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c) o regulamento do curso de direito não traz o conceito insuficiente, o que já demonstra a má-fé da instituição de ensino;

Transcrição:

DESPACHO Agravo de Instrumento Processo nº 2001262-58.2017.8.26.0000 Relator(a): SPOLADORE DOMINGUEZ Órgão Julgador: 13ª CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO Comarca: São Paulo Agravante: Câmara Municipal de São Paulo Agravada: Juliana Publio Donato de Oliveira (Justiça Gratuita) MM. Juiz: Alberto Alonso Muñoz Vistos. 1- Trata-se de agravo de instrumento, com pedido de efeito suspensivo, interposto pela Câmara Municipal de São Paulo contra a r. decisão de fls. 46/49 deste instrumento, proferida nos autos de ação popular que lhe é movida por Juliana Publio Donato de Oliveira, que deferiu a medida liminar para suspender os efeitos da Resolução nº 01/2016 (Projeto de Resolução 000012/2016) da Mesa Diretora da Câmara Municipal de São Paulo que aumentou os subsídios dos respectivos Vereadores, fixandoos em R$ 18.991,68 e, por conseguinte, determinou a manutenção dos vencimentos dos parlamentares no valor anterior à aprovação da citada resolução (R$ 15.031,76). Inconformada, sustenta a agravante, em apertada síntese: a) a inadequação da ação popular como via substituta da ação direta de inconstitucionalidade; b) usurpação de competência do Órgão Especial deste E. Tribunal de Justiça; c) a ausência de legitimidade para o controle de constitucionalidade do Juízo originário; d) a ausência de fumus boni juris, já que o E. Magistrado de Primeiro Grau não se atentou ao indicado na justificativa do projeto da mencionada resolução, especificamente no que tange à não aplicação da vedação prevista no artigo 21, parágrafo único, da Lei de Responsabilidade Fiscal e, ainda, quanto ao fato da Resolução nº 01/2016 ter tratado de mera reposição (não integral) do valor dos subsídios, anteriormente fixados pela Resolução nº 06/2011, que

previa o subsídio da 16ª Legislatura (2013-2016), em estrito cumprimento, portanto, à previsão dos artigos 29, inciso VI, e 37, inciso X, c.c. o artigo 39, 4º, todos da Constituição Federal; e) inexistência de violação aos princípios da moralidade e impessoalidade; f) a ausência de periculum in mora, não se tratando, pois, de matéria afeta ao Plantão Judiciário; e g) a presença de periculum in mora in reverso, uma vez que o prosseguimento, sem a cassação da liminar, resultará em evidente prejuízo, principalmente, considerando-se o extenso período sem reajuste dos parlamentares em questão. Postula, nesse bojo, o deferimento dos seguintes requerimentos, sucessivamente: 1 - A imediata revogação da liminar e a extinção do processo, sem resolução do mérito, nos termos do artigo 485, inciso, VI do Código de Processo Civil, ante a inadequação da ação popular como substituta da ação direta de inconstitucionalidade, e usurpação de competência do Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo (art. 125, 2º da Constituição Federal); 2 - Caso V. Exa. entenda pelo não acolhimento da preliminar supra, requer a concessão de imediato efeito suspensivo ao presente recurso, nos termos do artigo 214, inciso II, c.c. parágrafo único do artigo 995, ambos do Código de Processo Civil, posto que a manutenção da r. liminar, por conseguinte, inviabiliza a correta e eficaz aplicação dos artigos 1º, inciso III, art. 5o, incisos XXXVII e LIII, CF, 2º, 29, inciso VI, 37 incisos X, XI, e 39, 4º, todos da Constituição Federal, que desde já ficam prequestionados; 3 - Ao final, seja conhecido e provido o presente Agravo de Instrumento, com a cassação definitiva da r. decisão concessiva da medida liminar, em face das razões de fato e de direito ora apresentadas, sob pena de violação ao artigo 14, inciso VI, da Lei Orgânica do Município de São Paulo, e artigos 5º, inciso XXXVII e LIII; 29, incisos VI, VII, 37, incisos X, XI e 39, 4º, todos da Constituição Federal (fl. 26, sic). Eis o breve relato. De proêmio, rejeita-se o pedido preliminar de imediata extinção da ação popular subjacente, na medida em que tal pretensão implicaria burlar o disposto no artigo 932 do Código de Processo Civil de 2015, o qual disciplina os poderes monocráticos do Relator, conforme se vê abaixo:

Art. 932. Incumbe ao relator: I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes; II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal; III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida; IV - negar provimento a recurso que for contrário a: a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a: a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;

VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado originariamente perante o tribunal; VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso; VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal. (destaques nossos) recursal. Prosseguindo, passa-se à apreciação da pretendida tutela Pois bem. Sem adentrar, por ora, na probabilidade de provimento do recurso, não se vislumbra, prima facie, a presença do risco de dano grave e de difícil reparação, requisito este imprescindível para a atribuição do pretendido efeito suspensivo (artigo 995, parágrafo único, Código de Processo Civil de 2015). Com efeito, recentemente, em 11.1.2017, o Excelentíssimo Desembargador BORELLI THOMAZ, integrante do Órgão Especial desta C. Corte, deferiu medida liminar, na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 0000627-14.2017.8.26.0000, ajuizada pelo Conselho Seccional de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil OAB/SP, suspendendo, pois, a eficácia da Resolução nº 01/2016 (Projeto de Resolução 000012/2016) da Mesa Diretora da Câmara Municipal de São Paulo. Assim, ao menos neste momento processual, de nenhum efeito prático a mitigação dos efeitos da r. decisão agravada proferida, em Primeiro Grau, nos autos da ação popular subjacente visto que, de qualquer modo, a Resolução nº 01/2016 já se encontra com a eficácia suspensa, conforme determinação do Órgão máximo deste E. Tribunal de Justiça. Não bastasse isso, registre-se, por oportuno, que a medida é perfeitamente reparável, caso se decida, posteriormente, pela validade da mencionada Resolução; o que, de outra banda caso os parlamentares auferissem o pretendido aumento

de 26,3% dos vencimentos (R$ 3.959,92) não se poderia dizer, haja vista a natureza irrepetível da aludida verba salarial. Daí, à primeira vista, é forçoso reconhecer que o alegado periculum in mora in reverso opera, na verdade, em desfavor da pretensão da agravante. Portanto, em análise de cognição perfunctória, ausente um dos pressupostos legais (art. 995, par. único, NCPC), qual seja, o risco de dano grave e de difícil reparação, INDEFIRO o pedido de atribuição de efeito suspensivo (art. 1.019, inc. I, NCPC), sem prejuízo de análise mais aprofundada, após a implementação do contraditório, por ocasião do julgamento deste recurso. 2- Providencie-se a intimação da agravada para contrariedade (art. 1.019, II, CPC/15) e, após, faça-se vista à D. Procuradoria de Justiça. Após, tornem conclusos. Int. São Paulo, 13 de janeiro de 2017. Spoladore Dominguez Relator