SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DO ESTADO DE SÃO PAULO - CREA-SP
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- Therezinha Almeida
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1 INFORMAÇÃO 087/ DAP PROTOCOLO Nº /2012 INTERESSADO: Sra Flávia de Arruda Ferreira Mazzi ASSUNTO: Consulta Técnica 1. IDENTIFICAÇÃO E HISTÓRICO A Eng. Ambiental Flávia de Arruda Ferreira Mazzi protocolou consulta neste Conselho onde pergunta se possui atribuições para realizar atividades de quantificação de mercadoria a granel em embarcação, pelo método de arqueação pelo calado, e identificação de mercadorias (minérios) para exportação e importação. 2. LEGISLAÇÃO A análise do processo baseou-se nos seguintes dispositivos legais: a) Resolução nº 447 do CONFEA, de 22 de setembro de 2000, que dispõe sobre o registro profissional do engenheiro ambiental e discrimina suas atividades profissionais. b) Resolução nº 218, do CONFEA, de 29 de junho de 1973, que discrimina atividades das diferentes modalidades profissionais da Engenharia, Arquitetura e Agronomia. c) Resolução nº 1.010, de 22 de agosto de 2005, que dispõe sobre a regulamentação da atribuição de títulos profissionais, atividades, competências e caracterização do âmbito de atuação dos profissionais inseridos no Sistema Confea/Crea, para efeito de fiscalização do exercício profissional. d) Referenciais Curriculares Nacionais dos Cursos de Bacharelado e Licenciatura - abril de 2010 do Ministério da Educação, Secretaria de Educação Superior. e) Decisão PL 0698/05 do Confea que trata sobre os profissionais habilitados para a elaboração de laudos técnicos de arqueação de graneis sólidos e líquidos. f) Decisão PL 0698/00 do Confea que trata da habilitação de profissional para exercer atividades relacionadas a identificação de minérios em embarcações. 3. ASPECTOS RELEVANTES 3.1. O artigo 1º da Resolução 218/73, do Confea discrimina as atividades que competem às diferentes modalidades da Engenharia, Arquitetura e Agronomia em nível superior e em nível médio, o qual a Resolução 447/00 remete em seu artigo 2º descrito no item 3.2. Art. 1º - Para efeito de fiscalização do exercício profissional correspondente às diferentes modalidades da Engenharia, Arquitetura e Agronomia em nível superior e em nível médio, ficam designadas as seguintes atividades: Atividade 01 - Supervisão, coordenação e orientação técnica; Atividade 02 - Estudo, planejamento, projeto e especificação; 1 de 5
2 Atividade 03 - Estudo de viabilidade técnico-econômica; Atividade 04 - Assistência, assessoria e consultoria; Atividade 05 - Direção de obra e serviço técnico; Atividade 06 - Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico; Atividade 07 - Desempenho de cargo e função técnica; Atividade 08 - Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica; extensão; Atividade 09 - Elaboração de orçamento; Atividade 10 - Padronização, mensuração e controle de qualidade; Atividade 11 - Execução de obra e serviço técnico; Atividade 12 - Fiscalização de obra e serviço técnico; Atividade 13 - Produção técnica e especializada; Atividade 14 - Condução de trabalho técnico; Atividade 15 - Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção; Atividade 16 - Execução de instalação, montagem e reparo; Atividade 17 - Operação e manutenção de equipamento e instalação; Atividade 18 - Execução de desenho técnico Da Resolução 447/00 do Confea, temos: Art. 2º - Compete ao engenheiro ambiental o desempenho das atividades 1 a 14 e 18 do art. 1º da Resolução nº 218, de 29 de junho de 1973, referentes à administração, gestão e ordenamento ambientais e ao monitoramento e mitigação de impactos ambientais, seus serviços afins e correlatos. Parágrafo único. As competências e as garantias atribuídas por esta Resolução aos engenheiros ambientais, são concedidas sem prejuízo dos direitos e prerrogativas conferidas aos engenheiros, aos arquitetos, aos engenheiros agrônomos, aos geólogos ou engenheiros geólogos, aos geógrafos e aos meteorologistas, relativamente às suas atribuições na área ambiental Nos Referenciais Curriculares Nacionais dos Cursos de Bacharelado e Licenciatura, elaborado pelo Ministério da Educação MEC, observa-se o perfil do Engenheiro Ambiental e Sanitário e seu ambiente de atuação profissional: PERFIL DO EGRESSO O Bacharel em Engenharia Ambiental e Sanitária ou Engenheiro Ambiental e Sanitarista atua no planejamento, na gestão ambiental e na tecnologia sanitária e ambiental. Em sua atividade, projeta e acompanha a execução de infraestruturas, instalações operacionais e serviços de: abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo das águas pluviais urbanas e urbanização. Avalia e analisa os impactos ambientais de empreendimentos nos ecossistemas naturais e propõe ações de preservação, conservação e recuperação do meio ambiente. Coordena e supervisiona equipes de trabalho, realiza pesquisa científica e tecnológica e estudos de viabilidade técnico-econômica; executa e fiscaliza obras e serviços técnicos; efetua vistorias, perícias e avaliações, emitindo laudos e pareceres. Em sua atuação, considera a ética, a segurança, a legislação e os impactos sócio ambientais. AMBIENTES DE ATUAÇÃO 2 de 5
3 O Engenheiro Ambiental e Sanitarista atua em empresas de tecnologia ambiental; em órgãos públicos e empresas de construção de obras de infraestrutura hidráulica e de saneamento; em empresas e laboratórios de pesquisa científica e tecnológica. Também pode atuar de forma autônoma, em empresa própria ou prestando consultoria A título de melhor esclarecimento, destaca-se o Campo de Atuação Profissional do Engenheiro Ambiental, consignado no Anexo II da Resolução nº 1010/05 do Confea: CAMPO DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL NO ÂMBITO DA ENGENHARIA AMBIENTAL Recursos Naturais Sistemas, Métodos e Processos de Aproveitamento, Proteção, Monitoramento, Manejo, Gestão, Ordenamento, Desenvolvimento e Preservação de Recursos Naturais. Recuperação de Áreas Degradadas, Remediação e Biorremediação de Solos Degradados e Águas Contaminadas e Prevenção e Recuperação de Processos Erosivos Recursos Energéticos Fontes Tradicionais, Alternativas e Renováveis de Energia Relacionadas com a Engenharia Ambiental. Sistemas e Métodos de Conversão e Conservação de Energia, e Impactos Energéticos Ambientais. Eficientização Ambiental de Sistemas Energéticos Vinculados aos Campos de Atuação da Engenharia Gestão Ambiental Planejamento Ambiental em Áreas Urbanas e Rurais. Prevenção de Desastres Ambientais. Administração, Gestão e Ordenamento Ambientais. Licenciamento Ambiental. Adequação Ambiental de Empresas. Monitoramento Ambiental. Avaliação de Impactos Ambientais e Ações Mitigadoras. Controle de Poluição Ambiental. Instalações, Equipamentos, Componentes e Dispositivos da Engenharia Ambiental Por fim, vale destacar a Decisão Plenária 0698/2005 e a Decisão Plenária 0698/00 ambas do Confea, que tratam a respeito do tema abordado: Ref. SESSÃO : Plenária Ordinária DECISÃO : PL-0698/2005 PROTOCOLO : CF-2545/2005 INTERESSADO : Crea-PA EMENTA: Consulta do Crea-PA, sobre os profissionais habilitados para a elaboração de laudos técnicos de arqueação de graneis sólidos e líquidos. D E C I S Ã O O Plenário do Confea reunido em Brasília, nos dias 23 e 24 de agosto de 2005, apreciando a Deliberação 772/2005-CEP, relativa ao protocolo em epígrafe, que trata de consulta do Crea-PA, sobre os profissionais habilitados para a elaboração de laudos técnicos de arqueação de graneis sólidos e líquidos, e considerando a Decisão PL-0698/2000, que dispõe sobre consulta encaminhada pelo Crea-MS acerca dos profissionais habilitados para desempenhar as atividades relacionadas na Instrução Normativa 088, de 9 de outubro de 1991, publicada pela Secretaria da Receita Federal SRF; considerando que a Instrução Normativa 157, de 22 de dezembro de 1998, que revogou a Instrução Normativa 088, de 1991, dispõe sobre a prestação de assistência técnica para identificação e quantificação de mercadoria, importada e a exportar, e regula o processo de credenciamento de entidades, órgãos e técnicos; considerando que arqueação de carga, expressa em termos brutos ou líquidos, segundo Normas da Autoridade Marítima (NORMAM), é caracterizada pela determinação de um coeficiente adimensional que expressa o tamanho total ou a capacidade útil, respectivamente, de uma embarcação a partir de parâmetros próprios do seu projeto, necessitando, para tanto, de conhecimentos dos engenheiros navais; considerando que a Decisão CR-0443/1993 do 3 de 5
4 Confea, em seu item 3, determina que são habilitados para a atividade de arqueação de carga os engenheiros navais; considerando que a arqueação de granéis sólidos e líquidos é usualmente utilizada para designar a quantificação da mercadoria a granel transportada por veículos aquáticos, no despacho aduaneiro de importação ou de exportação; considerando que esta quantificação, de acordo com a Instrução Normativa 157, de 1998 SRF, é feita por mensuração, que consiste na determinação do peso da mercadoria a granel, expressa em quilogramas, mediante pesagem, arqueação ou medição direta; considerando que a Decisão PL-0698/2000, do Confea, analisando os profissionais habilitados para certificar a citada quantidade de materiais transportados a granel, relacionando volume e massa específicos, esclareceu em seu item 2 que a citada certificação é da competência de todo e qualquer profissional com registro no Sistema Confea/Crea; considerando que a Decisão PL-0698/2000 não esclarece de forma suficiente que a referida certificação de massa e/ou volume se trata da quantificação referida na Instrução Normativa 157, de 1998 SRF, DECIDIU, por unanimidade: 1) Esclarecer que as atividades de arqueação de carga de veículos aquáticos são de competência exclusiva dos engenheiros navais, conforme item 3 da Decisão CR-0443/93. 2) Esclarecer que a quantificação de granéis sólidos e líquidos feita por mensuração é de competência de todo e qualquer profissional com registro no Sistema Confea/Crea. 3) Revogar o item 2 da Decisão PL-0698/ (grifo nosso). Ref. SESSÃO : Plenária Ordinária DECISÃO Nº : PL-0698/2000 PROTOCOLO Nº : CF-0529/99 INTERESSADO : CREA-MS EMENTA: Consulta: Profissional habilitado para desempenhar as atividades relacionadas na Instrução Normativa nº 088 de 09 de OUT 1991 da Secretária da Receita Federal SRF. Relatório e Voto Fundamentado em Pedido de Vista, em segunda discussão. Aprovado. D E C I S Ã O O Plenário do CONFEA, apreciando o Relatório e Voto Fundamentado em Pedido de Vista, em segunda discussão, exarado pelo Conselheiro Federal Sérgio Luiz Chautard no protocolo em epígrafe, que trata de consulta formulado pelo CREA-MS quanto aos profissionais habilitados para desempenhar as atividades relacionadas na Instrução Normativa nº 88, de 09 de outubro de 1991 da Secretaria da Receita Federal - SRF, considerando o que os Técnicos certificantes devem distinguir entre os diversos minérios transportados a granel e também distinguir entre os produtos vegetais transportados a granel; considerando que os técnicos certificantes devem comprovar a quantidade de materiais transportados a granel relacionando volume e massa específica, DECIDIU aprovar o Relatório e Voto Fundamentado em Pedido de Vista, em segunda discussão, na forma apresentada, o qual conclui por fazer os seguintes esclarecimentos ao CREA-MS em resposta ao Ofício nº 021/99 SAC: 1) Identificação de Minérios e Produtos Vegetais - Para minérios são habilitados os profissionais de Nível Superior e/ou Médio das especialidades Geologia e Minas; para produtos vegetais são habilitados os profissionais de Nível Superior e/ou Médio da Área Agronômica. 2) Para certificação de massa e/ou volume todo e qualquer profissional com registro no Sistema CONFEA/CREAs... (grifo nosso) 4. CONCLUSÃO Segundo constatou-se em consulta às atribuições da profissional Eng. Ambiental Flávia de Arruda Ferreira Mazzi, a ela foi concedido o artigo 2º da Resolução nº 447/00 do Confea. Neste caso, ressaltamos que a frase destacada em negrito na citada resolução, qual seja, referentes à administração, gestão e ordenamento ambientais e ao monitoramento e mitigação de impactos ambientais, seus serviços afins e correlatos, é que particulariza o profissional, uma vez que as atribuições definidas consistem em um conjunto de atividades técnicas descritas de forma genérica. Entretanto, notamos que as atividades de quantificação de mercadorias transportadas por veículos aquáticos deve contemplar uma abordagem completa das questões referentes a arqueação de granéis sólidos e líquidos, exigindo conhecimentos que vão além dos aspectos ambientais. Para tanto, a PL 0698/2005 do Confea disciplina tais competências ao Engenheiro Naval. Por outro lado, a PL 0698/00 também do Confea habilita os profissionais de nível superior e/ou médio das especialidades Geologia e Minas para a realização das atividades de identificação de minérios a serem transportados por embarcações. 4 de 5
5 Assim sendo, e tendo como referência os dispositivos acima destacados, concluímos que a Engenheira Ambiental Flávia de Arruda Ferreira Mazzi não possui as atribuições necessárias para responsabilizar-se tecnicamente pelas atividades de quantificação de mercadoria a granel e de identificação de minérios transportados por veículos aquáticos,. Destacamos que a legislação ora citada, encontra-se, entre outras, disponível para consulta, através do endereço eletrônico: São Paulo, 12 de novembro de Eng. Mec. Douglas José Matteocci Assistente Técnico DAP/SUPCOL CREA-SP nº Ciente. De acordo. Arq. e Urb. Gustavo Antonio Schliemann Gerente DAP/SUPCOL 5 de 5
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