DIVISIBILIDADE. Noções Básicas para a Classificação de Minerais e Rochas. Clivagem. Clivagem

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Transcrição:

DIVISIBILIDADE Noções Básicas para a Classificação de Minerais e Rochas É a resistência que um mineral oferece ao se quebrar. Ao aplicarmos uma força ou golpe adequado, os minerais irão se romper, com certas particularidades, às vezes refletindo a estrutura cristalina. São gerados basicamente 3 tipos de divisibilidade: T7- Divisibilidade,, Propriedades Organolépticas (Tato, Sabor, Odor) -2010- Aula baseada nos slides da Profa. Dra Tamar M.B. Galembeck e Prof. Dr. Joaquim Silva Simão 1- Clivagem, 2- Partição ão, 3- Fratura. Clivagem Característica do mineral em se romper produzindo superfícies planas definidas e paralelas entre si. Clivagem Esses planos de fraqueza podem ser devidos a: 1- ligações mais fracas em certas direções do que em outras; Essas superfícies planas são denominadas planos de clivagem ou superfícies de clivagem. A clivagem evidencia a estrutura cristalina do mineral. 2- espaçamento reticular maior no cristal formando ângulos retos com a clivagem. No plano de clivagem haverá uma maior densidade de partículas (átomos, íons, moléculas, etc). Desenvolve-se em planos de fraqueza do mineral. Exemplo: A grafita tem uma clivagem proeminente em placas, pelo fato de que dentro das placas existe ligação forte - covalente, mas entre elas há uma ligação fraca de Van der Waals, dando origem à clivagem. E, o diamante, constituído pelo mesmo elemento C, possui apenas um tipo de ligação, a covalente, e a sua clivagem excelente ocorre ao longo daqueles planos reticulares tendo o espaçamento máximo. Geralmente, uma ligação fraca é acompanhada de um espaçamento reticular grande, pois a força de atração não pode manter os planos bem juntos uns aos outros, como é o caso da grafita. 1

A clivagem pode ser descrita quanto: - Qualidade Quanto a Qualidade Proeminente (excelente): superfícies completamente planas que se separam com leves pressões. Exs: micas, calcita, etc. - Número de direções (sólido geométrico). Diamante com clivagem octaédrica Ex.: moscovita Clivagem proeminente Perfeita (boa): superfícies escalonadas com algumas fraturas, mais difíceis de se separarem. Exs: feldspatos, piroxênios, anfibólios, etc. Microclina Ex.: fluorita Clivagem perfeita (4 direções) Distinta ou mediana (regular): superfícies planas escalonadas com fraturas. Ex: arsenopirita, 1 direção. Indistinta ou Imperfeita (má): quase não há superfícies lisas. Ex: Berilo 2

Quanto ao número de direções Octaedro e Dodecaedro 8 triângulos Octaedro 4 direções, 8faces Prismática Dodecaedro 6 direções, 12 faces Romboédrica 3 direções 6 faces (72º /108º ). Ex. Calcita 12 pentágonos Quanto ao número de direções Quanto ao número de direções Clivagem cúbica Galena Clivagem octaédrica Fluorita Clivagem dodecaédrica Esfalerita Clivagem cúbica Clivagem octaédrica Clivagem dodecaédrica Clivagem romboédrica Calcita Clivagem prismática Aragonita Clivagem pinacóidal ou basal Topázio Clivagem romboédrica Clivagem prismática Clivagem pinacóidal ou basal Clivagem- Considerações Finais Partição A clivagem é caracterizada pela repetição, que é sempre consistente com a simetria do cristal. A maioria dos minerais não possui clivagem alguma. Porém quando presente, ela serve como critério diagnostico. Certos minerais, quando sujeitos a tensão ou pressão, desenvolvem planos de menor resistência mecânica ao longo dos quais podem romper-se. Os cristais geminados, especialmente os geminados polissintéticos podem separar-se facilmente ao longo dos planos de composição. Os minerais de hábito prismático podem se romper em planos perpendiculares ao de maior comprimento do prisma. Quando se produzem superfícies planas em um mineral por meio de seu rompimento ao longo de algum dos tais planos predeterminados, diz-se que o cristal tem uma partição. 3

Partição Partição Para o desenvolvimento dos planos de partição é necessário que o esforço seja exercido de forma orientada no mineral. Exemplos de partição: Romboédrica do Corindon Por isso, nem todos os exemplares de determinada espécie mineral exibem essa propriedade que, em alguns casos, só se verifica nos exemplares geminados ou contendo inclusões orientadas. Muitas vezes é difícil distinguir, por simples observação macroscópica, a partição da clivagem. Ex.: Basal da Hornblenda Partição Fratura Entende-se por fratura de um mineral a maneira pela qual ele se rompe quando isto não se produz ao longo de superfícies de clivagem ou de partição. Tipos de fratura: 1- Fibrosa: na forma de fibras Fratura Fratura 2- conchoidal: quando a fratura tem superfícies lisas, curvas, semelhantes à superfície interna de uma concha. Esta é a observada mais comumente em substância como o vidro e o quartzo. 3- serrilhada ou dentada: quando o mineral se rompe segundo uma superfície dentada, irregular, com bordas cortantes. Ex: cobre nativo. 4

Fratura 4- Igual ou plana: ocorre quando as superfícies de fratura se aproximam de uma superfície plana, embora possuam pequenas e suaves elevações e depressões (como a superfície de um terreno relativamente plano). 5- Desigual ou irregular: quando o mineral se rompe formando superfícies rugosas e irregulares. São superfícies com todos os tipos de altos e baixos,dispostos aleatoriamente. É a resistência que um mineral oferece ao ser quebrado, esmagado, curvado ou rasgado. É um sinônimo de força de coesão que está relacionado com a natureza e intensidade das forças de ligação entre as partículas constituintes. Esta propriedade têm grande importância na indústria, mas é de aplicabilidade restrita na determinação de minerais Classificação: frágil, séctil, flexível, elástico, dúctil. 1- friável: materiais que se quebram facilmente com o martelo e os fragmentos ficam no lugar. Geralmente o mineral pode ser quebrado por simples pressão, sem bater fortemente com o martelo. Ex.; bauxita, gipso. 2- frágil: materiais que se quebram facilmente com o martelo e os fragmentos saltam para os lados. Ex: enxofre. 3-tenaz: o mineral possui grande resistência contra qualquer ataque mecânico. Ex.: quartzo. 4- séctil: aquele que pode ser cortado em lâminas por um canivete, sendo as lascas coerentes. Ex.: gipso. 5

5- maleável: o mineral deforma-se sob o impacto do martelo, sem se romper, reduzindo-se a lâminas. Ex.: cobre, prata, ouro. 6- elástico: minerais que submetidos a uma deformação pela aplicação de uma pressão, se deformam e quando cessada a mesma, voltam a apresentar a sua forma original. Ex.: muscovita. 7- flexível: minerais que submetidos a uma deformação pela aplicação de um esforço sofrem deformação sem se romper pela aplicação do mesmo. A forma adquirida com a aplicação do esforço permanece após a retirada deste. Ex.: talco, vermiculita. 8- dúctil: minerais que possuem a propriedade de formar fios sem se romper sob tração. Ex.: ouro, prata. Ouro PROPRIEDADES ORGANOLÉPTICAS DIZEM RESPEITO A ALGUNS DOS NOSSOS SENTIDOS Somente pode ser percebido se o mineral for solúvel em água, como a maioria dos sais OLFATO Alguns minerais desprendem naturalmente cheiros característicos mas, outros, precisam ser friccionados, aquecidos, umedecidos, tratados por ácidos para desprenderem odor Em relação ao sabor os minerais podem ser classificados em: Salino ou salgado: gosto salgado do sal de cozinha. Ex.:halita NaCl Sensação ao toque com os dedos, ou a língua PALADAR Somente pode ser percebido se o mineral for solúvel em água, como a maioria dos sais Embora de pequena importância, às vezes são de grande utilidade prática 6

Adstringente: gosto salgado que amarra a boca (semelhante ao de banana Alcalino: gosto de álcalis, de soda cáustica. Ex. trona - Na 3 H(CO 3 ) 2.2H 2 O verde). Ex.: alunita KAl 3 (OH) 6 (SO 4 ) 2 Amargo: gosto de sal amargo. Ex.: epsonita MgSO 4.7H 2 O Doce: gosto adocicado. Ex.: bórax Na 2 B 4 O 7.10H 2 O Ácido: gosto azedo metálico. Ex.: calcantita CuSO 4. 5H 2 O ODOR Poucos minerais têm cheiro; alguns desprendem naturalmente cheiros característicos mas, outros, precisam ser friccionados, aquecidos, umedecidos, tratados por ácidos para desprenderem odor. Os odores mais característicos são: Aliáceo: cheiro de alho e é gerado normalmente quando se atrita composto de arsênio. Ex.: arsenopirita FeAsS. 7

ODOR Sulfuroso: cheiro de enxofre queimado. É próprio dos sulfetos aquecidos. Ex.: pirita FeS 2 (quando friccionada)) Fétido: cheiro de ovos podres, emitido pela galena ( PbS), quando tratada por HCl. ODOR ODOR Argiloso: cheiro peculiar de argila molhada. Ex.: argila Ao tocar com os dedos, a mão ou a língua podem ser apreciadas propriedades tais como Untuosidade: são untuosos ao tato. Ex.: talco e grafite Caolinita: Al 4 Si 4 O 10 (OH) 8 Montmorilonita: (Al,Mg) 8 (Si 4 O 10 ) 3 (OH) 10 12H 2 O Talco: Mg 3 Si 4 O 10 (OH) 2 Áspero: Ex.: bauxita Frio: Ex.: pedras preciosas e quartzo Diamante:C Berilo:Be 3 Al 2 (Si 6 O 18 ) Quartzo: SiO 2 Gibbsita: Al(OH) 3 Fotos: www.webmineral 8

Suave de seda: Ex.: asbesto Liso: Ex.: opala Opala preciosa Opala: SiO 2 nh 2 O Crisotila (Asbesto): Mg3Si2O5(OH)4 Pegajoso: Ex.: argila, principalmente quando tocada pela língua Caolinita: Al 4 Si 4 O 10 (OH) 8 Montmorilonita: (Al,Mg) 8 (Si 4 O 10 ) 3 (OH) 10 12H 2 O 9