SP8 (redes de águas e esgotos)
1- REDE DE ESGOTOS DE ÁGUAS RESIDUAIS ( domésticas ) Este artigo destina-se a estabelecer as condições a que devem satisfazer os trabalhos de fornecimento e montagem das redes de esgoto de águas residuais (domésticas) sem prejuízo das especificações do projecto respectivo (peças escritas e desenhadas), das disposições do R.G.C.A.E. e das Normas Portuguesas aplicáveis. 1.1- Indicações gerais Esta rede destina-se ao escoamento de águas residuais provenientes de instalações sanitárias e cozinhas, incluindo os fornecimentos e assentamentos respectivos, desde os vários aparelhos de utilização até ao local de lançamento dos efluentes. A execução dos trabalhos deve respeitar os traçados, os calibres das tubagens e demais indicações que constem das peças do projecto. Na última caixa desta rede, ou seja, na caixa da qual se fará a ligação dos esgotos à rede geral do exterior, existirá um sifão de saneamento. Os materiais que constituem esta rede serão o PVC rígido e a caixa de visita em alvenaria de tijolo com tampa à superfície. As tampas destas caixas deverão ser vedadas a cordão de silicone, conforme o desenho de pormenor, a fim de evitarem quaisquer cheiros. Todas as mudanças de direcção, as ligações aos ramais dos aparelhos e as extremidades da canalização serão dotadas de bocas de limpeza, quando não existir caixa de visita, a fim de que, com facilidade, se possa proceder a lavagens periódicas ou a eventuais desobstruções. 1.2- Tubagens e dimensões a utilizar A canalização compreende o fornecimento dos tubos de PVC, incluindo todos os acessórios do mesmo material (sifões, forquilhas, curvas, tês, etc.) e as suas ligações aos aparelhos de utilização ou caixas de recepção. Em todos os elementos do traçado serão utilizados os calibres indicados nos respectivos desenhos de projecto. 1.3- Assentamento de tubagens em pisos térreos As tubagens em pisos térreos constam essencialmente de ramais de ligação a executar com tubagem PVC. O assentamento das manilhas que constituem os ramais será feito em roços ou valas com largura suficiente para a execução dos trabalhos, tendo em atenção a profundidade a atingir. Faz parte do assentamento a abertura e tapamento dos roços e valas e bem assim a execução de todos os atravessamentos quer nos enroncamentos e massames, quer nos elementos de betão ou paredes. A soleira da vala será recoberta, sempre que necessário, com uma camada de 0.20m de areia devidamente compactada. As manilhas deverão apoiar-se sobre o fundo da vala em todo o seu comprimento e o seu encaixe deverá fazer-se sem forças e de forma que cada troço fique perfeitamente rectilíneo fazendo-se a verificação das inclinações através de óculo. Na execução de todos os trabalhos deverão ser cumpridas com rigor as instruções dos fabricantes Não se pode admitir o aquecimento dos materiais por maçarico de chama directa ou por reposição de terras. Toda a rede, antes do tapamento dos roços e valas, será ensaiada mediante o seu enchimento de água, até à altura permitida pelas caixas, durante um período de 24
horas, refazendo-se as juntas ou substituindo-se os elementos que não forem perfeitamente estanques. O aterro das valas será executado por camadas de 0.20m de espessura, de solo seleccionado, devidamente compactadas com maços de cunha, de forma a acompanhar todo o perímetro exterior da conduta e cobrir esta numa espessura de 0.20m, contada a partir da geratriz superior do extradorso. O aterro da parte superior das valas será feito por camadas de espessura não superior a 0.30m, devidamente compactadas com maços mecânicos. Para cima de 0.80m acima do extradorso, a trincheira será cheia com produtos da vala, por camadas inferiores a 0.30m de espessura, com pilões de peso não superior a 15kg ou por equivalente meio mecânico. As últimas camadas serão suficientemente compactadas manual ou mecanicamente. Todos os ensaios necessários para comprovar a qualidade dos materiais ou da própria rede serão da conta do empreiteiro. Todas as ligações à rede geral serão feitas sifónicamente e com caixa de limpeza. 1.4- Caixas de ligação em pisos térreos Estas caixas localizam-se nas bases dos tubos de queda e sua ligação aos ramais, e sempre que haja mudança de direcção, variações de inclinação ou diâmetro, ou ainda confluência de ramais. As caixas de ligação serão executadas de acordo com os desenhos de projecto, em alvenaria hidráulica de tijolo, assente com argamassa de cimento e areia ao traço 1 : 5, hidrófugada. As tampas serão em betão armado, de 500kg de cimento por m 3 de betão e nos casos em que a fiscalização o entender, ficarão embebidas no pavimento, podendo receber ou não o mesmo acabamento deste. Nas soleiras das caixas serão executadas caleiras de concordância a guiar o escoamento. Os enchimentos necessários à execução das caleiras serão feitos com betão do mesmo tipo da soleira, devendo os 2cm superiores serem de argamassa de 600kg de cimento por m 3, com a qual serão rebocadas todas as superfícies interiores das caixas. 1.5- Sifão de pavimento Refere-se o presente artigo ao fornecimento e assentamento de caixas de pavimento sifonadas que serão constituídas por uma tampa em latão cromado, aparafusada com um aro também em latão cromado. O aro será rigidamente ligado à tubagem de esgoto e ao pavimento, de modo a não existirem deslocações. A tampa terá um rasgo central para desaparafusamento, ficando ao mesmo nível do pavimento acabado. A ligação da tampa ao aro deverá ser feita com junta de borracha ou equivalente, de modo a garantir estanquecidade a gases e líquidos. 1.6- Fossa biológica Este sistema permite o tratamento biológico das águas residuais do tipo domésticas proporcionando um bom rendimento em qualidade das águas à saída do equipamento, o tratamento cumpre a normativa actual de descarga em Portugal, correspondendo ao DL n.º 236/98 do Ministério do Ambiente. O sistema é composto por um decantador digestor, formado por dois compartimentos nos quais tem lugar a sedimentação e a digestão da matéria orgânica presente nas águas residuais e por um filtro biológico que produz a oxidação da matéria orgânica a partir de microrganismos presentes na água e graças à adição de oxigénio.
2- REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUAS ( Quentes e Frias ) Este artigo tem por fim estabelecer as condições a que devem satisfazer os fornecimentos e montagem das redes de água (quente e fria), sem prejuízo das especificações do projecto, das disposições do R.G.C.A.E. e das Normas Portuguesas aplicáveis. 2.1- Traçado da rede e tubagem a) Toda a rede exterior à edificação deverá ser convenientemente protegida contra a corrosão, com pintura asfáltica em duas demãos revestida a fita embebida com produto betuminoso. Será instalada em vala com uma profundidade mínima de 0.60m, garantindo o fundo da vala um apoio contínuo de toda a tubagem e em plano superior a qualquer passagem de esgoto, afastada desta pelo menos um metro. b) O traçado da rede será por troços rectos, não sendo permitida a curvatura dos tubos, devendo, para tal, utilizarem-se os acessórios convenientes. A rede de água fria corre por baixo da quente e esta deverá estar embebida pelo menos 4 cm. c) Antes de iniciados os trabalhos de abertura de roços (rede embebida), deverá o traçado ser aprovado pela fiscalização (registo em livro de obra), não sendo permitida a abertura de roços em estrutura de betão, mas poderão, eventualmente (ou quando previsto) ser introduzidos, antes da betonagem, contra-moldes e furações que permitam a inclusão de canalizações em montagem embebida. d) A tubagem será no diâmetro indicado nas peças desenhadas, de ferro galvanizado para água sob pressão, obedecendo às condiçõ3es presentes na respectiva CTM. e) Compete ao empreiteiro efectuar as diligências necessárias para solicitar a vistoria aos serviços municipalizados, devendo fazê-lo em coordenação com a fiscalização da empreitada. A rede deverá ser posta em carga com uma bomba hidráulica de pressão para uma carga de serviço duas vezes superior à que vai ficar a trabalhar, pelo menos durante 24 horas. f) Só após a aprovação conjunta, com registo em livro de obra, dos serviços municipalizados e da fiscalização, se poderá proceder ao tapamento dos roços, sendo utilizada argamassa ao traço 1:4. 2.2- Torneiras e Acessórios Deverão previamente, com tempo, serem presentes à apreciação da fiscalização os modelos a escolher pelo empreiteiro, para serem analisados e aprovados (registo em Livro de Obra). a) Torneiras de serviço Serão instaladas torneiras de serviço nos vários aparelhos de utilização assinalados no projecto da rede de distribuição de águas. O diâmetro de cada torneira será o indicado no respectivo artigo do Mapa de Quantidades de Trabalho e nas peças desenhadas do projecto. De entre os fornecimentos e trabalhos a executar destacam-se os seguintes:
Fornecimento e assentamento de torneiras; Fornecimento e assentamento de tubo cromado desde a parede até ao corpo da torneira, assim como o respectivo patere ; A ligação do tubo cromado à rede de abastecimento de água embebida na parede Todos os trabalhos acessórios e complementares. De entre as características das torneiras, destacam-se as seguintes: A torneira será de válvula e com manípulo cromado do tipo coluna, com fixação do espelho, referências nos manípulos (encarnada para a água quente e azul para a água fria), de boa marca; O corpo da torneira e respectivo manípulo será de latão estampado com acabamento cromado no exterior; O pistão descerá para a sede por meio de movimento de translação sem rotação (pistão fixo); O patere deverá ser de latão cromado e tapará integralmente o furo destinado à ligação do tubo de latão cromado à tubagem embebida na parede; O tubo de latão que liga a torneira à parede deverá ter o comprimento adequado para que esta, quando aberta, deixe cair a água no centro do orifício do esgoto e terá o diâmetro que assegure a necessária rigidez; A montagem da torneira permitirá a sua fácil desmontagem no caso de avaria. b) Torneiras de segurança Serão instaladas torneiras de segurança nos locais assinalados no projecto da rede de distribuição de águas, e com o diâmetro indicado no Mapa de Quantidades de Trabalhos. Utilizar-se-ão torneiras de segurança de válvula cunha com manípulo cromado, o qual terá uma seta indicando a posição do fuso. Em tudo o mais se respeitará, naquilo que lhe for aplicável, o mesmo que está especificado para as torneiras de serviço. Neste trabalho está compreendida a abertura e tapamento da caixa para a instalação da torneira, sua ligação ao ramal de abastecimento e todos os acessórios necessários.