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Transcrição:

441bk MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL Procuradoria-Geral da República IV 35479/2017 GTLJ/PGR Inquérito 4244 Relator: Ministro Gilmar Mendes Supremo Tribunal Federal 23102/2017 18 17 1111111 11111 11111 Ilifi IJIÍ 1111101 11111 11)11Siilífil O Procurador Geral da República vem se manifestar nos seguintes termos: Trata-se de inquérito instaurado por determinação dessa e. Corte para investigação de fatos aparentemente criminosos envolvendo parlamentares federais, em especial o Senador Aécio Neves, no âmbito da administração da empresa Furnas. Consoante já esclarecido no requerimento que deu origem à instauração do presente inquérito, noticiou-se nos autos da PET 5283 que o PSDB, por intermédio do Senador AÉCIO NEVES DA CUNHA, possuía influência na direção da empresa FURNAS, juntamente com o Partido Progressista, no âmbito da qual recai a suspeita de pagamento de vantagens indevidas por empresas contratadas,a revelar possível participação de AÉCIO NEVES DA CUNHA em esquema de corrupção.

Inquérito n 4244 O relato de supostos fatos criminosos atribuídos ao ora investigado constou inicialmente no Termo de Colaboração n. 20 de ALBERTO YOUSSEF, lavrado em decorrência de acordo de colaboração premiada homologado pelo Supremo Tribunal Federal. Os mesmos fatos foram posteriormente reafirmados no Termo de Declarações Complementar n. 21. A Pet 5283 veio a ser arquivada em 6.3.2015, a pedido desta Procuradoria-Geral da República, pelo fato de não terem sido identificados, na ocasião, outros elementos a apoiar a instauração de um inquérito. Naquela oportunidade, esclareceu-se que o testemunho de ALBERTO YOUSSEF era vago e assentado apenas em relatos de terceiros, sendo um deles, ao tempo das declarações, já falecido (JOSÉ JANENE), inexistindo suficiente concretude nos dados colhidos a lastrear uma linha de investigação. Contudo, nos autos da PET 6015, a Procuradoria-Geral da República informou a superveniência de novos elementos probatórios que autorizavam a reabertura da investigação, a saber, depoimento prestado por DELCÍDIO DO AMARAL GOMEZ em que trata dos mesmos fatos referidos na PET 5283, sendo que agora sob a perspectiva de alguém que ocupava uma posição privilegiada, apresentando detalhes do fato criminoso. Somado a isso, foram juntadas novos documentos, que conjuntamente aos elementos de prova preexistente instruíram o requerimento de abertura de inquérito. Autorizada a instauração, foram enviados os autos à policia federal para cumprimento de diligências no prazo de 90 dias 2 de 8

Inguento o' 4244 Em cumprimento ao requerimento inicial de diligências, foram juntados aos autos o Termo de Colaboração 18 de DELCIDIO DO AMARAL GOMEZ no qual confirma anterior relato de ALBERTO YOUSSEF, e ainda detalha a participação de DIMAS FABIANO TOLEDO, a irmã do Senador, ANDRÉA NEVES e uma conta de titularidade da mãe do Senador, INÊS MARIA NEVES FARIAS, no principado de Liechtenstein, e a possível existência de uma fundação neste paraíso fiscal em nome do parlamentes. Além disso, foram encartados denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal no Rio de Janeiro em desfavor de DIMAS FABIANO TOLEDO (diretos de Furnas) e AIRTON ANTÔNIO DARÉ (EMPRESA BAURUENSE) em razão de participação de esquema de pagamento de vantagens indevidas no âmbito da empresa FURNAS, depoimento prestado por FERNANDO ANTÔNIO GUIMARÃES HOURNEAUX DE MOURA (ação penal 5045241-84.2015.4.04.7000/PR em tramitação na 13 Vara Federal de Curitiba) em que cita o esquema de distribuição de vantagens ilícitas no âmbito de FURNAS com participação de DIMAS FABIANO TOLEDO, diretor indicado pelo SENADOR AÉCIO NEVES. No mais, foram juntados diversos relatórios da Controladona-Geral da União e do Tribunal de Contas da União dando conta de irregularidades em contratos firmados pela empresa FURNAS com a empresa BAURUENSE, em que há envolvimento de DIMAS FABIANO TOLEDO. Solicitado prorrogação de prazo para conclusão das diligências, foi deferido em 21.11.2016 (fls. 368-369). Em 02.02.2017, foi juntado aos autos, o Termo de declarações de FERNANDO ANTÔNIO GUIMARÃES HOURNEAX, no 3 de 8

qual esclareceu que: Inquérito n 4244 "Que em janeiro de 2003, após a posse do novo governo, o depoente participou ativamente do processo de escolha de cargos de 2' escalão das empresas públicas, visto que auxiliou diretamente SILVIO PEREIRA neste processo, trabalhando com o mesmo no Centro Cultural Banco do Brasil em Brasília e no Hotel Blue Tree; Que ainda em janeiro foi chamado por José Dirceu para uma reunião, quando foi questionado sobre as informações que possuía sobre DIMAS TOLEDO, visto que a permanência do mesmo frente da Diretoria de Engenharia de Furnas também havia sido pedida, diretamente ao Presidente LULA, pelo Governador eleito de MI- NAS GERAIS, AÉCIO NEVES; Que o depoente esclareceu para JOSÉ DIRCEU que até aquele momento só tinha estado com DIMAS em duas ou três oportunidades, sendo apresentado pelo Deputado Federal JOSÉ JANENE como um grande conhecedor de FURNAS; Que JOSÉ DIRCEU disse ao depoente que esta foi a única indicação solicitada por AÉCIO NEVES ao presidente LULA, motivo pelo qual o mesmo seria mantido no cargo, solicitando ao depoente que fosse conversar com DIMAS TOLEDO para lhe informar que JOSÉ DIRCEU apoiaria a sua manutenção a frente da Diretoria de Engenharia de FURNAS; Que no encontro que teve com DIMAS para anunciar o apoio de JOSÉ DIRCEU a sua permanência, foi informado pelo mesmo que o diretório estadual do PT em São Paulo não precisaria se preocupar, não precisando nem aparecer no Rio de Janeiro, sede de FURNAS, pois '1/3 iria para o PT de São Paulo, 1/3 para o PT Nacional e 1/3 para AÉCIO NEVES'; Que o depoente informou para SILVIO PEREIRA e para JOSÉ DIR- CEU o teor da conversa que manteve com DIMAS TO- LEDO, e sobre o repasse de valores; Que nem JOSÉ DIRCEU e nem SILVIO PEREIRA, questionaram o declarante se DIMAS teria falado a verdade" (fls. 455/457). Já em 13.02.2017, acostou-se o Termo de declarações de 4 de 8

DIMAS FABIANO TOLEDO: Inquérito n 4214 "Que conheceu AÉCIO NEVES, à época Deputado Federal para tratar de eventuais compensações ambientais e sociais, que seriam devidas por FURNAS, em locais que teriam sofrido danos pela construção de usinas hidrelétricas e que seriam reduto eleitoral do congressista; Que à época, FURNAS encontrava-se em uma lista negra de órgãos ambientais, acarretando dificuldades para realização de novas obras; Que após esse período uma outra agenda comum entre AÉCIO NEVES e o declarante dizia respeito a um eventual processo de privatização de FUR- NAS, evento no qual tanto o deputado, quanto o Governador de Minas, à época ITAMAR FRANCO, e outros congressistas, quanto a direção de FURNAS, não queriam que ocorresse; Que a citação do nome de AÉCIO NEVES a possíveis irregularidades na gestão de FURNAS, à época em que o declarante participava de sua direção, é política, não havendo qualquer embasamento real; Que seu filho GABRIEL MARTINS TOLEDO tornou-se sócio da empresa CANAL ENER- GIA INTERNET LTDA, quando a mesma já possuía um contrato com FURNAS, sem que o mesmo soubesse do fato; Que seu filho não exerceu gestão na empresa, nem realizou nenhuma retirada na mesma; Que houve uma ação penal com o objetivo de apurar se a CANAL ENERGIA teria sido contratada por FURNAS descumprindo exigências da legislação, todavia, ao final, o Ministério Público pediu a absolvição dos envolvidos por entender que se tratava de hipótese inexigibilidade de licitação; Que na investigação criminal que respondeu perante a Policia Federal, houve a quebra de seu sigilo fiscal e bancário, bem como de membros de sua família, pelo Juiz de primeira instância, entretanto os dados não chegaram a ser analisados em sede policial, pois sua defesa conseguiu reverter a decisão de primeira instância no TRF T Região; Que foi aberta uma sindicância patrimonial na CGU,que visava apurar enriquecimento ilícito do declarante, entretanto, após o apuratório e análise dos dados foi constatado que seu patrimônio era compatível com a renda que auferiu com o seu trabalho" (fls. 5 de 8

469/472). Inquérito n 4244 Em auto de acareação realizada entre DIMAS FABIANO TOLEDO e FERNANDO ANTÔNIO GUMARÃES HORNEAUX DE MOURA, constou: "Dada a palavra ao Primeiro Acareado pelo mesmo foi dito que no encontro que teria tido com o primeiro acareado, após a sua recondução, não teria discutido nenhum assunto acerca de redistribuição de valores de FURNAS para o PT nacional, para o PT paulista e para AÉCIO NEVES, por este fato não ser verdadeiro. Dada novamente a palavra ao Segundo Acareado, pelo mesmo foi dito que afirma que logo após a confirmação de permanência do primeiro acareado à frente da diretoria de FURNAS, no encontro em que ele foi dar essa notícia a DIMAS, este teria dito para não se preocupar, pois um terço dos valores oriundos de FURNAS iria para o PT nacional, um terço para o PT paulista e um terço para AÉCIO NEVES" (fl. 473). Com efeito, o depoimento de FERNANDO ANTÔNIO GUIMARÃES HORNEAUX DE MOURA confirma as informações dos colaboradores de que existia um esquema de pagamento de vantagens ilícitas no âmbito da empresa Furnas, comandado por DIMAS FABIANO TOLEDO, diretor de Engenharia de Furnas, indicado por AÉCIO NEVES. Conquanto o Diretor tenha negado participação em qualquer esquema, as declarações de FERNANDO ANTÔNIO GUIMARÃES HORNEAUX DE MORA se coadunam com os elementos trazidos pelos colaborador, precisamente, quando afirma que : "Que no encontro que teve com DIMAS para anunciar o apoio de JOSÉ DIRCEU a sua permanência, foi informado 6 de 8

Incluem n 4244 pelo mesmo que o diretório estadual do PT em São Paulo não precisaria se preocupar, não precisando nem aparecer no Rio de Janeiro, sede de FURNAS, pois '1/3 iria para o PT de São Paulo, 1/3 para o PT Nacional e 1/3 para AÉCIO NEVES". Na presente hipótese, os elementos informativos já reunidos nos autos apontam para a verossimilhança dos fatos trazidos pelos colaboradores e denotam a necessidade de aprofundamento das investigações, notadamente quanto o envolvimento de DIMAS FABIANO TOLEDO no evento criminoso e a sua relação com o SENADOR AÉCIO NEVES. Ante o exposto, o Procurador Geral da República requer a remessa dos autos à polícia federal para continuidade do cumprimento das seguintes diligências no prazo de 60 (sessenta dias): Juntada de cópia do relatório final elaborado pelo TCU sobre o "Mensalão de Furnas", sobre possíveis irregularidades em contratos celebrados por DIMAS FABIANO TOLEDO, enquanto Diretor de Engenharia de FUR- NAS, conforme solicitado pela autoridade policial no Ofício 0200/217 de fl. 481); Juntada de cópia do relatório final elaborado pela Controladoria Geral da União sobre o "Mensalào de Furnas", conforme solicitado pela autoridade policial no Ofício 0201/2017 de fl. 482; Juntada de autos que tramitaram perante a 3? Vara 7 de 8

Inquérito n 4244 Criminal da Comarca do Rio de Janeiro, no qual houve quebra de sigilo bancário de DIMAS FABIANO TOLE- SO, conforme solicitado no Ofício 020 2/2 017 de fl. 487; Oitiva de SILVIO PEREIRA (fl. 456); Oitiva de JOSÉ DIRCEU (fl. 455); Oitiva do colaborador DELCIDIO DO AMARAL GOMEZ; g) Oitiva do investigado. Brasflia (DF), 21 de fevereiro de 2017. Rodrigo Janot onteiro de Barros Procurador-Geral da República 8 de 8