AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO E PRODUTIVIDADE DA CULTURA DO MILHO SOB DIFERENTES PRODUTOS PROMOTORES DE CRESCIMENTO Rafael Gonçalves Vilela (1), Marcelo Valentini Arf (2), Rafael Ferreira Barreto (3) Introdução A cultura do milho cultivado durante a segunda safra no Brasil se destaca por apresentar produção estimada de 45 milhões de toneladas, ocupando 8,9 milhões de hectares, com produtividade média em torno de 5.036 kg ha -1 (CONAB, 2013). O tratamento de sementes, além de auxiliar no manejo de doenças e pragas, tem proporcionado um efeito fitotônico, que além de garantir o estande almejado, tem proporcionado aumento de vigor, repercutindo de maneira positiva no rendimento de grãos. A piraclostrobina, assim como outros ingredientes ativos, tem atuado na expressão de genes responsáveis pela síntese e ativação de enzimas metabólicas, as quais se relacionam com o crescimento da planta, influenciando na produção de aminoácidos precursores de hormônios vegetais, proporcionado um melhor desenvolvimento (COLMAN et al., 2012). Com a finalidade de minimizar os estresses que a cultura é submetida durante o seu desenvolvimento, principalmente com a escassez hídrica, o fornecimento de ácidos húmicos e fúlvicos tem proporcionado melhores condições ao crescimento do sistema radicular, por agir na divisão celular das raízes laterais, elevando, desta forma, a absorção de água e nutrientes, além de possibilitar que bactérias estabeleçam relação simbiótica com as raízes (CONCEIÇÃO et al., 2008). Outra medida realizada para adequar as plantas fisiológicamente a condições extremas de estresses, é a partir de aplicações de aminoácidos durante o desenvolvimento 1 Engenheiro-Agrônomo, M.Sc., Pesquisador da Fundação Chapadão, BR 060, km 011, 79560.000, Chapadão do Sul, MS. rafaelvilela@fundacaochapadao.com.br 2 Engenheiro-Agrônomo, Dr., Pesquisador da Fundação Chapadão, BR 060, km 011, 79560.000, Chapadão do Sul, MS. marceloarf@fundacaochapadao.com.br 3 Graduando em Agronomia, UEMS, Estagiário da Fundação Chapadão, BR 060, km 011, 79560.000, Chapadão do Sul, MS. rafael.fb@outlook.com [1]
das culturas, visando elevar o número de radicelas e consequentemente promover maior absorção de nutrientes pelas células vegetais, aceleração da maturação e aumento da produtividade, melhorando consideravelmente as funções fisiológicas e biológicas na planta (COELHO, 2008). Neste contexto, o trabalho teve como objetivo conhecer a resposta do milho cultivado durante a segunda safra em função do uso de produtos que promovam maior vigor as plantas. Material e Métodos O experimento foi desenvolvido em Chapadão do Sul, na área experimental da Fundação de Apoio á Pesquisa Agropecuária de Chapadão, localizada a 18 41 33 de latitude sul e 52 40 45 de longitude oeste, com altitude de 840 metros, utilizado-se o híbrido P4285, em Latossolo vermelho distrófico, semeado no dia 23/03/2013. O manejo da adubação foi com o fornecimento de 154 kg ha -1 de MAP (11-52-00) depositados no sulco de semeadura de acordo com a análise de solo, além da aplicação de 200 kg ha -1 de Ureia aplicada quando a cultura se encontrava com quatro folhas completamente expandidas e 100 kg ha -1 de KCl em pré-semeadura. O delineamento experimental foi em blocos casualizados com quatro repetições, e esquema fatorial 2 x 2 x 2, sendo ausência e presença do produto comercial Standak Top no tratamento de sementes (100 ml ha -1 ), ausência e presença do produto Humikos (3 ml kg de sementes -1 ) e ausência e presença do produto Niphokan pulverizado em V4-V5 (2 L ha -1 ). As sementes dos tratamentos sem Standak Top foram tratadas com Avicta + Maxim + CropStar (dose de 100 + 200 + 350 ml 100 kg -1 respectivamente). As parcelas foram compostas por 7 linhas de semeadura, com espaçamento de 0,45 m entre si e 10 m de comprimento, sendo considerada como área útil duas linhas centrais com área de 4,5 m -2, onde foram mensurados os parâmetros: população de plantas, altura de plantas, altura de inserção da 1ª espiga, massa de 100 grãos e produtividade, quando a cultura se encontrava em seu estádio de maturação fisiológica. Foram retiradas de cada parcela experimental, todas as espigas contidas na área útil e submetidas ao processo de trilhagem para avaliação da produtividade de grãos, o qual o peso de grãos foi convertido para kg ha -1 e corrigido para 130 g kg -1 de teor de água. O teor [2]
de água dos grãos foi obtido pelo método elétrico não destrutivo indireto, mediante o uso do aparelho portátil Multigrain (Dickey-John ), o qual propicia leitura direta. Os resultados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Para análise dos dados utilizou-se o software SIS- VAR (FERREIRA, 2003). Resultados e Discussão Na Tabela 1, observa-se que o tratamento de sementes com aplicação do produto comercial Standak Top na dose de 100 ml ha -1 influenciou significativamente os parâmetros população final de plantas, altura de plantas e produtividade de grãos, permitindo a cultura encerrar seu ciclo com maior número de plantas e menor estatura, porém com incremento de 14,4 sc ha -1 em relação aos tratamentos sem o respectivo produto. Galdi et al. (2012) ao estudarem a resposta da cultura em função do tratamento com diversos defensivos, verificaram que o tratamento com Standak Top possibilitou atingir aos 21 dias após a semeadura maior massa seca de raiz. A aplicação de ácido húmico influenciou estatisticamente apenas o parâmetro altura de inserção da primeira espiga, verificando maior altura onde houve a presença do produto comercial Humikos, corroborando com Berticelli e Nunes (2008) que constataram maior altura de inserção da primeira espiga ao utilizar produtos que continham ácido húmico ao avaliarem a eficiência de enraizadores na cultura do milho. Embora não tenha ocorrido diferença estatística na produtividade de grãos na cultura do milho com a presença e ausência de acidos húmicos e fúlvicos, o tratamento de sementes com o produto Humikos incrementou 4 sc ha -1 de grãos. A pulverização com aminoácidos não apresentou diferenças significativas sobre os parâmetros avaliados (Tabela 1). Vanzolini e Silveira (2009) ao avaliarem o desempenho inicial em campo de lotes de sementes de milho tratadas com produtos a base de aminoácidos, verificaram que estes não influenciaram estatisticamente no desenvolvimento da cultura. [3]
Tabela 1. População de plantas, altura de plantas, altura de inserção da primeira espiga, massa de 100 grãos e produtividade do milho safrinha em função de promotores de crescimento. Fundação Chapadão - Chapadão do Sul, MS, 2013. Tratamentos População final (plantas ha -1 ) Altura de plantas (cm) Altura de inserção da 1ª espiga (cm) Massa de 100 grãos (g) Produtividade de grãos (kg ha -1 ) Tratamento de semente Standak Top 51.388 a 142,49 b 67,50 a 32,64 a 4.626 a Avicta + Maxim + CropStar 45.659 b 167,08 a 68,75 a 33,41 a 3.762 b Ácido húmico Com Humykos 48.437 a 163,74 a 71,77 a 33,55 a 4.318 a Sem Humykos 48.611 a 145,75 a 64,48 b 32,50 a 4.069 a Pulverização com aminoácido Com Niphokan 49.479 a 152,18 a 68,23 a 32,31 a 3.937 a Sem Niphokan 47.569 a 157,39 a 68,02 a 33,73 a 4.450 a F TS 6,92* 5,72* 0,16 ns 0,31 ns 4,75* Ac. Húm. 0,006 ns 3,04 ns 5,52* 0,59 ns 0,40 ns AA 0,77 ns 0,26 ns 0,005 ns 1,08 ns 1,67 ns TS*Ac.*AA 0,06 ns 1,43 ns 0,16 ns 3,37 ns 0,12 ns DMS 4.494 21,20 6,40 2,82 817,76 C.V. (%) 12,69 18,78 12,88 11,72 26,72 (*) Significativo a 5 %; (ns) Não significativo; Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade. Conclusões A aplicação de Standak Top incrementou a população final de plantas e a produtividade de grãos. O tratamento de sementes com ácido húmico e fúlvico e o fornecimento de aminoácidos na cultura do milho não influenciaram significativamente no desenvolvimento da cultura. Referências BERTICELLI, E.; NUNES, J. Avaliação da eficiência do uso de enraizador na cultura do milho. Cultivando o saber. Cascavel-PR, v. 1, n. 1, p. 34-42, 2008. COELHO, A. M. Eficiência Agronômica de Compostos de Aminoácidos Aplicados nas Sementes e em Pulverização Foliar na Cultura do Milho In: CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO, 27.; SIMPOSIO BRASILEIRO SOBRE A LAGARTA-DO- CARTUCHO, SPODOPTERA FRUGIPERDA, 3.; WORKSHOP SOBRE MANEJO E [4]
ETIOLOGIA DA MANCHA BRANCA DO MILHO, 2008, Londrina-PR. Anais... Londrina-PR: Embrapa Milho e Sorgo, 2008. COLMAN, B. A.; MASSON, G. L.; MISSIO, H. G.; NUNES, A. S.; CEOLIN, A. C. Efeito da adição de inseticidas no tratamento de sementes de soja com bioestimulante. Revista Verde, Mossoró-RN, v. 7, n. 5, p. 45-48, 2012. CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da Safra Brasileira. 2013. Disponível em: http://www.conab.gov.br/olalacms/uploads/arquivos/13_08_09_10_43_44_boletim_port uges_agosto_2013_port.pdf. Acesso em: 07 set. 2013. CONCEIÇÃO, P. M.; VIEIRA, H. D.; CANELLAS, L. P.; MARQUES JÚNIOR, R. B.; OLIVARES, F. L. Recobrimento de sementes de milho com ácidos húmicos e bactérias diazotróficas endofíticas. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 43, n. 4, p. 545-548, 2008. FERREIRA, D. F. Sisvar versão 4.2. DEX/UFLA, Lavras-MG. 2003. GALDI, G. C.; DOURADO NETO, D.; MARTINS, K. V.; LACERDA, M. P. Avaliação do efeito do tratamento de sementes na massa de matéria seca de plantas de milho. 2012. Disponível em: https://uspdigital.usp.br/siicusp/cdonlinetrabalhovisualizarresumo? numeroinscricaotrabalho=1601&numeroedicao=20. Acesso em: 16 set. 2013. VANZOLINI, S.; SILVEIRA, T. G. Desempenho inicial em campo de lotes de sementes de milho tratadas com produtos a base de aminoácidos. Nucleus, v. 6, n.2, out. 2009. [5]