AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO CINTURA/ESTATURA DE IDOSOS RESIDENTES EM INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA DA CIDADE DE JOÃO PESSOA

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Transcrição:

AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO CINTURA/ESTATURA DE IDOSOS RESIDENTES EM INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA DA CIDADE DE JOÃO PESSOA Fhiama Karoline Santos Oliveira (1); (1); Pamela Martins Lins (2)Laine de Carvalho Guerra Mamede (3); Jailane de Souza Aquino (4) (1) Discentes de Graduação em Nutrição da UFPB Email: fhiama.oliveira@hotmail.com;(1) Profa. MSc.do Departamento de Nutrição da UFPB. Email: martins.pamela@gmail.com; (2) Profa. MSc.do Departamento de Nutrição da UFPB. Email: laineguerra@ig.com.br; (3) Profa. Dra. do Departamento de Nutrição da UFPB. Email: lalaaquino@hotmail.com INTRODUÇÃO Estima-se para 2025 que o número de idosos alcance 32 milhões (13% da população). Este envelhecimento populacional acelerado também terá reflexos no aumento do número de idosos institucionalizados, os quais, por alterações metabólicas, fisiológicas, anatômicas e psicossociais inerentes à idade, são considerados vulneráveis do ponto de vista nutricional¹. Com o avanço da idade é de extrema importância a promoção dos cuidados como garantia para manutenção da saúde do idoso. Estudos epidemiológicos têm fornecido evidências sobre fatores de risco envolvidos no desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Dentre os fatores de risco de maior importância, cita-se a hipertensão arterial, dislipidemias, obesidade, diabetes melito e alguns hábitos relacionados ao estilo de vida². É de extrema importância a identificação das condições de saúde dos idosos para o planejamento e implementação de políticas públicas voltadas à promoção da saúde, prevenção de incapacidades e enfermidades, além da realização de uma terapêutica adequada com base na funcionalidade, proporcionando assim uma melhor qualidade de vida a essas pessoas³. A ausência gradativa na capacidade de prestar cuidados

necessários aos idosos proporciona um aumento na demanda por Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), anteriormente denominadas como asilos 4. As alterações relacionadas à idade ocorrem praticamente em todas as partes do corpo, trazendo diversas mudanças funcionais ao organismo idoso. Dentre elas, a redução da massa magra, aumento do tecido adiposo corpóreo e a menor eficiência de bombeamento do coração, podendo haver diminuição do fluxo sanguíneo. Também, o olfato e o paladar podem tornar-se menos agudos, a mastigação se tornando difícil devido à perda dos dentes, a menor secreção de ácido clorídrico e bile dificultando a digestão e a perda do tônus do trato gastrointestinal levando à constipação 5. Assim, medidas antropométricas de baixo custo são importantes para predizer os fatores de risco cardiovasculares de forma a prevenir doença. A RCE apresenta vantagem em relação à circunferência da cintura isolada, pois seu ajuste pela estatura permite o estabelecimento de um ponto de corte único e aplicável à população geral, independentemente do sexo, idade e etnia 6. A utilização da relação cintura-estatura (RCE) tem sido bem aceita como indicador da distribuição da gordura corporal nos indivíduos principalmente por ser um índice de fácil obtenção, e com grande utilidade na saúde pública 7. O presente estudo teve por objetivo avaliar a relação cintura-estatura dos idosos por meio das medidas de estatura e circunferência da cintura de idosos institucionalizados em ILPs da cidade de João Pessoa - PB. METODOLOGIA Trata-se de um estudo transversal realizado em instituições de longa permanência da cidade de João Pessoa. A amostra foi constituída por 88 idosos de ambos os sexos, residentes das ILPs, sendo 50 do gênero masculino e 38 do gênero feminino, com média de idade entre 61 a 105 anos de idade. A coleta de dados foi realizada por docentes e discentes do Curso de Bacharelado em Nutrição da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), previamente treinados para coletar os dados. A avaliação antropométrica ocorreu entre o período de junho de 2014 a janeiro de 2015, sendo esta realizada por meio da disponibilidade de horários das ILPs. Foram excluídos do estudo, os idosos que optaram

por não participar, ou que apresentassem alterações de ordem neurológica que os impossibilitasse de compreender os objetivos do estudo. Os dados coletados foram analisados em planilhas no Excel. Por meio da RCE pode-se avaliar antropometricamente a distribuição da gordura corporal. Para aferição da estatura, foi utilizado uma fita métrica posicionada na parede, com o indivíduo de costas para o equipamento, descalço, com os pés juntos, em posição ereta, braços ao longo do corpo e olhando para o horizonte. O perímetro da cintura foi aferido na menor circunferência entre o tórax e o quadril em ambos os sexos, com fita métrica milimetrada, flexível e inelástica. A relação cintura/estatura (RCE) foi determinada por meio da divisão da circunferência da cintura (cm) pela estatura (cm). Os valores para a relação cintura/estatura foram classificados segundo Ashwell e Gibson (2009), sendo considerada elevada aquela que apresentasse valor superior a 0,5. A RCE foi utilizada para se obter informações acerca do risco elevado de doenças cardiovasculares entre os idosos em estudo. A circunferência da cintura e a RCE têm sido consideradas medidas importantes de localização de gordura, por serem simples e válidas no diagnóstico da adiposidade abdominal 9. Os dados coletados foram confrontados com padrões recomendo Ashwell e Gibson (2009) e pela OMS (2004). Todos os participantes foram informados sobre o projeto e tiveram participação voluntária. O presente estudo foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal da Paraíba- UFPB sob o número CAAE 24708013.2.0000.5788. RESULTADOS E DISCUSSÃO Por meio da aferição da RCE pode-se identificar que no gênero masculino 86% dos idosos participantes apresentam risco elevado para obtenção de doenças cardiovasculares, e em 14% verificou-se relação cintura-estatura adequada. Na população feminina em estudo, também se verificou que 92% apresentavam risco elevado, o restante da população referente aos 8% apresentavam índices adequados (Figuras 1 e 2).

Figura 1- Avaliação antropométrica de idosos do gênero feminino segundo a RCE. Figura 2- Avaliação antropométrica de idosos do gênero masculino segundo a RCE. Os resultados obtidos neste estudo sugerem que a relação cintura/estatura apresenta relação com a obesidade abdominal e está em associação estatística com a circunferência da cintura. Já no estudo realizado por Pitanga & Lessa (2009) a CC não apresentou o mesmo resultado. Foi observado no presente estudo que apenas dez indivíduos tinham os dados de CC e RCE adequados. De acordo com a CC, 58% dos indivíduos do sexo masculino e 87% do sexo feminino apresentavam risco de complicações metabólicas associadas à obesidade. Os resultados sugerem a importância de se avaliar, a obesidade abdominal juntamente com o IMC para predizer risco de comorbidades. Pela classificação da RCE, observou-se 89% dos idosos em risco elevado e 11% adequado, para desenvolver doenças cardiovasculares (DCV). Figura 3-Relação Cintura-Estatura de idosos atendidos na ILPs.

Figura 4-Relação Cintura-Estatura X Circunferência da cintura. Em estudo realizado em Salvador pode-se constatar que a CC não foi o melhor preditor de RCE 11. O que pode ser observado no presente estudo é que o estado nutricional avaliado através da RCE indica o mesmo observado por estudo realizado na Ásia, indicadando que a RCE é uma medida de forte associação com fatores de risco cardiovascular 12. Os dados expostos no presente estudo conferem à população atenção específica, sobretudo para o controle do excesso de peso como conseqüência relativa às doenças cardiovasculares que podem provocar um grave impacto na qualidade de vida. Por isso, destaca-se a importância de haver uma educação nutricional dentro das instituições com a finalidade de proporcionar melhora na qualidade de vida destes indivíduos. REFERÊNCIAS 1. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2003 [Internet]. Estimativas populacionais. Disponível em: http://www.ibge.org.br. Acesso em: 05 de Setembro 2015. 2. Kannel, W.B. An overview of risk factor for cardiovascular disease. In: Kaplan, N.M. & Stamler, J. Prevention of coronary heart disease: practical management of the risk factors. Washington, DC, W.B. Saunders, 1983. p. 1-19.

3. Reis, LA et al., Saúde dos idosos da clínica-escola de fisioterapia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Ciência, Cuidado e Saúde, 7 (2): 187-192, 2008. 4. Lisboa CR,Chianca TCM. Perfil epidemiológico, clínico e de independência funcional de uma população idosa institucionalizada. Revista Brasileira de Enfermagem. 2012 mai jun; 65(3): 482-87. 5. Menezes TN, Marucci MFN. Antropometria de idosos residentes em instituições geriátricas, Fortaleza, CE. Rev. Saúde Pública 2005; 39(2):169-175. 6. Ashwell M, Hsieh SD. Six reasons why the waist-to-height ratio is a rapid and effective global indicator for health risks of obesity and how its use could simplify the international public health message on obesity. Int J Food Sci Nutr 2005;56:303-7. 7. Santos DM, Sichieri R. Índice de massa corporal e indicadores antropométricos de adiposidade em idosos. Revista de Saúde Pública 2005; 39(2):163-8. 8. Pitanga, F. J. G.; Lessa, I. Razão cintura-estatura como discriminador do risco coronariano de adultos. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo, v. 52, n. 3, June 2009. 9. Taylor RW, Jones IE, Williams SM, Goulding A. Evaluation of waistcircumference, waist-to-hip ratio, and the conicity index as screening tools for high trunk fat mass, as measured by dual-energy X-ray absorptiometry, inchildren aged 3-19 y. Am J Clin Nutr 2000;72:490-5. 10. Organização Mundial da Saúde. Obesidade: prevenindo e controlando a epidemia global. Relatório da Consultória da OMS. Genebra: OMS; 2004. 11. Danilo Ramos Haun, Francisco José Gondim Pitanga, Ines Lessa. Razão cintura/estatura comparado a outros indicadores antropométricos de obesidade como preditor de risco coronariano elevado. Rev Assoc Med Bras 2009; 55(6): 705-11. 12. Khan A, Haq FU, Pervez MB, Saleheen D, Frossard PM, Ishaq M, et al. Anthropometric correlates of blood pressure in normotensive Pakistani subjects. Int J Cardiol. 2008;124:259-62.