Princípios Teóricos da Estereoscopia

Documentos relacionados
Engenharia de Faixa de Dutos Terrestres

O principal objetivo do estímulo visual, tanto em RV quanto em RA é fornecer ao usuário a sensação de tridimensionalidade.

Sistematização de procedimentos para visualização, por mais de um usuário, de imagens estáticas estereoscópicas utilizando-se tecnologia simplificada

Protótipo tipo de um Ambiente de. Estereoscopia. Edson Momm. Prof. Dalton Solano dos Reis Orientador

ϕ =Ângulo paralático d= profundidade Oe O intervalo médio para visão de profundidade varia de 25 cm a 600 metros;

Disciplina: Aerofotogrametria e Tratamento de imagem

AQUISIÇÃO DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

Computação Gráfica. Prof. MSc. André Yoshimi Kusumoto

FERRAMENTAS BÁSICAS E BARRAS DE FERRAMENTAS SketchUp Pro 2017

5 - (UFMG) As figuras representam, de forma esquemática, espelhos e lentes.

Computação Gráfica. Prof. MSc. André Yoshimi Kusumoto

Desenho Auxiliado por Computador

Perspectivas Professora Valéria Peixoto Borges

Computação Gráfica - 01

Introdução Geral a Computação Gráfica. Universidade Católica de Pelotas Curso de Engenharia da Computação Disciplina de Computação Gráfica

1 Representação Gráfica Aula 09/10 Espaço e Perspectiva - Prof. Luciano ESPAÇO E DIMENSÃO

Como desenharemos um objeto Real tridimensional em uma folha de papel?

Computação Gráfica - 09

Computação Gráfica - 09

APOSTILA GEOMETRIA DESCRITIVA

Historia e efeitos visuais em C.G.

AULA 3 DESENHO ORTOGRÁFICO

Pipeline de Visualização 3D

Imagem Digital. Claudio Carvilhe

FOTOGRAMETRIA. Universidade do Minho/ Escola de Engenharia/ Departamento de Engenharia Civil/Topografia/Elisabete Freitas 1

P E R S P E C T I V A S

Capítulo 4 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHOS

FOTOGRAMETRIA: FUNDAMENTOS E PROCESSOS. LEB 450 Topografia e Geoprocessamento II Prof. Carlos A. Vettorazzi

FAMEBLU Arquitetura e Urbanismo

Aluno(a): Nº. Professor: Fabrízio Gentil Série: 2 o ano Disciplina: Física - Óptica geométrica. Mecanismos do Eclipse

Geometria Descritiva Básica (Versão preliminar)

Chamamos de instrumentos de projeção aqueles que fornecem uma imagem real, que pode, portanto, ser projetada em um anteparo, uma tela ou um filme.

1. Projeções e Vistas Principais

LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO

Documentação técnica de produto- Vocabulário Parte 2: Termos relativos aos métodos de projeção

CARTOGRAFIA TEMÁTICA Teoria das cores. Prof. Luciene S. Delazari Departamento de Geomática Curso de Engenharia Cartográfica e de Agrimensura

Projeções paralelas. Professor: João Carmo

Dominando o ato de desenhar

3 Técnicas de medição do escoamento

Geração de Imagens 3D em anaglifo

4 Webcam Estereoscópica - uma nova abordagem

Introdução ao Processamento e Síntese de imagens - Projeções

Mat. Monitor: Roberta Teixeira

DETERMINANTE Geometria Plana Lista 4 1. Considere um triângulo ABC retângulo em A, onde AB 21 e AC 20.

Desenho técnico I. Faculdade Educacional de Medianeira. Curso: Agronomia. Disciplina: Desenho técnico. Aula 02 - Normatização

O sistema visual humano e noções de colorimetria

Paralaxe, Ponto Flutuante e Escala. Fotogrametria e Fotointerpretação Prof. Dr. Raoni W. D. Bosquilia

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE EXPRESSÃO GRÁFICA PROF. ANDERSON ROGES TEIXEIRA GÓES GEOMETRIA NO ENSINO

Compreendendo os efeitos da projeção nas imagens aéreas. Fotogrametria e Fotointerpretação Prof. Dr. Raoni W. D. Bosquilia

Semelhança de triângulos. 3 Exercícios para aula. 2 Casos de semelhança. 2.3 Lado proporcional, Lado proporcionl, Lado proporcional (L p, L p, L p )

Estudo Dirigido - Desvendando a Geometria Analítica: Distância entre dois pontos

FOTOGRAMETRIA E FOTOINTERPRETAÇÃO

A terceira dimensão. Modelagem tridimensional Elaboração tridimensional Realidade virtual

Reconstrução e Síntese de Cenários Tridimensionais a partir de Imagens Estereoscópicas

AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE TÉCNICAS DE ESTEREOSCOPIA PARA APRESENTAÇÃO DE CONCEITOS DE GEOMETRIA DESCRITIVA

COMPUTAÇÃO GRÁFICA. Ana Paula Mandelli

Desenho Técnico. Aula 02

Tarefa 03 Professor Bernadelli

Perspectiva / / Perspectiva Isométrica. Fonte: Miceli, Perspectiva Cavaleira. Fonte: Miceli, 2008.

VISÃO anatomia do olho. Retina: região no fundo do olho onde os estímulos visuais são captados e transmitidos ao

Computação Gráfica Transformações Projetivas

Desenho Auxiliado por Computador

Perspectiva. Perspectiva Isométrica. Fonte: Miceli, Perspectiva Cavaleira. Fonte: Miceli, 2008.

Desenho Técnico. Projeções Ortogonais 01. Prof. João Paulo Barbosa

Visualização em 3-D - Projeções Planares

Curso de desenho técnico e AutoCAD

Processamento de Imagem. A Imagem digital Professora Sheila Cáceres

QuadLOD: Uma Estrutura para a Visualização Interativa de Terrenos

Fundamentos sobre. Universidade Federal do Rio de Janeiro - IM/DCC & NCE. Antonio G. Thomé Sala AEP/1033. Processamento de Imagens

Desenho Técnico. Prof. Aline Fernandes de Oliveira, Arquiteta Urbanista 2010

FÍSICA:TERMODINÂMICA, ONDAS E ÓTICA

desta escala em uma fotografia revelada. A redução na ampliação foi de 52%, ou seja, as medidas lineares nas fotografias corresponderam

PMR2560 Visão Computacional Visão estéreo. Prof. Eduardo L. L. Cabral

Fotogrametria II. Restituidores Analógicos

Exercícios. 8) Relacione a tecnologia Laserscanner (perfilamento a Laser) com a aerofotogrametria. Fale sobre suas aplicações.

Restituição / Pontos de Apoio. Fotogrametria e Fotointerpretação Prof. Dr. Raoni W. D. Bosquilia

PLANO DE RECUPERAÇÃO 3º TRIMESTRE

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O QUE HÁ EM COMUM NESTES DESENHOS?

10 Visualização em 3D - Projeções

A terceira dimensão. A terceira dimensão. Modelagem tridimensional. A terceira dimensão Wilson de Pádua Paula Filho

Introdução às Ciências Físicas Módulo 1 Aula 4

Fotogrametria. Laboratório de Topografia e Cartografia - CTUFES

básicos da geometria descritiva, destacando os tipos Inicia se pelo estudo do ponto e depois estende se

SISTEMAS DE PROJEÇÃO

3 - Um objeto de 1,8 m de altura foi colocado diante de uma câmara escura de orifício conforme o esquema a seguir.

Equação da circunferência e Geometria Espacial

O objetivo deste artigo é mostrar como é possível simular uma imagem 3D no MSX, através da técnica de anaglifo.

Projeções. Prof. Márcio Bueno

OTI Ótica QUÍMICA

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Apresentação e Aplicações de Óptica Geométrica (ENEM/UERJ)

Poliedros 1 ARESTAS FACES VERTICES. Figura 1.1: Elementos de um poliedro

Projeto e computação gráfica I. Universidade Federal de São João del-rei Pedro Mitsuo Shiroma Sala 119 Bloco 3

Introdução ao Desenho Técnico. Instalações elétricas I. Curso Técnico em eletrônica Ênfase em Eletrotécnica

Projeções ortográficas. Desenho Técnico 2017/1 Prof. Rafael Berti Schmitz

Projeções: conceitos. Projetar pontos no espaço d dimensional no plano d-1 dimensional, usando um ponto especial chamado centro de projeção

AULA 4. Atividade Complementar 10: Sistemas lineares 2x2 e sua interpretação geométrica 31

O que é Fotogrametria?

Transcrição:

Princípios Teóricos da Estereoscopia AIVITS Ambientes de Imersão Virtual de Tecnologia Simplificada LAGEAR Laboratório Gráfico para Ensino da Arquitetura EVA Estúdio Virtual de Arquitetura Escola de Arquitetura da UFMG Agosto de 2008 Coordenadora: Prof. Maria Lúcia Malard Colaboradores: José Cabral dos Santos Filho, Ana Paula Baltazar, Rodrigo Peronti, Wallace Lages Bolsistas: Marcus Braga Costa, Vanilson Cosme

APRESENTAÇÃO O presente trabalho expõe e sistematiza informações pertinentes à produção de imagens para visualizações estereoscópicas em meios digital (visualização em monitores de computador, sejam de cristal líquido ou de tubos de raios catódicos, além de projeções em grandes dimensões) e impresso (visualização em livros, revistas, mapas, etc), com o auxílio de óculos especiais. A seqüência de exposição das informações considera o nível de complexidade e de entrelaçamento das mesmas, partindo-se de informações básicas relativas aos efeitos físicos que sugerem noções de profundidade e chegando-se a informações complexas relativas à percepção ótica do espaço a nossa volta, a qual ocorre no cérebro. 2

1. Aspectos fundamentais de mecanismos para captação de imagens Considerando que mecanismos para captação de imagens, como máquinas fotográficas, câmeras filmadoras e cada um dos olhos de um animal, correspondem ao vértice cume de uma pirâmide, tem-se que: o o centro geométrico da base destes sólidos corresponde ao foco visual (alvo a ser visualizado) dos mecanismos para captação de imagens; o os ângulos de abrangência do campo visual destes mecanismos correspondem aos ângulos limitados pelo vértice cume e pelas faces inclinadas dos sólidos; o a orientação destes mecanismos é definida pela reta que liga o vértice cume da pirâmide (ponto de vista) ao centro geométrico de sua base (foco visual) e por uma reta (usualmente chamada vector up) normal ao plano que contem a reta suporte do ponto de vista e do foco visual. Figura 01: Representação geométrica esquemática de um mecanismo para captação de imagens. 3

Figura 02: Esquema mostrando em amarelo transparente o ângulo de abrangência visual horizontal e em azul o ângulo de abrangência visual vertical. Figura 03: Esquema mostrando em laranja o ângulo de abrangência visual horizontal e em vermelho o ângulo de abrangência visual vertical. 4

Figura 04: Esquema mostrando o ângulo de abrangência horizontal, contido no plano normal ao vector up. Figura 05: Esquema mostrando o ângulo de abrangência vertical de um mecanismo de captação de imagens. 5

2. Estereoscopia Justaposição dos termos gregos stereo, relativo a dois (duplo), e scopos, relativo a visão (observador), estereoscopia diz respeito a visualização de um mesmo foco por dois mecanismos de captação de imagens. Em linhas gerais, quando em seres humanos, diz-se que a imagem percebida pelo cérebro resulta da combinação de duas imagens captadas uma em cada olho. Este par de imagens recebe o nome de par estereoscópico (do inglês stereo image pair), podendo ser captado por meio de máquinas fotográficas e câmeras filmadoras para posterior reprodução ou ser produzido por meio de softwares para modelagem virtual, como SkechtUp e 3DStudio MAX. Figura 06: Mecanismos para captação de imagens com focos visuais coincidentes e com vectors up paralelos entre si. Esquema análogo aos olhos humanos. 6

Figura 07: Mecanismos para captação de imagens com focos visuais coincidentes. Segundo o dicionário on-line Babylon [1] e a enciclopédia on-line Wikipedia [2], a estereoscopia é a simulação de duas imagens de uma cena as quais são projetadas nos olhos em pontos de observação ligeiramente diferentes. O cérebro funde as duas imagens, e nesse processo, obtém informações quanto à profundidade, distância, posição e 7

tamanho dos objetos, gerando uma sensação de visão tridimensional. Por meio da Estereoscopia, é possível a confecção de Cartas Topográficas num processo chamado Restituição, no qual um operador é capaz, a partir de duas fotografias aéreas, ver a imagem de um terreno em três dimensões, sendo assim capaz de desenhar o que se vê num aparelho restituidor. Ressalta-se, no entanto, que a obtenção de informações relativas a distâncias, posições e tamanhos de objetos não se deve somente à fusão do chamado par estereoscópico. São efeitos inerentes à aparência do espaço e independentes de mecanismos para captação de imagens (olhos, a exemplo) a iluminação, a oclusão e as sombras [3], enquanto que a percepção perspectivada do espaço decorre de características próprias dos mecanismos (ângulo de abrangência do campo visual, a exemplo), não sendo condicionada significativamente pela fusão do par estereoscópico. A oclusão (no sentido de obstrução visual), a iluminação e as sombras (conseqüências diretas da iluminação) facilitam a identificação da posição relativa e do tamanho dos objetos.. Através da iluminação e das sombras, compreende-se, em especial, a forma e o tamanho dos volumes. Através da oclusão, sabe-se, em especial, qual objeto está mais próximo do ponto de vista [3]. Figura 08: Oclusão. Fonte: [3] 8

Figura 09: Situação sem iluminação. Fonte: [3] Figura 10: Situação com iluminação. Fonte: [3] Figura 11: Situação com iluminação e sombra. Fonte :[3] 3. Perspectiva Do latim perspectiva, que se relaciona ao termo ponto-de-vista [4], significa representação de um fenômeno tridimensional em uma superfície bidimensional ou aspecto da percepção visual do espaço e dos objetos nele contidos captados pelos olhos sejam de seres humanos sejam de animais[5]. 9

Segundo Leggitt [4], é possível representar bidimensionalmente informações de natureza tridimensional através de perspectivas com pontos-de-fuga, sendo estes os pontos para os quais retas espacialmente paralelas entre si convergem quando na representação bidimensional; e através de perspectivas sem pontos-de-fuga, também chamadas desenhos paralelos. Nestes, as retas espacialmente paralelas entre si são representadas, em relação aos três eixos estruturadores do espaço (eixos horizontais X e Y e o eixo vertical Z), paralelamente, sendo irreais conforme a percepção ótica humana. Figra12: Perspectiva paralela. Leggitt sistematiza, ainda, três categorias de perspectivas com pontos-de-fuga: perspectivas com um ponto-de-fuga, também chamadas perspectivas com ponto-de-fuga central, apresentando razoável semelhança à percepção ótica humana; perspectivas com dois pontos-de-fuga, representações bidimensionais bastante semelhantes à percepção ótica humana, havendo usualmente convergência de retas espacialmente paralelas aos eixos horizontais X e Y; e perspectivas com três pontos-de-fuga, irreais conforme a 10

percepção ótica humana devido a convergência de retas espacialmente pararlelas também ao eixo Z. Figura 13: Perspectiva com ponto-de-fuga central. Figura 14: Perspectiva com ponto-de-fuga central destacado. 11

Figura 15: Perspectiva com dois pontos de fuga. Figura 16: Perspectiva com três pontos de fuga 12

Vale completar que a variação do ângulo de abrangência do campo visual implica em variações de aspecto de objetos vistos, havendo acentuação ou atenuação da convergência de retas espacialmente paralelas entre si. Uma imagem visualizada por uma lente de 35mm de diâmetro pode ser classificada como perspectiva com dois pontos de fuga, sendo pequena a convergência em relação ao eixo Z. Essa mesma imagem visualizada por uma lente de 15mm pode ser classificada como perspectiva com três pontos-de-fuga. Figura 17: Conjunto urbano visualizado por uma lente com 35mm de diâmetro. Figura 18: Conjunto urbano visualizado por uma lente com 15mm de diâmetro. 13

4. Disparide e Paralaxe Considerando que existem diferenças entre as imagens formadas nas retinas de cada olho (uma vez que cada olho corresponde a um ponto de vista, como já explicitado), chama-se de disparidade o espaçamento entre o mesmo ponto, quando projetado nas duas retinas. No ponto onde coincidem os focos visuais de cada olho, a disparidade vale zero [3]. Figura 19: Esquema mostrando imagens captadas em cada olho. Devido à diferença de ponto de vista, as imagens então captadas são diferentes. Fonte: [3] 14

Figura 20: Esquema mostrando as imagens captadas em cada olho (par estereoscópico) e a imagem resultado da fusão deste par estereoscópico. Fonte: [3] Figura 21: Imagens mostrando uma mesma situação estando, na imagem a esquerda, o foco visual sobre o polegar e, na imagem a direita, sobre a bandeira. Fonte: [3] Paralaxe é a distância entre dois pontos projetados num anteparo para visualização, sendo cada ponto visto por um olho especificamente e ambos os pontos correspondendo a um mesmo ponto no espaço [3]. Há três classificações para a paralaxe: o Zero Paralax Setting (ZPS): o objeto é visto no plano da tela de projeção; 15

o Paralaxe positiva: o objeto é visto atrás do plano da tela; o Paralaxe negativa: o objeto é visto a frente do plano da tela. Figira 22: Imagens a esquerda: paralaxe negativa; Imagens ao centro: ZPS; Imagens a direita: paralaxe positiva. Fonte: [3] Quanto maior a distância em relação à tela de projeção, mais acentuado é o efeito estereoscópico, seja positivo ou negativo, valendo-se destacar que, quando na paralaxe negativa, as arestas da tela projetada podem cortar imagem de objetos, comprometendo a percepção de profundidade. Figura 23: Esquemas mostrando a diferença de posicionamento do objeto visto, a qual decorre da diferença de posicionamento dos observadores. Fonte: [3] 16

Figura 24: Imagem de um objeto cortada pelas arestas da área de visualização. Fonte: [3] Concluindo, a disparidade e a paralaxe são entidades similares as quais parametrizam quantitativamente diferenças entre as imagens pares estereoscópicos. A disparidade é medida na retina, tendo como unidades mm ou cm, e a paralaxe é medida no anteparo de projeção, tendo como unidades mm, cm ou quantidade de pixels [3]. 5. Considerações Finais Imagens pares estereoscópicos são imagens captadas por mecanismos semelhantes (olhos humanos, uma mesma máquina fotográfica, etc), os quais possuem focos visuais coincidentes, vectors up paralelos e ângulos de visão iguais. Diferenças pequenas nesses aspectos, as quais decorrem de imprecisão inerente ao método ou ao mecanismo de captação de imagens, podem não prejudicar o efeito estereoscópico significativamente. Efeitos inerentes ao espaço e independentes dos mecanismos para captação de imagens (iluminação, sombra, oclusão) auxiliam na percepção de profundidade, podendo ser explorados quando na geração de imagens pares estereoscópicos. Softwares, como o 3DStudio Max e o SketchUp, possuem recursos para geração de pares estereoscópicos a partir de uma determinada posição. Nestes softwares, o principal aspecto que influencia a sensação de profundidade é a distância retinal média [3] (distância entre os dois pontos de vista). Quanto maior a distância retinal média, mais acentuada é a sensação de profundidade, podendo-se, por parametrização, definir 17

distâncias maiores que a distância retinal média humana (64mm), obtendo-se imagens estereoscópicas impossíveis de serem captadas naturalmente pelo olhos humanos. 18

REFERÊNCIAS: [1] http://www.babylon.com/definition/estereoscopia/portuguese, acessado em 30/09/2008. [2] http://pt.wikipedia.org/wiki/estereoscopia, acessado em 30/09/2008. [3] A. B. Raposo, Flávio Szenberg, Marcelo Gattas, Waldemar Celes, Visão Estereoscópica, Realidade Virtual, Realidade Aumentada e Colaboração, Tecgraf Grupo de Tecnologia em Computação Gráfica, Departamento de Informática, PUC-Rio, 2004. [4] Desenho de Arquitetura: técnicas e atalhos que usam tecnologia, Jim Leggitt, Porto Alegre: Bookman, 2004. [5] - http://pt.wiktionary.org/wiki/perspectiva, acessado em 02/10/2008 19