ANÁLISE QUÍMICA III POTENCIOMETRIA / TITULAÇÃO POTENCIOMÉTRICA

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Transcrição:

ANÁLISE QUÍMICA III POTENCIOMETRIA / TITULAÇÃO POTENCIOMÉTRICA 1) ph É um termo que expressa a intensidade da condição ácida ou básica de um determinado meio. É definido como o cologarítmo decimal da concentração efetiva ou atividade dos íons hidrogênio. ph = - log [H + ] poh = -log [OH - ] ph + poh = 14 Como o valor de ph está relacionado com a constante ou grau de equilíbrio da água, o valor do ph pode variar de 0 a 14, e uma solução pode se apresentar como neutra, ácida e básica. [H + ] = [OH - ] ; Kw = [H + ] 2 ; 10-14 = [H + ] 2 ; [H + ] = 10-7 ; ph = - log [10-7 ] ; ph = 7 Grau de Equilíbrio = quantidade de matéria dissociada ou ionizada quantidade de matéria inicial Exemplo : 2 HI (g) H 2 (g) + I 2 (g) início 8,0 mol/l zero zero dissociação 6,0 mol/l 3,0 mol/l 3,0 mol/l α = 6,0 mol/l = 0,75 ou % α = 75% 8,0 mol/l ph e poh 0 ácido 7 alcalino 14 Exemplos : aq HCl H + + Cl - 0,01 mol/l 0,01 mol/l 0,01 mol/l α = 100% (forte) ph = -log [0,01 mol/l] = -log [1. 10-2 ] = - (-2) = 2 1

aq CH 3 COOH H + + CH 3 COO - 0,1 mol/l 0,1 mol/l 0,1 mol/l para α = 100% (forte) mas o ácido sendo α = 1% (fraco) 0,1 mol/l ----------------- α = 100% (forte) x ----------------- α = 1% (fraco) x = 0,001 mol/l ph = -log [0,001 mol/l] = -log [1. 10-3 ] = - (-3) = 3 aq NaOH Na + + OH - 0,1 mol/l 0,1 mol/l 0,1 mol/l α = 100% (forte) poh = -log [0,1 mol/l] = -log [1. 10-1 ] = - (-1) = 1 ; ph = 14 1 = 13 aq NH 4 OH + NH 4 + OH - 2 mol/l 2 mol/l 2 mol/l para α = 100% (forte) mas a base sendo α = 0,5% (fraco) 2 mol/l ----------------- α = 100% (forte) x ----------------- α = 0,5% (fraco) x = 0,01 mol/l poh = -log [0,01 mol/l] = -log [1. 10-2 ] = - (-2) = 2 ; ph = 14 2 = 12 2) MEDIDA DE ph A determinação do ph é feita eletrometricamente com a utilização de um potenciômetro e eletrodos. O princípio da medição eletrométrica do ph é a determinação da atividade iônica do hidrogênio utilizando o eletrodo padrão de hidrogênio, que consiste de uma haste de platina sobre a qual o gás hidrogênio flui a uma pressão de 101 kpa. O eletrodo de hidrogênio, no entanto, não é bem adaptado para uso universal especialmente em trabalho de campo ou em soluções contendo espécies químicas contaminantes do eletrodo.sendo assim, um outro eletrodo, o de vidro, é comumente utilizado. 2

2.1) ELETRODO DE VIDRO O eletrodo de vidro é um bulbo construído em vidro especial contendo uma solução de concentração fixa (0,1 ou 1 mol/l) de ácido clorídrico (HCl) ou uma solução tamponada de cloreto em contato com o eletrodo de referência interno, normalmente constituído de prata revestida de cloreto de prata, que assegura um potencial constante na interface da superfície interna do sensor com o eletrólito. O elemento sensor do eletrodo, situado na extremidade do bulbo, é constituído por uma membrana de vidro que, hidratada, forma uma camada de gel, externa, seletiva de íon hidrogênio. Essa seleção é, de fato, uma troca de íons sódio por íons hidrogênio os quais formam uma camada sobre a superfície do sensor. Além disso, ocorrem forças de repulsão de ânions por parte do silicato, negativamente carregado, que está fixo no sensor. Ocorre, na camada externa do sensor, a geração de um potencial que é função da atividade do íon hidrogênio na solução. 2.2) ELETRODO DE REFERÊNCIA O eletrodo de referência consiste de uma meia célula de potencial constante e determinado. No interior de um bulbo o elemento de referência acha-se imerso num eletrólito a qual entra em contato com a amostra através de junção (líquida) ou diafragma por onde se forma uma ponte salina a qual deve desenvolver um potencial de junção mínimo possível. O eletrodo de referência é bastante útil nas determinações potenciométricas de ph, potencial de oxi-redução (POR) e espécies iônicas específicas as quais se baseiam na medida de diferença de potencial entre o eletrodo específico e o eletrodo de referência. Os eletrodos de referência mais comumente usados são calomelano (Hg / Hg 2 Cl 2 ) e prata/cloreto de prata. O eletrodo de referência calomelano consiste numa haste de platina envolta por uma pasta de mercúrio e cloreto mercuroso em contato, através de junção (1ª), com o eletrólito cloreto de potássio contido no interior de um bulbo provido de junção (2ª) que estabelece contato do eletrólito com a amostra. O eletrodo calomelano pode ser dos tipos um décimo normal (0,1 neq/l), normal (1 neq/l) e saturado com relação à concentração do eletrólito cloreto de potássio, aos quais correspondem os potenciais padrões - 0,334, - 0,281 e - 0,242 V, a 25 C, sendo o tipo saturado o mais comumente usado. O eletrodo calomelano é freqüentemente recomendado com amostras contendo qualquer das seguintes características: (a) soluções ricas em proteínas; (b) soluções contendo sulfetos; (c) soluções contendo ácido fluorídrico. O eletrodo calomelano produz uma referência muito boa a temperatura constante, mas apresenta menos estabilidade com mudanças de temperatura que os eletrodos de prata /cloreto de prata e acima de 60 C ficam avariados. O eletrodo de referência de prata /cloreto de prata (Ag / AgCl) consiste de uma haste de prata recoberta com cloreto de prata imerso diretamente (Ag/AgCl junção única) ou em contato através de junção (Ag / AgCl junção dupla) no/com eletrólito cloreto de potássio 3 mol/l saturado com cloreto de prata contido por um bulbo provido de junção. O eletrodo Ag / AgCl junção única tem sido referido como bom para a maioria das aplicações de laboratório ou de campo. O eletrodo Ag / AgCl junção dupla é apresentado como possuindo as mesmas vantagens que o calomelano, mas sem suas limitações com relação a temperatura, por exemplo, podendo ser usado, com vantagem, como referência em amostras para as quais o calomelano é freqüentemente recomendado. 3

Eletrodo de vidro Eletrodo de referência 2.3) ELETRODO COMBINADO A utilização de um par de eletrodos sempre se impõe para a determinação de íons específicos e de ph em soluções viscosas e suspensões coloidais. O eletrodo de vidro combinado é um eletrodo compacto no qual o eletrodo de vidro acha-se envolvido pelo eletrodo de referência de prata/cloreto de prata. é um eletrodo adequado para a maioria das aplicações de laboratório sendo mais fácil de manusear que o par de eletrodos separados. Os eletrodos combinados mais recentes tem também um sensor de temperatura integrado útil na compensação automática de leituras de temperatura de diferentes amostras. lugar do documento. Use a guia Ferramentas de Caixa de Texto para alterar a formatação da caixa de texto da citação.] Eletrodo combinado 4

3) O MEDIDOR DE ph O sistema medidor de ph ou ph-metro consiste de um potenciômetro (aparelho medidor de diferença de potencial). O aparelho é calibrado (ajustado) de acordo com os valores referenciado em cada soluções de calibração. Para que se conclua o ajuste é então calibrado em dois ou mais pontos. Normalmente utiliza-se tampões de ph 7,000 e 4,005. Uma vez calibrado estará pronto para uso. A leitura do aparelho é feita em função da leitura da tensão (usualmente em milivolts) que o eletrodo gera quando submerso na amostra. A intensidade da tensão medida é convertida para uma escala de ph. O aparelho faz essa conversão, tendo como uma escala usual de 0 a 14 ph, com precisão mínima de 0,1 unidade de ph e máxima de 0,001 ph. 3.1) INTERFERÊNCIAS a) temperatura - efeitos mecânicos causados por mudanças nas propriedades dos eletrodos. o aumento da temperatura causa um aumento da inclinação da curva potencial do eletrodo versus ph, sendo que a 0 C a inclinação é de 54 mv/unidade de ph e aumenta cerca de 5mV/unidade de ph a cada 25 C; - efeitos químicos causados por mudanças no equilíbrio químico que agem, sobre tampões de ph padrões. b) Em ph maior que 10 ocorre a interferência da atividade do sódio (causando resultados mais baixos) a qual pode ser contornada com o uso de um eletrodo de vidro projetado para minimizar esse erro. Também em meios com ph menor que 1 o eletrodo de vidro padrão produz resultados maiores que os reais havendo necessidade de especificação de um eletrodo próprio. 3.2) REAGENTES a) Soluções tampão - Usadas na calibração do instrumento. O sistema de determinação de ph deve ser calibrado com a utilização de soluções tampão de ph. Estas são facilmente deterioradas pelo crescimento de fungos e outros microrganismos ou pela contaminação com espécies químicas, particularmente gases, surgindo daí a necessidade de sua renovação periódica (mensalmente). Na preparação destas soluções deve ser usada água destilada ou deionizada com condutividade menor que 2 µmhos/cm, à temperatura de 25 C, contendo 1 gota de solução saturada de KCl para cada 50 ml estando o 5

seu ph entre 6 e 7. Os tampões padrões de ph podem ser preparados com reagentes de grau analítico e acham-se também disponíveis no comércio soluções já prontas. Dos reagentes especificados para preparação dos tampões mais comuns o Standard Methods (APHA et al, 1992) recomenda a secagem, em estufa a 110-130 C por duas horas, antes da pesagem. somente o fosfato monobásico de potássio (KH 2 PO 4 ). Os outros sais, mesmo os hidratados, embora não haja recomendação expressa, podem ser mantidos em dessecador desde a noite anterior à preparação dos padrões. - Solução tampão ph 4,00 (25 C) - Padrão primário. Pesar 10,12 g de biftalato de potássio (KHC 8 H 4 O 4 ), dissolver em água destilada ou deionizada, de qualidade já especificada, ambientada a 25 C e diluir para 1000 ml ; - Solução tampão ph 6,86 (25 C) - Padrão primário. Pesar 3,387 g de fosfato monobásico de potássio (KH 2 PO 4 ) e 3,533 g de fosfato de básico de sódio (Na 2 HPO 4 ), solubilizar em água destilada ou deionizada própria para a preparação de tampão, a 25 C, e diluir para 100 ml ; - Solução tampão ph 9,18 (25 C) - Padrão primário. Usar 3,80 g de borato de sódio decahidratado Na 2 B 4 O 7.10H 2 O (borax) para preparar 1000 ml desta solução a 25 C ; - Solução tampão ph 10,01 (25 C) - Padrão primário. Pesar 2,092 g de bicarbonato de sódio (NaHCO 3 ) e 2,640 g de carbonato de sódio (Na 2 CO 3 ), dissolver em água destilada ou deionizada especificada para tampão, a 25 C, e diluir para 1000 ml ; - Solução tampão ph 1,68 (25 C) - Padrão secundário. Pesar 12,61 g de tetroxalato de potássio dihidratado (KH 3 C 4 O 8.2H 2 O), dissolver em água destilada ou deionizada especificada para tampão, a 25 C, e diluir para 1000 ml ; - Solução tampão ph 12,45 (25 C) - Padrão secundário. Usar mais 2g de hidróxido de cálcio Ca(OH) 2 para preparar 1000 ml de uma solução saturada a 25 C. Filtrar o sobrenadante através de filtro de vidro de porosidade média e usá-lo como tampão. O hidróxido de cálcio, usado para preparar a solução, pode ser obtido em laboratório a partir da calcinação, a 1000 C por uma hora, de carbonato de cálcio (CaCO 3 ) com baixo teor de álcalis e bem lavado com água destilada ou deionizada. Depois da calcinação, esfriar, hidratar com água destilada ou deionizada e ferver. Resfriar, filtrar num filtro de vidro e coletar o Ca(OH) 2 sólido p/secar a 110 C. Secar pulverizar e usar. b) Soluções auxiliares - Usadas na limpeza dos eletrodos. - Hidróxido de sódio (NaOH) 0,1 neq/l ; - Ácido clorídrico (HCl) 0,1 neq/l ; - Fluoreto de potássio (KF) ácida - Dissolver 2 g de KF em 2 ml de H 2 SO 4 concentrado, diluir em água destilada ou deionizada e completar para 100 ml. 6

3.3) CALIBRAÇÃO DO INSTRUMENTO A freqüência de calibrações do ph-metro depende da frequência de medições e da qualidade do instrumental. No caso de as medições serem feitas ocasionalmente padronizar o instrumento antes do uso : 1- Ligar o instrumento e iniciar o processo após 30 minutos ; 2 - Antes do uso, lavar o(s) eletrodo(s) com água destilada ou deionizada, absorver o excesso de água com um papel absorvente macio ; 3 - Introduzir o(s) eletrodo(s) na 1ª solução tampão (ph = 7) e corrigir o desvio lateral ; 4 - Selecionar uma segunda solução tampão cujo ph situe-se próximo ( ± 2 unidades) do ph da amostra. É comum o uso dos tampões 4 ou 9, dependendo da faixa em que se situe o ph da amostra ; 5- Trazer as temperaturas, tanto desse tampão como da amostra, para o mesmo valor que pode ser a temperatura ambiente, a temperatura da amostra ou uma temperatura padronizada, por exemplo, 25 C. A temperatura escolhida será a temperatura de teste ; 6- Remover o(s) eletrodo(s) do primeiro tampão, enxaguá-lo(s) com água destilada ou deionizada e enxugálo(s) com papel absorvente macio ; 7- Introduzir o(s) eletrodo(s) na segunda solução tampão ; 8- Fazer a correção da inclinação da linha reta potencial do eletrodo versus ph, ajustando a leitura do phmetro ao valor de ph do tampão na temperatura do teste ; 9- Remover o(s) eletrodo(s) do segundo tampão, enxaguá-lo(s) com água destilada ou deionizada e enxugálo(s) com papel absorvente macio ; 10- Introduzir o(s) eletrodo(s) na terceira solução tampão de ph abaixo de 10, mas cujo valor seja cerca de 3 unidades diferente da segundo tampão. Nestas condições, as leitura deve corresponder ao ph do tampão para a temperatura do teste com uma precisão de ± 0,1. 3.4) MEDIDA DO ph DA AMOSTRA 1- Agitar levemente a amostra, com o auxílio de um agitador magnético ; 2- Introduzir o(s) eletrodo(s) na amostra e, estabelecido o equilíbrio, fazer a leitura do ph. Em amostras tamponadas ou de elevada força iônica condicionar o(s) eletrodo(s) mantendo-o(s) imerso(s), por 1 minuto, numa porção de amostra, enxugá-lo(s), imergí-lo(s) numa nova porção de amostra e ler o ph. Em amostras diluídas pouco tamponadas imergir o(s) eletrodo(s) em três ou quatro porções de amostras, sucessivamente, e por último, tomar uma nova porção da amostra e medir o ph ; 3- Lavar o(s) eletrodo(s) com água destilada ou deionizada e enxugá-lo(s) com papel absorvente macio. 3.5) MANUTENÇÃO a) Após o início de operações os eletrodos devem ser mantidos imersos em solução cuja composição depende do tipo de eletrodo, a solução tampão de ph = 4 é a melhor escolha para o eletrodo de vidro e cloreto de potássio (KCl) saturada (3 mol/l) é a melhor alternativa para eletrodo combinado e eletrodos de referência; b) Eletrodos de vidro são suscetíveis a diminuição da sensibilidade, resposta lenta e erros de leitura com duas soluções tampão devidos a riscos e arranhões, deterioração ou à acumulação de resíduos sobre a superfície de 7

vidro. O "rejuvenescimento" de tais eletrodos pode ser feito através do tratamento cíclico ácido-álcali que consiste na imersão do sensor em HCl 0,1neq/L e, em seguida, em NaOH 0,1neq/L (5 minutos em cada) repetindo-se o tratamento mais duas vezes. Se o tratamento cíclico ácido-álcali falhar imergir o sensor em solução auxiliar de fluoreto de potássio durante 30 segundos. Depois do tratamento de rejuvenescimento manter o eletrodo imerso em solução tampão de ph = 7 durante uma noite. 5. Os defeitos (lentidão da resposta e leitura variável), associados ao eletrodo de referência, são normalmente devidos à obstrução da junção. Esta pode ser desobstruída pela aplicação de sucção à ponta do eletrodo ou por sua fervura em água destilada ou deionizada até quando for aplicada sucção o eletrólito flua livremente. 3.6) TITULAÇÃO POTENCIOMÉTRICA Na titulação potenciométrica, também chamada de potenciometria relativa, mede-se a f.e.m.da célula no curso da titulação. As titulações são acompanhadas de variações bruscas de concentração nas imediações do ponto de equivalência, o que provoca uma variação brusca no potencial do eletrodo indicador e, portanto, também na f.e.m. da célula. São realizadas sucessivas medições da f.e.m. da célula, sendo cada uma delas após a adição de um certo volume constante de solução titulante. A seguir relacionam-se esses potenciais com o volume de solução titulante consumida e através desses dados, pode-se estabelecer com precisão o ponto de equivalência (ponto de inflexão da sigmóide) que determinará a concentração da espécie sob análise. Na titulação manual, utiliza-se um phmetro e um conjunto de titulação, que compreende uma bureta, montada junto com um agitador sobre uma base compacta, enquanto na titulação automática o equipamento chamado de titulador potenciométrico realiza todas as etapas. O ponto final de uma titulação pode ser fixado através do exame da curva de titulação, pelas curvas das derivadas, ou pelo exame do gráfico de Gran. A concentração do titulado é calculada pelas fórmulas : η titulante = η titulado ou nº equivalente titulante = nº equivalente titulado 8

Gráfico 1 = volume adicionado x ph ou volume adicionado x mv Gráfico 2 = volume 1 (v1) x 1ª derivada 1ª derivada = ph / v ou 1ª derivada = mv / v Gráfico 3 = volume 2 (v2) x 2ª derivada 2ª derivada = ( ph / v) / v1 ou 2ª derivada = ( mv / v) / v1 9

Exemplo 1 : Calcular a concentração em neq/l de uma solução de HCl utilizando o potencial de equivalência no gráfico, 1ª derivada e 2ª derivada, sabendo-se que : a) a concentração real do NaOH = 1,03 neq/l b) foram pipetados 10 ml de HCl V NaOH ml ph V1 1ª derivada V2 2ª derivada 0 2,18 2 2,77 4 3,2 6 3,57 8 4,03 10 5,15 10,5 8,29 11 8,97 11,5 9,26 12 9,45 14 9,81 16 10,02 18 10,12 20 10,2 10

Exemplo 2 : Calcular a concentração em mol/l de uma solução de FeSO 4 utilizando o potencial de equivalência no gráfico, 1ª derivada e 2ª derivada, sabendo que : a) a concentração real do K 2 Cr 2 O 7 = 0,0017 mol/l b) foram pipetados 50 ml de FeSO 4 V K 2 Cr 2 O 7 ml mv V1 1ª derivada V2 2ª derivada 0 205 3 279,5 6 302,3 9 317,9 12 331,5 15 346,5 18 361,3 21 382 22 392,8 23 408 24 433,8 24,1 448 24,2 461,3 24,3 476 24,4 512,3 24,5 589,3 24,6 604 24,7 612,5 25,1 632,5 25,5 650 26 663 27 677 28 688 30 703,3 32 713,5 34 722,7 6e - + 14 H + + Cr 2 O 7 2-2 Cr 3+ + 7 H2 O Fe 2+ Fe 3+ + 6 e - 14 H + + Cr 2 O 7 2- + 6 Fe 2+ 2 Cr 3+ + 6 Fe 3+ + 7 H2 O η titulante = η titulado η K 2 Cr 2 O 7 = η Fe +2 6 C real K 2 Cr 2 O 7 (mol/l) x V médio K 2 Cr 2 O 7 (L) = massa Fe +2 (g) 6 x 56 11