CÂNDIDO, HORÁCIO E OSÉAS: FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DOS PRINCIPAIS PINTORES SERGIPANOS DO SÉCULO XIX



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Transcrição:

CÂNDIDO, HORÁCIO E OSÉAS: FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DOS PRINCIPAIS PINTORES SERGIPANOS DO SÉCULO XIX Danielle Virginie Santos Guimarães Universidade Federal de Sergipe danielle.virginie@yahoo.com.br Palavras-chave: Pintores Sergipanos Século XIX Formação Educacional Neste trabalho apresento os resultados dos primeiros estudos realizados sobre aspectos da formação educacional e atuação docente dos três principais pintores sergipanos nascidos no século XIX: Cândido Aragonês de Faria (1849-1911), Horácio Hora (1853-1890) e Oséas Santos (1863-1949). Considerando a importância da biografia como fonte para os estudos em História da Educação, este artigo objetiva fazer uma análise inicial dos procedimentos acerca da escrita dessa história, para que posteriormente seja construído o registro de vida desses três pintores que atuaram como professores de artes em seus ateliês e em academias, além de observar o processo de formação pelo qual eles passaram. Será possível a visualização, no tocante à Historiografia Educacional, da situação em que se encontrava o ensino das artes no estado de Sergipe no século XIX, através da exposição dos perfis biográficos dos artistas supracitados. Paralelamente serão apresentadas as fontes básicas para a realização desta pesquisa e de que forma esta pretende ser realizada. O presente artigo resulta de uma das exigências inerentes à disciplina Tópicos Especiais em Educação: os estudos biográficos como fonte/objeto para a História da Educação, do Mestrado em Educação da Universidade Federal de Sergipe, a qual cursei em caráter especial durante o semestre letivo 2007/2, sob a orientação da Prof. Drª. Anamaria Gonçalves Bueno de Freitas e do Prof. Dr. Jorge Carvalho do Nascimento. Neste trabalho, apresento os resultados dos primeiros estudos realizados acerca de aspectos da formação educacional e atuação docente dos três principais pintores sergipanos nascidos no século XIX: Cândido Aragonez de Faria, Horácio Hora e Oséas Alves dos Santos destacando, para tanto, as fontes iniciais de onde tais informações puderam ser extraídas. Dentre as diversas maneiras de se escrever a história, a biografia certamente é uma delas. No sentido do senso comum, a biografia é hoje certamente considerada uma fonte para se conhecer a história. A razão mais evidente para se ler uma biografia é saber sobre uma pessoa, mas também sobre a época, sobre a sociedade em que ela viveu. i Partindo dessa premissa, A Vida de um Pintor, o texto autobiográfico de Oséas Alves dos Santos, concluído pela sua filha Isaura dos Santos em virtude da morte do autor inicial durante a escrita do documento e publicado em 1965 pela Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, tornou-se uma das principais fontes deste trabalho, pois aborda fatos que envolvem dois dos pintores abarcados nesta investigação. De igual importância, o Diccionário Bio-Bibliográfico Sergipano de

Armindo Guaraná, publicado em 1925, contém verbetes sobre Horácio Hora e Oséas Santos. O periódico sergipano diário da tarde publicou em Aracaju a 18 de outubro de 1933, um ensaio laudatório intitulado pintor Oséas Santos, sem indicação de autoria. Nesse ensaio existem indicações de possíveis fontes escritas existentes sobre o pintor Oséas dos Santos. E por causa dessas produções valiosas, surgem opiniões, também valiosas, sobre o valor artístico do nosso patrício. Espíritos de escol e de sensibilidade poética e romântica escreveram sobre Oséas Santos: Homero Pires, Xavier Marques, Henrique Cancio, Nestor Pestana, Altamirando Requião, Mário Melo, Alberto Campos, Corrêa Junior, Paulo Gonçalves, Maria Lacerda, Pedro Alexandrino, Ângelo Guido e outros. ii Há ainda no texto biográfico sobre Horácio Hora, escrito por Balthazar Góes iii referências feitas ao pintor e professor Oséas dos Santos. Os textos supracitados são os únicos em Sergipe que trazem informações sobre Oséas Santos, já que, a quase totalidade de fontes a seu respeito encontra-se nos Arquivos do estado da Bahia. Por ocasião das comemorações do sesquicentenário de nascimento de Horácio Hora, em 2003, foi lançado o Álbum Horácio Hora, organizado por Ana Conceição Sobral de Carvalho. Essa publicação conta com uma série de artigos de estudiosos da cultura, história e educação Sergipanas, como Maria Thétis Nunes, Luiz Antonio Barreto, dentre outros, que apresentam o artista sob formas diferenciadas. Aparecem como fontes para o estudo biográfico de Horácio Hora os seguintes textos citados como referências no artigo da historiadora Maria Thétis Nunes que compõe o Álbum Horácio Hora: Sergipanos Ilustres (1913 Liberato Bittencourt); Dicionário de Artes Plásticas no Brasil (1969 Roberto Pontual) e as cartas de Horácio Hora existentes no Arquivo do Instituo Histórico e Geográfico de Sergipe. Em 1982 a Profª. Verônica Maria de Menezes Nunes escreveu juntamente com a estudiosa Ana Conceição Sobral de Carvalho Horácio Hora, apontado como fonte por essa última em seu artigo que faz parte do Álbum citado. No caso de Cândido Aragonez de Faria, a construção da história se dá de maneira mais delicada, pois as fontes a seu respeito encontram-se bastante fragmentadas, constituindo-se, em sua maioria, de textos escritos pelo seu neto Felipe Aragonez de Faria, que reside em Paris. A sensibilidade e a intuição do historiador são muito importantes a fim de aproveitar ausências e vazios com os quais ele depara em seu trabalho de pesquisa para também interpretá-los. iv Sobre Cândido de Faria escreveram: Herman Lima em A História da caricatura no Brasil (1963); Luiz Antônio Barreto Personalidades Sergipanas: Cândido Aragonez de Faria publicado no jornal Correio de Sergipe (2007); Antônio Cagnin (ECA/USP) Biografia de Cândido Aragonez de Faria. Herman Lima em A História da caricatura no Brasil, apresentou o Faria (como assinava em seus cartazes) com uma origem desconhecida. Já Antônio Cagnin destacou como local e data de seu nascimento a cidade de Laranjeiras em Sergipe no ano de 1849. Em visita feita ao estado de Sergipe, Felipe Aragonez de Faria, neto do artista em questão, ciceroneado pelo pesquisador Luiz Antônio Barreto, doou ao instituto Tobias Barreto de Educação e Cultura, inúmeros originais dos cartazes editados por Faria no início do século XX na França, bem como partituras ilustradas pelo artista.

PERFIS BIOGRÁFICOS 1 - CÂNDIDO ARAGONEZ DE FARIA Cândido Aragonez de Faria, o Faria, como assinava em seus trabalhos, nasceu em 12 de agosto de 1849, na cidade de Laranjeiras, filho do médico baiano José Cândido de Faria e da espanhola Josefa Maria Aragonez. Sobre o Casamento de Josefa Maria e de José Cândido de Faria, especula-se que este se deu em Laranjeiras, no ano de 1848. Também não se sabe sobre os batismos dos filhos do casal. Ao mesmo tempo, não há registros dos óbitos dos avós de Cândido, que residiam em Laranjeiras. Tudo, graças ao incêndio que destruiu os arquivos da Igreja Matriz, e fez desaparecer os livros de registros. Mudou-se para o Rio de Janeiro após a morte de seu pai. O Dr. José Cândido, formado em Montpelier na França, fundador do Hospital de Laranjeiras juntamente com o Dr. Hannibal Costa, foi uma das vítimas da cólera, em 1855. Em 24 de outubro de 1855 a Cólera-morbo ergueu-se em Laranjeiras com a mortalha em uma mão e na outra empunhando a foice da morte, arrastando para a eternidade mais de quatro mil pessoas. As câmaras de sangue e a varíola atacaram na mesma ocasião esta cidade, que só em março de 1856 ficou livre de tão cruéis flagelos. v Desde criança demonstrou forte tendência para a arte. Sua formação deu-se no Rio de Janeiro. Ainda muito jovem, ingressou na Academia Imperial de Belas Artes. Iniciou suas atividades como caricaturista em 1865, aos 16 anos, e colaborou com diversos jornais do Rio de Janeiro. Criou seu próprio jornal O Mosquito (1869) e em junho de 1974 edita o semanário Mefistófeles, inteiramente ilustrado por ele. Por seu trabalho na imprensa, alcançou um bom reconhecimento com elogios feitos pela crítica. Em 1878, Cândido Faria foi morar em Porto Alegre, cidade onde se tornou conhecido, primeiramente, como professor de desenho, pintura a óleo e de aquarela, por ministrar aulas em colégios particulares e por dar cursos em seu ateliê. No século XIX, o ensino de artes tem a característica de ser enfrentado como uma forma de adorno. O ensino de desenho é a modalidade da educação artística predominante desse período, já que a disciplina de desenho apareceu como suporte para outras, como caligrafia, por exemplo. Desta fase gaucha nada se sabe de sua atividade como artista, já que seus quadros se perderam. Sabe-se que Faria manteve a publicação O Fígaro com edição feita pela gráfica do jornal alemão Deutsche Zeitung. Após sua permanência no Rio Grande do Sul, transferiu-se para Buenos Aires, em 1879. Trabalhando outra vez em jornais, semanários, dentre outros periódicos, após três anos na Argentina, era notável o amadurecimento de sua técnica. Lá, participou da introdução da litogravura colorida, inovação na América do Sul. Faria deixou Buenos Aires e foi para a França em 1882, onde se radicou. Em Paris, montou o Ateliê Faria, conheceu e fez amizade com Horácio Hora que tinha um atelier bem próximo ao seu. Colaborou com jornais e revistas, ilustrou livros, partituras. O ano de 1895 trouxe uma novidade na carreira de Faria com o surgimento do cinema. Em 1902 ele criou o primeiro cartaz de cinema, Las Victimes del alcool e passou a destacar-se na criação de cartazes publicitários também para teatro, concertos e circos. A arte a serviço da publicidade teve em Cândido de Faria, na sua fase parisiense, um dedicado e aplicado defensor, sem receio de tornar menor sua obra pictórica, que amadureceu na França. vi

Ilustrando os cartazes de cinema da Casa Pathé, Faria tornou-se amplamente conhecido na França, seu atelier concorria com outros famosos, como o de Toulouse Lautrec, por exemplo. Participou do início da história da sétima arte. Com a novidade da exibição pública de filmes se espalhando pelo mundo, O micro exemplo é o de Aracaju, onde o Teatro Carlos Gomes, que surgiu em 1903, cedeu sua sala para as apresentações do cinematógrafo, novidade que logo passou a ser empresariada. Foi a época dos cinemas, que preencheram a vida local, antes que o teatro Carlos Gomes passasse a ser Cine-Teatro Carlos Gomes, depois Rio Branco. Os equipamentos e filmes das Casa Pathé traziam a Sergipe os cartazes produzidos por Cândido Faria. vii O artista faleceu em Paris, em 17 de setembro de 1911 e foi enterrado no cemitério de Sant Vincent de Montmartre, conhecido como o cemitério dos artistas. Seu ateliê permaneceu funcionando graças a seu filho Jacques Faria viii até 1956. 2 - HORÁCIO PEREIRA DA HORA Pintor de grande merecimento e uma das mais belas organizações artísticas do norte do Brasil: tão grande na pintura, quanto Carlos Gomes na música. E se não houvesse falecido aos 36 anos de idade apenas, certo no Brasil e no estrangeiro teria fama igual à do grande compositor do Guarany. ix Horácio Hora nasceu em 17 de setembro de 1853, em Laranjeiras. O filho de Antônio Esteves de Souza e D. Maria Augusta da Hora, desde criança apresentou forte inclinação para as artes. Em Laranjeiras, Horácio fez o primário, mas pouco se dedicou a esses estudos. Desenhava em calçadas e muros, esboços que revelariam a iminência de um grande artista. Ao analisar a trajetória inicial da atuação de Horácio Hora, torna-se evidente que, como no caso de outros pintores, a observação do ambiente foi o primeiro aspecto estimulante ao desenvolvimento de seus trabalhos em artes. A cidade de Laranjeiras, palco das percepções primárias de Horácio e centro cultural da época, exibia, além da paisagem natural, uma arquitetura que revelava a sua singularidade. Laranjeiras obteve sua elevação à categoria de cidade no ano de 1848 e devido à densidade da atividade açucareira favorecida pela sua localização privilegiada às margens do Rio Cotinguiba, o que facilitava plenamente a prática mercantil, tornou-se o maior centro comercial e cultural de Sergipe da época. A arquitetura urbana de Laranjeiras reflete bem este estado. São teatros, casas residenciais da aristocracia oitocentista, igrejas, o quarteirão dos trapiches, o mercado, a Ponte Nova, dentre outros monumentos que fazem parte de um conjunto arquitetônico tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Concebendo a sua arte de maneira autodidata e com notável habilidade, Horácio Hora permaneceu por algum tempo em Sergipe, até que a Assembléia Legislativa aprovasse o pedido do governo de uma subvenção para que ele estudasse desenho em território nacional ou internacional. Assim dizia a Resolução n. 983 de 06 de maio de 1874: Art.1. O presidente da província é autorizado a conceder a Horácio Pereira da Hora a subvenção anual de 2:000$000 por espaço de 3

anos para estudar dentro ou fora do país a arte do desenho em todos os seus diferentes ramos. Art.2. O subvencionado é obrigado a indenizar a tesouraria provincial, depois que concluir os seus estudos, de toda a quantia que houver recebido. Art. 3. Revogam-se assim as disposições em contrário. x A falta de uma escola de belas artes em Sergipe e de professores aptos fez com que, no ano de 1875, o artista partisse para a Europa. Lá, chegando à cidade de Paris, matriculou-se na Escola de Belas Artes, além de ter freqüentado a Escola Municipal de Desenho. Com o progresso obtido durante oito meses no curso com o professor Justin Lequien Fils, recebeu o título de aluno modelo e o 1 prêmio no concurso geral de todas as escolas de Paris. Em 1881 retornou à Sergipe sendo aqui muito bem recebido por seus parentes e orgulhosos amigos. O reconhecimento alimentou-lhe a esperança de ter em sua terra condições financeiras para o sustento de seu trabalho. Infeliz em suas aspirações no ano de 1884 partiu para a Bahia e logo depois retorna a Paris desta vez de forma definitiva. Ainda na Bahia, expôs 42 obras e como premiação por seu trabalho, recebeu da Academia de Belas Artes o diploma de Membro Correspondente e Acadêmico de Mérito. Logo de sua chegada em Paris, auxiliado por um amigo o Sr. Michand a quem cumpriu inúmeras encomendas, Horácio vive um período bastante próspero, quando concluiu em 1886 o quadro Outono, inspirado em uma poesia de Victor Hugo. Contudo abatido por envolvimento com a camareira Mathilde Lafage, desfez-se de todo o conseguido com seu trabalho no atelier. Doente e sem lugar para morar foi abrigado por seu amigo Sr. Michand em sua casa, onde permaneceu por algum tempo até sua morte em 1 de março de 1890. E fagueira lhe corre a existência, até que, apaixonado por uma mulher desgraciosa e má, a engomadeira Mathilde Lafage, vai aos poucos, sorrateiramente, perdendo saúde e valimento. Lutou então com sérias dificuldades para viver. Vendeu a própria roupa. Por último, vendeu até o cavalete. E, paupérrimo, morre de pneumonia dupla, em casa de um nobre e generoso amigo em Paris, a 1º de março de 1890. xi Na época de sua chegada, Paris vivia um momento especial na história de suas artes, com a superação de estilos Românticos e Realistas, e o aparecimento do Impressionismo, que também encantou Horácio, como pode ser percebido em duas de suas obras, O Atelier de Paris, A Cascata d Ouro e Perfil. Pouco antes se sua morte na Europa, em 1890, Horácio teve seu nome sugerido para ocupar a cadeira deixada vaga após o falecimento do professor Carlos da Costa Carvalho, também sergipano. Assumiu, então, Oséas Alves dos Santos, filho de Maruim, nascido em 11 de maio de 1865. 3 - OSÉAS ALVES DOS SANTOS Oséas Alves dos Santos nasceu no dia 11 de maio de 1865 na cidade de Maruim SE, filho de Manoel José dos Santos e Margarida Rosa Vitória dos Santos. Desde cedo apresentou grande vocação para a pintura. Seu primeiro contato com a prática artística

foi ainda em sua cidade natal, onde começou a ter aulas de pintura com um velho pintor de nome não revelado que produzia quadros sacros. Este, surpreendido com o talento do jovem Oséas o aconselhou a ir para a Bahia, afirmando que lá haveria bons mestres. Chegando lá se matriculou na Academia Estadual de Belas Artes e seu potencial despertou a atenção de alguns grandes mestres, a exemplo do pintor espanhol fundador da Academia, Miguel Navarro y Canizares. Aluno de grande destaque, após a conclusão de seu curso regressou a Maruim. Posteriormente foi surpreendido com o convite feito pela direção da Academia para que assumisse como professor a cadeira vaga após a morte do também sergipano Carlos da Costa Carvalho. Sobre a passagem de Oséas por essa instituição, o texto autobiográfico xii de Oséas faz um relato dos percalços vividos pelo professor. Lá, atuou por 41 anos como lente. Segundo Isaura dos Santos, seu pai empenhou-se pela Academia de tal forma que quando sucessivos governos cortaram as subvenções destinadas à escola alegando não haver verba sugerindo assim o seu fechamento, Oséas propôs juntamente a outros professores, ensinar gratuitamente, evitando assim a falência do estabelecimento. No documento, a filha de Oséas denuncia também desvios de conduta praticados por membros da Academia investigados por Oséas dos Santos, que ocasionaram na sua aposentadoria forçada por parte da acusada direção. Por vezes no texto, Isaura dos Santos alega a existência de Documentos que comprovariam esses fatos. Os documentos que relatam minuciosamente os acontecimentos serão copiados e entregues ao Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe e aos sergipanos, alunos da Academia, para que conheçam a autêntica história. xiii Esses documentos não fazem parte do acervo do IHGS. O desgosto por seu afastamento e sua idade já avançada resultou na morte do professor em outubro de 1949. Em 25 de outubro de 1895, Oséas foi nomeado como professor de desenho, caligrafia e cartografia da Escola Normal da Bahia. Nessa ocasião fora homenageado com as seguintes palavras: Senhor Professor Oséas, o senhor entra para o magistério público da Bahia, pelas portas largas do seu merecimento e não pelas portas estreitas do protecionismo. xiv Nessa instituição, permaneceu por 38 anos e oito meses. Oséas também foi convidado para ser o diretor da Escola Normal da Bahia, entretanto, recusou o convite. Foi convocado pelo governo a fim de Elaborar os pontos para o concurso da Escola de Aprendizes e Artífices e o Ginásio da Bahia, fazendo parte também da comissão julgadora. Por sua capacidade, era freqüentemente solicitado para lecionar em escolas particulares. Ministrou aulas particulares também em sua casa, preferencialmente para pessoas sem recursos, como forma de doação. Oséas Alves dos Santos foi além da pintura e do desenho. Dedicou-se também a música aprendendo a tocar piano, sax e órgão. Foi sócio da maçonaria onde foi mestre de harmonia e orador. Era favorável à liberdade dos escravos e a República. Escreveu em um jornal de Sergipe. Foi sócio fundador da Associação dos Funcionários Públicos da Bahia. Produziu cenários para peças de teatro em Aracaju e em Maruim. Foi durante anos dono de uma casa fotográfica chamada de fotografia artística, em Salvador. CONSIDERAÇÕES FINAIS Para se construir essas biografias, faz-se necessário o esgotamento das fontes documentais, fragmentos da história desses pintores. De fato, o que sobrevive não é o conjunto daquilo que existiu no passado, mas uma escolha efetuada quer pelas forças que operam no desenvolvimento temporal do mundo e da humanidade, quer pelos que se dedicam à ciência do passado e do tempo que passa, os

historiadores. Estes materiais da memória podem apresentar-se sob duas formas principais: os monumentos, herança do passado, e os documentos, escolha do historiador. xv Na atração que exerce sobre todo historiador _ e não escapei dela_ a tentação de contar a vida de um homem (ou de uma mulher) do passado, de escrever uma biografia que se esforça para chegar à verdade, xvi desde o início de minhas pesquisas acerca da história da arte em Sergipe no século XIX, estes três nomes despertaram-me grande atração. Não somente pelas histórias de vida, mas, sobretudo, pelo nível alcançado em seus trabalhos. Artistas de seu tempo. Ilustraram em suas telas e demais produções, as percepções geradas pelas apreensões dos ambientes e estilos nos quais estavam inseridos. O mesmo Le Goff ao escrever a biografia de São Francisco de Assis, nos apresenta uma questão bastante pertinente: a de que não há objeto, no que se refere à pesquisa, esgotado. O tratamento dado à escrita, baseado nas fontes selecionadas para a constituição deste, é de tentar aproximar ao máximo dos textos, consiste em tirar dos documentos tudo o que eles contêm e em não lhes acrescentar nada do que eles não contêm. xvii Nascimento xviii, em Historiografia Educacional Sergipana, analisa os estudos em História da Educação em Sergipe, no período de 1916 a 2002, nos quais avalia, sobretudo, as temáticas recorrentes, os períodos históricos escolhidos e de que maneira foi feita a escolha. Aponta, ainda, que entre os anos de 2001 e 2002, as temáticas tornaram-se diversas e que surgiram, entre outros, trabalhos voltados para a biografia de professores e intelectuais da educação. No que toca à historiografia educacional, neste estudo, é importante observar através das biografias apresentadas, tanto o processo de formação desses pintores, quanto à atuação deles como professores em ateliês e academias. Merece realce a presença dos mestres individuais, das aulas com copistas de quadros sacros, muito comuns nos primeiros passos da formação dos artistas do século XIX. A falta de uma escola de artes acabou por tirar do estado o privilégio de formar grandes artistas, que, ao terem o seu desejo pelo estudo da arte aflorado, eram levados a procurar as escolas do Rio de Janeiro ou da Bahia, por vezes, em outros países, como no caso de Horácio Hora. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARRETO, Luis Antônio. Memórias de Sergipe: Personalidades Sergipanas Cândido Faria. In: Correio de Sergipe. Aracaju, 2007.. Dois Laranjeirenses em Paris. Aracaju, fev. 2004. Disponível em: <HTTP://www.infonet.com.br/luisantoniobarreto>. Acesso em: 12 de Janeiro de 2007. BITTENCOURT, Liberato. Sergipanos Ilustres. Rio de Janeiro, 1912. BORGES, Vavy Pacheco. Grandezas e misérias da biografia. IN: PINSKY, Carla Bassanezi. (org.) 2.ed. Fontes Históricas. São Paulo: Contexto, 2006.

CARVALHO, Ana Conceição Sobral de. Álbum Horácio Hora. Aracaju: Secretaria do Estado da Cultura, 2004. FRANCO, Candido Augusto Pereira. Compilação das Leis Provinciaes de Sergipe (1835 a 1880). Aracaju: Typ. De F. das Chagas Lima. GÓIS, Balthazar de. Traços biográficos de Horácio Hora. Aracaju, 1902. GUARANÁ, Armindo. Diccionário Bio-Bibliográfico Sergipano. Rio de Janeiro, 1925. GUIMARÃES, Danielle Virginie Santos. Catálogo de Pintores Sergipanos: 1850-1950.São Cristóvão, Monografia: Departamento de Artes e Comunicação Social, Universidade Federal de Sergipe, 2007. LE GOFF, Jacques. Documento/monumento. IN: História e memória. 5.ed. Campinas: Editora da UNICAMP, 2003., Jacques. São Francisco de Assis. 5.ed. Rio de Janeiro: Record, 2001. NASCIMENTO, Jorge Carvalho do. Historiografia Educacional Sergipana: uma crítica aos estudos de História da Educação. São Cristóvão, Grupo de Estudos e Pesquisas em História da Educação/NPGED/UFS, 2003. OLIVEIRA, Filadelfo Jonas. Registros de fatos históricos de Laranjeiras. 2.ed. Aracaju: Secretaria de Estado da Cultura, 2005. REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE SERGIPE, n. 26, 1965. SANTOS, Oséas Alves dos; SANTOS, Isaura dos. A Vida de um Pintor. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, Aracaju. N. 26, v. 21, p 134 166, 1965. i BORGES, Vavy Pacheco. Grandezas e misérias da biografia. IN: PINSKY, Carla Bassanezi. (org.) 2.ed. Fontes Históricas. São Paulo: Contexto, 2006. p. 203-233. p. 215 ii Pintor Oséas Santos. In: Diário da Tarde. Aracaju 18 de outubro de 1933. Sem indicação de autoria. iii GÓIS, Balthazar de. Traços biográficos de Horácio Hora. Aracaju, 1902. iv BORGES, Vavy Pacheco. Grandezas e misérias da biografia. IN: PINSKY, Carla Bassanezi. (org.) 2.ed. Fontes Históricas. São Paulo: Contexto, 2006. p. 203-233. p. 221. v OLIVEIRA, Filadelfo Jonas. Registros de fatos históricos de Laranjeiras. 2.ed. Aracaju: Secretaria de Estado da Cultura, 2005. p. 95 vi BARRETO, Luis Antônio. Memórias de Sergipe: Personalidades Sergipanas Cândido Faria. In: Correio de Sergipe. Aracaju, 2007. p. 9 vii Ibid., p.9 viii Fruto de seu segundo casamento com Clerice. Cândido casou-se pela primeira vez com Beatriz Emília da Rocha Faria, que faleceu em 1874, tendo o casamento durado apenas 3 anos. ix BITTENCOURT, Liberato. Sergipanos Ilustres. Rio de Janeiro, 1912. p. 95 x FRANCO, Candido Augusto Pereira. Compilação das Leis Provinciaes de Sergipe (1835 a 1880). Aracaju: Typ. de F. das Chagas Lima. p. 921 xi BITTENCOURT, Liberato. Sergipanos Ilustres. Rio de Janeiro, 1912. p. 97. xii SANTOS, Oséas Alves dos; SANTOS, Isaura dos. A Vida de um Pintor. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, Aracaju. N. 26, v. 21, p 134 166, 1965. xiii SANTOS, Op. Cit. p. 197

xiv Ibid., p. 197. xv LE GOFF, Jacques. Documento/monumento. IN: História e memória. 5.ed. Campinas: Editora da UNICAMP, 2003. p. 525-541. p. 526. xvi LE GOFF, Jacques. São Francisco de Assis. 5.ed. Rio de Janeiro: Record, 2001. p. 10 xvii LE GOFF, Jacques. Documento/monumento. IN: História e memória. 5.ed. Campinas: Editora da UNICAMP, 2003. p. 525-541. p. 527. xviii NASCIMENTO, Jorge Carvalho do. Historiografia Educacional Sergipana: uma crítica aos estudos de História da Educação. São Cristóvão, Grupo de Estudos e Pesquisas em História da Educação/NPGED/UFS, 2003.