Bem-vindos a Olimpíada Nacional de Oceanografia - ONO 2012! NÍVEL II ENSINO MÉDIO Aqui está a prova, que além do Guia e dos Vídeos também faz parte desta Olimpíada. Nesta etapa vocês poderão desenvolver a compreensão que puderam obter nos estudos orientados sobre o ambiente marinho. A prova consiste de 45 questões de assinalar Verdadeiro (V) ou Falso (F), valendo um (1) ponto cada, distribuídas em 4 blocos temáticos: 1. A costa do Brasil 2. Os movimentos dos oceanos e a características da água do mar 3. A vida nos oceanos 4. Os recursos marinhos e a ação do homem no oceano e zona costeira Somado às questões objetivas, no final da prova, há uma questão dissertativa, valendo cinco (5) pontos, resultando numa nota máxima de 50 pontos. Desejamos tranquilidade na realização da prova e desde já agradecemos sua disposição em estar conosco nessa proposta de reflexão, reconhecimento e valorização dos nossos oceanos. Bom trabalho! QUESTÕES OBJETIVAS (Peso 1 para cada questão) A costa do Brasil O litoral brasileiro possui cerca de 8.500 km de extensão e abriga ecossistemas muito produtivos e de elevada relevância social e ambiental, como: recifes de coral, manguezais, marismas, estuários, lagunas, restingas, praias arenosas e costões rochosos. Representa um importante local de recreação e lazer, impulsionando a atividade turística e a economia local. Concentra cerca de 25 % da população nacional e alguns dos principais centros urbanos do país. No entanto, o litoral brasileiro vem sofrendo impactos crescentes como resultado do incremento populacional e da ocupação desordenada do espaço. 1. (V) O Oceano Atlântico foi porta de entrada do colonizador europeu para a exploração dos nossos recursos, sendo o pau-brasil o primeiro exemplo de exploração desordenada. Foi através do Oceano Atlântico que nossas riquezas foram transportadas para a Europa para serem comercializadas. Merece destaque o pau-brasil que, por sua propriedade corante, constituiu o primeiro ciclo econômico do país e o primeiro exemplo de exploração desordenada dos nossos recursos naturais. 1
2. (F) Os oceanos desempenham papel fundamental na história e no desenvolvimento do nosso país. A diversidade cultural de ocupação da costa brasileira permitiu que diversas técnicas pesqueiras trazidas da Europa pelos colonizadores se misturassem em diferentes graus com os indígenas e entre si, garantindo a estabilidade dos nossos estoques pesqueiros. Certamente os oceanos foram fundamentais na história e formação do povo brasileiro, entretanto, essa miscigenação cultural no setor pesqueiro não garantiu a estabilidade dos nossos estoques. 3. (V) As águas que banham o litoral brasileiro servem como principal meio de transporte de mercadorias destinadas ao mercado externo. Em 2007 cerca de 95 % das exportações brasileiras foram efetuadas através dos portos e da navegação oceânica, o que torna este setor estratégico para o desenvolvimento de nosso país. Sim, o litoral brasileiro é o principal meio de transporte de mercadorias destinadas ao mercado externo. Atualmente há grandes investimentos na construção e ampliação de portos ao longo da costa brasileira. O uso racional da zona costeira é estratégico para o desenvolvimento de nosso país. 4. (V) A Zona Econômica Exclusiva e a Plataforma Continental brasileira abrigam grande quantidade de recursos vivos. A pesca artesanal e industrial nestas áreas (apesar de ser uma importante atividade econômica, social e cultural) historicamente vem sendo realizada de forma desordenada colocando os estoques pesqueiros marinhos atualmente em situação precária. A Zona Econômica Exclusiva e a Plataforma Continental brasileira possuem uma grande quantidade de recursos vivos. A pesca desenvolvida nestas regiões - de modo artesanal e industrial - constitui uma importante atividade econômica, social e cultural. Por outro lado, apesar de seu relevante papel como fonte de alimentação ou patrimônio genético, historicamente os recursos biológicos marinhos vêm sendo explotados pela atividade pesqueira de forma desordenada e mal planejada em nosso país. 5. (F) Com profundidade média de 3.730m e chegando a 11.000m, os oceanos distribuemse na mesma proporção nos hemisférios norte e sul. Os oceanos apresentam uma profundidade média de 3.730m, podendo ultrapassar 11.000m na Fossa Marianas. Entretanto, sua distribuição sobre a superfície do planeta não é uniforme. É mais abundante no hemisfério sul, onde representa cerca de 80% da superfície terrestre e menos abundante no hemisfério norte, onde apresenta apenas 61%. 6. (F) A Plataforma Continental localiza-se após o Mar Territorial e adjacente a este, e se estende por até 200 milhas náuticas, a partir da linha de costa. Após o Mar Territorial e adjacente a este está localizada a Zona Econômica Exclusiva que se estende por até 200 milhas náuticas a partir da linha de costa. 7. (V) A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar regulamenta que os Estados costeiros possuem direitos de soberania para fins de explotação, conservação e administração dos recursos naturais. Isto inclui o espaço aéreo, o leito e o subsolo marinho. 2
De acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar que regulamenta os direitos e deveres dos Estados costeiros, estes possuem direitos de soberania para fins de explotação, conservação e administração dos recursos naturais existentes na coluna d'água, no leito e no subsolo marinho. 8. (F) A grande extensão da zona costeira brasileira tem o apoio governamental para sua conservação como prevê nossa Constituição Federal. Os brasileiros compreendem a importância estratégica de seu espaço marítimo, bem como suas potencialidades e fragilidades, de modo que vêm exercendo seu dever de zelar pela preservação e uso sustentável dos recursos aí existentes. Em função da grande extensão da área continental brasileira e de suas inegáveis riquezas naturais uma maior atenção vem sendo dada à conservação dos recursos existentes na porção terrestre do território nacional. No entanto, é fundamental que os brasileiros compreendam a importância estratégica de seu espaço marítimo, bem como suas potencialidades e fragilidades, de modo que possam exercer seu dever de zelar pela preservação e uso sustentável dos recursos aí existentes, como prevê nossa Constituição Federal. Os movimentos dos oceanos e a características da água do mar O Planeta Terra está vivo! A hipótese Gaia, formulada pelo biólogo James Lovelock, diz que a Terra pode autorregular a sua geologia, seu clima e os seres que a habitam. Parece estranho, à primeira vista, que uma esfera rochosa, flutuando na imensidão da Via Láctea e do Universo, possa estar viva. Mas sua formação e transformação ao longo de eras geológicas, a interação entre os elementos ar, água, terra, luz e calor, a inter-relação e interdependência das espécies na teia trófica, e as etapas de evolução e adaptação do ser humano, nos fazem perceber que a Terra é viva. 9. (F) Os sais possuem pouca influência nas propriedades físicas da água apesar de terem importantes implicações para a dinâmica dos oceanos e para a vida marinha. A presença de sais afeta algumas propriedades físicas da água e tem importantes implicações para a dinâmica dos oceanos e para a vida marinha. 10. (V) A uma temperatura constante, quanto maior a salinidade mais densa é a água do mar. Enquanto na água pura a temperatura de maior densidade é de 4ºC, na água do mar é inferior a esse valor e diminui com o aumento da salinidade. Da mesma forma, quanto maior a salinidade, mais densa é a água do mar a uma temperatura constante. Ou seja, quanto mais fria e salgada, mais densa é a água dos oceanos. 11. (V) Salinidade refere-se à quantidade total de sais (em gramas) dissolvidos em 1000g de água. Em média, a salinidade dos oceanos é de aproximadamente 35 partes por mil, ou seja, existem 35g de sais dissolvidos em 1000g de água. Salinidade é o termo usado para denominar a quantidade total de sais (em gramas) dissolvidos em 1000g de água. Em média, a salinidade dos oceanos é de aproximadamente 35 partes por mil, ou seja, existem 35g de sais dissolvidos em 1000g de água. 3
12. (F) A temperatura de congelamento da água do mar, que é inferior ao ponto de congelamento da água pura, diminui com a redução da concentração de sais dissolvidos na coluna d água. Ao contrário da água pura, que congela a 0ºC, a temperatura de congelamento da água do mar é variável e inferior a este valor. O aumento da concentração de sais determina a redução progressiva da temperatura de congelamento da água. Além disso, a presença de sais altera seu processo de solidificação. 13. (V) Os sais na água do mar são originários de erupções vulcânicas e do aporte dos rios, que transportam para o mar os sais presentes nas rochas continentais. Originalmente, os sais presentes na água do mar ocorrem na forma dissolvida e vêm se acumulando desde o início da formação da Terra. Parte é proveniente de erupções vulcânicas, que disponibilizam os íons presentes no interior do Planeta, enquanto outra parcela é adicionada pelos rios, que dissolvem os sais presentes nas rochas continentais e os transportam para o mar. 14. (V) O Oceano Atlântico é fortemente afetado pelos continentes que o margeiam, devido à grande quantidade de sedimentos e de água doce provenientes do desague do Amazonas no Brasil e do Congo na África. O oceano Atlântico é uma bacia relativamente estreita que conecta o oceano Austral ao sul e o Ártico ao norte. Suas águas banham o litoral brasileiro e são fortemente afetadas pelos continentes que margeiam. Isso ocorre, pois uma grande quantidade de água doce e sedimentos chegam pelos rios que aí desaguam, como o Amazonas no Brasil e o Congo na África. 15. (V) Inúmeras placas rígidas constituem a litosfera terrestre. As placas tectônicas deslocam-se horizontalmente por força de correntes de convecção, sendo continuamente formadas e destruídas no fundo dos oceanos. A litosfera terrestre é constituída por pelo menos 12 peças rígidas, chamadas placas tectônicas, que flutuam sobre a astenosfera do manto. Essas placas se deslocam horizontalmente, impulsionadas por correntes de convecção existentes no interior do planeta, e são continuamente formadas e destruídas no fundo dos oceanos. 16. (F) A salinidade nos oceanos não varia com a profundidade, embora a proporção de cloro, sódio, enxofre, magnésio e cálcio seja praticamente constante. Apenas seis elementos químicos contribuem com cerca de 99% dos sais dissolvidos na água do mar. São eles: cloro, sódio, enxofre (na forma de sulfato), magnésio, cálcio e potássio. A proporção entre esses elementos é praticamente constante ao longo dos oceanos, embora a salinidade possa variar de local para local e com a profundidade. 17. (V) O elevado calor específico da água tem importantes implicações para o controle do clima da Terra. Está relacionado à necessidade de fornecer ou retirar uma quantidade muito maior de energia (calor) para alterar sua temperatura. A maior parte da energia absorvida pela 4
água é utilizada para alterar sua estrutura interna, através da quebra e recomposição das pontes de hidrogênio que unem suas moléculas. Se comparada com outras substâncias, a água possui um elevado calor específico. Ou seja, é necessário fornecer ou retirar uma quantidade muito maior de energia (calor) para alterar sua temperatura. Isto porque a maior parte da energia absorvida pela água é utilizada para alterar sua estrutura interna, através da quebra e recomposição das pontes de hidrogênio que unem suas moléculas. Esta propriedade física da água tem importantes implicações para o controle do clima da Terra. 18. (V) O fenômeno El Niño, que ocorre num intervalo que pode variar de três a sete anos, é caracterizado por alterações na temperatura superficial das águas do Oceano Pacífico. Ele afeta diretamente padrões globais de vento e de distribuição das chuvas. Através de sua interação com a atmosfera, os oceanos podem influenciar o clima em extensas áreas continentais. Um exemplo bem conhecido desta influência é o fenômeno El Niño, caracterizado por alterações na temperatura superficial das águas do Oceano Pacífico. Em intervalos que variam de três a sete anos, as águas caracteristicamente frias da costa oeste da América do Sul são substituídas por águas quentes, causando alterações dramáticas nos padrões globais de vento e de distribuição das chuvas. Durante a ocorrência do fenômeno, locais normalmente submetidos a regimes de seca passam a sofrer com inundações e fortes tempestades, enquanto regiões normalmente sujeitas a precipitações regulares experimentam longos períodos de estiagem. 19. (V) A energia solar armazenada pelos oceanos é distribuída ao longo do globo através das correntes oceânicas. A grande quantidade de energia solar armazenada pelos oceanos é distribuída ao longo do globo através das correntes oceânicas, contribuindo para a redução do déficit de calor em locais mais frios e para o equilíbrio climático da Terra. 20. (V) Neste momento, o fundo oceânico está sendo formado em algum lugar do planeta, enquanto em outros está sendo destruído. Os oceanos nascem, amadurecem, envelhecem e morrem. Este é o ciclo da vida. O Atlântico, cuja bacia se expande lentamente há milhões de anos, encontra-se em processo de amadurecimento. Existem oceanos muito jovens, como o Mar Vermelho. Outros que se encontram em processo de amadurecimento, como é o caso do Atlântico cuja bacia se expande lentamente há cerca de 190 milhões de anos. Por outro lado, oceanos muito antigos, como o Pacífico, cuja bacia está em processo de fechamento, apresentam diversos locais de subducção. 21. (F) A formação de depósitos de sal, a incorporação no esqueleto de organismos marinhos (conchas de moluscos p. ex.) e as reações químicas que causam a precipitação de íons constituem os principais processos de remoção dos sais da água do mar, causando um déficit da quantidade dos mesmos e prejudicando o desenvolvimento da flora marinha. Atualmente, os sais continuam sendo acrescentados nos oceanos. No entanto, sua quantidade e composição parece ter variado muito pouco nos últimos 1,5 milhões de anos, indicando que a retirada de sais das bacias oceânicas ocorre na mesma proporção em que são repostos. A 5
formação de depósitos de sal, a incorporação no esqueleto de organismos marinhos (conchas de moluscos, p. ex.)e as reações químicas que causam a precipitação de íons, constituem alguns dos processos de remoção dos sais da água do mar. 22. (F) A subducção é o processo de construção das placas tectônicas e ocorre nas cordilheiras oceânicas também denominados limites convergentes -, onde duas ou mais placas se encontram e colidem, fazendo com que a placa tectônica mais pesada cause estabilidade tectônica coincidindo com a regiões com pouca atividade sísmica. A subducção é o processo de destruição das placas tectônicas que ocorre nas fossas oceânicas locais mais profundos dos oceanos, também denominados limites convergentes -, onde duas ou mais placas se encontram e colidem, fazendo com que a placa tectônica mais pesada afunde sob a mais leve. O choque entre as placas causa grande instabilidade tectônica, caracterizando estas zonas por terremotos e intenso vulcanismo. É por isso que a distribuição das fossas oceânicas sobre a superfície da Terra coincide com a ocorrência de erupções vulcânicas e de intensa atividade sísmica. 23. (V) A Corrente do Brasil se desloca do norte para o sul, carregando águas aquecidas, e a Corrente das Malvinas se desloca do sul para o norte, transportando águas frias e ricas em nutrientes. Estas são afetadas pela Água Central do Atlântico Sul que, por ser mais fria e densa, se desloca sob as correntes do Brasil e das Malvinas e aflora em determinadas regiões do litoral brasileiro, contribuindo para a queda da temperatura da água superficial e para seu enriquecimento com nutrientes. As principais correntes de superfície que influenciam a costa brasileira são a Corrente do Brasil que se desloca do norte para o sul, carregando águas aquecidas, e a Corrente das Malvinas que se desloca do sul para o norte, transportando águas frias e ricas em nutrientes. Merece ainda destaque a Água Central do Atlântico Sul que, por ser mais fria e densa, se desloca sob as correntes do Brasil e das Malvinas e aflora em determinadas regiões do litoral brasileiro, contribuindo para a queda da temperatura da água superficial e para seu enriquecimento com nutrientes. 24. (F) O fenômeno denominado ressurgência é o afloramento de água proveniente de camadas profundas dos oceanos, pobre em nutrientes e responsável pela diminuição da produtividade primária local. A circulação superficial e de oceano profundo não ocorre isoladamente. As correntes de profundidade iniciam na superfície oceânica, quando alterações na salinidade e/ou temperatura promovem o aumento da densidade da água e fazem com que ela afunde. Depois de percorrer longas distâncias no fundo oceânico, estas massas de água retornam à superfície em algum outro lugar do planeta, dando origem a um fenômeno denominado ressurgência afloramento de água proveniente de camadas profundas dos oceanos, rica em nutrientes e responsável pelo aumento da produtividade primária local. 25. (V) As correntes superficiais têm grande importância no transporte do excesso de calor do Equador para os polos, enquanto que as correntes de mar profundo, produzidas em altas latitudes, possuem elevada quantidade de oxigênio, que é transportado para o fundo oceânico, permitindo a existência de vida. 6
Conhecer a dinâmica das águas oceânicas é fundamental para compreender diversos processos da vida marinha e do clima da Terra. Por exemplo, as correntes superficiais têm grande importância no transporte do excesso de calor do Equador para os polos, enquanto que as correntes de mar profundo, produzidas em altas latitudes, possuem elevada quantidade de oxigênio, que é transportado para o fundo oceânico, permitindo a existência de vida, mesmo em profundidades onde a atividade fotossintética é inexistente em decorrência da escassez ou ausência de luz. 26. (V) O sistema de correntes de mar profundo é denominado de circulação termohalina uma vez que a temperatura e a salinidade constituem os principais fatores que influenciam a densidade das massas de água. Nas camadas mais profundas, desprovidas da ação do vento, as correntes são geradas por alterações na densidade da água do mar. As massas de água mais densas tendem a afundar, enquanto as menos densas tendem a subir para a superfície. Como a temperatura e a salinidade constituem os principais fatores que influenciam a densidade das massas de água, o sistema de correntes de mar profundo é denominado de circulação termohalina. 27. (F) A intensidade luminosa, a temperatura e a pressão hidrostática não sofrem alterações significativas na medida em que nos deslocamos da superfície para o leito dos oceanos. Se pudéssemos fazer uma viagem no fundo mar, observaríamos que diversas características ambientais sofrem alterações na medida em que nos deslocamos da superfície para o leito dos oceanos. É o caso da intensidade luminosa, da temperatura e da pressão hidrostática. 28. (F) A pressão hidrostática, expressa em atmosfera, é determinada pelo peso da coluna d água sobrejacente. A cada 1(um) metro de profundidade a pressão aumenta 10 atmosferas. Um mergulhador numa profundidade de 40 metros estaria submetido a uma pressão hidrostática de 400 atmosferas. A pressão hidrostática é determinada pelo peso da coluna d água sobrejacente, por unidade de área em uma profundidade particular, e é expressa em atmosfera (unidade definida como a pressão exercida por uma coluna de mercúrio com 76 cm de altura em uma área de 1cm 2, à temperatura de 0ºC). A relação entre pressão hidrostática e a profundidade é praticamente linear. A cada 10m de profundidade a pressão aumenta 1 atmosfera. A vida nos oceanos A vida nos oceanos surgiu, evoluiu, sofreu extinções ou adaptou-se às constantes mudanças sofridas pela Terra ao longo do Tempo Geológico, chegando à extraordinária trama entre os seres vivos, na qual a espécie humana está inserida. A riqueza de vida nas regiões costeiras deve-se, principalmente, à presença de nutrientes oriundos da descarga de águas continentais na costa, aliada às baixas profundidades que permitem a penetração de luz. A maior parte da energia solar que chega à Terra é absorvida pelos oceanos e a luminosidade produzida não ultrapassa aos 250 metros de profundidade, zona chamada de água superficiais. Esta energia absorvida, associada aos nutrientes ou sais minerais, é o principal fator de abundância de vida marinha, pois ela determina a produção do fitoplâncton e de algas 7
macroscópicas, que por sua vez são as principais fontes de produção de oxigênio e a base das relações alimentares entre os seres marinhos. 29. (V) A luz do sol é essencial para a vida. No ambiente marinho parte da radiação solar que penetra na superfície dos oceanos é utilizada pelos produtores primários para o processo de fotossíntese, e decresce exponencialmente com a profundidade. A visão dos animais marinhos e alguns de seus ritmos fisiológicos dependem diretamente da intensidade luminosa. Depois que atinge a superfície do mar, a radiação solar é rapidamente atenuada e decresce exponencialmente com a profundidade. Além de ser diretamente absorvida pela água do mar, transformando-se em calor, a luz é dispersada e absorvida por materiais orgânicos e inorgânicos que ocorrem em suspensão na água, como microalgas, sedimentos etc. Assim, quanto maior a quantidade de material em suspensão, mais rapidamente a luz se extingue. A visão dos animais marinhos e alguns de seus ritmos fisiológicos dependem diretamente da intensidade luminosa. 30. (V) Os organismos marinhos podem ser classificados dependendo do ambiente em que vivem. Os planctônicos, com locomoção limitada, são transportados pelas correntes, representados na sua maioria por organismos microscópicos. Já os bentônicos são organismos como os caranguejos, estrelas-do-mar, moluscos e ouriços que vivem dentro ou sobre o substrato oceânico, e os nectônicos vivem na coluna d'água e apresentam poder de locomoção eficiente sendo, portanto, independentes dos movimentos de água. Entre eles estão as lulas, os peixes, as tartarugas, os golfinhos e as baleias. Os organismos marinhos podem ser classificados em: a) Planctônicos: organismos que vivem na coluna d'água e apresentam poder de locomoção limitado, sendo transportados passivamente pelas correntes. O plâncton é formado, na maioria, por seres microscópicos. No entanto, existem organismos planctônicos com grandes dimensões como é o caso das medusas e águas-vivas. Este grupo possui diversas adaptações morfológicas e fisiológicas que facilitam a flutuação na água do mar. b)bentônicos: organismos que vivem em associação com o solo oceânico (substrato), independente da profundidade em que ocorrem. Assim, qualquer organismo, seja em uma praia, costão rochoso, plataforma continental ou fossa oceânica, que viva sobre ou dentro do substrato é considerado organismo bentônico. Como exemplo deste grupo podemos citar os caranguejos, estrelas-do-mar, caramujos, pepinos-do-mar, ouriços, dentre outros. c)nectônicos: organismos que vivem na coluna d'água e apresentam poder de locomoção eficiente sendo, portanto, independentes dos movimentos de água. Estão incluídos neste grupo as lulas, os peixes, as tartarugas, os golfinhos, as baleias etc. 31. (F) Todos os seres vivos que habitam o ambiente marinho retiram o oxigênio necessário a sua respiração diretamente da água. Não, alguns animais necessitam subir até a superfície dos oceanos para captar oxigênio diretamente do ar - como é o caso de tartarugas, baleias e golfinhos. A maioria dos seres vivos que habita o ambiente marinho retira o oxigênio, necessário à sua respiração, diretamente da água. 8
32. (V) A densidade da água do mar, por ser cerca de 830 vezes superior a do ar, permite que seres relativamente grandes possam flutuar facilmente, não necessitando investir muito em estruturas de sustentação rígidas e robustas. O fato de a densidade da água do mar ser cerca de 830 vezes superior a do ar permite que seres relativamente grandes possam flutuar facilmente. Isto significa que os organismos marinhos não necessitam investir tanto em estruturas de sustentação rígidas e robustas - como esqueletos e celulose a exemplo do que ocorre no ambiente terrestre. 33. (V) O fitoplâncton composto por microalgas e cianobactérias desempenha o principal processo de produção primária, a fotossíntese. No ambiente marinho, a fotossíntese constitui o principal processo de produção primária e, em sua maior parte, é desempenhada pelo fitoplâncton microalgas e cianobactérias que vivem suspensos na coluna d água. 34. (F) Produtores primários ou organismos heterotróficos são seres vivos capazes de produzir compostos inorgânicos ricos em energia, a partir de compostos orgânicos. Praticamente todas as formas de vida do planeta dependem dos produtores primários ou organismos autótrofos seres vivos capazes de produzir compostos orgânicos ricos em energia, a partir de compostos inorgânicos. 35. (F) A distribuição da produtividade primária nos oceanos depende exclusivamente da temperatura e da salinidade da água do mar. No caso do ambiente marinho, apenas a disponibilidade de luz e de nutrientes pode limitar a atividade fotossintética, uma vez que os demais compostos encontram-se presentes em grande quantidade. Assim, a distribuição da produtividade primária nos oceanos depende da interação entre estes fatores. 36. (V) Os produtores primários fornecem matéria e energia para sustentar os demais níveis tróficos que compõem a cadeia alimentar. Quanto maior a produtividade primária, maior quantidade de consumidores em um ecossistema. Através dos processos de fotossíntese estes organismos fornecem matéria e energia para sustentar os demais níveis das cadeias tróficas existentes na Terra. Ou seja, quanto maior a produtividade primária, maior quantidade de consumidores em um ecossistema. 37. (V) Em função do gradiente de energia luminosa, os oceanos podem ser divididos em 3 zonas ecológicas: eufótica - caracterizada pela existência de radiação solar em quantidade suficiente para sustentar o crescimento e a reprodução dos produtores primários; disfótica localizada abaixo da eufótica caracterizada por fraca intensidade luminosa na qual a respiração supera o processo de fotossíntese e afótica localizada entre a zona disfótica e o assoalho oceânico, e desprovida de luz. Nesta última, os animais não detectam a luz solar e a atividade fotossintética é impossibilitada. Em função da disponibilidade de energia luminosa, as 3 zonas ecológicas dos oceanos são: 1)Zona Eufótica - camada mais superficial dos oceanos, caracterizada pela existência de 9
radiação solar em quantidade suficiente para sustentar o crescimento e a reprodução dos produtores primários. Nesta zona o processo de fotossíntese supera o de respiração. 2)Zona Disfótica localizada abaixo da eufótica e caracteriza-se por fraca intensidade luminosa. Nesta zona os animais marinhos podem enxergar, porém não há luz suficiente para sustentar atividade fotossintética positiva. A respiração supera o processo de fotossíntese.3) Zona Afótica localizada entre a zona disfótica e o assoalho oceânico, e desprovida de luz. Os animais não detectam a luz solar e a atividade fotossintética é impossibilitada. A única luz presente nesta zona é aquela produzida por organismos bioluminescentes. 38. (V) Mudanças na temperatura superficial dos oceanos ocorrem como resultado do aquecimento global. Uma das consequências pode ser a alteração na distribuição, frequência de ocorrência e intensidade dos furacões e tempestades tropicais. Sim. Estes fenômenos ocorrem, principalmente, em regiões tropicais e subtropicais no hemisfério norte, de onde retiram energia das águas quentes da superfície oceânica. Com o aumento na temperatura média da água do mar, os furacões e tempestades tropicais tenderão a se tornar mais fortes e frequentes. Além disso, a ampliação das áreas oceânicas sujeitas a elevadas temperaturas poderá causar a formação de tempestades em regiões onde não ocorrem atualmente, causando enormes prejuízos para a sociedade. Os recursos marinhos e a ação do homem no oceano e na zona costeira As alterações dos ecossistemas ao longo da costa brasileira vêm ocorrendo desde a colonização e, foram intensificadas com o crescente processo de urbanização e industrialização. Hoje vemos a maior parte da população brasileira concentrada no litoral, atraída pela quantidade e diversidade de atividades que se desenvolvem nessa região. Num processo galopante de ocupação predatória e desordenada, está cada vez mais difícil de gerenciar e conviver com os esgotos, o lixo e todo tipo de dejeto que se pode ou não ver a olho nu. O modelo de desenvolvimento adotado mostrou-se insustentável, comprometendo a qualidade ambiental e, consequentemente, a saúde e o bem-estar das comunidades litorâneas, pois não leva em conta a vocação natural do ambiente, as fragilidades dos recursos, nem a cultura das comunidades que vivem na zona costeira. Através de estudos e pesquisas integradas podem-se fornecer subsídios necessários ao ordenamento das potencialidades, dos usos e da capacidade de exploração da zona costeira. Esses subsídios, associados à participação popular, aos aspectos legais e a decisões éticas e políticas podem fomentar a adequada administração das regiões costeiras. 39. (V) A energia fóssil acumulada no passado depende de jazidas finitas, não renováveis, sendo que as suas etapas de extração, processamento e queima alteram as condições presentes e futuras do planeta. Os padrões atuais de produção e consumo de energia são baseados nas fontes fósseis. Porém, sabe-se que estas geram emissões de poluentes locais, gases de efeito estufa e ainda há o risco de vazamentos e derrames de petróleo nos nossos mares, que podem causar grandes desastres ambientais. Entretanto, pesquisas sobre alternativas de obtenção de energia a partir do mar têm sido feitas no Brasil e no mundo, podendo-se citar principalmente a das ondas, a das marés e a energia gerada pelo vento na zona costeira. 10
40. (F) A energia das ondas, das marés e do vento são matrizes energéticas - as chamadas energias limpas, exemplos de recursos renováveis que apesar de possuírem grande potencial de exploração, causam grande impacto ambiental. As chamadas energias limpas, como é o caso da energia das ondas, do vento e das marés são recursos renováveis, que possuem grande potencial de renovação e podem ser explorados com pouco impacto ambiental. Apesar de todas as vantagens, as dificuldades tecnológicas e a análise do custo-benefício restringem suas utilizações. 41. (V) O descobrimento das reservas do pré-sal coloca o desenvolvimento econômico do Brasil de frente para o mar e marca uma nova etapa na exploração de petróleo no país, pois trata-se da maior província de petróleo descoberta no mundo. Essas reservas estão na Plataforma Continental Brasileira, dentro da área considerada Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do Brasil. É do mar que são extraídos cerca de 87% de todo o petróleo nacional. A reserva do pré-sal trata-se da maior província de petróleo descoberta no mundo. O pré-sal se constitui em camadas de rochas armazenadoras de óleo e gás do subsolo marinho, situadas cerca de cinco ou seis quilômetros abaixo do atual leito do mar e se encontram confinadas abaixo de uma espessa camada de sal, localizadas na Plataforma Continental dentro da área considerada Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do Brasil. 42. (F) Considerando toda riqueza proveniente do nosso mar, as políticas governamentais, juntamente com a ação da sociedade civil e com as Leis Ambientais, têm dado a adequada atenção à manutenção saudável dos nossos ecossistemas costeiros, baseado num modelo sustentável de vida. A região costeira tem sofrido há décadas uma crescente descaracterização com a fragmentação de seus ecossistemas, manguezais, falésias, restingas, Mata Atlântica, sem falar nos resíduos despejados diretamente no mar e suas implicações para a biodiversidade costeira e marinha. Isso tem provocado impactos ambientais provavelmente irreversíveis, tais como desmatamentos de encostas, manguezais e marismas, aterro e assoreamento das áreas costeiras, poluição por efluentes e resíduos sólidos de baías, estuários, dunas e restingas, e ainda, a ameaça a ecossistemas frágeis, como nossos recifes de corais. 43. (V) Os principais instrumentos de gestão ambiental são a avaliação de impactos, as auditorias, a avaliação do desempenho ambiental, a Educação Ambiental, os sistemas de gestão e as normas de padronização (ISO). Sim, a gestão ambiental consiste na administração do uso dos recursos ambientais por meio de ações ou medidas econômicas, investimentos, potenciais institucionais e jurídicos, com a finalidade de manter ou recuperar a qualidade de recursos e o desenvolvimento social. Os principais instrumentos de gestão ambiental são: avaliação de impactos, auditorias, avaliação do desempenho ambiental, Educação Ambiental, sistemas de gestão e normas de padronização (ISO). 11
44. (F) O Brasil possui uma estrutura de leis ambientais frágil, mas mesmo assim tem possibilitado avanços na melhoria da qualidade vida, e na proteção e conservação ambiental de nossos ecossistemas. O Brasil possui uma das legislações mais completas do mundo, porém não eficaz, uma vez que a falta de fiscalização, de investimentos e também de interesses políticos fazem com que esta seja indevidamente cumprida. A estrutura da legislação ambiental começou a ser implementada no Brasil a partir de 1981, com a Política Nacional de Meio Ambiente (Lei 6.938). A legislação ambiental foi sendo legitimada no País com a elaboração de um conjunto de leis, entre as quais estão o Código Florestal, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), a Lei dos Crimes Ambientais e a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA). 45. (V) Atualmente, necessitamos desenvolver urgentemente uma visão ampliada do meio ambiente, mudando o modo de ver e perceber o Planeta Terra. Compreendê-lo como um sistema vivo, para que soluções e ações de transformação possam garantir para esta e para as próximas gerações um novo modo de ser e de se relacionar com o outro e com a natureza. A visão ampliada de meio ambiente pode auxiliar na busca por soluções, pois o desconhecimento e o distanciamento sobre as questões ambientais geram dificuldade na percepção de que cada ação humana corresponde a um efeito sobre o ambiente, seja este natural ou construído, numa perspectiva sistêmica ou ecológica da vida. QUESTÃO DISSERTATIVA (Peso 5) Fonte: Goddard Space Flight Center NASA, Greenbelt, Md. (William Putman, NASA/Goddard). Full size image: http://www.nasa.gov/images/co ntent/706644main_705852main_geos5 _full_full.jpeg A incrível imagem da NASA retrata a distribuição de aerossóis globais e o movimento através de nosso planeta. O modelo foi produzido pelo Sistema de Goddard Earth Observing, Versão 5 (GEOS-5), que é capaz de simular condições meteorológicas em todo o mundo, em resoluções de 10 a 3,5 quilômetros (km). Um aerossol é qualquer suspensão de gotículas líquidas ou sólidas na atmosfera. A maior parte dos aerossóis (cerca de 90% em massa) são de origem natural. Os 10% restantes são de origem antrópica, ou seja, resultado da atividade humana. Nesta imagem podemos ver aerossóis na forma de pó (vermelho), sal marinho (azul), queima (verde) e partículas de sulfato (branco). Além de criar uma visão surpreendente, esta tecnologia oferece uma ferramenta única para estudar o papel do tempo em sistemas climático e atmosférico da Terra. 12
46. Neste contexto, cite e descreva a origem das principais fontes que tem colaborado para o aumento da quantidade de gases responsáveis pelo aquecimento global na atmosfera da Terra e comente sobre as consequências deste processo para o ambiente marinho. NÃO ESQUEÇA de passar a sua resposta para o CARTÃO DE RESPOSTAS! CARTÃO DE RESPOSTAS (Só serão aceitas provas com identificação completa deste cartão) Nome do aluno: Idade: Instituição de Ensino: Série: Município: UF: QUESTÕES OBJETIVAS Questão V F Questão V F 1 X 24 X 2 X 25 X 3 X 26 X 4 X 27 X 5 X 28 X 6 X 29 X 7 X 30 X 8 X 31 X 9 X 32 X 10 X 33 X 11 X 34 X 12 X 35 X 13 X 36 X 14 X 37 X 15 X 38 X 16 X 39 X 17 X 40 X 18 X 41 X 19 X 42 X 20 X 43 X 21 X 44 X 22 X 45 X 23 X 13
46. RESPOSTA DA QUESTÃO DISSERTATIVA A origem das principais fontes que têm colaborado para o aumento da quantidade de gases responsáveis pelo aquecimento global na atmosfera são a queima de combustíveis fósseis, a atividade industrial e a desflorestação - processo de queima e desmatamento de florestas nativas. As consequências do aquecimento global podem influenciar não somente nas atividades humanas, mas também nos ecossistemas. As principais consequências para o ambiente marinho são o aumento da temperatura superficial dos oceanos causando a diminuição da cobertura de gelo, o aumento do nível médio do mar e a possibilidade de extinção de algumas espécies. A concentração de gás carbônico, também é outra grave consequência uma vez que causa a acidificação da água dos oceanos que, juntamente com o aumento da temperatura, está afetando a saúde dos corais construtores de recifes em todo o mundo. 14