UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

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Transcrição:

1 UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA LEI DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA SÉRGIO VIDAL GARCIA OLIVEIRA DANIEL GUSTAVO CASTELLAIN JEFFERSON CARLOS FISHER JOINVILLE 2015

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 3 2 LEI DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA... 5 2.1 LEI 10.295 DE 17 DE OUTUBRO DE 2001... 5 2.2 DECRETO 4.059 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2001... 6 2.3 DECRETO N 4.508 DE 11 DE DEZEMBRO DE 2002 10 3 REFERÊNCIAS... 16 2

3 1 INTRODUÇÃO A preocupação com a eficiência energética em máquinas e equipamentos consumidores de energia começou a surgir com a crise do petróleo nos anos 70 devido ao consumo desenfreado e a demanda de fornecimento dessa matéria - prima. Assim, vários países industrializados organizaram - se para que investimentos significativos fossem recolhidos de forma a investir em projetos de eficiência energética e fontes renováveis de energia. O objetivo era garantir o suprimento de energia, diminuindo - se a dependência do petróleo e seus derivados [1]. No entanto, em meados dos anos 80, com a estabilização do preço do petróleo, diminui - se a preocupação com o suprimento de energia primária e assim vários investimentos foram reduzidos nessa área. No final dos anos 80, outro problema tornou - se preocupante para bem estar da sociedade. As emissões de gases poluentes como os de efeito estufa, oriunda da queima de combustíveis fósseis tornou - se uma preocupação global devido as variações climáticas ocorrentes no mundo. Com isso, em 1992 foi realizado um encontro internacional na cidade do Rio de Janeiro para discutir amplamente sobre estes problemas climáticos globais e consequentemente dialogar sobre algumas alternativas de minimizar os problemas com o clima do mundo. Posteriormente, na cidade japonesa de KYOTO, firmou - se um acordo internacional, através do qual os países signatários estabeleceram metas de redução de emissões de CO2 [1]. Para se atingir estas metas sem comprometer o nível de produção industrial e o atual nível de conforto propiciado às pessoas pelo uso da energia, tornou - se imprescindível uma maior eficiência em toda a cadeia energética, isto é, desde a produção de energia até seu uso final, bem como uma maior participação de fontes renováveis de energia na matriz energética [1].

Assim, esta apostila apresenta uma análise do marco regulatório relacionado à Lei de eficiência energética n 10.295, de 17 de outubro de 2001, o decreto n 4.059 de 19 de dezembro de 2011, que trata do estabelecimento dos níveis máximos de consumo específico de energia, ou mínimos de eficiência energética, de máquinas e aparelhos consumidores de energia fabricados e comercializados no Brasil e o decreto n 4.508 de 11 de dezembro de 2002 que define os níveis mínimos de eficiência energética de motores elétricos trifásicos de indução rotor gaiola de esquilo, de fabricação nacional ou importados, para comercialização ou uso no Brasil. 4

5 2 LEI DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA Neste capítulo são apresentados a Lei de Eficiência Energética criada em 17 de outubro de 2001, o Decreto n 4.059 de 19 de dezembro de 2001 que foi criado para regulamentar a Lei de eficiência energética e o Decreto n 4.508 de 11 de dezembro de 2002 que foi criado para definir os níveis mínimos de eficiência energética de motores elétricos trifásicos de indução rotor gaiola de esquilo, de fabricação nacional ou importados, para comercialização ou uso no Brasil. 2.1 LEI 10.295 DE 17 DE OUTUBRO DE 2001 A Lei 10.295 de 17 de outubro de 2001 foi criada a partir da Política Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia, visando a alocação eficiente de recursos e a preservação do meio ambiente. Com esse propósito, o Poder Executivo estabeleceu níveis máximos de consumo específico de energia e/ou mínimos de eficiência energética, de máquinas e aparelhos consumidores de energia fabricados ou comercializados no País com base em indicadores técnicos pertinentes. Estes níveis foram estabelecidos com base em valores técnica e economicamente viáveis, considerando a vida útil de máquinas e aparelhos consumidores de energia. Após um ano da publicação destes níveis, será estabelecido um programa de metas para sua progressiva evolução [2]. Fabricantes e importadores de máquinas e aparelhos consumidores de energia são obrigados a adotar medidas necessárias para que sejam obedecidos os níveis máximos de consumo de energia e mínimos de eficiência energética, constantes na regulamentação específica estabelecida para cada tipo de máquina e aparelho [2]. Os importadores devem comprovar o atendimento aos níveis máximos de consumo específico de energia, ou mínimos de eficiência energética, durante o processo de importação. As máquinas e aparelhos disponíveis no mercado que não atendam os níveis

especificados devem ser recolhidos no prazo máximo de 30 dias pelos respectivos fabricantes e importadores. Caso não tenham recolhido nesse prazo determinado os fabricantes e importadores estarão sujeitos as multas por unidade de até 100% do preço de venda por eles praticados [2]. Além da Lei envolver máquinas e aparelhos consumidores de energia, no artigo 4 ela prevê que o Poder Executivo desenvolva mecanismos que promovam a eficiência energética nas edificações construídas no País [2]. Com o estabelecimento dos indicadores de consumo específico de energia, ou de eficiência energética, entidades representativas de fabricantes e importadores de máquinas e aparelhos consumidores de energia e demais entidades interessadas deverão ser ouvidas em audiência pública [2]. 2.2 DECRETO 4.059 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2001. O Decreto 4.059 de 19 de dezembro de 2001 foi criado para regulamentar a Lei 10.295 de 17 de outubro de 2001 e definir os níveis máximos de consumo de energia e mínimos de eficiência energética em máquinas e aparelhos consumidores de energia fabricados ou comercializados no País, bem como as edificações construídas. Esses níveis foram estabelecidos com base em indicadores técnicos e regulamentação específica, sob a coordenação do Ministério de Minas e Energia [3]. Dessa maneira, foi instituído um Comitê Gestor de Indicadores e Níveis de Eficiência Energética - CGIEE, composto por representantes dos seguintes órgãos e entidades: Ministério de Minas e Energia; Ministério da Ciência e Tecnologia; Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; Agência Nacional de Energia Elétrica; Agência Nacional do Petróleo; Dois representantes civis; 6

7 Os dois representantes civis são divididos em um representante de universidade brasileira e um cidadão brasileiro. Ambos precisão ser especialistas em matéria de energia, e designados pelo Ministro de Estado de Minas e Energia, para mandatos de dois anos, podendo ser renovados por mais um período [3]. Esses representantes devem atender as seguintes atribuições [3]: Elaborar plano de trabalho e cronograma, visando implementar a aplicação da Lei 10.295 de 17 de outubro de 2001; Elaborar regulamentação específica para cada tipo de aparelho e máquina consumidora de energia; Estabelecer Programa de Metas com indicação da evolução dos níveis a serem alcançados para cada equipamento regulamentado; Constituir Comitês Técnicos para analisar e opinar sobre matérias específicas sob apreciação do CGIEE, inclusive com a participação de representantes da sociedade civil; Acompanhar e avaliar sistematicamente o processo de regulamentação e propor plano de fiscalização; Deliberar sobre as proposições do Grupo Técnico para Eficientização de Energia em Edificações; Assim para o cumprimento das obrigações estabelecidas por Lei, as entidades como: ANEEL, ANP, INMETRO, PROCEL e CONPET fornecem apoio técnico ao CGIEE e aos Comitês Técnicos que foram constituídos [3]. Além das atribuições relacionadas aos órgãos representantes do CGIEE, no Decreto 4.059 de 19 de dezembro de 2001 ainda é previsto as atribuições do Presidente do CGIEE de acordo com o artigo 4 [3]. O processo de regulamentação específica para adoção dos níveis máximo de consumo de energia e/ou minímos de eficiência energética de cada tipo de aparelho e máquina

consumidora de energia é elaborada pelo Comitê Técnico e aprovada pelo Comitê Gestor após audiência pública. A audiência pública é convocada de acordo com os incisos 1 e 2 do artigo 5 do Decreto 4.059 de 19 de dezembro de 2001 [3]. A regulamentação específica para adoção dos níveis máximo de consumo de energia e/ou minímos de eficiência energética de cada tipo de aparelho e máquina consumidora de energia deve conter as seguintes especificações [3]: Normas com procedimentos e indicadores utilizados nos ensaios para comprovação do atendimento dos níveis máximos de consumo de energia, ou minímos de eficiência energética; Indicação dos laboratórios responsáveis pelos ensaios mencionados no item anterior; O mecanismo de avaliação da conformidade a ser implantado; Os procedimentos para comprovação dos níveis máximos de consumo de energia ou mínimos de eficiência energética a serem observados durante o processo de importação; O prazo para entrada em vigor; Os laboratórios responsáveis pelos ensaios de validação dos níveis máximo de consumo de energia e/ou minímos de eficiência energética de máquinas e aparelhos fabricados e comercializados no País devem ser credenciados pelo INMETRO [3]. Em caso de máquinas e aparelhos consumidores de energia fabricados no exterior e comercializados no País, os ensaios e procedimentos definidos na regulamentação específica devem ser atendidos desde que os laboratórios internacionais sejam reconhecidos pelo INMETRO por meio de acordos de reconhecimento mútuo. No caso dos laboratórios não atender as solicitações previstas, o Comitê Gestor poderá indicar outros laboratórios previamente auditados [3]. 8

9 Em caso de importação de máquinas e aparelhos consumidores de energia, esses equipamentos deverão comprovar o atendimento dos níveis máximos de consumo de energia ou mínimos de eficiência energética estabelecidos em regulamentação específica. Para a concessão da Licença de Importação, deverá ser obtida a anuência do INMETRO, previamente ao embarque no exterior [3]. O INMETRO é o responsável pela fiscalização e pelo acompanhamento dos programas de avaliação da conformidade das máquinas e aparelhos consumidores de energia a serem regulamentados [3]. As despesas relativas ao funcionamento do CGIEE são de responsabilidade dos órgãos envolvidos no Comitê. Os recursos financeiros necessários à fiscalização são de responsabilidade dos Ministérios de Minas e Energia e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A disponibilização dos recursos financeiros para a capacitação dos laboratórios são de responsabilidade do Ministério da Ciência e Tecnologia [3]. O CGIEE teve como responsabilidade, criar um Grupo Técnico para Eficientização de Energia nas Edificações no País. Este Grupo técnico é composto por um representante dos seguintes órgãos e entidades [3]: Ministério de Minas e Energia, que o coordenará; Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; Ministério da Integração Nacional; Ministério da Ciência e Tecnologia; Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica - PROCEL; Programa Nacional de Racionalização do Uso de Derivados de Petróleo e do Gás Natural - CONPET;

Integram, ainda, o Grupo Técnico um representante de universidade brasileira especialista em matéria e edificações e energia, um representante do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA), um representante do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), um representante da Câmara Brasileira da Indústria da Construção [3]. As atribuições deste Grupo técnico são: A adoção dos procedimentos para avaliação da eficiência energética das edificações; Indicadores técnicos referenciais do consumo de energia das edificações para certificação de sua conformidade em relação à eficiência energética; Requisitos técnicos para que os projetos de edificações a serem construídas no país atendam os indicadores mencionados no item anterior; 2.3 DECRETO N 4.508 DE 11 DE DEZEMBRO DE 2002 O Decreto N 4.508 de 11 de dezembro de 2002 aprova a regulamentação específica que define os níveis mínimos de eficiência energética de motores elétricos trifásicos de indução rotor gaiola de esquilo, de fabricação nacional ou importados, para comercialização ou uso no Brasil, na forma dos anexos I e II [4]-[5]. O anexo I do Decreto N 4.508 de 11 de dezembro de 2002 apresenta 8 capítulos que decrevem a regulamentação específica que define os níveis mínimos de eficiência energética de motores elétricos trifásicos de indução rotor gaiola de esquilo. No capítulo I descreve - se a caracterização do produto, no capítulo II apresenta - se os rendimentos nominais mínimos e procedimentos de ensaios, no capítulo III apresenta - se a placa de identificação do motor, no capítulo IV apresenta - se a avaliação da conformidade e laboratórios, no capítulo V descreve - se os motores componentes de outros máquinas, no capítulo VI apresenta - se a especificação de motores e máquinas motrizes de uso final importados, no 10

11 capítulo VII descreve - se a fiscalização e as penalidades e por fim no capítulo VIII descreve - se a vigência desta regulamentação específica [5]. O capítulo I refere - se a caracterização do produto, ou seja, quais os tipos de motores que fazem parte desta regulamentação específica. Portanto, os motores trifásicos de indução gaiola de esquilo, de fabricação nacional ou importados para comercialização ou uso no Brasil, tanto motores comercializados individualmente ou que fazem parte de outros equipamentos fazem parte desta regulamentação específica [5]. Os motores objeto desta regulamentação possuem as seguintes características [5]: Operação em rede de distribuição de corrente alternada em 60 Hz, e tensão nominal até 600 V, individualmente ou em quaisquer combinações de tensões; Frequência nominal de 60 Hz ou 50 Hz para operação em 60 Hz; Uma única velocidade nominal ou múltiplas velocidades para operação em uma única velocidade nominal; Nas potências nominais de 1 a 250 cv ou hp (0,75 a 185 kw) nas polaridades de 2 e 4 pólos, nas potências nominais de 1 a 200 cv ou hp (0,75 a 150 kw) na polaridade de 6 pólos e nas potências de 1 a 150 cv ou hp (0,75 a 110 kw) na polaridade de 8 pólos; Desempenho de partida de acordo com as características das categorias N e H da norma NBR 7094/2000, da ABNT, ou categorias equivalentes, tais como A ou B ou C da "National Equipment Manufacturers Association" - NEMA; Seja do tipo totalmente fechado com ventilação externa, acoplada ou solidária ao próprio eixo de acionamento do motor elétrico; O Comitê Gestor de Indicadores e Níveis de Eficiência Energética - CGIEE, instituído pelo Decreto n 4.059 de 19 de dezembro de 2001, poderá, com apoio de grupo técnico

elaborar documentos complementares que se fizerem necessários para identificar os motores de que se trata esta regulamentação [5]. O capítulo II refere - se aos rendimentos nominais mínimos e procedimentos de ensaios. O indicador de eficiência energética a ser utilizado é o rendimento nominal. O método de ensaio para determinação do rendimento nominal é o ensaio dinamométrico com medição indireta das perdas suplementares e medição direta das perdas no estator (I²R), no rotor (I²R), no núcleo e por atrito e ventilação, descrito na norma NBR 5383-1/2001 da ABNT - Máquinas Elétricas Girantes - Parte 1 - Motores de indução trifásicos - Ensaios. O rendimento nominal deve ser determinado nas condições de tensão nominal, frequência nominal e potência de saída nominal no eixo do motor [5]. Os níveis mínimos de rendimento nominal a serem atendidos estão definidos na Tabela 1, incluindo as linhas de motores padrão e alto rendimento. Estes valores estão sujeitos às tolerâncias descritas na norma NBR 7094/2000 da ABNT [5]. O capítulo III refere - se a placa de identificação do motor no qual não será detalhada nesse resumo. O capítulo IV refere - se a avaliação da conformidade e laboratórios. O processo de avaliação da conformidade para verificação dos níveis mínimos de eficiência energética dos motores trifásicos, é o da etiquetagem, realizado pelo INMETRO, por meio do Programa Brasileiro de Etiquetagem - PBE [5]. Antes da comercialização de um modelo básico de motor, este deverá ser submetido pelo fabricante ou importador ao INMETRO para autorização de comercialização no Brasil. Entende-se por modelo básico um motor que represente um conjunto de motores com mesmas características elétricas e mecânicas e produzido por um mesmo fabricante [5]. A autorização de comercialização conferida pelo Inmetro não isenta o fabricante ou importador da 12

13 responsabilidade de comercializar seus equipamentos dentro dos índices mínimos de eficiência definidos nesta regulamentação [5]. Tabela 1 - Níveis mínimos de rendimento Potência Padrão Pólos Alto rendimento Pólos cv ou hp kw 2 4 6 8 2 4 6 8 1 0,75 77,0 78,0 73,0 66,0 80,0 80,5 80,0 70,0 1,5 1,1 78,5 79,0 75,0 73,5 82,5 81,5 77,0 77,0 2 1,5 81,0 81,5 77,0 77,0 83,5 84,0 83,0 82,5 3 2,2 81,5 83,0 78,5 78,0 85,0 85,0 83,0 84,0 4 3,0 82,5 83,0 81,0 79,0 85,0 86,0 85,0 84,5 5 3,7 84,5 85,0 83,5 80,0 87,5 87,5 87,5 85,5 6 4,5 85,0 85,5 84,0 82,0 88,0 88,5 87,5 85,5 7,5 5,5 86,0 87,0 85,0 84,0 88,5 89,5 88,0 85,5 10 7,5 87,5 87,5 86,0 85,0 89,5 89,5 88,5 88,5 12,5 9,2 87,5 87,5 87,5 86,0 89,5 90,0 88,5 88,5 15 11 87,5 88,5 89,0 87,5 90,2 91,0 90,2 88,5 20 15 88,5 89,5 89,5 88,5 90,2 91,0 90,2 89,5 25 18,5 89,5 90,5 90,2 88,5 91,0 92,4 91,7 89,5 30 22 89,5 91,0 91,0 90,2 91,0 92,4 91,7 91,0 40 30 90,2 91,7 91,7 90,2 91,7 93,0 93,0 91,0 50 37 91,5 92,4 91,7 91,0 92,4 93,0 93,0 91,7 60 45 91,7 93,0 91,7 91,0 93,0 93,6 93,6 91,7 75 55 92,4 93,0 92,1 91,5 93,0 94,1 93,6 93,0 100 75 93,0 93,2 93,0 92,0 93,6 94,5 94,1 93,0 125 90 93,0 93,2 93,0 92,5 94,5 94,5 94,1 93,6 150 110 93,0 93,5 94,1 92,5 94,5 95,0 95,0 93,6 175 132 93,5 94,1 94,1 94,7 95,0 95,0 200 150 94,1 94,5 94,1 95,0 95,0 95,0 250 185 94,1 94,5 95,4 95,0 Fonte: Tabela obtida de [5]. Os laboratórios responsáveis pelos ensaios que comprovarão o atendimento dos níveis mínimos de rendimento

nominal dos motores fabricados ou comercializados no País são aqueles credenciados ou designados pelo Inmetro [5]. O capítulo V refere - se aos motores componentes de outras máquinas. Entende-se por máquinas motrizes de uso final os equipamentos que possuem motores como um dos seus componentes. Caberá aos fabricantes das máquinas motrizes de uso final, a comprovação perante o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior ou ao órgão por ele indicado, de que um determinado motor componente de um modelo básico de máquina motriz de uso final, não está abrangido por esta regulamentação. Os motores, tanto da linha padrão quanto de alto rendimento, componentes de máquinas motrizes de uso final que são fabricados ou importados em carcaças inferiores às referenciadas pela norma NBR 7094/2000, da ABNT, conforme correspondência entre potência nominal e velocidade síncrona, também estão cobertos por esta regulamentação [5]. O capítulo VI refere - se aos motores e máquinas motrizes de uso final importados. No processo de importação dos motores e de máquinas motrizes de uso final de que trata esta regulamentação, deverá haver a anuência do Inmetro para concessão da Licença de Importação, obtida previamente ao embarque no exterior [5]. O capítulo VII refere - se a fiscalização e penalidades. A fiscalização do cumprimento das disposições contidas nesta regulamentação, em todo o território nacional, será efetuada pelo Inmetro e pelas entidades de direito público com ele conveniadas. O não cumprimento da presente regulamentação, acarretará aos infratores, a aplicação das penalidades previstas na Lei n 10.295, de 17 de outubro de 2001 [5]. O capítulo VIII refere - se a vigência do decreto. A data-limite para comercialização dos motores fabricados no país ou importados do exterior que não fazem parte de máquina motriz de uso final e que não atendam ao disposto nesta regulamentação é 28 de fevereiro de 2003. A data-limite para 14

15 fabricação no país ou importação do exterior de máquinas motrizes de uso final cujos motores componentes são abrangidos e que não atendam ao disposto nesta regulamentação é 28 de fevereiro de 2003. A data-limite para comercialização de máquinas motrizes de uso final cujos motores componentes não atendam ao disposto nesta regulamentação é 31 de julho de 2003. Para as máquinas motrizes de uso final para as quais o atendimento desta regulamentação implicar em modificações onerosas, financeiramente, tecnicamente ou operacionalmente, comprovadas junto ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC ou ao órgão por ele indicado, o prazo fica estendido para 30 de dezembro de 2003 [5]. O anexo II do Decreto N 4.508 de 11 de dezembro de 2002 apresenta alguns esclarecimentos para caracterização dos produtos objeto desta regulamentação. Dessa maneira são descritos as características dos seguintes motores [5]: Motores de velocidade variável; Motores com selo mecânico ou retentores; Motores de Potência intermediária; Motores para bombas monobloco; Motores Acoplados a Acionadores Mecânicos; Motores com Rolamentos Especiais; Motores Especiais; Motores em Áreas Classificadas; O estabelecimento dos níveis máximos de consumo de energia, ou mínimos de eficiência energética dos demais aparelhos e máquinas, bem como os programas de metas previstos no art. 2º da Lei nº 10.295, de 17 de outubro de 2001, serão objeto de regulamentações específicas por meio de portarias interministeriais dos Ministérios de Minas e Energia, da Ciência e Tecnologia e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, após aprovação do Comitê Gestor de Indicadores e Níveis de Eficiência Energética - CGIEE [4].

3 REFERÊNCIAS 16 [1].JAMIL HADDAD. A lei de eficiência energética e o estabelecimento de índices mínimos de eficiência energética para equipamentos no Brasil. Disponível em: <https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web &cd=1&cad=rja&uact=8&ved=0cb0qfjaa&url=http%3a%2f%2fw ww.sbpe.org.br%2fsocios%2fdownload.php%3fid%3d175&ei=y6ltv bh_dswngwtz44gibw&usg=afqjcngo5kgvi3wkg0vsd7ka8cul2qunq&sig2=hqcwse3cxu_qkr1ibuevua&bvm=bv.93 112503,d.eXY> Acesso em: 13 de maio de 2015. [2].LEI DA REPÚBLICA. Lei N 10.295, de 17 de outubro de 2001. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10295.htm> Acesso em: 11 de março de 2015. [3]. DECRETO DA REPÚBLICA. Decreto N 4.059 de 19 de dezembro de 2001. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d4059.htm> Acesso em: 11 de março de 2015. [4]. DECRETO DA REPÚBLICA. Decreto N 4.508 de 11 de dezembro de 2002. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/2002/decreto-4508-2002- 491076-publicacaooriginal -1-pe.html> Acesso em: 11 de março de 2015. [5]. DECRETO DA REPÚBLICA. Decreto N 4.508 de 11 de dezembro de 2002 - Anexo I e II. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/2002/decreto-4508-2002- 491076-norma-pe.html> Acesso em: 11 de março de 2015.