A Via LácteaMassa da Galáxia

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Transcrição:

Fundamentos de Astronomia e Astrofísica A Via LácteaMassa da Galáxia Rogério Riffel http://astro.if.ufrgs.br

Meio Interestelar O meio entre as estrelas não é completamente vazio. - Tem gás: principalmente hidrogênio atômico, molecular e ionizado - Tem poeira: principalmente de grafite, silicatos e gelo de água. http://www.godandscience.org/nebulacardsdial.html

Meio Interestelar Densidades gás: tipicamente 1 átomo de hidrogênio por centímetro cúbico (para comparação: o ar que respiramos tem 1019 átomos de gás por cm3) poeira: 100 grãos de poeira por quilômetro cúbico (1 trilhão de vezes menos densa do que o gás)

Meio Interestelar- Poeira no Centro Galático. Imagem do centro da Via Láctea no infravermelho; o campo mostrado cobre um campo de 10x8 graus, e nele foram identificadas quase 10 milhões de estrelas. As bandas escuras são regiões onde a poeira é mais densa. O núcleo da Galáxia é a região mais rosada na parte superior da figura.

Meio Interestelar Como se encontra a poeira? nebulosas escuras nebulosas de reflexão nuvens moleculares (misturada com gás) Como se encontra o gás? nebulosas brilhantes: regiões HII, nebulosas planetárias, restos de supernova hidrogênio atômico nuvens moleculares (misturado com poeira)

Meio Interestelar

Meio Interestelar

Meio Interestelar Regiões HII Compostas por gás hidrogênio ionizado Encontrado junto a estrelas O e B, brilha por fluorescência (luz ultravioleta --> luz visível) Principal linha de emissão: lambda=6563 Angstrons (ótico) Associado a zonas de formação estelar

Meio Interestelar Nebulosas Planetárias Final da vida evolutiva de estrelas com menos de 10 massas solares Propriedades similares as Regiões H II, porém muito menores

Meio Interestelar Restos de Supernova Final da vida de estrela com massas entre 10 e 25 massas solares - gás ionizado por colisões - emitem em raios-x e em rádio

Meio Interestelar Hidrogênio atômico Emite uma linha em 21 cm (1420 MHz) Como o elétron e o próton são cargas elétricas girando, eles criam campos magnéticos locais que interagem, de forma que o estado de menor energia é com spins anti-paralelos. De vez em quando (1 vez a cada 500 anos) um átomo colide com outro, ganhando energia e ficando num estado excitado de spins paralelos. Quando volta ao estado fundamental (o que pode levar milhões de anos) emite a radiação de 21 cm.

Meio Interestelar Nuvens moleculares Contém moléculas de H2, CH, CO, e outras. Dão origem a novas estrelas Geralmente encontram-se imersas em regiões HII.

Meio Interestelar Nebulosas escuras Melhor observáveis no infravermelho Aparência como regiões com deficiência de estrelas Nebulosas de reflexão Nuvens de poeira junto a estrelas quentes, Brilham porque refletem a luz azul das estrelas

A curva de rotação da Galáxia - Como a matéria diminui a corva de rotação deveria cair na periferia da Galáxia. - Mas não é isso que acontece. Pelo contrário, a curva de rotação aumenta ligeiramente para distâncias maiores, o que implica que a quantidade de massa continua a crescer. A velocidade de rotação, à distância de 40 kpc inplica em MG= 6x1011 Massas solares

A Curva de rotação da Via-Láctea O Sol, as outras estrelas, as nebulosas gasosas, e tudo o que faz parte da galáxia, gira em torno do centro galáctico movido pela atração gravitacional da grande quantidade de matéria localizada no C.G. Observado Órbitas Keplerianas: da mesma forma que os planetas giram em torno do Sol. Teórico

A Curva de rotação da Via-Láctea Disco em rotação Terra em torno do Sol Quadro

Como se obtém a Curva de rotação da Via-Láctea Menor velocidade de rotação # Para uma certa longitude galáctica l, a componente radial da velocidade de cada estrela, medida a partir do Sol, aumenta à medida que diminui a distância galactocêntrica da estrela; # quando a velocidade radial for máxima a distância galactocêntrica é mínima para as estrelas a essa longitude. R=R0sen(l)

Como se obtém a Curva de rotação da Via-Láctea Menor velocidade de rotação # Para uma certa longitude galáctica l, a componente radial da velocidade de cada estrela, medida a partir do Sol, aumenta à medida que diminui a distância galactocêntrica da estrela; # quando a velocidade radial for máxima a distância galactocêntrica é mínima para as estrelas a essa longitude. V=Vmax - V0sen(l)

A curva de rotação da Galáxia Através de observações em rádio, os astrônomos mediram o movimento do gás no disco, até distâncias além do limite visível da Galáxia, e determinaram, assim, a curva de rotação da Galáxia, que é a velocidade de rotação em função da distância ao centro.

A curva de rotação da Galáxia nossa Galáxia contém matéria não-visível? Sim, 2/3 e se estende muito alem da matéria visível. - Como a matéria diminui a corva de rotação deveria cair na periferia da Galáxia. - Mas não é isso que acontece. Pelo contrário, a curva de rotação aumenta ligeiramente para distâncias maiores, o que implica que a quantidade de massa continua a crescer. A velocidade de rotação, à distância de 40 kpc inplica em MG= 6x1011 Massas solares

Matéria escura (não luminosa)

Matéria escura (não luminosa)

Matéria escura (não luminosa) Bullet Cluster Composição de imagens da NASA de um choque de aglomerados de galaxias. A suposta matéria escura é representada em azul, a partir de seus efeitos gravitacionais, e da matéria comum, em vermelho, detectada por raios-x.

Matéria escura (não luminosa) Detectada por efeitos de lentes gravitacionais (Agosto 2006) Veja Mais em: http://en.wikipedia.org/wiki/dark_matter

Matéria escura (não luminosa) Distribuição estimada de matéria escura e energia escura no universo Energia escura é uma forma hipotética e exótica de energia presente em todo o espaço e tende a aumentar a taxa de expansão do universo. Veja mais em: http://en.wikipedia.org/wiki/dark_energy

Matéria escura (não luminosa) Xiangxiang Xue (Chines) 2401 estrelas azuis brilhantes (do ramo horizontal) distribuídas a até 60 kpc do centro de nossa Galáxia Massa do Halo http://www.sdss.org/news/releases/20080816.segue_final.html