentemente, outras commodities provenientes de cultivo orgânico como o cacau, quinoa, café e amendoim, entraram no mercado. Podem existir canais diretos entre produtores agrícolas e fabricantes, o que favorece a rastreabilidade das matérias primas. Para os produtos que não necessitam de qualquer tipo de processamento industrial, eles chegam ao consumidor final através de intermediários, comerciantes, atacadistas e/ou varejistas. O mercado geralmente regulamenta os preços na Bolívia sem interferência do governo, exceto no caso das principais commodities do agronegócio, em que o governo se envolve com os controles de preços para evitar a inflação e garantir um fornecimento adequado para o mercado interno.

10 IMPORTÂNCIA DA BIODIVERSIDADE NO SETOR ALIMENTÍCIO O setor de alimentos é o que mais reconhece os ingredientes naturais como a sua principal fonte de matéria prima. O número de empresas que afirmam que os ingredientes naturais compõem mais da metade da sua carteira ingredientes atingiu 65% no Brasil, 54% no Peru e 79% na Bolívia. No entanto, durante as entrevistas de profundidade com as empresas notou-se que o setor ainda está longe de considerar esses ingredientes como originários da biodiversidade. Nesse sentido, parece que no conceito das empresas, a produção agrícola não cabe no conceito de biodiversidade. No entanto, as tendências de consumo nos quatro países aqui apresentados incluem: (i) consumo verde as preocupações dos consumidores vão além de preço e qualidade, dando importância a aspectos ambientais e à origem dos insumos; (ii) o consumo consciente ou responsável ou ético, que amplia o conceito de consumo verde para também considerar o aspecto social (por exemplo, recusando-se a consumir produtos que usam o trabalho infantil e/ou que exploram mão de obra), e (iii) o consumo sustentável, orientado ao uso equilibrado dos recursos, levando em consideração o futuro das próximas gerações. No Brasil, na Bolívia e na Colômbia, 79%, 79% e 58% dos entrevistados atribuíram importância à biodiversidade como fonte de inovação para a indústria de alimentos, respectivamente. No Peru, essa participação foi de 44%. A maioria das empresas de alimentos que foram entrevistadas afirmou que contam com uma política de responsabilidade ambiental e social. Um número muito menor de organizações tem políticas relacionadas com a biodiversidade. É interessante notar que grande maioria das empresas brasileiras considera importante a biodiversidade para o futuro da sua empresa, mas dessas empresas apenas 47% têm políticas de biodiversidade em vigor (ver figura 2).

11 Figura 2 - Mapeamento perspectivas do setor alimentício BRASIL 47% 88% 97% 79% % das empresas que considera que a biodiversidade é importante para o negócio COLÔMBIA 38% 50% 58% 79% % das empresas que considera que os ingredientes naturais são importantes para os próximos 10 anos PERU 44% 52% 80% % das empresas que considera a biodiversidade como fonte de inovação 41% 62% BOLÍVIA 47% 71% 79% % das empresas que têm implementadas políticas de biodiversidade Respostas: Brasil 34, Colômbia 24, Peru 39, Bolívia 58. Ano: 2013 A tabela a seguir mostra as espécies mais comumente encontradas no mercado local de cada país. Embora esta não seja uma lista exaustiva, a pequena quantidade de ingredientes listados reflete a necessidade da indústria de alimentos explorar a biodiversidade, seja qual for o país.

12 Ingredientes naturais utilizados pelo setor alimentício nos quatro países pesquisados Brasil Colômbia Peru Bolívia Açaí Açaí Açaí Cacau Cacau Araçá Batata nativa Café Castanhas em geral Banana Castanha da Amazônia Maca Cupuaçu Baunilha nativa Cupuaçu Milho nativo Mandioca Cacau Milho nativo Quinoa Mate verde Café Physalis Sorgo Outras frutas amazônicas na forma natural Camu camu Corozo Quinoa Sasha Inchi Pequi Cupuaçu Gulupa Jenipapo Milho nativo Sacha Inchi Esta tabela é um exemplo de espécies utilizadas nos países e abrange espécies que foram mencionadas durante as entrevistas ou observadas na revisão da literatura, e, portanto não se trata de uma lista exaustiva.

13 PRÁTICAS DE BIOCOMÉRCIO ÉTICO Enquanto as principais empresas de alimentos estão cada vez mais empenhadas em tornar suas cadeias de abastecimento mais sustentáveis, poucas estão cientes, ou assumem o compromisso com práticas de BioComércio Ético. Em parte, porque o conceito de BioComércio Ético ainda não está difundido no setor, ou porque os esforços de sustentabilidade concentram principalmente sobre as commodities, enquanto o conceito de BioComércio Ético ainda é mais aplicado às especialidades. Espera-se que a atenção à sustentabilidade das especialidades no setor de alimentos aumente significativamente ao longo dos próximos 5 anos, o que pode gerar oportunidades para o BioComércio Ético em um futuro próximo neste setor. BRASIL Com a rica biodiversidade, o interesse do consumidor em relação ao tema sociobiodiversidade em alta e um exigente quadro regulamentar para ABS, poucas empresas de alimentos no Brasil estão comprometidas com BioComércio Ético. Em 2013 a Native - empresa brasileira pioneira no setor de alimentos - se comprometeu com as práticas de BioComércio Ético. A Native está entre os maiores exportadores de açúcar orgânico do mundo, e também possui uma marca própria de alimentos que é vendida em lojas brasileiras de varejo. Reconhecendo o grande interesse do consumidor brasileiro em biodiversidade, a Native iniciou em 2013 uma campanha de marketing única, destacando os benefícios da biodiversidade através de seus produtos. Até o momento, outras empresas de alimentos no Brasil não seguiram o caminho de compromisso trilhado pela Native em relação a biodiversidade e BioComércio Ético. No Brasil existem oportunidades de curto prazo para BioComércio Ético em segmentos de nicho de mercado, por exemplo, relacionado com produtos da Amazônia, como açaí, castanha da Amazônia e várias outras frutas, o que faz com que muitas vezes, a Amazônia receba atenção específica em compromissos de sustentabilidade por parte das empresas. Por exemplo, como parte de suas diretrizes de sustentabilidade para a Amazônia, o grupo de varejo Pão de Açúcar se comprometeu com a geração de renda, bem como a promoção do desenvolvimento cultural e ambiental da região amazônica.

14 PERU O Peru desenvolveu um programa nacional de BioComércio em 2000 para promover o uso de espécies nativas peruanas em vários setores, principalmente no setor alimentício. Dentro deste setor, várias entidades nacionais têm prestado uma atenção especial para a exportação de ingredientes naturais nativos, como frutas e grãos peruanos e ingredientes para alimentos funcionais. Esforços também foram feitos para introduzir o conceito de BioComércio no crescente setor gastronômico do Peru. Por exemplo, através dos reconhecidos chefs peruanos Gaston Acurio e Astrid Gutsche, que estão usando ingredientes peruanos nativos em suas receitas, apoiando o conceito de BioComércio. Neste contexto, várias empresas peruanas se comprometeram com a norma de BioComércio Ético da UEBT. Por exemplo a Villa Andina, que exporta physalis das serras peruanas, a I2A que exporta maca como alimento funcional, ou a Candela, exportadora de castanha proveniente da Amazônia peruana. Várias empresas que trabalham com grãos andinos também vem aplicando a norma de BioComércio Ético. No entanto, a adoção da norma de BioComércio Ético por empresas convencionais de alimentos ainda levará algum tempo. Apesar dos esforços para promover o BioComércio, as entrevistas em profundidade no país revelou que a maioria das empresas líderes do setor de alimentos no Peru sabe pouco sobre BioComércio. Muito trabalho ainda é necessário para disseminar o conceito e promover o interesse entre as empresas e consumidores de alimentos no Peru. COLÔMBIA A Colômbia foi o primeiro país no mundo a criar um programa nacional de BioComércio, em 1999 e durante vários anos foi considerada pioneira nesta abordagem. Desde que perdeu sua posição de liderança poucas empresas têm adotado a norma de BioComércio Ético da UEBT. Um exemplo de uma empresa que aplica a norma de BioComércio ético na Colômbia é a Ecoflora Cares. Ela trabalha há vários anos no desenvolvimento de um corante natural azul a partir do Jenipapo, uma fruta nativa da Colômbia. O corante pode ser usado em aplicações de alimentos e deve ganhar o setor alimentício internacional nos próximos anos. Apesar da baixa adoção da norma de BioComércio Ético pela Colômbia, as oportunidades existem. O interesse do consumidor por produtos naturais, saudáveis e responsáveis vem crescendo, e produtos diferenciados provenientes da biodiversidade poderia atrair a atenção dos consumidores. Uma pesquisa recente realizada junto aos consumidores pela UEBT- Barômetro de Biodiversidade da UEBT - mostra que os colombianos estão muito conscientes e interessados em biodiversidade. No entanto, são necessários esforços significativos e simultâneos para impulsionar o conceito de BioComércio na Colômbia. Uma forte liderança institucional, uma estratégia clara e a revisão do quadro regulatório são pré-requisitos para isso.

15 BOLÍVIA O BioComércio Ético é um conceito praticamente desconhecido no setor alimentício na Bolívia. Algumas empresas utilizam selos Orgânicos e de Comércio Justo para produtos agrícolas que seguem para a exportação, como café, quinoa, castanha da Amazônia e cacau. Atualmente não há esforços do governo da Bolívia para promover BioComércio. A ONG boliviana FAN (Fundación Amigos de la Naturaleza), é a única organização na Bolívia, que vem promovendo ativamente o conceito de BioComércio, mas isso ainda não resultou em um compromisso das empresas do setor de alimentos para com o BioComércio Ético.

16 ANÁLISE SWOT PARA BIOCOMÉRCIO ÉTICO A seguir é apresentada a análise SWOT das principais considerações do setor alimentício no Brasil, Bolívia, Colômbia e Peru resultantes desse estudo. Forças Os líderes de mercado estão cada vez mais guiados por práticas sustentáveis, especialmente em cadeias de abastecimento em larga escala; O setor de alimentos é o que mais se abastece de ingredientes naturais, especialmente provenientes da agricultura de larga escala, que se realizada de forma sustentável, pode contribuir à conservação da biodiversidade Tendêcia das empresas em aumentar o nível de exportações de produtos industrializados com valor agregado; As empresas estão interessadas em selos que promovam uma imagem de qualidade e de alimentação saudável. Oportunidades A partir desta avaliação, é evidente que o mercado interno exige cada vez mais produtos de qualidade e saudáveis, mais bem embalados e rotulados. A maioria das empresas e organizações concordam com a necessidade de trabalhar na educação dos consumidores permitindo diferenciar a produção gerada sob normas sociais e ambientais das convencionais. Os especialistas reconheceram que a certificação não deve ser restringida apenas aos mercados internacionais, solicitando a urgente implementação de modelos de produção para o mercado doméstico baseado em cadeias de abastecimento certificadas ou sustentáveis e ecologicamente corretas. A biotecnologia seria um grande aliado no fornecimento de soluções para o setor de alimentos, em médio e longo prazo. O mercado de alimentos é crescente, porém, em mudança, já que os consumidores procuram cada vez mais o consumo verde, o consumo consciente e sustentável, bem como produtos semi-preparados ou prontos para consumo que também sejam mais saudáveis. É importante aumentar o interesse das empresas em relação as práticas de biocomércio, visando o fortalecimento das cadeias de abastecimento de ingredientes naturais. A diversidade de espécies desses países favorece a criação de produtos cada vez mais diferenciados para o setor. Fraquezas Falta de interesse, conhecimento e importância concedida à conservação e ao uso sustentável da biodiversidade em termos gerais; Embora muitas empresas possuam selos socio-ecológicos ou tenham sido certificadas obtendo selo orgânico para acessar mercados internacionais, a maioria delas ignora questões relacionadas com a biodiversdiade. Poucas tentativas de promover cadeias de abastecimento baseadas no BioComércio. O setor de alimentos é o setor que menos aborda aspectos relacionados ao biocomércio. Existe uma necessidade de sensibilizar os consumidores, na tentativa de aumentar o interesse por produtos alimentícios que contenham ingradientes naturais derivados de espécies nativas. Ameaças As empresas não percebem o potencial dos ingredientes naturais e da biodiversidade, principalmente como base para o desenvolvimento de produtos diferenciados e com maior valor agregado. É necessário continuar investindo em instalações de P&D para apoiar inovações como fator de diferenciação, principalmente na pesquisa de produtos naturais e da biodiversidade. Muitas empresas reclamam que a atividade de P&D não está sendo priorizada, o que limita as possibilidades de crescimento futuro. O progresso tecnológico é necessário para os pequenos fornecedores, pois permite produzir ingredientes e produtos de alta qualidade de maneira confiável; O mercado local de produtos orgânicos é ainda um mercado de nicho, considerando o seu alto custo, o que dificulta a comercialização de grandes volumes.

17 CONSIDERAÇÕES FINAIS É fato que a Bolívia, Brasil, Colômbia e Peru são países ricos em biodiversidade. Os consumidores estão cada vez mais conscientes sobre a biodiversidade, interessados em ingredientes naturais provenientes da biodiversidade e de origem ética. O setor alimentício tem um impacto significativo sobre a biodiversidade, especialmente através de suas cadeias produtivas de ingredientes naturais. A grande maioria das empresas de alimentos nos países pesquisados considera a biodiversidade importante para o futuro dos negócios. As empresas de alimentos estão colocando cada vez mais atenção à sustentabilidade e considerando biodiversidade como um elemento de sustentabilidade, mas os esforços reais para resolver este tema ainda são limitados. Com relação ao BioComércio Ético, atualmente a consciência das empresas é bastante limitada, não há um compromisso das empresas convencionais do setor alimentício da Bolívia, Brasil Colômbia e Peru para com o tema. As práticas de BioComércio Ético estão limitadas a alguns nichos do setor, principalmente relacionados com espécies nativas da Amazônia ou dos Andes. Para se notar uma transformação significativa do mercado, a UEBT deve intensificar os seus esforços para promover a adoção de práticas de BioComércio Ético entre as empresas deste setor. No futuro, se as empresas dedicarem maior atenção à sustentabilidade das especialidades espera- se que surjam mais oportunidades para o BioComércio Ético. Como a norma de BioComércio Ético e a abordagem na verificação são adaptáveis a estas espécies, a UEBT deve posicionar-se nesse sentido ao longo dos próximos anos.

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