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*Histórico 1495 uso de mercúrio para tratamento da sífilis Curso de Pós-Graduação em Microbiologia BMM 5753 Bacteriologia de Anaeróbios Antimicrobianos 1905 Paul Ehrlich (Alemanha) bala mágica quimioterapia 1928 Alexander Fleming substância com ação inibitória contra Staphylococcus aureus, produzida pelo fungo: Penicillium notatum Teste de Susceptibilidade Dra. Viviane Nakano Penicilina *Conceitos ANTIMICROBIANOS *Conceitos Produzidas por microrganismos ou sintetizado em laboratório, capazes de matar ou inibir microrganismos (antibióticos e quimioterápicos). TOXICIDADE SELETIVA Capacidade de lesar o microrganismo, sem ser tóxica para o hospedeiro. SINERGISMO Quando a combinação de duas drogas aumenta a atividade de ambas. ANTAGONISMO Quando um antimicrobiano diminui a ação de outro. *Conceitos *Conceitos CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA (CIM) menor concentração da droga capaz de inibir o crescimento bacteriano. CONCENTRAÇÃO BACTERICIDA MÍNIMA (CBM) - menor concentração da droga que inibe pelo menos 99,9% do inóculo bacteriano. PONTO CRÍTICO OU BREAKPOINT É a concentração de uma droga que alcança no soro, urina ou líquido cefaloraquidiano, após a administração do agente, com fins terapêuticos.

Propriedades ideais dos antibióticos Relação Microbiota-Hospedeiro-Antibiótico 1. Toxicidade seletiva; 2. Amplo espectro de ação; Hospedeiro Antimicrobiano Microbiota 3. Não agir contra microbiota residente; 4. Solubilidade em líquidos corporais; 5. Alcançar altas concentrações nos tecidos e sangue; Desequilíbrio Microbiota exógena 6. Não ser afetado pela acidez estomacal ou proteínas do sangue; 7. Não produzir efeitos colaterais; 8. Disponibilidade e baixo custo. Sistema imune comprometido Processo infeccioso Morte Cepas resistentes Terapia: insucesso Mecanismos de ação dos antimicrobianos Mecanismos de ação dos antimicrobianos Inibição da síntese de parede celular; Inibição da síntese de proteínas; Alteração da membrana citoplasmática; Inibidores da síntese dos ácidos nucléicos (DNA/RNA); Alteração do metabolismo do ácido fólico (PABA). Madigan et al., 2010. Inibidores da Síntese de Parede Celular Composição do peptidoglicano Mecanismo de ação Ligam-se as proteínas de ligação de penicilina (PBPs) e enzimas responsáveis pela síntese de peptideoglicano. Madigan et al., 2010. Madigan et al., 2010.

Inibidores da Síntese de Parede Celular Inibidores da Síntese de Parede Celular Transpeptidases/ Carboxipeptidases/Endopeptidases Principais Antimicrobianos: Proteínas de ligação à penicilina (PBPs) PBPs + antibiótico Beta-lactâmicos Penicilinas Cefalosporinas Glicopeptídeos Vancomicina Teicoplanina Inibem a montagem das cadeias de peptideoglicano Carbapenêmicos Monobactâmicos Outros Fosfomicina Ativação das autolisinas Cefamicinas Bacitracina Inibidores de beta-lactamases Cicloserina Lise e morte celular Madigan et al., 2010. Inibidores da Síntese de Parede Celular Penicilinas (Beta-lactâmico) Inibidores da Síntese de Parede Celular Cefalosporinas (Beta-lactâmico) Penicilinas Naturais Penicilina G, Penicilina V. 1ª. Geração 2ª. Geração 3ª. Geração 4ª. Geração Penicilinas Semi-Sintéticas Oxacilina, Ampicilina, Amoxicilina, Piperacilina. Outras Penicilinas Cefazolina Cefalotina Cefalexina Cefamandol Cefonicida Cefuroxima Cefaclor Cefoperazona Cefotaxima Ceftazidima Ceftriaxona Cefoperazona Cefpiroma Cefixima Cefepima Meticilina, Pirazocilina, Propicilina, Azidocilina, Cloxacilina Inibidores da Síntese de Parede Celular Beta-lactâmicos Inibidores da Síntese de Parede Celular Inibidores de Beta-lactamases Carbapenêmicos Monobactâmico Cefamicinas Inibidores beta-lactamase Imipenem, Meropenem Ertapenem, Panipenem Biapenem Aztreonam Tigemonam Cefotetan, Cefoxitina Ampicilina+Sulbactam Piperacilina+Tazobactam Ticarcilina+Ác. clavulânico Amoxicilina + Ác. clavulânico

Inibidores da Síntese de Parede Celular Composição do Ribossomo Bacteriano Glicopeptídeos Vancomicina Teicoplanina 16S RNA 5S RNA 23S RNA Bacitracina Fosfomicina Cicloserina Função: Síntese de Proteínas Tortora et al., 2012. Tortora et al., 2012. Inibição da Síntese de Proteínas Mecanismo de ação Alvos são as subunidades 50S e 30S do ribossomo Inibição da Síntese de Proteínas Inibidores da subunidade 50S Macrolídeos Eritromicina, Claritromicina, Roxitromicina, Diritromicina, Azitromicina, Telitromicina. Cloranfenicol (ativo contra anaeróbios) Cloranfenicol, Tianfenicol. Lincosamidas (ativo contra anaeróbios) Tortora et al., 2012. Lincomicina, Clindamicina. Inibição da Síntese de Proteínas Inibidores da subunidade 30S Membrana citoplasmática Aminoglicosídeos (dependente de O 2 ) Estreptomicina, Gentamicina, Amicacina, Neomicina, Canamicina. Tetraciclina (inibe colagenase, quimiotaxia e aderência bacteriana) Tetraciclina, Minociclina, Doxiciclina, Clorotetraciclina, Oxitetraciclina. Nitrofurano Nitrofurazona, Furazolidona, Nitrofurantoína, Nifurtimox. Glicilciclinas (nova opção contra anaeróbios) Tigeciclina Madigan et al., 2010.

Inibidores da Síntese de DNA/RNA Permeabilidade Seletiva Mecanismo de ação Alteração Interferem na replicação do DNA (DNA girase e DNA polimerase) e na transcrição (RNA polimerase - síntese de RNA). Madigan et al., 2010. Inibidores da Síntese de DNA/RNA Inibidores da Síntese de DNA/RNA Principais Antimicrobianos: Rifamicina Rifamicina (Inibe a síntese de RNA) Rifamicina, Rifampicina Nitroimidazol Quinolonas Nitroimidazol (Anaerobiose Hidroxialamina dano ao DNA) Metronidazol, Tinidazol Inibidores da Síntese de DNA/RNA Alteração do Metabolismo do Ácido Fólico Quinolonas (Atuam na replicação do DNA) 1ª. Geração Ácido nalidíxico Ácido pipemídico Rosoxacino 2ª. Geração Norfloxacina Ciprofloxacina Ofloxacina Difloxacina Pefloxacina Levofloxacina Fluoroquinolonas 3ª. Geração Moxifloxacina Gatifloxacina Gemifloxacina Clinafloxacina Trovafloxacina Mecanismo de ação Inibidor competitivo que atua na síntese de metabólitos essenciais (ácido fólico). Principal Antimicrobiano Sulfonamidas Sulfametoxazol + Trimetoprim Tortora et al., 2012.

Ácido paraminobenzóico Ácido didrofólico Resistência aos Antimicrobianos Ácido tetraidrofólico (ácido fólico) Tortora et al., 2012. Definição Por que? Capacidade de um microrganismo para resistir aos efeitos de uma droga a que é normalmente, sensível. Origem 1950 Primeiras observações de Staphylococcu sp. Uso abusivo e indiscriminado de antibióticos, o que seleciona bactéria geneticamente resistente. resistente a penicilina. *Produção industrial e consumo mundial de antimicrobianos Natural ou intrínseca Tipos de resistência Decorrente de características inerentes à célula bacteriana e que já existe antes da exposição a um determinado antibiótico. Exemplos: Anaeróbios aminoglicosídeos; Aeróbios metronidazol; gram positivos polimixina; gram negativos antimicrobianos hidrofóbicos (rifampicina e ácido fusídico). Madigan et al., 2010.

Resistência adquirida Tipos de resistência Surge quando cepas resistentes emergem de populações bacterianas originalmente sensíveis em geral, após exposição. Resulta de uma alteração genética que se expressa bioquimicamente em resposta a ação dos antibióticos. Resistência adquirida Cromossômica Aquisição de genes Mutação Modifica a permeabilidade da membrana Tipos de resistência Plasmidial Plasmídios de resistência (Plasmídio R) Produção de enzimas (betalactamases, fosfotransferase) Mecanismos de aquisição da resistência Resistência transferível Resistência por mutação Transformação Transdução Conjugação Mecanismos de resistência Mecanismos de resistência Inativação enzimática da droga Inativação enzimática da droga Alteração do sítio alvo Impedir o acesso do antibiótico ao sítio alvo Produção de beta-lactamases (penicilinas, cefalosporinas e carbapenêmicos); Genes (cromossomo, plasmidial e transposons).

Mecanismos de resistência Alteração do sítio alvo Mecanismos de resistência Impedir o acesso do antibiótico ao sítio alvo Alteração das PBP (proteínas ligadoras de penicilina); Mutações que causam alteração na permeabilidade da membrana; Alteração da DNA girase e topoisomerase. Efluxo da droga pelo sistema de bombas. Mecanismos de resistência Transmissibilidade da resistência aos antimicrobianos Reservatórios comensais (humanos e animais); Reservatório ambiental (solo, água, entre outros); Disseminação por pessoas da área de saúde: * Lavagem das mãos de forma inadequada; * Uso inadequado de equipamento de proteção. Efeito da pressão seletiva em bactérias Para refletir... Uso racional de antibióticos; Auto medicação; Boas práticas de controle de infecções (diagnóstico e tratamento efetivo); Novos antimicrobianos???

Quais as indicações para o teste de susceptibilidade? Infecções específicas (endocardites, osteomielites, infecções que não respondem ao tratamento empírico, infecções do sistema nervoso central); Testes de Susceptibilidade de Bactérias Anaeróbias Estritas Avaliação de novas drogas; Determinar o padrão de susceptibilidade de determinada área geográfica. Preconizado pela CLSI Outras técnicas (Clinical and Laboratory Standards Institute) 1. Método de diluição em caldo: macrodiluição e microdiluição; 2. Método de diluição em ágar; 3. SGE (Spiral Gradient Endpoint). Método Kirby-Bauer Sistemas miniaturizados: MicroScan Micro Media Systems Sceptor Anaerobe MIC Método Epsilomêtrico E-Test Eluição de disco em caldo Inóculo Bacteriano 0,5 McFarland Inóculo Bacteriano 0,5 McFarland Meios de cultura utilizados (1,5 x 10 8 cél./ml) Escala McFarland (1,5 x 10 8 cél./ml) Incubação 35-37 C por 46-48 horas. Em Caldo: BHI (Brain Heart Infusion); Em ágar: Ágar Wilkins & Chalgren, Ágar Sangue, Ágar Brucella.

Agentes a serem testados Para todos os métodos Variavelmente ativo Preparação da solução estoque (droga) (10 mg/ml); Ativos Cefalosporinas, penicilinas e clindamicina. Pouca atividade Diluição da droga (0,25 a 512 μg/ml); Metronidazol, imipenem, cloranfenicol, beta-lactâmico/inibidor de beta-lactamase. Norfloxacina, ofloxacina, ciprofloxacina, e novas fluoroquinolonas (levofloxacina, gatifloxacina, moxifloxacina). Controles de viabilidade: Inicial, Final e Aerobiose; Controle do teste: ATCC. Diluição em ágar Diluição em ágar 1. Preparação das placas com as concentrações da droga; 2. Secagem das placas; 3. Preparação do inóculo (0,5 McFarland); 4. Aplicação do inóculo no replicador de Steers; 5. Carimbar nas placas; 6. Esperar secar. Incubação em anaerobiose. Replicador de Steers (32 poços) Diluição em ágar Diluição em ágar Vantagens Desvantagens Várias cepas podem ser testadas ao mesmo tempo; Não é conveniente para apenas um isolado; Ágar Brucella Ágar Wilkins & Chalgren Viável para todos os anaeróbios, mesmo os mais exigentes. CBM não pode ser determinado; Teste dispendioso e incômodo.

Macrodiluição em caldo Macrodiluição em caldo 1. Preparação dos tubos com as concentrações da droga; 2. Preparação do inóculo (0,5 McFarland); 3. Aplicação do inóculo nos tubos; 4. Incubação em anaerobiose. Caldo BHI (Brain Heart Infusion) Macrodiluição em caldo Microdiluição Vantagens Desvantagens 1. Preparação da placa com as concentrações da droga; Custo mais efetivo; Fácil de ser executado; São úteis para isolados único. Pode ser determinada a CBM. Utilizado para microrganismos como Clostridium spp. (swarming). Dificuldade na determinação da CIM em microrganismo que não apresentam turbidez após crescimento (Dialister). Não é viável para muitos isolados. 2. Preparação do inóculo (0,5 McFarland); 3. Aplicação do inóculo com carimbador; 4. Incubação em anaerobiose. Microdiluição Microdiluição Caldo BHI (Brain Heart Infusion)

Microdiluição SGE (Spiral Gradient Endpoint) Vantagens Desvantagens Placas podem ser preparadas antecipadamente e congeladas ou serem compradas prontas; Viável para um único isolado ou vários. Não é favorável para crescimento de muitos anaeróbios (Fusobacterium, Porphyromonas, Prevotella); Dificuldade na determinação da CIM. SGE (Spiral Gradient Endpoint) SGE (Spiral Gradient Endpoint) 1. Preparação das placas com as concentrações da droga; SGE (Spiral Gradient Endpoint) SGE (Spiral Gradient Endpoint) Aplicação da droga em espiral Mais concentrado H 2 O H 2 O Hipoclorito Aplicação de droga Lavagem do dispositivo Menos concentrado

SGE (Spiral Gradient Endpoint) 1. Preparação das placas com as concentrações da droga; 2. Secagem das placas; SGE (Spiral Gradient Endpoint) Replicador radial: 15 cepas 3. Preparação do inóculo (0,5 McFarland); 4. Aplicação do inóculo no replicador radial; 5. Carimbar nas placas; 6. Esperar secar. Incubação em anaerobiose. Bactérias Placa SGE (Spiral Gradient Endpoint) Crescimento bacteriano Como interpretar os resultados do SGE? SGE (Spiral Gradient Endpoint) SGE (Spiral Gradient Endpoint) Diagrama para cálculo da CIM Distância em mm

SGE (Spiral Gradient Endpoint) Qual método utilizar? Vantagens Desvantagens Variação dos testes permitir confusão no padrão de resistência; Crescimento de microrganismos exigentes; Sistema rápido e prático; Diminuição no número de placas. Equipamento requerido tem custo elevado. A CIM de algumas drogas para anaeróbios são método dependentes; As técnicas de macro e microdiluição apresentam a CIM uma concentração menor do que a diluição em ágar. 200 cepas testadas e comparadas SGE e SAD (Standard Agar Dilution) 8 drogas testadas (clindamicina, metronidazol, imipenem, cefoxitina, ampicilina, ampicilina/sulbactam, mezlocilina, penicilina) SGE apresentou CIM menor em comparação com SAD. 2 cepas ATCC testadas e comparadas SGE e SAD (Standard Agar Dilution) em 5 laboratórios diferentes; Resultados discrepantes, mas devido a técnica. Controle de Qualidade dos Testes de Susceptibilidade aos Antimicrobianos Validade das drogas e preparação das soluções estoques; Filtração das drogas e evitar a inativação pela luz; Escolha do meio de cultura (suplementos, ph, espessura); Tamanho do inóculo (10 4-10 6 céls./ml); Pureza do inóculo (gram, teste respiratório); Viabilidade do organismo-teste (início e fim); Controle de esterilidade de aerobiose do teste; Cepas de referência (ATCC, NCTC). Nitrocefin Teste de Beta-lactamase Cefinase

Método Biológico Teste de Beta-lactamase Resistente Sensível Resistência aos antimicrobianos em anaeróbios Resistência aos antimicrobianos em anaeróbios Resistência aumentando = área geográfica, conduta terapêutica e auto-medicação Genes relacionados com resistência aos antibióticos cepa classe A (IS21) (Cefalosporina) (Penicilina) Metais pesados cfia classe B (IS4351, IS942, IS1186) (Carbapenêmicos) Resistência intrínseca e adquirida (plasmídios e transposons) tetq (Tetraciclina) Bacteroides fragilis ermf (IS4351) (Clindamicina) (Macrolídeos) Produção de enzimas beta-lactamases- estrutura primária (classe A a D); características funcionais e bioquímicas (grupo I a IV). nim (IS1168, IS1169, IS1170) (Metronidazol) cfxa (Cefoxitina) Transferência horizontal de genes com dois tipos de elementos conjugativos Transferência de genes entre organismos gram positivos e negativos no cólon e outros ambientes intestinais gram-positivos Genes gram-negativos Plasmídeos ermf Transposons tetq ermf* ermb** ermg** *genes ermf inicialmente descritos em gram-positivos e foram transferidos para gram-negativos. Staphylococcus spp. Enterococcus spp. Streptococcus spp. Actinomyces spp. Bifidobacterium spp. Clostridium spp. Eubacterium spp. tetm tetq ermf Campylobacter spp. Haemophilus spp. Veillonella spp. Neisseria spp. Fusobacterium nucleatum Bacteroides spp. Prevotella spp. Porphyromonas spp. **genes ermb e ermg parecem ser transferidos só entre Bacteroides spp. Salyers et al. (2004) Salyers et al. (2004)

Resistência aos antimicrobianos Porcentagens de resistência para antimicrobianos de 114 espécies dos gêneros Bacteroides e Parabacteroides Bactérias-Origem (n) Faixa de Resistência (%) Antibióticos: Amx, Amp, Cfx, Cli, Er, PenG, Tet Pacientes (64) 13,7 100 Sadios (50) 22 100 24 crianças sem diarréia 50 cepas Bacteroides/Parabacteroides spp. 15 crianças com diarréia 64 cepas Bacteroides/Parabacteroides spp. Teste de susceptibilidade: 11 antibióticos 6 metais pesados Íons Metálicos: Hg, Ag, Cu, Cd, Pb, Ni Pacientes (64) 57 100 Sadios (50) 80 100 Nakano et al. (2004) Cura: Resistência para Penicilina G, Ampicilina, Clindamicina e Amoxicilina/Ácido clavulânico 90 crianças sem diarréia 35 cepas Clostridium spp. 91 crianças com diarréia 56 cepas Clostridium spp. Teste de susceptibilidade: 10 antibióticos 30 paciente com implantes: - Prevotella intermedia 19 cepas - Porphyromonas gingivalis 7 cepas Teste de susceptibilidade: 8 metais pesados Ferreira et al. (2004)

Alterações morfológicas produzidas por antibióticos em B. fragilis Clindamicina Cefoxitina Pfau & Avila-Campos (2005) Silvestro et al. (2006) Alterações morfológicas produzidas por antibióticos em B. fragilis Clindamicina Controle Cefoxitina Silvestro et al. (2006) 54 bezerros sem diarréia 92 cepas Bacteroides/Parabacteroides spp. 54 bezerros com diarréia 124 cepas Bacteroides/Parabacteroides spp. Teste de susceptibilidade: 12 antibióticos 6 metais pesados Almeida et al. (2007)

5225 cepas amostras clínicas Bacteroides/Parabacteroides spp. Snydman et al. (2007) 466 cepas amostras clínicas Bacteroides/Parabacteroides spp. Roh et al. (2009) 114 cepas Bacteroides/Parabacteroides spp. Teste de susceptibilidade: 8 antibióticos Genes de resistência: cfia, cepa, tetq, nim, ermf

Nakano et al. (2011) Genes de resistência: cfia: Carbapenêmicos cepa: Cefalosporinas/Penicilina tetq: Tetraciclina nim: Nitroimidazol (metronidazol) ermf: Clindamicina/Macrolídeos Nakano et al. (2011)