TRÊS PAÍSES DA PARCERIA ORIENTAL: UCRÂNIA, MOLDÁVIA E BIELORRÚSSIA

Documentos relacionados
1. PAÍSES DA VIZINHANÇA ORIENTAL DA UE

TRÊS PAÍSES DA PARCERIA ORIENTAL NO CÁUCASO MERIDIONAL

Proposta conjunta de DECISÃO DO CONSELHO

Proposta de DECISÃO DO CONSELHO

TRÊS PAÍSES DA PARCERIA ORIENTAL NO CÁUCASO MERIDIONAL

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

Junto se enviam, à atenção das delegações, as conclusões da Presidência do Conselho Europeu Extraordinário de Bruxelas (1 de Setembro de 2008).

RÚSSIA BASE JURÍDICA RELAÇÕES UE-RÚSSIA

PARCEIROS MERIDIONAIS

RÚSSIA BASE JURÍDICA RELAÇÕES UE-RÚSSIA

PARCEIROS MERIDIONAIS

PROJETO DE RELATÓRIO

PARLAMENTO EUROPEU. Delegação para as Relações com o Mercosul INTRODUÇÃO À DELEGAÇÃO

PROPOSTA DE DECISÃO. PT Unida na diversidade PT. Parlamento Europeu B8-0240/

ALTERAÇÕES PT Unida na diversidade PT. Parlamento Europeu 2016/0029(COD) Projeto de relatório Hannu Takkula (PE585.

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PT Unida na diversidade PT A8-0062/17. Alteração

Assembleia Parlamentar da NATO

P7_TA-PROV(2010)0035 Situação na Ucrânia

Pontos a debater (II)

Pontos a debater (II)

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

ALTERAÇÕES PT Unida na diversidade PT 2015/0005(COD) Projeto de relatório Gabrielius Landsbergis (PE549.

ÁFRICA BASE JURÍDICA. Fichas técnicas sobre a União Europeia

6767/17 cfs/jv 1 DGC 2A

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

UNIDADE 04 Leste Europeu e CEI

ORDEM DO DIA PROVISÓRIA COMITÉ DE REPRESENTANTES PERMANENTES (2.ª Parte) Edifício Europa, Bruxelas 15 e 16 de novembro de 2017 (15:00, 14:30)

ACORDO DE AMIZADE E COOPERAÇÃO ENTRE A REPÚBLICA PORTUGUESA E A UCRÂNIA

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

Envia-se em anexo, à atenção das delegações, o documento JOIN(2016) 26 final.

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU E AO CONSELHO

11246/16 hs/mjb 1 DGC 1

14367/18 IV/sf LIFE.2.A. Conselho da União Europeia Bruxelas, 27 de novembro de 2018 (OR. en) 14367/18. Dossiê interinstitucional: 2018/0349 (NLE)

PT Unida na diversidade PT A8-0369/21. Alteração

Proposta conjunta de DECISÃO DO CONSELHO

ANEXO. Ponto da situação da aplicação do Plano de Ação para reforçar a luta contra o financiamento do terrorismo

BASE JURÍDICA OBJETIVOS ANTECEDENTES

PUBLIC 15340/15 1 DPG LIMITE PT. Conselho da União Europeia Bruxelas, 22 de janeiro de 2016 (OR. en) 15340/15 LIMITE PV/CONS 76

Proposta de DECISÃO DO CONSELHO

7048/17 fmm/jv 1 DGC 2A

Proposta de DECISÃO DO CONSELHO

III. (Atos preparatórios) CONSELHO

PT Unida na diversidade PT A8-0062/9. Alteração. Louis Aliot em nome do Grupo ENF

ACORDOS DE COMÉRCIO EM NEGOCIAÇÃO COM A UNIÃO EUROPEIA

BASE JURÍDICA DESCRIÇÃO

ACORDOS DE COMÉRCIO EM NEGOCIAÇÃO COM A UNIÃO EUROPEIA

PUBLIC LIMITE PT CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA. Bruxelas, 18 de junho de /12 LIMITE PV CONS 27 RELEX 437

Cidadania Europeia. Trabalho realizado por: Joana Ferreira 11ºH Área de Integração

BASE JURÍDICA MEMBROS E COMPOSIÇÃO

O Parlamento Europeu em movimento

14098/15 arg/mjb 1 DG C 1

PT Unida na diversidade PT B8-0441/3. Alteração. Igor Šoltes em nome do Grupo Verts/ALE

Envia-se em anexo, à atenção das delegações, o documento COM(2016) 236 final.

Proposta de DECISÃO DO CONSELHO

Rússia União Europeia: as escolhas que todos nós fazemos

Proposta de REGULAMENTO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

Recomendação de DECISÃO DO CONSELHO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

Destaques da sessão plenária de 12 e 13 de novembro de 2014, Bruxelas [ :05]

*** PROJETO DE RECOMENDAÇÃO

Conselho da União Europeia Bruxelas, 19 de setembro de 2017 (OR. en)

Jornal Oficial da União Europeia L 181. Legislação. Atos não legislativos. 60. o ano. Edição em língua portuguesa. 12 de julho de 2017.

PT Unida na diversidade PT A8-0392/11. Alteração. Harald Vilimsky, Mario Borghezio em nome do Grupo ENF

Junto se enviam, à atenção das delegações, as conclusões adotadas pelo Conselho Europeu na reunião em epígrafe.

Introdução às Relações Internacionais. D. Freire e Almeida

14894/16 jp/jm/jc 1 DGD 1C

COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS. Proposta de DECISÃO DO CONSELHO

ANEXO RELATÓRIO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU, AO CONSELHO EUROPEU E AO CONSELHO

ANEXO COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU, AO CONSELHO, AO COMITÉ ECONÓMICO E SOCIAL EUROPEU E AO COMITÉ DAS REGIÕES

RÚSSIA: POTÊNCIA GEOPOLÍTICA

Tratados de Roma. Comunidade Económica: União Aduaneira - Politica Comercial Externa 6 Estados Membros

11245/16 jnt/jc 1 DGC 1

1 - a corrupção é a destruição do sistema democrático, a sufocar o desenvolvimento sócio-econômico, e se trata de um mal global, e não apenas

ESCOLA EMBAIXADORA DO PARLAMENTO EUROPEU PROGRAMA PEDAGÓGICO MANUAL DO ALUNO. Gabinete de Informação do Parlamento Europeu em Portugal

Proposta de REGULAMENTO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

Proposta de DECISÃO DO CONSELHO

RELAÇÕES UE-EUA EM MATÉRIA DE POLÍTICA EXTERNA

L 203/2 Jornal Oficial da União Europeia

PUBLIC LIMITE PT CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA. Bruxelas, 22 de fevereiro de 2012 (Or.en) 16902/11 LIMITE PV/CONS 66 JAI 832 COMIX 722 PROJETO DE ATA 1

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PERCURSO 16 Rússia: a perda de hegemonia e a questão energética. Prof. Gabriel Rocha 9º ano - EBS

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

15587/17 fmm/mjb 1 PT

Os Parlamentos nacionais e a integração europeia. Braga 24 de março de 2017

A História da União Europeia entre o Alargamento e o Aprofundamento. Gabinete de Informação do Parlamento Europeu 29 de setembro de 2017

*** PROJETO DE RECOMENDAÇÃO

Junto se enviam, à atenção das delegações, as conclusões adotadas pelo Conselho Europeu na reunião em epígrafe.

Proposta de DECISÃO DE EXECUÇÃO DO CONSELHO. que aplica uma multa à Áustria por manipular dados relativos à dívida no Land de Salzburgo

Comunicações e Informações

DECISÃO (PESC) 2018/1006 DO CONSELHO de 16 de julho de 2018 que impõe medidas restritivas tendo em conta a situação na República das Maldivas

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PT Unida na diversidade PT B8-0455/31. Alteração

O CESE e a América Latina

PARLAMENTO EUROPEU Comissão do Comércio Internacional PROJETO DE PARECER

Transcrição:

TRÊS PAÍSES DA PARCERIA ORIENTAL: UCRÂNIA, MOLDÁVIA E BIELORRÚSSIA A política da «Parceria Oriental» da UE, iniciada em 2009, conta com a participação de seis Estados pós-soviéticos: a Arménia, o Azerbaijão, a Bielorrússia, a Geórgia, a Moldávia e a Ucrânia. A Parceria foi criada para apoiar os esforços envidados no contexto das reformas políticas, sociais e económicas nesses países, com o objetivo de reforçar a democratização e a boa governação, a segurança energética, a proteção do ambiente e o desenvolvimento económico e social. Todos os membros, à exceção da Bielorrússia, participam na Assembleia Parlamentar Euronest. UCRÂNIA Os dramáticos acontecimentos na Ucrânia desde novembro de 2013 começaram por ser um protesto a favor da UE e contra o fracasso do governo em avançar com o Acordo de Associação com a UE, que tinha sido rubricado em julho de 2012. Muitos manifestantes tinham pontos de vista pró-ue e consideravam, provavelmente, que o acordo era um passo rumo a um processo de adesão. O movimento acabou por traduzir-se numa mudança de governo e em eleições legislativas (em outubro de 2014) que colocaram no poder partidos pró-europeus e pró-reformas. Durante este período de turbulência, a Rússia anexou ilegalmente a Crimeia em março de 2014, enquanto a parte oriental da Ucrânia mergulhou numa guerra separatista. De acordo com as Nações Unidas, mais de 10 000 pessoas perderam a vida na Ucrânia desde o início do conflito. Este número inclui as 298 pessoas a bordo do voo MH 17 da Malaysian Airlines, que se despenhou, em 17 de julho de 2014, numa zona controlada por separatistas. Apesar de o conflito militar ter, de certa forma, abrandado graças ao cessar-fogo acordado em Minsk e renovado por várias vezes, as intensificações periódicas dos combates puseram em causa a sustentabilidade da trégua. Os confrontos ocorridos durante o verão de 2016 deram lugar a uma frágil trégua acordada em 1 de setembro de 2016. A UE estabeleceu uma ligação entre as sanções económicas impostas à Rússia e o pleno respeito do acordo de Minsk pelas autoridades de Moscovo. As sanções permanecem em vigor desde então. Em março de 2014, a Comissão decidiu adotar medidas destinadas a apoiar o país e, em 27 de junho de 2014, a UE e a Ucrânia assinaram o Acordo de Associação. Os capítulos sobre diálogo político, justiça, liberdade e segurança, bem como cooperação económica, financeira e setorial entraram provisoriamente em vigor em 1 de novembro de 2014. A parte comercial do Acordo de Associação entrou provisoriamente em vigor em 1 de janeiro de 2016. A entrada em vigor provisória também marcou o fim das negociações comerciais trilaterais com a Rússia, que, em 1 de janeiro de 2016, suspendeu as preferências comerciais do país ao abrigo do Acordo de Comércio Livre da Comunidade de Estados Independentes. O Acordo de Associação entrou em vigor em 1 de setembro de 2017. Fichas técnicas sobre a União Europeia - 2018 1

Os cidadãos ucranianos beneficiam de um regime de isenção de vistos no espaço Schengen para estadas de curta duração de até 90 dias. O regulamento relativo à liberalização do regime de vistos para os cidadãos ucranianos entrou em vigor em 11 de junho de 2017. O Parlamento Europeu aprovou nove resoluções relativas à Ucrânia. A resolução mais recente (sobre os prisioneiros ucranianos na Rússia e a situação na Crimeia) foi aprovada em 16 de março de 2017. Em 11 de outubro de 2016, o líder dos Tártaros da Crimeia, Mustafa Dzhemilev, foi selecionado como finalista do Prémio Sakharov de 2016. B. Cooperação interparlamentar As relações entre o Parlamento Europeu e o Parlamento da Ucrânia (o Verkhovna Rada) decorrem no âmbito do Acordo de Associação UE-Ucrânia, na Comissão Parlamentar de Associação UE-Ucrânia (CPA). A primeira reunião da CPA UE-Ucrânia realizou-se em Bruxelas, em 24 e 25 de fevereiro de 2015. A sexta reunião da CPA teve lugar em setembro de 2017. Em 3 de julho de 2015, o Parlamento Europeu e o Verkhovna Rada assinaram em Kiev um memorando de entendimento sobre um quadro comum de apoio parlamentar e reforço de capacidades. No seguimento de uma «missão de avaliação das necessidades», foi apresentado um relatório com recomendações específicas durante a «semana da Ucrânia» (de 29 de fevereiro a 2 de março de 2016), em Bruxelas. O Parlamento Europeu prossegue o processo de mediação e de diálogo com o Presidente do Verkhovna Rada e os dirigentes das fações políticas. O processo, conhecido como «Diálogo Jean Monnet», após a sua primeira reunião, que teve lugar na casa histórica do estadista francês em Bazoches, em outubro de 2016, centrou-se na reforma institucional do Parlamento ucraniano. O Parlamento foi convidado a observar as eleições nacionais na Ucrânia. A missão internacional de observação eleitoral realizada em 2014 incluiu um grupo de observadores eleitorais do Parlamento Europeu e delegações do Gabinete para as Instituições Democráticas e os Direitos Humanos da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (ODIHR da OSCE), da Assembleia Parlamentar da OSCE, da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (APCE) e da Assembleia Parlamentar da NATO. De acordo com os observadores internacionais, as eleições legislativas de outubro de 2014 foram bem organizadas, transparentes, democráticas e, de modo geral, decorreram em conformidade com as normas internacionais. A votação foi considerada uma consolidação das práticas eleitorais positivas identificadas nas anteriores eleições presidenciais no país. Todavia, persistiram algumas irregularidades, na maioria dos casos (90 %) por parte dos candidatos das circunscrições uninominais nas regiões do Sul. Em 2 de novembro de 2014, realizaram-se «eleições presidenciais e legislativas» nas regiões orientais do país. A UE não reconheceu essas eleições e considerou-as ilegais e contrárias à letra e ao espírito dos acordos de Minsk. As eleições para a Duma (Rússia) realizaram-se no território da Crimeia em 18 de setembro de 2016, mas não foram objeto de observação eleitoral pelo ODIHR da OSCE, que observou apenas o decurso das eleições no território da Federação da Rússia. MOLDÁVIA Em 27 de junho de 2014, a UE e a Moldávia assinaram um Acordo de Associação que prevê um Acordo de Comércio Livre Abrangente e Aprofundado (ACLAA), que tem vigorado, a título Fichas técnicas sobre a União Europeia - 2018 2

provisório, desde setembro de 2014. Em abril de 2014, a Moldávia tornou-se o primeiro país da Parceria Oriental a beneficiar de um regime de isenção de vistos. A assistência da UE à Moldávia ao abrigo do Instrumento Europeu de Vizinhança (IEV) aumentou também significativamente, passando de 40 milhões de euros em 2007 para 131 milhões de euros em 2014. Na sequência do escândalo da fraude bancária em 2014, a assistência da UE foi temporariamente suspensa. A assistência bilateral do IEV à Moldávia pode variar entre 335 milhões e 410 milhões de euros no período de 2014-2017. Na sequência de um relatório crítico do Tribunal de Contas publicado em dezembro de 2016, apenas foi desembolsado um montante limitado de assistência enquanto se aguarda a aplicação das recomendações essenciais. Imediatamente após a ratificação do Acordo de Associação com a UE pela Assembleia Nacional da Moldávia, a Rússia introduziu uma série de medidas específicas contra as importações da Moldávia e retirou as preferências comerciais do país no âmbito do Acordo de Comércio Livre da Comunidade de Estados Independentes. Na sequência de uma campanha eleitoral relativamente calma, que incidiu principalmente em questões geopolíticas (a UE e a União Económica da Eurásia), as eleições legislativas da Moldávia, de 30 de novembro de 2014, viram emergir uma coligação maioritária liberal, pró-europeia e pró-reformas, não obstante o Partido Socialista pró-russo ter obtido 21,37 % dos votos. As eleições autárquicas tiveram lugar em 14 de junho de 2015, tendo os partidos pró-europeus obtido uma vitória apertada contra o grupo pró-russo. Os grandes escândalos de corrupção deram origem a manifestações de rua, com a participação de milhares de pessoas. Desde as eleições já se sucederam quatro governos, o que ilustra bem a instabilidade política do país. Em 4 de março de 2016, o Tribunal Constitucional da Moldávia reintroduziu a eleição popular do Presidente da República, abolindo assim uma lei de julho de 2000 que introduzia a eleição parlamentar. A primeira volta das eleições presidenciais realizou-se em 30 de outubro de 2016 e o candidato pró-russo do Partido Socialista, Igor Dodon, e a candidata pró-ue do Partido Liberal Democrata, Maia Sandu, passaram à segunda volta, em 13 de novembro de 2016. Igor Dodon ganhou as eleições. Um importante desafio para a Moldávia continua a ser a questão relativa à região separatista da Transnístria, que declarou independência unilateralmente. Se bem que as conversações oficiais com vista à resolução do conflito tenham sido retomadas em novembro de 2011, as reuniões designadamente duas em 2014, uma em 2015 e uma última em 2016 apenas produziram resultados despiciendos até ao momento. Graças a um protocolo bilateral, o ACLAA foi alargado à Transnístria em 1 de janeiro de 2016. Além disso, surgiram tensões políticas entre Quichinau e Comrat (capital da Gagaúzia) no outono de 2016, em consequência da interpretação da lei de 1994 sobre o estatuto especial da Gagaúzia e de outros desenvolvimentos políticos (incluindo a emissão de um mandado de detenção relativo a quatro deputados da Gagaúzia). O conflito político foi, entretanto, resolvido graças à mediação da OSCE e dos embaixadores dos EUA e da UE no país. O Parlamento Europeu aprovou a celebração do Acordo de Associação entre a UE e a Moldávia em 13 de novembro de 2014. Previamente, em 2014, o Parlamento tinha aprovado a entrada em vigor do regime de isenção de vistos para o país. O Parlamento também registou o impasse em que se encontra a questão da Transnístria e destacou, por diversas vezes, a importância de encontrar uma solução política. Fichas técnicas sobre a União Europeia - 2018 3

B. Cooperação interparlamentar As relações UE-Moldávia foram formalizadas em 2014 com a assinatura do Acordo de Associação. A primeira reunião do Conselho de Associação UE-Moldávia realizou-se em 16 de março de 2015, enquanto a quarta reunião da Comissão Parlamentar de Associação UE- Moldávia teve lugar em 22 de maio de 2017, em Quichinau. O Parlamento foi convidado a observar as últimas eleições legislativas na Moldávia. As eleições legislativas de 30 de novembro de 2014 mereceram uma avaliação relativamente positiva por parte dos observadores internacionais da missão de observação de longo prazo do ODIHR da OSCE. Juntamente com o ODIHR da OSCE, a APCE e a Assembleia Parlamentar da OSCE, uma missão de observação do Parlamento Europeu acompanhou as eleições legislativas de 8 de outubro de 2016. As eleições presidenciais de 2016 foram também observadas pela delegação do Parlamento Europeu chefiada por Igor Soltes (Verts/ALE, Eslovénia). A delegação elogiou o trabalho da comissão eleitoral central e congratulou-se com o elevado número de candidatos do sexo feminino, embora condenando a utilização abusiva de recursos administrativos, a falta de transparência do financiamento da campanha e o desequilíbrio a nível da cobertura mediática. BIELORRÚSSIA A UE está empenhada numa política de «relacionamento crítico» com a Bielorrússia. Uma recente aproximação bilateral entre os dois países levou a UE, em 25 de fevereiro de 2016, a abrandar as sanções aplicadas à Bielorrússia congelamento de bens, proibição de viagem e restrições comerciais e financeiras. Em 25 de fevereiro de 2016, o Conselho decidiu não prolongar as medidas restritivas impostas a 170 pessoas e a três empresas cujas cotações estavam já suspensas. Contudo, prolongou as outras medidas, incluindo o embargo ao armamento, o congelamento de bens e a proibição de viagem imposta a quatro pessoas cujos nomes se encontravam associados aos desaparecimentos, ainda não resolvidos, de dois políticos da oposição, um homem de negócios e um jornalista. A UE tem também enviado sinais encorajadores adicionais à Bielorrússia: nas conclusões da Cimeira da Parceria Oriental realizada em Riga, em maio de 2015, registou os progressos realizados no diálogo sobre os acordos de facilitação de vistos e de readmissão, tendo aberto caminho ao relançamento do diálogo sobre direitos humanos entre a UE e a Bielorrússia. O diálogo, que teve lugar entre 2012 e 2013, consistiu numa troca de pontos de vista entre a UE e representantes da sociedade civil bielorrussa. A partir de 2014, o diálogo foi substituído por um projeto centrado na aplicação das reformas propostas. A UE e a Bielorrússia deram início à negociação de acordos de facilitação de vistos e de readmissão em 2014 e de uma parceria para a mobilidade em 2015. A cooperação na área da migração será também desenvolvida nos próximos anos. A Bielorrússia não está a negociar um Acordo de Associação com a UE. O Parlamento aprovou uma série de resoluções, criticando a Bielorrússia em razão dos presos políticos, das restrições à liberdade dos meios de comunicação social e à sociedade civil, da não observância dos direitos humanos e das irregularidades nas eleições legislativas. Em setembro de 2013, o Parlamento adotou uma recomendação relativa à estratégia global da UE para a Bielorrússia, apelando à libertação e reabilitação de todos os presos políticos. Embora os princípios básicos desta estratégia continuem em vigor, tendo sido reiterados em todos os relatórios anuais sobre a política externa e de segurança comum/política comum de segurança e Fichas técnicas sobre a União Europeia - 2018 4

defesa, o papel construtivo da Bielorrússia na política regional também foi reconhecido. Em 6 de abril de 2017, o Parlamento aprovou uma resolução urgente sobre a situação na Bielorrússia, que condena a repressão, em fevereiro e março de 2017, de protestos pacíficos em todo o país. B. Cooperação interparlamentar O Parlamento não reconhece a Assembleia Nacional da Bielorrússia devido ao modo como as eleições são realizadas no país. Consequentemente, o Parlamento não mantém relações bilaterais com essa Assembleia. Em vez disso, a Delegação do Parlamento para as relações com a Bielorrússia reúne-se regularmente com membros da oposição bielorrussa e com a sociedade civil, a fim de discutir os desenvolvimentos políticos e económicos no país. A recente aproximação da UE à Bielorrússia traduziu-se na visita de uma delegação do Parlamento Europeu ao país em junho de 2015 e julho de 2017. A Bielorrússia já não convida o Parlamento Europeu a observar as eleições desde 2001. As últimas eleições legislativas realizaram-se em 11 de setembro de 2016, tendo sido acompanhadas por missões de observação eleitoral do ODHIR da OSCE e da APCE. Krzysztof Bartczak 09/2017 Fichas técnicas sobre a União Europeia - 2018 5