O papel do enfermeiro diante de uma parada cardiorrespiratória em ambiente de trabalho 1.

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Transcrição:

1 O papel do enfermeiro diante de uma parada cardiorrespiratória em ambiente de trabalho 1. The role of a nurse facing a cardiac arrest in the workplace. El Papel Del Enfermero frente a un paro cardiaco en el lugar de trabajo. Vieira Pollyana Barra, Pimentel Solange Borges, Lima Dalmácia Alves², Brasileiro Marislei Espíndula 3, França Renata Vieira 2. O papel do enfermeiro diante de uma parada cardiorrespiratória em ambiente de trabalho. Revista Eletrônica de Enfermagem do Centro de Estudos de Enfermagem e Nutrição [serial on-line] 2011 ago-dez 2(2) 1-9. Available from: <http://www.ceen.com.br/revistaeletronica>. Resumo Objetivo: Identificar o papel do enfermeiro diante de uma parada cardiorrespiratória em ambiente de trabalho. Materiais e Método: Estudo exploratório, bibliográfico em bibliografia impressa ou virtual, com análise qualitativa elaborada pautada ao tema. Resultados: Após a leitura exploratória do material pode-se perceber que o enfermeiro do trabalho deve estar sempre aprimorando o seu conhecimento e de sua equipe para que a assistência prestada no momento da parada cardiorrespiratória seja rápida e eficaz evitando que a vítima sofra certos tipos de sequelas. Conclusão: Percebe-se, portanto, a necessidade do enfermeiro em promover educação continuada visando o aprimoramento das ações voltadas para a prevenção da parada cardiorrespiratória no ambiente de trabalho. Descritores: BLS, Enfermagem, Parada Cardiorrespiratória Abstract Objective: To identify the role of a nurse facing a cardiac arrest in the workplace. Materials and Methods: Exploratory bibliographical references in printed or virtual, with qualitative analysis to elaborate based theme. Results: After exploratory reading of the material can be seen that the nurse's work should always be improving your knowledge and your staff for the assistance provided at the time of PCR is rapid and effective avoiding the victim to suffer certain types of sequelae. Conclusion: It is clear, therefore, the need for nurses to promote continuous education to improve actions for the prevention of cardiopulmonary arrest in the workplace. 1 Artigo apresentado ao Curso de Pós-Graduação em Enfermagem do trabalho 11, do Centro de Estudos de Enfermagem e Nutrição/Pontifícia Universidade Católica de Goiás. ² Enfermeiras, especialistas em Enfermagem do Trabalho, e-mail: pollybarra@hotmail.com, sol.pimentel27@hotmail.com, dalmacialima@yahoo.com.br. 3 Doutora PUC-Go, doutora em Ciências da Saúde UFG, Mestre em Enfermagem, docente do CEEN, e-mail: marislei@cultura.trd.br 4 Enfermeira, Especialista em Auditoria, Docente do CEEN.

2 Descriptors: BLS, Nursing, Cardiopulmonary Resumen Objetivo: Identificar el papel del enfermero frente a un paro cardíaco en el lugar de trabajo. Materiales y Métodos: referencias bibliográficas de exploración en forma impresa o virtual, con un análisis cualitativo para elaborar el tema base. Resultados: Después de la lectura exploratoria del material se puede ver que el trabajo de la enfermera siempre debe ser la mejora de sus conocimientos ya su personal por la asistencia prestada en el momento de la PCR en tiempo es rapida y eficaz la prevención de la víctima a sufrir ciertos tipos de secuelas. Conclusión: Es evidente, por lo tanto, la necesidad de enfermeras para promover la educación continua para mejorar las acciones para la prevención de la parada cardiorrespiratoria en el lugar de trabajo. Descriptores: BLS, de enfermería, cardiopulmonar 1 Introdução A parada cardirrespiratória é uma das situações enfrentadas pelos enfermeiros em todas as áreas de atuação, sendo uma emergência que além de grave é decisiva, onde a enfermagem deve estar capacitada na tomada de decisão podendo garantir as chances de recuperação da vítima. No ato de uma parada cardiorrespiratória é necessário que as condutas realizadas sejam imediatas, a fim de restaurar as atividades cardíacas e pulmonares do paciente, onde vê-se a necessidade do enfermeiro conhecer os procedimentos adequados de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) a serem realizados. Parada cardiorrespiratória (PCR) é a cessação súbita e inesperada das funções cardíaca e respiratória.¹ Também pode ser descrita como a inadequação do débito cardíaco que resulta em um volume sistólico insuficiente para a perfusão tecidual decorrente da interrupção súbita da atividade mecânica ventricular ². Já a RCP é o conjunto de procedimentos destinados a manter a circulação de sangue oxigenado ao cérebro e a outros órgãos vitais, permitindo a manutenção transitória das funções sistêmicas até que o retorno da circulação espontânea possibilite o restabelecimento da homeostase ³. A parada cardíaca pode ser causada por um evento elétrico cardíaco, quando a frequência cardíaca é muito rápida (principalmente a taquicardia ventricular ou fibrilação ventricular) ou muito lenta (bradicardia ou bloqueio AV), quando não existe frequência

3 cardíaca por completo (assistolia). A parada cardíaca pode suceder a parada respiratória, como também pode acontecer quando a atividade elétrica está presente, mas existe contração cardíaca ou volume circulante eficaz, o que é chamado de atividade elétrica sem pulso (PEA) Foi diante da preocupação com a ação do enfermeiro do trabalho na PCR que surgiu o interesse em pesquisar esse tema, pois o profissional de enfermagem deve estar capacitado para reconhecer a iminência do evento ou quando o paciente já esta em PCR, pois este episódio representa a mais grave emergência clínica com que se pode deparar. A avaliação do paciente para constatação da PCR não deve levar mais que 10 segundos. Para um adulto em normotermia, a não realização de manobras de reanimação em aproximadamente cinco minutos, pode ocasionar danos irreversíveis dos neurônios do córtex cerebral Cabe ao enfermeiro, responsável pelo planejamento da assistência de enfermagem, garantir o atendimento, privativamente, ao paciente grave com risco de morte (artigo 11, inciso I, alíneas c e l, da lei 7.498/86), regulamentada pelo decreto 94.406/87, e a sua equipe assistir aos pacientes, oferecendo ventilação e circulação artificiais até a chegada do médico, assim estes profissionais devem adquirir habilidades que os capacitem a prestar assistência necessária É também de responsabilidade do enfermeiro junto com a equipe multiprofissional da empresa criar um protocolo de atendimento as vítimas de PCR, para que a assistência prestada até a chegada do médico seja eficaz evitando sequelas. O enfermeiro deve fornecer treinamento a sua equipe a fim de capacitá-la a realizar procedimentos altamente técnicos em situações emergenciais, uma vez que é exigido tal preparo para um atendimento eficaz ⁶. O profissional deve ser treinado em situações de emergências, para poder agir com toda competência necessária conforme a gravidade de cada caso, levando em conta que o paciente tem poucos minutos para se restabelecer. Portanto, para agir com competência faz-se necessário que o enfermeiro realize estudos sobre o assunto, busque o máximo possível de informações teórico - cientificas sobre RCP e PCR ². É de extrema importância ressaltar que o êxito na reversão de uma parada cardiorrespiratória depende de vários fatores como: condições clínicas do paciente antes da PCR, causas que determinaram a PCR, uniformidade e perfeição das manobras aplicadas de RCP com interação de pessoas leigas e equipes devidamente treinadas no atendimento préhospitalar (APH), envolvendo o suporte básico de vida (SBV).

4 O SBV consiste em medidas essenciais que são realizadas em indivíduos com PCR. Onde envolve o conhecimento dos sinais e sintomas da PCR, solicitação de ajuda e iniciação do suporte ventilatório e circulatório. O diagnóstico de PCR é dado através de uma avaliação sistematizada, mundialmente reconhecida, sendo identificada por três aspectos principais: responsividade, respiração e No entanto é imprescindível que o enfermeiro em seu ambiente de trabalho tenha conhecimento sobre a PCR e as manobras que compõe a RCP (SBV) para que seja tomada decisões rápidas e seguras e eficazes evitando o pânico e o estresse assegurando um atendimento de qualidade a vítima. A ressuscitação cardiorrespiratória básica (rcrb) é constituída por um conjunto de procedimentos de emergência que consistem em CABD, no qual antes de iniciar o procedimento é : 1) Detectar a inconsciência; 2) Solicitar auxílio e imediatamente iniciar as manobras com o paciente no solo; O CABD apresenta-se as seguintes condutas ou manobras; 1º) C: Iniciar compressões torácicas; 2º) A: Abrir vias aéreas; 3º) B: Realizar ventilações de resgate; 4º) D: Conectar o desfibrilador externo automático assim que disponível. Tais procedimentos podem ser feitos pelo leigo treinado, pelo médico especialista em cardiologia, mas, sendo o enfermeiro do trabalho o profissional capacitado para promover e recuperar a saúde do trabalhador, em uma PCR, no entanto, nota-se a dificuldade em que alguns profissionais possuem ao realizar uma reanimação cardiorrespiratória devido a falta de conhecimento e treinamento daí a necessidade desse estudo. Nesse sentido, o enfermeiro do trabalho tem um papel importante na ressuscitação cardiorrespiratória da vítima. Afinal, qual o papel desse enfermeiro se o ambiente for de trabalho? 2 Objetivos 2.1 Identificar o papel do enfermeiro diante de uma parada cardiorrespiratória em ambiente de trabalho. 3 Materiais e Métodos

5 Trata-se de um estudo bibliográfico exploratório, pesquisado em bibliografia impressa e virtual, relacionada ao tema de interesse com finalidade de englobar informações e publicações científicas que enfocam o tema O papel do enfermeiro diante de uma parada cardiorrespiratória em ambiente de trabalho. O estudo bibliográfico baseia-se em literaturas estruturadas, obtidas de livros e artigos científicos provenientes de bibliotecas convencionais e virtuais. A pesquisa exploratória é desenvolvida o sentindo de proporcionar uma visão geral acerca de determinado fato ¹º. Foram utilizado como fontes de pesquisas de dados Revistas, Livros, Periódicos digitais, onde se buscou condensar informações que possibilitasse o alcance dos objetivos propostos. 2000 e 2010. Foram encontrados vinte e um artigos pautados ao tema em estudo, publicados entre Após relacionadas as publicações e definidas as diretrizes a serem seguidas realizou-se a leitura exploratória do material captado, onde foram selecionados dezesseis que atendiam integralmente ou em parte os objetivos da pesquisa, sendo assim utilizadas como base de dados para alcançar os objetivos da mesma. 4 Resultados e Discussão Nos últimos dez anos ao se buscar as bases de dados virtuais em saúde, tais como a LILACS, MEDLINE, SCIELO, revistas tais como FEN, REBEn, utilizando-se as palavras chaves: BLS, Enfermagem, Parada Cardiorrespiratória encontrou-se vinte e um artigos publicados entre 2000 e 2010. Após a leitura exploratória dos mesmos, foi possível identificar a visão de diversos autores a respeito da parada cardiorrespiratória: 4.1 Medidas iniciais tomadas pelos enfermeiros frente a PCR são essenciais para o sucesso da reanimação. Dos vinte e um artigos, quatro estão em consenso quanto ao fato de que as medidas iniciais tomadas pelos enfermeiros frente a PCR são essenciais para o sucesso da reanimação, conforme é possível verificar nas falas dos autores abaixo: Sabe-se que cabe ao enfermeiro e à sua equipe assistir os pacientes, oferecendo ventilação e circulação artificiais até a chegada do médico, assim, estes profissionais devem adquirir habilidades que os capacitem a prestar adequadamente a assistência necessária. O sucesso no atendimento da PCR é basicamente dependente da atuação da equipe de enfermagem, que pode antecipar condutas e medidas, prevenindo ou diminuindo os danos ao paciente dela decorrentes, agindo no menor tempo possível ¹¹.

6 A enfermagem tem papel extremamente importante no atendimento à PCR, evento em que são imprescindíveis a organização, o equilíbrio emocional, o conhecimento teóricoprático da equipe, bem como a correta distribuição das funções por parte destes profissionais, que representam, muitas vezes, a maior parte da equipe nos atendimentos de RCP ¹². Sabe-se, que na maioria das vezes, o enfermeiro é o membro da equipe de saúde que primeiro se depara com o paciente/cliente em situação de PCR, devendo, portanto estar preparado para concentrar esforços e atuar nos acontecimentos que precedem o evento da PCR, e consequentemente, na sua identificação precoce, no seu atendimento e nos cuidados pós-reanimação ¹³. Nos estudos acima percebe-se que o enfermeiro desenvolve importantes funções que são imprescindíveis tais como organização, elaboração, habilidade e correta distribuição de medidas a serem executadas no momento do atendimento da parada cardiorrespiratória identificando-a precocemente e minimizando os danos, pois é o profissional que está mais próximo ao trabalhador. Conclui-se que o enfermeiro é o profissional adequado a estabelecer as medidas necessárias a serem tomadas no momento da PCR. Por isso é de extrema importância que ele tenha um amplo conhecimento teórico científico. 4.2 A necessidade dos enfermeiros manterem-se atualizados no que diz respeito a PCR. Dos vinte e um artigos, quatro estão em consenso quanto ao fato de que é necessário os enfermeiros estarem sempre atualizados na PCR, conforme é possível verificar nas falas dos autores abaixo: Recomenda-se que a equipe de Enfermagem deve ser reciclada na execução das manobras do suporte básico de vida (ventilação artificial e compressão torácica) e, também, ter conhecimento e domínio do conteúdo existente no carro de emergência e manuseio do equipamento. O enfermeiro como líder de equipe e organizador de unidade deve possuir conhecimento técnico atualizado para que possa agir com segurança, sabedoria e sem perda de tempo para oferecer assistência sistematizada nessa situação ¹¹. Alguns aspectos são fundamentais na qualificação do enfermeiro que atua em situações de emergência. É necessário ter conhecimento científico e habilidade, transmitir segurança à equipe, atuar de forma objetiva e sincronizada. O desenvolvimento e aperfeiçoamento desses aspectos podem dar-se, entre outros, mediante estudos e educação

continuada, o que sem dúvida pode garantir um atendimento de qualidade e com menores riscos ao paciente cuidado ¹². 7 As atividades relacionadas à RCP são elaboradas e revisadas pela American Heart Association (AHA) a cada cinco anos, tornando-se essencial a sua atualização pelos profissionais de saúde a fim reduzir o número de óbitos ou seqüelas decorrentes da PCR. Nos estudos acima observa-se que o enfermeiro para realizar as manobras de RCP é necessário possuir conhecimento técnico atualizado, ser líder, organizador e também ter habilidade para que possa agir com segurança transmitindo segurança a sua equipe trabalhando de forma sincronizada e objetiva, sendo de extrema importância manter toda a equipe treinada, bem como a presença de materiais necessários. O enfermeiro, portanto, deve estar sempre inovando seus conhecimentos e promovendo treinamento com toda a equipe para que estejam aptos a prestarem um atendimento com segurança e qualidade. 5 Considerações Finais O presente estudo tem como objetivo identificar o papel do enfermeiro diante de uma parada cardiorrespiratória em ambiente de trabalho e o conhecimento do enfermeiro do trabalho sobre BLS. Após análise dos estudos foi possível identificar que é de extrema importância o enfermeiro do trabalho manter-se atualizado e preparado para atender possíveis emergências e promover capacitação para os demais membros da equipe e funcionários de uma determinada empresa. O estudo possibilitou identificar que o enfermeiro dentro de seu ambiente de trabalho é um dos principais membros da equipe com autonomia e capacitação para atuar no momento de uma parada cardiorrespiratória sendo necessário buscar o conhecimento teórico cientifico dispondo de possíveis atualizações oferecidas pela American Heart Association sobre o suporte básico de vida. Percebe-se, portanto, a necessidade do enfermeiro em promover educação continuada visando o aprimoramento das ações voltadas para a prevenção à parada cardiorrespiratória no ambiente de trabalho, seja por meio de protocolos ou educação continuada. 6 referências 1. Venishi EK. Enfermagem médico cirúrgico em unidade de terapia intensiva. Senac 2003, serie apontamentos.

2. Silva LS, Pererira SRM, Mesquita AMF. Procedimentos de enfermagem: semiotécnica para o cuidado. São Paulo: Medsi; 2004. 8 3. Guimarães HP, Lopes RD, Costa MPF - Suporte Básico de Vida, em: Guimarães HP, Lopes RD, Lopes AC - Parada Cardiorrespiratória. São Paulo: Editora Atheneu; 2005;7-37. 4. Zanini J, Nascimento ERP, Barra DCC. Parada e reanimação cardiorrespiratória: conhecimentos da equipe de enfermagem unidade de terapia intensiva. Rev Bras de Terapia Intensiva 2006; 18(2): 143-7. 5. Smeltzer SC, Bare BG. Brunner & Suddarth: Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005. 6. Pazin-Filho A, Santos JC, Castro R.B.P, Bueno CD, Schimidt A. Parada cardiorrespiratória. Medicina, Ribeirão Preto, 2003 36(2): 163-178. 7. Arritmias cardíacas e parada cardiorrespiratória na gestação. Arq. Bras. Cardiol. [serial on the Internet]. 2009 Dec [cited 2011 Aug 11] ; 93(6): 166-169. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0066-782x2009001300018&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/s0066-782x2009001300018. 8. America Heart Association. Destaques das Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE. USA, 2010. 9. Pádua EMM. Metodologia da pesquisa: Abordagem teórica-prática. 9 ed. Campinas: Papirus; 2003. 10. Gil A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3.ed. São Paulo: Atlas; 2002. 11. Silva FE, Sanna MC, Nunes B. Tomada de decisão do enfermeiro frente a uma parada cardiorrespiratória. Rev Enferm Unisa 2001; 2: 26-30. 12. Luzia MF, Lucena AF. Parada Cardiorrespiratória do paciente adulto no âmbito intrahospitalar: subsídios para a enfermagem. Rev.Gaúcha Enferm, Porto Alegre (RS) 2009; 30(2): 328-37. 13. Silva AG. Parada Cardiorrespiratória em unidades de internação: vivências do enfermeiro [Dissertação de Mestrado]. Ribeirão Preto (SP): Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo; 2006. 14. Resende CCF, Santiago GR, Rocha AM, Gresta MM. Fatores determinantes do sucesso na interação da equipe de atendimento à parada cardiorrespiratória. Rev. Enf. On line 2009 jul/dez.; 1(1):13-14.

9 Oficio 02/2011 Goiânia 20 de Agosto de 2011 A Revista Eletrônica de Enfermagem e Nutrição A/C.: Roberta Vieira França Vimos por meio deste, encaminhar nosso artigo cujo título é O papel do enfermeiro diante de uma parada cardiorrespiratória em ambiente de trabalho, a fim de ser avaliado e publicado pela Comissão Editorial. Eu, Marislei Espíndula Brasileiro, Enfermeira, residente na Rua T-37 n 3832, Edifício Capitólio, apto 404, Setor Bueno Goiânia/GO, e-mail: marislei@cultura.trd.br, fone: (62) 3255 4747, assino autorizando sua publicação. Eu, Pollyana Barra Vieira, Enfermeira, residente na Avenida Dom Pedro I nº113, Centro Quirinópolis/GO e-mail: pollybarra@hotmail.com, fone: (64) 8403-8130, assino autorizando sua publicação. Eu, Solange Borges Pimentel, Enfermeira, residente à Rua Luis Magalhães nº244, Setor Araguaia - Aragarças / Go, e-mail: sol.pimentel27@hotmail.com, fone: (64) 9675-6662, assino autorizando sua publicação. Eu, Dalmácia Alves de Lima, Enfermeira, residente à Rua R-10 Q.09 LT.10 Conjunto Itatiaia - Goiânia / GO, e-mail: dalmacialima@yahoo.com.br, fone: (62) 9218-9393, assino autorizando sua publicação. Sem mais para o momento, agradecemos.