+. INFORMAÇÃO 088/12 DAP/SUPCOL PROTOCOLO Nº 112293/2012 INTERESSADO: ANTONIO AUGUSTO FRACARO ASSUNTO: CONSULTA TECNICA 1. IDENTIFICAÇÃO E HISTÓRICO O interessado solicita Análise de Competência de Atribuições para Realização de Outorga de Poços, junto ao DAEE. Anexa Histórico Escolar de Graduação, Mestrado e Doutorado. 2. LEGISLAÇÃO A análise do solicitado baseou-se nos seguintes dispositivos legais: a) Anexo II da Resolução nº 1.010 de 22 de agosto de 2005, que trata da sistematização dos campos de atuação profissional. b) RESOLUÇÃO Nº 218, DE 29 DE JUNHO DE 1973. c) DECISÃO NORMATIVA nº 059, de 09 maio 1997, que dispõe sobre o registro de pessoas jurídicas que atuam nas atividades de planejamento, pesquisa, locação, perfuração, limpeza e manutenção de poços tubulares. d) Resolução nº1, DE 2 FEV 2006 CES/MEC - Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação em Engenharia Agronômica ou Agronomia e dá outras providências. e) Portaria DAEE 717/96, de 12/12/1996, que aprova a Norma e os Anexos de I a XVIII que disciplinam o uso dos recursos hídricos. 3. ASPECTOS RELEVANTES 3.1. Da Portaria DAEE 717/96, de 12/12/96, que aprova a Norma e os Anexos de I a XVIII que disciplinam o uso dos recursos hídricos no Estado de São Paulo, destacamos o que segue: A outorga deve ser requerida ao Departamento de Águas e Energia Elétrica DAEE - pelo usuário que fizer uso ou interferência nos recursos hídricos das seguintes formas: a) na implantação de qualquer empreendimento que demande a utilização de recursos hídricos (superficiais ou subterrâneos); b) na execução de obras ou serviços que possam alterar o regime (barramentos, canalizações, travessias, proteção de leito, etc.); c) na execução de obras de extração de águas subterrâneas (poços profundos); d) na derivação de água de seu curso ou depósito, superficial ou subterrâneo (captações para uso no abastecimento urbano, industrial, irrigação, mineração, geração de energia, comércio e serviços, etc.); e) no lançamento de 1 de 5
efluentes nos corpos d'água. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL O Art. 14 determina que as obras necessárias ao uso dos recursos hídricos deverão ser projetadas e executadas sob a responsabilidade de profissional devidamente habilitado no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia CREA. A norma aprovada pela portaria DAEE 717/96, estabelece as condições mínimas a serem observadas para a implantação de empreendimentos; obras e serviços que interfiram com os recursos hídricos superficiais ou subterrâneos. Conforme seu item 6, PROCEDIMENTOS GERAIS, o requerente deverá apresentar documentação específica para cada caso, conforme destacado abaixo: 6.1. NA IMPLANTAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS COM UTILIZAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS 6.1.1. Requerimento conforme o ANEXO I, em 2 (duas) vias; 6.1.2. Estudos de viabilidade de implantação - EVI, no que concerne ao uso dos recursos hídricos, conforme o ANEXO II; 6.2. DAS OBRAS E SERVIÇOS QUE INTERFIRAM COM OS RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS 6.2.1. Em todos os casos: 6.2.1.1. Requerimento próprio, conforme os ANEXOS XI a XVI; em 2 (duas) vias; 6.2.2.1. Para o barramento (Anexo XI) 6.2.2.2. Para a canalização (Anexo XII) 6.2.2.3. Para a travessia (Anexo XIII) 6.2.2.4. Para o desassoreamento ou limpeza de margens (Anexo XIV) 6.2.2.5. Para extração de minérios (Anexo XV) 6.2.2.6. Proteção de leito (Anexo XVI) 6.3. NA EXECUÇÃO DE OBRA PARA EXTRAÇÃO DE ÁGUA SUBTERRÂNEA 6.3.2. Estudo de Avaliação Hidrogeológica, conforme o ANEXO IV, em 2 (duas) vias; 6.3.3. Projeto de perfuração, segundo normas da ABNT, para obtenção de licença de execução de poço, e a documentação nela solicitada, conforme o ANEXO V, em 2 (duas) vias; 6.4. NO USO DOS RECURSOS HÍDRICO (INCLUSIVE SUA REGULARIZAÇÃO) 6.4.1. Em todos os casos: 6.4.1.1. Requerimento próprio, conforme os ANEXOS VI a VIII e X a XVI; em 2 (duas) vias; 6.4.2. Especificamente: 6.4.2.1. Para a captação de água subterrânea (ANEXO VI): a) Relatório final de execução do poço, conforme o ANEXO VII, em 2 (duas) vias; 6.4.2.2. Para a captação de água superficial (ANEXO VIII): c) Especificações técnicas e detalhes de instalação do dispositivo de medição e registro de vazões captadas; f) Relatório de avaliação de eficiência do uso da água, RAE (Anexo IX), nos seguintes casos: - captação de água, superficial, para uso público, irrigação ou processo industrial; - captação de água superficial, para qualquer uso, quando ocorrer a reversão de bacias. 6.4.2.3. Para o lançamento de água (ANEXO X): 6.5. PARA A REGULARIZAÇÃO DOS USOS, OBRAS E SERVIÇOS Aplicam-se os mesmos itens anteriores acrescidos de: a) Termo de compromisso da obra executada, conforme ANEXO XVII; 2 de 5
b) Recibo de recolhimento dos emolumentos relativos à licença de execução da obra, no caso de poço profundo ou da autorização para obra ou serviço que interfira nos recursos hídricos superficiais, nos demais casos. c) Os requerimentos correspondentes a cada caso. 6.6. EXIGÊNCIAS COMUNS A TODOS OS PROCEDIMENTOS 6.6.1. Os estudos hidrológicos, hidráulicos, hidrogeológicos, projetos e obras hidráulicas deverão ter, como responsável, um profissional, empresa ou instituição com habilitação no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA), exigindo-se o comprovante de "Anotações de Responsabilidade Técnica" (ART). 3.2. A DECISÃO NORMATIVA nº 059, de 09 maio 1997, transcrita abaixo em usa totalidade: 1 - A pessoa jurídica que se constitua para prestar ou executar serviços de planejamento, pesquisa, locação, perfuração, limpeza e manutenção de poços tubulares para captação de água subterrânea deverá proceder o devido registro nos CREAs. 2 - A pessoa jurídica enquadrada no item 1 deverá indicar como responsável técnico um profissional Geólogo ou Engenheiro de Minas. 2.1 - Poderão, ainda, responsabilizar-se tecnicamente pelas atividades descritas no item 1. da presente Decisão Normativa, os profissionais com atribuições constantes no Decreto nº 23.569/33, que comprovem ter cursado disciplinas de caráter formativo pertinentes às mencionadas atividades, sendo seu currículo escolar submetido à análise da Câmara Especializada de Geologia e Minas. 3.3. Analisando o Anexo II da Resolução nº 1.010 de 22 de agosto de 2005, que trata da sistematização dos campos de atuação profissional, verifica-se que as disciplinas de hidrologia e hidráulica estão comtempladas nos campos das modalidades Minas e Geologia, Civil e Agronomia e a disciplina de hidrogeologia apenas no campo Minas e Geologia. 3.4. A Resolução nº1, DE 2 FEV 2006 determina: Art. 6º O curso de Engenharia Agronômica ou Agronomia deve possibilitar a formação profissional que revele, pelo menos, as seguintes competências e habilidades: a) projetar, coordenar, analisar, fiscalizar, assessorar, supervisionar e especificar técnica e economicamente projetos agroindustriais e do agronegócio, aplicando padrões, medidas e controle de qualidade; b) realizar vistorias, perícias, avaliações, arbitramentos, laudos e pareceres técnicos, com condutas, atitudes e responsabilidade técnica e social, respeitando a fauna e a flora e promovendo a conservação e/ou recuperação da qualidade do solo, do ar e da água, com uso de tecnologias integradas e sustentáveis do ambiente; c) atuar na organização e gerenciamento empresarial e comunitário interagindo e influenciando nos processos decisórios de agentes e instituições, na gestão de políticas setoriais; d) produzir, conservar e comercializar alimentos, fibras e outros produtos agropecuários; e) participar e atuar em todos os segmentos das cadeias produtivas do agronegócio; f) exercer atividades de docência, pesquisa e extensão no ensino técnico profissional, ensino superior, pesquisa, análise, experimentação, ensaios e divulgação técnica e extensão; g) enfrentar os desafios das rápidas transformações da sociedade, do mundo, do trabalho, adaptando-se às situações novas e emergentes. Parágrafo único. O projeto pedagógico do curso de graduação em Engenharia Agronômica ou Agronomia deve demonstrar claramente como o conjunto das atividades previstas garantirá o perfil desejado de seu formando e o desenvolvimento das competências e habilidades 3 de 5
esperadas, bem como garantir a coexistência de relações entre teoria e prática, como forma de fortalecer o conjunto dos elementos fundamentais para a aquisição de conhecimentos e habilidades necessários à concepção e à prática da Engenharia Agronômica, capacitando o profissional a adaptar-se de modo flexível, crítico e criativo às novas situações. Art. 7º Os conteúdos curriculares do curso de Engenharia Agronômica ou Agronomia serão distribuídos em três núcleos de conteúdos, recomendando-se a interpenetrabilidade entre eles: I - O núcleo de conteúdos básicos será composto dos campos de saber que forneçam o embasamento teórico necessário para que o futuro profissional possa desenvolver seu aprendizado. Esse núcleo será integrado por: Matemática, Física, Química, Biologia, Estatística, Informática e Expressão Gráfica. II - O núcleo de conteúdos profissionais essenciais será composto por campos de saber destinados à caracterização da identidade do profissional. O agrupamento desses campos gera grandes áreas que caracterizam o campo profissional e agronegócio, integrando as subáreas de conhecimento que identificam atribuições, deveres e responsabilidades. Esse núcleo será constituído por: Agrometeorologia e Climatologia; Avaliação e Perícias; Biotecnologia, Fisiologia Vegetal e Animal; Cartografia, Geoprocessamento e Georeferenciamento; Comunicação, Ética, Legislação, Extensão e Sociologia Rural; Construções Rurais, Paisagismo, Floricultura, Parques e Jardins; Economia, Administração Agroindustrial, Política e Desenvolvimento Rural; Energia, Máquinas, Mecanização Agrícola e Logística; Genética de Melhoramento, Manejo e Produção e Florestal. Zootecnia e Fitotecnia; Gestão Empresarial, Marketing e Agronegócio; Hidráulica, Hidrologia, Manejo de Bacias Hidrográficas, Sistemas de Irrigação e Drenagem; Manejo e Gestão Ambiental; Microbiologia e Fitossanidade; Sistemas Agroindustriais; Solos, Manejo e Conservação do Solo e da Água, Nutrição de Plantas e Adubação; Técnicas e Análises Experimentais; Tecnologia de Produção, Controle de Qualidade e Pós-Colheita de Produtos Agropecuários. 3.5. A Resolução 218/73 do CONFEA estabelece, em seu artigo 5º, as atribuições de Engenheiros Agrônomos concedidas ao interessado: Art. 5º - Compete ao ENGENHEIRO AGRÔNOMO: o desempenho das atividades 01 a 18 do artigo 1º desta Resolução, referentes a engenharia rural; construções para fins rurais e suas instalações complementares; irrigação e drenagem para fins agrícolas; fitotecnia e zootecnia; melhoramento animal e vegetal; recursos naturais renováveis; ecologia, agrometeorologia; defesa sanitária; química agrícola; alimentos; tecnologia de transformação (açúcar, amidos, óleos, laticínios, vinhos e destilados); beneficiamento e conservação dos produtos animais e vegetais; zimotecnia; agropecuária; edafologia; fertilizantes e corretivos; processo de cultura e de utilização de solo; microbiologia agrícola; biometria; parques e jardins; mecanização na agricultura; implementos agrícolas; nutrição animal; agrostologia; bromatologia e rações; economia rural e crédito rural; seus serviços afins e correlatos. 4. CONCLUSÃO Considerando as atribuições conferidas aos Engenheiros Agrônomos pela Reolução nº 218/73; e considerando a legislação vigente apresentada, entende-se, s.m.j.: Para execução das atividades constantes no item 6, PROCEDIMENTOS GERAIS, da Portaria DAEE 717/96, estão habilitados para cada caso os seguintes profissionais: 4 de 5
- 6.1. NA IMPLANTAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS COM UTILIZAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS Engenheiro Agrícola e Engenheiro Florestal. - 6.2. DAS OBRAS E SERVIÇOS QUE INTERFIRAM COM OS RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS Engenheiro Agrícola e Engenheiro Florestal (para o item 6.2.2.5. apenas Geólogos e Engenheiros de Minas). - 6.3. NA EXECUÇÃO DE OBRA PARA EXTRAÇÃO DE ÁGUA SUBTERRÂNEA Conhecimentos necessários: hidrologia, hidráulica e hidrogeologia Profissionais habilitados: Geólogo e Engenheiro de Minas - 6.5. PARA A REGULARIZAÇÃO DOS USOS, OBRAS E SERVIÇOS Engenheiro Agrícola e Engenheiro Florestal. Ressaltamos que cada profissional deverá atuar estritamente dentro de sua área de formação, estando a atuação do Engenheiro Agrônomo restrita às atividades rurais. Deve-se ter em conta que poderão haver restrições de caráter individual, não explícitas na documentação apresentada, ou análises particulares que ampliem as atribuições de cada profissional, consoante a Resolução nº 1010/05 do CONFEA. São Paulo, 16 de outubro de 2012. Eng. Agr. Luiz Arnaud Britto de Castro CREA-SP n 0500149556 Assistente Técnico DAP/SUPCOL Visto e de Acordo. São Paulo, de outubro de 2012. Gustavo Schliemann Gerente do DAP/SUPC(OL 5 de 5