TRATAMENTO DE EFLUENTES DE OFICINAS DE CARROS PARA O REÚSO USANDO SEMENTES DE MORINGA (Moringa oleifera)

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Transcrição:

TRATAMENTO DE EFLUENTES DE OFICINAS DE CARROS PARA O REÚSO USANDO SEMENTES DE MORINGA (Moringa oleifera) Wyllame Carlos Gondim Fernandes 1 ; Erbênia Oliveira Lima 2 Regina Célia Pereira Marques 3 1 Universidade Potiguar, Mestrado Profissional em Engenharia de Petróleo e Gás wyllamegondim@gmail.com 2 Universidade Potiguar, Mestrado Profissional em Engenharia de Petróleo e Gás erbenia.oliveira@hotmail.com 3 Universidade Potiguar, Mestrado Profissional em Engenharia de Petróleo e Gás regina.marques@unp RESUMO Buscando pesquisar processos alternativos para o tratamento de efluentes, este trabalho estudou a aplicação de um processo de coagulação/flotação com as sementes da Moringa oleifera, para o tratamento de um efluente originado de lavagens de carros e troca de óleo para fins de reuso com o objetivo de reduzir o valor inicial de cor aparente, turbidez e óleos e graxas (TOG), verificando se a qualidade final da água para que ela possa ser reutilizada novas lavagens. O efluente foi submetido ao tratamento proposto, utilizando-se diferentes concentrações do pó da semente da moringa em diferentes ph s. Os resultados obtidos no presente estudo, demonstra que o processo de tratamento pode ser aplicado no tratamento do efluente das lavagens e troca de óleos de carros em oficinas automotivas na cidade de Tabuleiro do Norte/CE. Nos tratamentos realizados de coagulação/floculação, utilizando extratos de moringa em meio salino e aquoso, pôde-se concluir que a moringa foi mais eficiente na remoção de óleo em meio salino 97%, utilizando apenas 0,5 ml/l desse coagulante. Em meio aquoso, apresentou uma remoção significante de 70%, utilizando 2,5mL/L. Dessa forma, fica demonstrado que as sementes de moringa são coagulantes eficientes na remoção de óleo em água e podem ser utilizadas no tratamento desse poluente. 1. INTRODUÇÃO A água é um recurso natural de valor inestimável, um insumo indispensável à produção e recurso estratégico para o desenvolvimento econômico. Após ser utilizada, a água é restituída ao seu ambiente natural e a mesma não deve comprometer os possíveis usos que podem ser feitos, tanto públicos como privados. A contaminação é uma modificação da qualidade da água, provocada, geralmente, pelo homem, de tal forma a torná-la inapta ou danosa ao consumo humano. O reuso da água se tornou um item estratégico na gestão de recursos hídricos, pois pode substituir a água potável por uma água de qualidade inferior, causando a redução na demanda sobre os mananciais. No Brasil existem muitas oficinas automotivas que oferece o serviço de troca de óleo e lavagem de automóveis. Os efluentes gerados nessa atividade estão contaminados principalmente por óleos, graxas, sabões e material argiloso em suspensão que recebem em alguns casos apenas o tratamento preliminar. A Moringa oleifera Lamarck é uma espécie perene, da família Moringaceae, originária do nordeste indiano, amplamente distribuída na Índia, Egito, Filipinas, Sri Lanca, Tailândia, Malásia, Myanmar, Paquistão, Singapura,

Jamaica e Nigéria (PIO CÓRREA, 1984; DUKE, 1987). É tolerante à seca, florescendo e produzindo frutos (DUKE, 1978). Adapta-se a uma ampla faixa de solos (DALLA ROSA, 1993). A literatura do tratamento de água tem registrado alguns trabalhos com o uso de coagulantes e/ou auxiliares de coagulação de origem orgânica (DI BERNARDO, 1993). O gênero moringa, e particularmente as espécies oleifera Lam destacam-se como um dos mais promissores coagulantes naturais (ALMEIDA NETO, 2005). A fração ativa desse coagulante se deve à presença de uma proteína catiônica de alto peso molecular, que desestabiliza as partículas contidas na água, geralmente partículas coloidais de carga negativa, e floculam os coloides. O mecanismo de coagulação/floculação provocado pela proteína existente na polpa da Moringa oleifera Lam assemelha-se ao mecanismo provocado pelos polieletrólitos (DAVINO, 1976). A Moringa oleífera Lam vem sendo difundida devido, principalmente, a sua utilização no tratamento de efluentes e um fato importante é que as sementes podem ser primeiramente utilizadas para a extração do óleo, para depois serem usadas no tratamento de água, sem que isso diminua a eficiência de seu princípio coagulante. De acordo com Pritchard (2010), o uso de sementes de é uma alternativa viável de agente coagulante junto com a filtragem e oferece melhorias significativas no tratamento de água para consumo humano para países em vias de desenvolvimento. Os sais férricos e de alumínio são utilizados no tratamento de água em todo o mundo. O coagulante extraído das sementes da moringa se destaca desses coagulantes químicos por ser natural e biodegradável, além de não alterar significativamente o ph e a alcalinidade da água após o tratamento e não causam problemas de corrosão. Estudos realizados por Pritchard et al. (2010) Investigaram o desempenho de Moringa oleífera em comparação com o sulfato de alumínio (Al2(SO4)3) e sulfato férrico (Fe2(SO4)3), indicando que a moringa possui capacidade de remoção de turbidez. De acordo com Cardoso et al. (2008) o tempo para propiciar a mistura rápida e lenta, o tempo de decantação, assim como a concentração de Moringa oleífera Lam influenciam na remoção de cor e turbidez, durante o processo de coagulação/floculação. Este trabalho estudou a aplicação de um processo de coagulação/flotação com as sementes da Moringa oleifera, para o tratamento de um efluente originado de lavagens de carros e troca de óleo para fins de reuso com o objetivo de reduzir o valor inicial de cor aparente, turbidez e óleos e graxas (TOG), verificando se a qualidade final da

água para que ela possa ser reutilizada em novas lavagens. 2. METODOLOGIA Parâmetros analisados Todos os procedimentos utilizados tiveram como referência o Manual do Meio Ambiente: Métodos FEEMA e as amostras foram coletadas nas oficinas na cidade Tabuleiro do Norte/CE e as análises foram realizadas no laboratório do Biologia II da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, sendo elas: a) Determinação de Turbidez - MF-435.R-1 b) Determinação de Cor - MF-434.R-1 Foi utilizado, para determinação do TOG, o analisador, modelo CVH da Wilks Enterprise, e o tetracloroetileno, como solvente. homogenizada por um misturador a uma rotação de 1000 rpm durante 30 minutos. A mistura obtida foi separada por meio de filtração a vácuo, em que o filtrado obtido foi o extrato de moringa em meio aquoso, utilizado como coagulante natural para tratamento de água produzida. Para o preparo do extrato de moringa em meio salino, colocou-se, em um béquer, 50 ml de solução salina 1 mol/l, e 1 g de torta de moringa. Em seguida, a solução foi homogenizada por um misturador a uma rotação de 1000 rpm durante 30 minutos. A mistura obtida foi separada por meio de filtração a vácuo, e o filtrado foi o extrato de moringa em meio salino, utilizado como coagulante natural para tratamento de água produzida. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Preparo do coagulante Inicialmente, foi realizada a extração mecânica das sementes de moringa, obtendo o óleo como produto e a torta (coproduto), que foi utilizada para preparar os coagulantes naturais. Para o preparo do extrato de moringa em meio aquoso, adicionou-se em um béquer 50 ml de água destilada, e 1 g de torta de moringa. Em seguida, a solução foi Os ensaios de coagulação/floculação foram realizados inicialmente com água produzida sintética (APS), com o coagulante extraído em meio salino e em meio aquoso. Após determinar a eficiências desses coagulantes na separação óleo/água, os experimentos foram realizados com água produzida real (APR). Os ensaios de coagulação/floculação, utilizando a matriz sintética, foram realizados variando as concentrações do coagulante de

moringa extraído em meio salino e em meio aquoso. Extrato de moringa em meio salino O Quadro 1 apresenta os resultados do TOG (Teor de óleo e Graxas) nas concentrações do extrato de moringa, entre 0,5 e 2,5 ml/l, após a separação da fase água/óleo. O branco indica o TOG inicial (antes do tratamento). Quadro 1: Análise do TOG coagulante extraído em meio salino Concentração do coagulante (ml) TOG (ppm) Branco 280 0 0,5 10 97 1,0 60 79 1,5 98 65 2,0 83 70 2,5 118 58 Remoção (%) Diante dos resultados mostrados na Quadro 1, pode-se confirmar que a melhor concentração do extrato de moringa em meio salino foi a de 0,5mL/L, com a qual se obteve uma remoção de óleo em água de 96%. Com o objetivo de comparar as amostras de Extrato de moringa em meio aquoso Pode-se observar, no Quadro 2, que a concentração ótima do coagulante natural extraído em meio aquoso para remoção de óleos e graxas em água foi 2,5 ml/l e assim deste percentual a separação óleo-água diminuiu consideravelmente, indicando um excesso de coagulante. Quadro 2: Análise do TOG coagulante extraído em meio aquoso Concentração do coagulante (ml) TOG (ppm) Remoção (%) Branco 170 0 0,5 120 29 1,0 115 30 1,5 50 69 2,0 52 70 2,5 40 77 Diante destes dados tornar-se viável o reuso da água de lavagem de veículos e troca de óleo por obter uma água de boa qualidade através de processos coagulação/floculação com o uso da semente da moringa. Os testes de coagulação/floculação realizados com o coagulante natural extraído em meio salino e em aquoso apresentaram um alto percentual de separação óleo/água, mostrando a eficiência de ambos no tratamento de água para o reuso, entretanto, o coagulante extraído em meio salino mostrou-se mais eficiente, pois foi neste ensaio em que se utilizou uma menor concentração do coagulante natural, 0,5 ml/l, obtendo-se um percentual de remoção de óleo em água de 96%.

Em relação a cor e turbidez, em todas as concentrações utilizadas foram eficientes, sendo a concentração de 1,0mL/L a que apresentou melhor desempenho. Todos os testes efetuados no processo coagulação/flotação obtiveram resultados sempre abaixo dos valores especificados nos padrões de lançamento de efluentes, pela Resolução CONAMA 357-05. 4. CONCLUSÕES Neste trabalho, foi estudada a potencialidade da Moringa oleifera Lam como agente coagulante natural na separação óleo/água. Nos tratamentos realizados de coagulação/floculação, utilizando extratos de moringa em meio salino e aquoso, pôde-se concluir que a moringa foi mais eficiente na remoção de óleo em meio salino 97%, utilizando apenas 0,5 ml/l desse coagulante. Em meio aquoso, apresentou uma remoção significante de 70%, utilizando 2,5mL/L. Dessa forma, fica demonstrado que as sementes de moringa são coagulantes eficientes na remoção de óleo em água e podem ser utilizadas no tratamento desse poluente. Apesar da literatura sugeri que a utilização de polímeros naturais, como a moringa, não seja tão efetiva no tratamento de água, foi demonstrado neste trabalho que esse tipo de coagulante apresenta vantagens a ser considerado, como a redução no volume de óleo e graxa e a possibilidade de reutilização desta água, estando a mesmo em concordância com a Resolução do CONAMA 357-05. 5. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao Departamento de Ciências Biológicas da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e ao Programa de Mestrado em Petróleo e Gás da Universidade Potiguar/Campus Mossoró (UnP). 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA NETO, M. A. Uso da semente do gênero moringa, 2005. Disponível em: <http://www.cpatsa. embrapa/catalogo/doc/posters/12_1_mario _Augusto. doc>. Acesso em: jun. 2016. DALLA ROSA, K. R. Moringa oleifera: a perfect tree for home gardens. Hawai: NFTA, Agroforestry Species Highlights, v. 1, p. 2-3, 1993.

DAVINO, F. Água na indústria. In: Tecnologia de tratamento de água. Rio de Janeiro: Almeida Neves, p.251, 1976. subtropical land conditions. Madison. American Society Agronomial Special Symposium, v. 32, p. 1-16, 1978. DI BERNARDO, L. Métodos e técnicas de tratamento de água. Rio de Janeiro: ABES Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, 1, 1993. DUKE, J. A. Moringaceae: Horseradish-tree, Drumsticktree, Sohnja, Moringa, murungakai, mulungay. In: BENGE, M. D. (Ed.). Moringa a Multipurpose tree that purifies water. Science and Technology for Environment and Natural Resources, Boston, p. 19-28, 1987. DUKE, J. A. The quest of tolerant germplasm.in:young, G. Crop tolerance to FEEMA Manual do meio ambiente: métodos FEEMA. Rio de Janeiro; FEEMA; 1983. 499p PIO CORRÉA, M. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de Janeiro: IBDF, v. 5, p. 276-283, 1984. PRITCHARD, M. et al. A comparison between Moringa oleiferaand chemical coagulants in the purification of drinking water an alternative sustainable solution for developing countries. Physics and Chemistry of the Earth, v. 35, p. 798-805, 2010.