Introdução Crítica às Sagradas Escrituras

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Transcrição:

Introdução Crítica às Sagradas Escrituras ESCOLA DIOCESANA DE CATEQUESE ROBERTO BOCALETE

A Bíblia Toda escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para refutar, para corrigir, para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, preparado para toda boa obra (II Timóteo 3, 16-17)

PROGRAMA INTRODUÇÃO GERAL: o que é a Bíblia, o texto bíblico, geografia bíblica. PALAVRA HUMANA: a formação da Bíblia, comunicação e interpretação, e gênero literário. PALAVRA DE DEUS: o cânon, a autoridade bíblica, a inerrância e a inspiração.

BIBLIOGRAFIA ARENS, Eduardo. A Bíblia sem mitos: uma Introdução crítica. 3ª Ed. São Paulo: Paulus, 2007. ARTOLA, Antônio; CARO, José Manuel Sachez. Bíblia e Palavra de Deus. Introdução ao estudo da Bíblia. FRIES, Heinrich. Dicionário de Teologia: Conceitos fundamentais da teologia atual. Volume I Adão Dogma. São Paulo: Loyola, 1970. BIBLIA DE JERUSALÉM. São Paulo: Edições Paulinas, 1986. RODRIGUES, Maria Paula; RODRIGUES, Elisa; GONÇALVES, Pedro Lima; SILVA, Rafael Rodrigues; LARA, Valter Luiz. Palavra de Deus, Palavra da Gente: As Formas Literárias na Bíblia. São Paulo: Paulus, 2004. SILVA, Cássio Murilo Dias da. Leia a bíblia como literatura. São Paulo: Loyola, 2007.

É preciso que o acesso à Sagrada Escritura seja amplamente aberto aos fiéis. (DV 22) O conteúdo da palavra de Deus é palavra da gente que fez uma profunda experiência de fé. (RODRIGUES) A bíblia é um conjunto de testemunhos vividos, não de informações; conhecer a bíblia é entrar em seu mundo, é saber como e porque se relatou aquilo que se escreveu, é vibrar com seus autores. (ARENS)

O que é a Bíblia A palavra Bíblia significa "livrinhos", pois é o plural da palavra grega biblíon ("livrinho"), que por sua vez é o diminutivo da palavra biblos ("livro"). A Bíblia é um conjunto de escritos que são o produto e o testemunho da vida de um povo (Israel AT) e de uma comunidade (cristianismo NT) em diálogo com Deus. A Bíblia é, assim, uma coleção de livros menores, diferentes entre si, cada qual contendo uma mensagem e procurando iluminar a vida do povo de Deus de acordo com a realidade de quando foram escritos.

Só se começará a conhecer e a compreender a Sagrada Escritura: quando se estiver familiarizado com sua origem e com sua formação; quando se souber porque e com que forma foram escritos os diferentes livros; quando se souber algo do mundo daqueles para os quais foram escritos diretamente, sua cultura e circunstancias (Oriente Médio); quando se entender que os escritos foram compostos por pessoas concretas, num dado tempo.

Os livros da Bíblia Falam da história e da experiência deste povo de Deus, ou povo de Israel. Escravo no Egito, este povo experimentou Deus como o Deus da vida e da liberdade. Deus e o povo de Israel fizeram juntos uma Aliança, um pacto, um acordo: Deus prometeu acompanhar e proteger sempre seu povo, e o povo prometeu caminhar sempre segundo a vontade do seu Deus, vivendo na fraternidade, como irmãos.

Muitos anos de história e vida A Bíblia conta acontecimentos que cobrem um período de tempo que vai: desde a experiência do primeiro pai, Abraão, por volta do ano 1850 a.c., até a experiência de perseguição dos primeiros cristãos, no livro do Apocalipse de João, 100 d.c Mais de dois mil anos, portanto, estão presentes nas páginas da Bíblia.

História do Povo de Deus Patriarcas Reis Período Persa Período Grego Batismo Comunid. Jerusalém Viagens pastorais Expansão da Igreja Ev: Mt, Lc, Jo 1850 1250 Êxodo Origem do Universo: 12 a 20 bilhões de anos atrás 1030 587 538 Exílio da Babilônia 333 63 Período Romano Jesus 6 a.c. Nascimento 27 30 34 Paixão 36 49 Conversão Paulo Comunid. Antioquia 70 80 Destruição Jersusalém Ev: Mc 115 Livro do Apocalipse

Os livros da Bíblia Para compreensão correta da bíblia é preciso considerar que se trata de um conjunto de livros que se originaram e foram compostos há muitos séculos e em um ambiente cultural muito diferente do nosso. É do verdadeiro Deus que se fala na Bíblia. Nele os profetas e Jesus puseram sua fé e com ele entraram em íntima comunhão, um Deus que se vem manifestando na própria história humana.

Os livros antigos O Hebraico era a língua original do povo de Israel (idioma sonoro, sem muita abstração e generalização: é instrumento) O Aramaico era falado pelos povos da Mesopotâmia e aparece em alguns trechos do Primeiro Testamento ( trechos de Dn e Esd) O Grego koiné é a língua do Novo Testamento: é polido, com gramática refinada, para reflexão: é arte. ( Deuterocanônicos: Tb, Jt, 1 Mac, 2 Mc, Eclo, Sb e Br)

Os livros antigos Pergaminhos de couro de ovelha Palimpsestos: reutilizados Argila cozida, pedras Cerâmica Papiro enrolado Manuscrito em forma de códice

O texto e a sua história Os textos originais (autógrafos) da Bíblia tal como os da literatura clássica antiga perderam-se, não se conserva nenhum. Conservamos alguma fonte documental? Sim, conservam-se manuscritos, cópias dos originais escritas à mão ainda que fosse mais exato dizer, cópias de cópias.

Um pouco do mundo (GEOGRAFIA) Américas Europa Africa Oriente Médio Asia Oceania

Israel Palestina

Os rios Nilo, e o Tigre e Eufrates Mesopotâmia Egito

Rio Jordão Mar da Galiléia* Mar Morto (*) Lago de Genezaré Tiberíades

Mar morto

A Bíblia foi longamente preparada e gerada Como um conjunto de testemunhos multiformes da relação de diálogo entre Deus e os homens, relação histórica e humanamente vivida. O único personagem que perdura é Deus; os outros aparecem e morrem, e são julgados segundo sua relação com Deus

A FORMAÇÃO DA BÍBLIA 1) ACONTECIMENTO OU EXPERIÊNCIA (FATO) 2) INTERPRETAÇÃO ( Qual o significado? olhar de fé) 3) FORMULACÃO (linguagem acessível para ser contada) 4) TRANSMISSÃO ORAL (A, B,C = X) elaboração do central 5) REINTERPRETAÇÃO (crise + novos fatos = repensar) 6) ESCRITURA do essencial (autor [retoque] e gênero literário) 7) CÂNON (inspiração bíblica/ normatividade) 8) TRADUÇÃO (formal e funcional/ interpretação) 9) LEITURA MULTIFACETADA... (oração, exegese analítica, teologia, catequese, liturgia e pregação, ciências humanas)

TRADIÇÃO ORAL O tecer dos relatos mantinha viva a tradição do povo. Tradição é um processo de crescimento no curso do qual se preserva o velho, mas interpretado como novo (alterações). O que não tinha relevância era esquecido, por isso na Bíblia encontramos enormes vazios de informação que gostaríamos de conhecer (infância de Jesus)

DA TRADIÇÃO ORAL À ESCRITA O povo já estabelecido, consciente da identidade própria, preocupa-se por manter viva a tradicão oral, suas histórias e experiências. A Escritura começa a ganhar corpo durante o reinado de Davi e Salomão (X-IX séc. a.). Toma força quando os assírios destroem o Reino de Isreal (730) e é frutuosa no período do cativeiro da Babilônia (598) e na reconstrução.

Para não esquecer o passado e a história (identidade), Para transmitir a Revelação de Deus às gerações futuras (projetar-se no futuro), Para alimentar a fé, a e para ser proclamada nas celebrações litúrgicas. 3 O que ouvimos e aprendemos, o que nossos pais nos contaram, 4 não o ocultaremos aos seus descendentes; tudo contaremos às gerações vindouras: as glórias do Senhor e o seu poder, e as maravilhas que Ele fez. (Sl 78,3-4)

FIXAÇÃO ESCRITA Com o passar do tempo, e por razões diversas, as diferentes tradições que circulavam e se preservavam como unidades independentes umas das outras foram reunidas em pequenos livros. Trabalho editorial do escritor: em alguns casos, a ordem era cronológica; em outros, temática, ou segundo o que o escritor queria comunicar. O autor é considerado um autêntico autor literário, passou de receptor para emissor do ato comunicativo.

É importante frisar que cada livro foi composto independentemente dos outros. Os autores não se propuseram em fixar seus escritos com a intenção de que eles fizessem parte de uma coleção (isso é posterior). Os textos escritos foram reinterpretados, retocados, revisados, tendo partes perdidas, outras acrescentadas, de acordo com o enfoque. A forma escrita permitia se dirigir ao texto com caráter de norma, o que o rodeava de uma sacralidade que a forma oral não tinha.

COMUNICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO Interpretar é perguntar-se pelo significado de tal coisa, pelo seu valor ou importância. Interpretamos conforme os óculos de nossa realidade cultural. A Bíblia é uma interpretação do autor que a recebeu como tradição oral e depois a escreveu. Toda interpretação é apreciação ou valoração sobre alguém ou algum acontecimento: a morte de Jesus. Os textos bíblicos apresentam interpretações primordialmente religiosas, mas não exclusivamente

As interpretações na Bíblia sobre os diversos acontecimentos relaciona-se ao nível de conhecimento e ao grau de cultura dos diversos intérpretes (exemplo: epilepsia nos evangelhos). Para entender um texto é necessário compreender o significado dos termos no contexto (sócio-político-econômico-geográfico-cultural) Autor bíblico: é filho de seu tempo, está condicionado e influenciado pela situação e pela cultura em que vive. Há de se destacar que a importância está na mensagem (salvífica) e não em quem a escreve.

COMUNICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO Os escritos da Bíblia são TESTEMUNHOS DA VIDA DA COMUNIDADE (judaica e cristã) em seu processo de formação, em sua afirmação de identidade que distingue essa comunidade de outros povos e na expressão de sua fé que a distingue de outras religiões.

GÊNEROS LITERÁRIOS O que entendemos por Gênero Literário? Podemos resumidamente dizer que Gênero Literário designa os vários tipos ou modelos de texto que encontramos na Bíblia. Gênero Literário é uma abstração linguística que permite associar na mesma categoria os textos que possuem forma literária semelhante. Forma é o conjunto de dos elementos linguísticos que dão fisionomia precisa e única ao texto

A Bíblia é um conjunto de pequenos textos, que se caracterizam por suas formas e gêneros literários específicos (vasta biblioteca). O autor emprega o gênero literário adequado para expressar seu propósito. O gênero literário é produto da necessidade de comunicar-se adequadamente relação com interpretação

Diversos gêneros literários Diversos géneros literários combinados no interior de cada livro: poesia e lendas, relatos históricos, leis e normas, discursos e meditações, genealogias, evangelhos, cartas, fábulas, parábolas, reflexão histórica, novelas, sagas, chamados vocacionais, apocalipses, profecias Para falar de uma experiência religiosa : Deus que ama e faz Aliança com o Seu povo e caminha com ele conduzindo-o da escravidão para a liberdade

Aspectos fundamentais para o estudo dos gêneros e formas literários: compreensão clara dos temas/assuntos centrais do texto; análise da estrutura literária; uso da linguagem/forma que em que o texto se apresenta ou é apresentado; e, sobretudo, a identificação do propósito do texto.

CONTEXTO Compreensão do texto tem estreita relação com o contexto vital em que foi escrito Contexto vital (âmbito mais amplo): contexto histórico, político, econômico, social, religioso, cultural, determinando por um momento e lugar. Situação vital (circunstância): circunstâncias que afetam a vida e ocasionam uma reação imediata (Sitz im Leben).

Entender e conhecer a situação vital é essencial porque está estreitamente relacionada a compreensão dos textos, já que respondem a situações concretas. CONTEXTO CULTURAL Destaque para mentalidade semítica x grega Grego: admira, quer encontrar a essência, comtempla, é lógico e racional. Semita: aproxima, percebe, sente, é prático e relacional

A mentalidade semita é percebida e sentida, prática e relacional; é uma mentalidade movida pela ação, por isso, muitas vezes tende a ser exagerada (exemplo: parábolas). Sua linguagem é simples e rústica, porém, cheia de metáforas, imagens e relatos O grego analisa, quer definir, entender, sistematizar, aponta para perfeição das formas, busca a harmonia

O CÂNON O conceito cânon se refere à coleção dos escritos bíblicos considerados inspirados por Deus, que constituem a regra ou norma para fé e para a vida do crente. A origem da canonicidade deu-se por causa de uma crise de identidade tanto no judaísmo quanto no cristianismo. Uma das principais causas foi a circulação de escritos de diversas índoles que ofereciam uma visão equivocada da fé judaica e cristã.

Para compreender a decisão de fixar o cânon é necessário ter presente: 1. Dimensão comunitária é importante e ja existia antes de qualquer escrito. 2. Nenhum escrito foi composto com a decisão de fazer parte do cânon: decisão foi bem posterior ao escrito. 3. A comunidade já reconhecia o livro como normativo antes da decisão de compor o cânon 4. A decisão de fixar um cânon surgiu a partir de situações conflitivas (escritos duvidosos e produções diversas)

O cânon é um produto de um processo histórico (ganhando consistência até ser fixado) e de uma decisão teológica (convicções de fé). A razão de oficializar o cânon, sobretudo do NT, estava no fato de assegurar a unidade em torno de uma mesma confisão de fé

CRITÉRIOS DE CANONICIDADE Regula fidei: identidade entre a fé vivida e o escrito Coerência com os demais escritos sagrados Antes de fazer parte do cânon já servia de conduta para comunidades e era aceito por outras comunidades (tradição e universalidade). Serem escritos de época fundacional, situados num limite cronológico.

CÂNONE HEBRAICO: TANAK CRITÉRIOS 1. O livro não poderia ter sido escrito fora do território de Israel. 2. O livro não poderia conter passagens ou textos em aramaico ou grego, mas apenas em hebraico. 3. O livro não poderia ter sido redigido após a época de Esdras (458-428 ac). 4. O livro não poderia contradizer a Lei de Moisés (Pentateuco). 5. Inspiração divina e autor eram critérios importantes

Septuaginta (Bíblia dos LXX) cânon Alexandrino tradução do hebraico para o grego (sec. II a.c.) feita por 70 sábios. Bíblia Hebraica (cânon palestinense) cânon oficial do judaísmo até hoje (não inclui os deuterocanônicos) Deuterocanônicos: não são aceitos nem pelo judaísmo e nem pelo protestantismo retirados no cânon palestinenses por serem escritos em grego (Lutero assumiu a tradução palestinense)

Livros deuterocanônicos Tobias, Judite, Baruc, Eclesiástico, Sabedoria, 1 Macabeus e 2 Macabeus, - seções gregas de Ester e Daniel. Deuteros (segundo) +canônico Vaticano I (1870): confirmou a validade dos deuterocanônicos do Antigo Testamento, baseando-se na autoridade dos Apóstolos e da Sagrada Tradição.

Primeiro Testamento / Bíblia hebraica Pentateuco Livros históricos Livros sapienciais Livros proféticos 1. Gênesis-Gn 1. Josué-Js 1. Jó-Jo 1. Isaias-Is 2. Êxodo-Ex 2. Juízes Jz 2. Salmos-Sl 2. Jeremias-Jr 3. Levítico-Lv 3. Rute-Rt 3. Provérbios-Pr 3. Lamentações-Lm 4. Números-Nm 4. I Samuel-I Sm 4. Eclesiastes-Ecl 4. Baruc-Br 5. Deuteronômio-Dt 5. II Samuel-II Sm 5. Cânt. dos Cânticos-Ct 5. Ezequiel-Ez 6. I Reis-I Rs 6. Sabedoria-Sb 6. Daniel-Dn 7. II Reis-II Rs 7. Eclesiástico-Eclo 7. Oséias-Os 8. I Crônicas-I Cr 8. Joel-Jl 9. II Crônicas-II Cr 9. Amós-Am 10. Esdras-Esd 10. Abdias-Ab 11. Neemias-Ne 11. Jonas-Jn 12. Tobias-Tb 12. Miquéias-Mq 13. Judite-Jt 13. Naum-Na 14. Ester-Est 14. Habacuc-Hab 15. I Macabeus-I Mc 15. Sofonias-Sf 16. II Macabeus-II Mc 16. Ageu-Ag 17. Zacarias-Zc 18. Malaquias 46 livros x 39 livros

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: A ordem em que se encontram os blocos da Bíblia hebraica, conhecidos como Torah, Profetas e Escritos, não correspondem ao período de sua composição, mas à ordem na qual foram aceitos como normativos. A ordem dos proféticos obedece uma classificação por importância e não cronológica

CRITÉRIOS CÂNONE CRISTÃO 1.A proximidade do escrito com a missão de Jesus (limite cronológico). 2.Origem apostólica (garantia de tradição). 3.Papel formativo de um determinado texto cristão dentro da comunidade (regula fidei). 4.Coerência do texto com os demais escritos no Primeiro Testamento e voltados para a tradição e para a catolicidade. 5.Os textos só foram considerados como inspirados depois de serem canonizados (diferença com o judaísmo).

Vulgata: traduzida para o latim feita por S. Jerônimo (sec. IV), baseada na LXX. O Cânon do Novo Testamento ficou definitivamente fixado na segunda metade do século IV Concílio de Trento (1546) declarou como canônica a Vulgata com os apocrífos.

OS LIVROS APÓCRIFOS Chama-se apócrifo a um livro de autor desconhecido que tem certa afinidade com os livros sagrados no argumento ou no título mas ao qual a Igreja Universal nunca reconheceu autoridade canónica por não ser inspirado. Têm um certo valor porque mostram ideias religiosas e morais mais ou menos difundidas nos tempos próximos de Jesus Cristo e porque recolhem dados da Tradição que não se encontram nos Evangelhos; por exemplo, os nomes dos pais da Santíssima Virgem, a sua apresentação no Templo, etc. 52/13 O termo grego apokrypha, da raiz Kryphein (ocultar), no seu sentido primitivo significava coisas ocultas, ou mais exactamente livros ocultos ou secretos.

A AUTORIDADE DA BÍBLIA Relação com o cânon e a inspiração O cristianismo não pode ser considerado como religião do livro, mas da Revelação. Nossa fé não está na Bíblia (como conjunto de escritos), mas naquele a quem a Bíblia se refere: Deus. A autoridade da Bíblia está no fato de que o escrito remete a alguém que está na sua origem: Deus revelador e inspirador. A autoridade tem relação com Revelação, depois fé vivida e em seguida escrita

A Bíblia não tem autoridade por si mesma, mas em relação a Deus Os escritos da Bílbia tem autoridade porque contêm testemunhos da REVELAÇÃO que deu origem a indentidade judeu-cristã e contêm testemunhos de FÉ FUNDANTE A Bíblia é o conjunto de testemunho de vivências que foram interpretadas como reveladoras de Deus

A Bíblia é limitada e condicionada por diversos fatores (do tempo de sua composição), nela encontram-se diversos erros científicos e históricos (NÃO TEM AUTORIDADE SUPREMA). A Bíblia mostra sua autoridade em sua capacidade de questionar seriamente as pessoas. Sua autoridade está na eficácia e no impacto quem tem na vida das pessoas.

A autoridade da Bíblia não reside nos escritos como tais, mas na autoridade de quem se revelou e continua se revelando, de quem inspirou e continua inspirando: Deus. A autoridade da Bíblia continua eficaz, porque mostra o caminho da relação de fé entre Deus e o homem, o caminho de nossa salvação felicidade e realização em plenitude. Sua autoridade se manifesta em seu poder de dar forma à nossa realidade, de transformá-la e conduzi-la pelo caminho traçado por Deus.

RESUMINDO: Deus é fonte da Revelação e da Interpretação, isso dá a dimensão de autoridade A fé está na pessoa (Deus) a quem se refere e não no escrito Por detrás da Bíblia há valores humanos (estilo, língua, linguagem, ideologias humanas, contexto, interpretações) A Bíblia não é manual de respostas a todos os probleas válidos para todos os tempos Autoridade da Bíblia está no fato de ser testemunho de fé fundante.

A INERRÂNCIA BÍBLICA A inerrância (ausência de mentira) é uma qualidade da Bíblia que está estritamente relacionada com a sua autoridade e com a inspiração divina A não-verdade acidental é denominada erro, e pode ocorrer devido desconhecimento, distração, informação incorreta; a não-verdade intencional é denominada mentira: na Bíblia há erros e não mentiras.

A Bíblia chegou a nós mediante cópias de originais que se perderam: possibilidade de alguns erros involuntários ou introduzidos intencionalmente pelos copistas ou também escritores bíblicos. A verdade que Deus quis manifestar na Bíblia é a verdade salvífica; portanto, verdade na Bíblia não é sinônimo de exatidão informativa. Na Bíblia encontra-se uma série de erros científicos e históricos. As informações e conhecimentos presentes são marcas do conhecimento que os autores humanos tinham na época, e não Deus: está aí a evidência de que a Bíblia foi escrita por homens.

Dentre os muitos erros presentes na Bíblia: citações do Antigo Testamento por parte dos escritores do Novo Testamento que não coincidem; as discrepâncias entre textos ou ainda repetições; conceitos teológicos divergentes e inconsistências de ordem moral; opiniões pessoais do autor, que não correspondem a revelação divina; a Bíblia é livre de erro somente naquilo que concerne à salvação, a dimensão religiosa, porém, não é um livro que expressa tudo o que diz respeito a essa salvação, mas o indispensável.

A Bíblia é filha de seu tempo e torna-se um grande equívoco pensar que os textos foram escritos por uma espécie de ditado sagrado à margem das pessoas e de sua vida histórica real. A verdade da Bíblia, portanto, situa-se no âmbito religioso, concretamente no salvífico e os dados históricos e científicos não caem sob a inerrância bíblica Deve-se saber, portanto, distinguir entre verdade científica, que responde a perguntas referentes ao como, quando e onde, da verdade teológico-religiosa, que responde o que e para quê. A verdade da Bíblia é o encontro do homem com Deus, é verdade salvífica.

INSPIRAÇÃO BÍBLICA Inspiração vem do latim que quer dizer soprar para dentro. No âmbito religioso remete ao sopro divino. Aplicado à Bíblia refere-se a comunicação por iniciativa divina a pessoas de algo vital A inspiração bíblica é um carisma ou dom de Deus dado as pessoas envolvidas no processo desde a tradição oral até a fixação escrita (comunidade)

O autor inspirado: eram guiados de tal modo que reconhecessem, compreendessem e interpretassem determinados acontecimentos e vivências em sua dimensão reveladora, os transmitissem correta e adequadamente ao seu auditório, para sua edificação e orientação na fé ao longo do tempo, pelo caminho que conduz à salvação (fundacional). Deus inspirou, iluminou, capacitou e guiou capacidades mentais para que reconhecessem, nos fatos da vida, sua presença libertadora.

Texto inspirado: são entendidos como inspirados somente a medida que seus autores o estiveram (a inspiração dirige a pessoas e não a escritos). Deus inspirador: os escritos bíblicos são testemunhos de vivências ou experiências da presença ativa de Deus. Os textos bíblicos são produtos de pessoas inspiradas e, por isso mesmo, são capazes de inspirar outras pessoas (leitores atentos).

A inspiração, no entanto, não eliminava as limitações naturais dos autores humanos e, portanto, as de suas obras, que se dirigiam a momentos concretos com conceitos próprios daquele tempo. A inspiração deu-se muito antes que se escrevesse uma só letra, e é a inspiração divina que move as pessoas e comunidades a compreenderem a mensagem salvífica que a Bíblia comunica.

A inspiração divina não pode ter concluído com a composição do último livro da Bíblia: Deus não deixou de guiar seu povo. Para compreender o texto é preciso conhecer o sentido pretendido pelo autor (fidelidade à intenção de quem escreve) A inspiração bíblica inclui a comunicação humana: o Espírito conduziu a fixação por escrito da revelação histórica, o que faz da Bíblia um livro de identidade

BÍBLIA SAGRADA HOJE

Primeiro Testamento Pentateuco Livros históricos Livros sapienciais Livros proféticos 1. Gênesis-Gn 1. Josué-Js 1. Jó-Jo 1. Isaias-Is 2. Êxodo-Ex 2. Juízes Jz 2. Salmos-Sl 2. Jeremias-Jr 3. Levítico-Lv 3. Rute-Rt 3. Provérbios-Pr 3. Lamentações-Lm 4. Números-Nm 4. I Samuel-I Sm 4. Eclesiastes-Ecl 4. Baruc-Br 5. Deuteronômio-Dt 5. II Samuel-II Sm 5. Cânt. dos Cânticos-Ct 5. Ezequiel-Ez 6. I Reis-I Rs 6. Sabedoria-Sb 6. Daniel-Dn 7. II Reis-II Rs 7. Eclesiástico-Eclo 7. Oséias-Os 8. I Crônicas-I Cr 8. Joel-Jl 9. II Crônicas-II Cr 9. Amós-Am 10. Esdras-Esd 10. Abdias-Ab 11. Neemias-Ne 11. Jonas-Jn 12. Tobias-Tb 12. Miquéias-Mq 13. Judite-Jt 13. Naum-Na 14. Ester-Est 14. Habacuc-Hab 15. I Macabeus-I Mc 15. Sofonias-Sf 16. II Macabeus-II Mc 16. Ageu-Ag 17. Zacarias-Zc 18. Malaquias-Ma

Segundo testamento Evangelhos Escritos de Lucas Cartas de São Paulo Epístolas Católicas 1. Mateus-Mt 1. Atos dos Apóstolos-At 1. Romanos-Rm 1. Tiago-Tg 2. Marcos-Mc 2. I Coríntios-ICor 2. I Pedro-I Pd 3. Lucas-Lc 3. II Coríntios-II Cor 3. II Pedro-II Pd 4. João-Jo 4. Gálatas-Gl 4. I João-I Jo 5. Efésios-Ef 5. II João-II Jo 6. Filipenses-Fl 6. III João-III Jo 7. Colossenses-Cl 7. Judas-Jd 8. I Tessalonicenses-I Ts 9. II Tessalonicenses-II Ts 10. I Timóteo-I Tm 11. II Timóteo-II Tm 12. Tito-Tt 13. Filemôn-Fm 14. Hebreus-Hb Escritos de João 1. Apocalipse-Ap

A Bíblia, Palavra de Deus Quem lê a Bíblia, percebe que ela não se trata antigo tesouro literário ou uma mina de documentação sobre a história das idéias morais e religiosas de um povo. A Bíblia não é somente um livro no qual se fala de Deus; ela se apresenta como um livro no qual Deus fala ao homem, como atestam os autores bíblicos: Não se trata de uma palavra sem importância para vós: é vossa vida (Dt 32,47)

I. A PALAVRA É COMO... alimento para quem come, 11 assim também acontece com minha palavra: El1111111-11). CHUVA QUE FECUNDA A TERRA

10 E como a chuva e a neve que caem do céu para lá não voltam sem antes molhar a terra e fazê-la germinar e brotar, a fim de produzir semente para quem planta e alimento para quem come, 11 assim também acontece com minha palavra: Ela sai da minha boca e para mim não volta sem produzir seu resultado, sem fazer aquilo que planejei, sem cumprir com sucesso a sua missão (Is 55,10-11)

FOGO QUE QUEIMA POR DENTRO

Pensei: Nunca mais hei de lembrá-lo, não falo mais em seu nome! Mas parecia haver um fogo a queimar-me por dentro, fechado nos meus ossos (Jr 20,9)

ALUZ QUE ILUMINA A CAMINHADA

Lâmpada para meus passos é tua palavra e luz para o meu caminho (Sl 119,105)

Pensei: Nunca mais hei de lembrá-lo, não falo mais em seu nome! Mas parecia haver um fogo a queimar-me por dentro, fechado nos meus ossos (Jr 20,9). ESPADA AFIADA QUE CORTA

Fez de minha língua uma espada afiada que ao alcance da mão ele guardou, fez de mim uma seta pontiaguda e em sua aljava me escondeu (Is 49,2)

ATLETA QUE CORRE VELOZ Manda à terra a sua mensagem, sua palavra corre veloz (Sl 147,15)

ALIMENTO QUE SACIA

2 Eu abri a boca e ele me fez comer o rolo, 3 dizendo: Filho do homem, alimenta teu ventre e sacia as entranhas com este rolo que te dou. Eu o comi, e era doce como mel em minha boca (Ez 3,2-3)

REMÉDIO QUE CURA

Enviou sua palavra para curá-los e preservá-los de descer ao túmulo (Sl 107,20)

A PALAVRA ANIMA A VIDA E A PASTORAL A PALAVRA NA TOTALIDADE DA VIDA

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