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EMENTA. AUDIÊNCIA PÚBLICA. MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO MARANHÃO. ATUAÇÃO DE PROFISSIONAIS NÃO MÉDICOS OPTOMETRISTAS. REUNIÃO COM A ASSOCIAÇÃO MARANHENSE DE OFTALMOLOGIA. ASPECTOS DO PROGRAMA CBO+PERTO. ESTRATÉGIAS JURÍDICAS. Serve o presente para informar sobre audiência pública convocada pelo Ministério Público do Estado do Maranhão, através das 1ª e 18ª Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde, em São Luis/MA, realizada no dia 16 de fevereiro de 2017, em decorrência do INQUÉRITO CIVIL Nº 02/2017, que tem por objetivo averiguar a legalidade dos optometristas em prescrever órteses e próteses oftalmológicas, concedendo aos mesmos o competente alvará sanitário, com proposta para possível assinatura de um TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA TAC por parte dos representados (entidades representativas de ópticos e optometristas do estado do Maranhão) juntamente com a Vigilância Sanitária local. Antes de iniciar a audiência o Ilustre Promotor, Dr. Herberth Figueiredo, distribuiu a pauta para discussão sobre o tema que versava os seguintes pontos controvertidos: 1) Definição do campo de atuação funcional dos optometristas, contactólogos e ortópticos; 2) Definição do campo de atuação funcional da oftalmologia; 3) Definição do campo de atuação funcional que podem ser exercidos conjuntamente por oftalmologistas e optometristas; 1

4) Definição se os optometristas podem ter consultórios com a finalidade de prescrever órteses e próteses oftalmológicas por meio de tratamento não invasivo ao globo ocular; 5) Definição do tipo de consultório que os optometristas podem manter para atendimento de clientes/pacientes, prescrevendo, confeccionando e/ou indicando lentes de grau, ainda eu tenha Curso Superior em Técnico em Optometria reconhecido pelo MEC; 6) Analisar se os Decretos nº 20.931/32 e 24.482/34 (art. 38, 39 e 41) e 24.492/34 (art. 9º ao 16º), que limitam as funções dos optometristas, especialmente a venda de lentes de grau sem prescrição médica, encontram-se revogados pela Lei nº 12.842/2013 (lei do ato médico); 7) Definição dos fundamentos jurídicos e legais que embasam o campo de atuação funcional dos optometristas e oftalmologistas, bem como as vedações legais. Na audiência pública estiveram presentes: Dr. Abdon Murad, presidente do CRM/MA; Dr. Stephan Noleto, presidente da AMO; Dr. Mauro Oliveira, presidente da AMB/MA; Dr. Carlosmagnum Nunes, assessor jurídico do CBO; oftalmologistas de São Luis/MA; representantes do denominado OPTOGRUPO; Dr. Rafael, assessor jurídico do SINDCOOMA; Dr. Fábio Cunha, assessor jurídico do CBOO; os ilustres representantes do Ministério Público; Dr.ª Kessiane, assessora jurídica da Vigilância Sanitária de São Luis/MA. Aberta a audiência pelo Ilustre Promotor, seguindo a pauta proposta, foi dada a palavra ao representante da SINDCOOMA que ressaltou o grande déficit de oftalmologistas no estado do Maranhão e que deveria haver uma parceria entra a oftalmologia e optometria para melhor atender a demanda reprimida. Após o Dr. Fábio Cunha, representante do CBOO, asseverou que a SIO reconhece a profissão do optometrista, que os Decretos de 32 e 34 estão defasados e não correspondem à realidade social do país, apontando pela necessidade de respeito à lei e que a Lei do Ato Médico não prevê a prescrição de órteses e próteses aos médicos. Na sequência do debate, o Sr. Anderson 2

Luz, representante do OPTOGRUPO, ressaltou que o curso de optometrista possui duração de 5 (cinco) anos e é reconhecido pelo MEC. Em defesa à dialética do debate foi aberta a palavra aos representantes da classe médico-oftalmológica. O Dr. Abdon Murad, afirmou que a optometria não é uma profissão e sim uma ocupação e que tal ocupação tem sua limitação definida em lei e, pronunciou que o CRM/MA não concorda com a minuta de TAC proposta. Em seguida, o Dr. Mauro César apontou que a regulamentação de qualquer profissão é ato privativo da União e que os decretos de 32 e 34 permanecem em vigor, sendo que qualquer decisão em relação ao TAC será uma violação constitucional. O Dr. Stephan Noleto, por sua vez, afirmou que a área de ocupação dos optometristas não pode invadir a área dos oftalmologistas e ressaltou que o TAC proposto não será aceito pela AMO. Finalmente, o Dr. Carlosmagnum, assessor jurídico do CBO, debateu individualmente os itens pautados pelo Ministério Público, de forma a auxiliar a instrução dos trabalhos apontando que: não há legislação que determine quais são ou não as atividades dos optometristas; o campo de atuação do oftalmologista encontra-se respaldado pela lei do ato médico, pela resolução 1965/2011 e parecer nº 08/2009 do CFM, que deixam claros quais os atos privativos de médicos oftalmologista. Também se manifestaram a Vigilância Sanitária Estadual e Municipal ( COVISA E SUVISA). O Sr. Manoel, representante da SUVISA reiterou que se opõe ao TAC proposto e sugeriu outra minuta com sugestão para análise das entidades participantes. A representante da COVISA, Dr.ª Kessiane, requereu juntada de parecer acerca do TAC e também se opôs à assinatura do mesmo nos termos propostos. Após, foi disponibilizado tempo para réplica e tréplica por parte das entidades presentes cujos argumentos foram expostos nos termos da ata anexa. 3

Após as intervenções individuais do público presente, entre eles oftalmologista e optometristas, foi dado o seguinte encaminhamento: 1. O CBO solicitou que a COVISA e SUVISA informasse nos autos os alvarás expedidos até o momento para consultórios de optometria, ponto este respondido no ato pelos seus representantes afirmando que não expedem alvarás para consultório de optometria. 2. Será encaminhado às entidades presentes as minutas de TAC proposta pela SUVISA e CBO para análise e deliberação. Ressaltamos, porém, que a informação sobre a realização desta audiência pública apenas chegou ao CBO um dia antes da sua data através de informações da AMO. Assim, solicitamos aos colegas oftalmologistas e, principalmente, aos representantes das Sociedades de Oftalmologia Estaduais que nos comuniquem em caso de notícia ou convite para participação de audiências como esta, que são imprescindíveis para a efetiva defesa da saúde ocular da população e do ato médico oftalmológico. Ademais, realizando os objetivos do programa CBO+Perto o Departamento Jurídico do CBO reuniu-se com o Presidente da Associação Maranhense de Oftalmologia, Dr. Stephan Noleto, no intuito de organizar estratégias jurídicas para a Defesa profissional do oftalmologista maranhense. Em pauta foi reforçada a necessidade de maior participação dos oftalmologistas com o envio de provas da atuação de profissionais não médicos no Estado. Destarte, foram definidas estratégias junto às Vigilâncias Sanitárias estadual e municipais do Maranhão, de modo a fazer cumprir a legislação em vigor através da conscientização dos órgãos públicos acerca da realização do exame oftalmológico como ato privativo de médico. Esse tipo de atuação somente é possível com o apoio do oftalmologista municiando-nos das informações necessárias à efetiva participação na defesa da classe e da saúde ocular. 4

e consideração. Sem mais para o momento, renovamos nossos votos de estima Brasília/DF, 23 de fevereiro de 2017. José Alejandro Bullón Assessor Jurídico CBO Carlosmagnum Costa Nunes Assessor Jurídico CBO Juliana de Albuquerque O. Bullón Assessora Jurídica CBO Gabriel Bunn Zomer Assessor Jurídico do CBO Isabella Carvalho de Andrade Assessora Jurídica CBO 5