O Estado da Aplicação em Portugal das Directivas Comunitárias Relativas à Água

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Transcrição:

Ministério das Cidades Ordenamento do Território e Ambiente DSRH O Estado da Aplicação em Portugal das Directivas Comunitárias Relativas à Água Documento elaborado para apresentação no Conselho Nacional da Água Lisboa, 1 de Outubro de 2002

1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS Durante a segunda metade da década de 70 legislou-se, em termos comunitários, sobre as origens de água superficial para abastecimento (1975), para prática balnear (1976), para vida piscícola (1978), para fins aquícolas conquícolas (1979) e para consumo humano (1980). Apesar de se ter iniciado então, também, a prática legislativa de protecção da água, através da protecção contra substâncias perigosas nas águas superficiais (1976) e nas águas subterrâneas (1980), só na década de 90 é que se alargou o âmbito da protecção ao tratamento das águas residuais urbanas (1991), aos nitratos de origem agrícola (1991), à colocação no mercado de produtos fitofarmacêuticos (1991) e biocidas (1998). Foi aliás só na segunda metade da década de 90 que se sentiu a primeira necessidade de prevenção e controlo integrados da poluição (Directiva 96/61/CEE) onde integrado tem em conta toda a performance ambiental de cada unidade industrial, desde as emissões para o ar, água e solo e a geração de resíduos, até à eficiência energética, ruído, prevenção de acidentes e gestão de risco. Desta forma pretende-se preservar e melhorar a qualidade do ambiente; proteger a saúde humana, e; assegurar uma utilização racional dos recursos naturais princípios básicos da política ambiental europeia. Em Portugal dois marcos legislativos são os Decretos-Lei 74/90, de 7 de Março de 1990, e o que o revogou quase dez anos depois, o 236/98, de 1 de Agosto de 1998. É este Decreto-Lei que fixa os valores guia e imperativo para os diversos parâmetros de qualidade. Contudo, o INAG utiliza adicionalmente um sistema de classificação que acrescenta à perspectiva da verificação da conformidade para determinados usos do Decreto- Lei, uma outra preocupação: a verificação da adequação da água aos ecossistemas mais exigentes, onde mesmo pequenas concentrações de alguns parâmetros facilmente removíveis em estações de tratamento não são sequer admissíveis. O valor ambiental das águas per se aquilo que na Directiva Quadro da Água se designa por bom estado ecológico deve constituir um objectivo permanente de cada Estado Membro, e apesar de remontar ao início da década de 70 a percepção de que a qualidade de vida humana e a dos ecossistemas estariam intimamente ligadas, foram necessários 30 anos para consubstanciar esses princípios numa lei comunitária. Na realidade foi a progressiva desadequação dos ideais sectoriais de abordagem dos problemas da água que desadequou também a visão egocêntrica das relação entre a água e a sua qualidade. É objectivo desta publicação fazer uma breve descrição do estado da implementação em Portugal de uma parte substancial do normativo comunitário sobre a água, culminando com os trabalhos de desenvolvimento da Estratégia Comum de Implementação da Directiva Quadro da Água. 2 O ESTADO DE IMPLEMENTAÇÃO 2.1 DIRECTIVAS ENQUADRADAS PELA DIRECTIVA QUADRO A política ambiental da União Europeia está fortemente apoiada no princípio da prevenção, redução e, até onde for possível, eliminação da poluição, dando-se prioridade às intervenções na origem e garantindo a gestão prudente dos recursos naturais. Substâncias Perigosas DIRECTIVAS 76/464/CEE e 80/68/CEE A directiva que melhor traduz esta preocupação e, porventura, a mais exigente a nível de implementação pelos Estados Membros é a Directiva 76/464/CEE, relativa à poluição causada por determinadas substâncias perigosas lançadas no meio aquático, saída ainda do 1º Programa de Acção do Ambiente comunitário. Esta directiva é prioritariamente incidente sobre as águas de superfície tendo o seu artigo 4º sido reinterpretado pela Directiva 80/68/CEE no que concerne a protecção das águas subterrâneas contra as substâncias persistentes, bioacumuláveis e tóxicas. As Directivas 82/176, 83/513, 84/156, 84/491, 86/280, 88/347 e 90/415, habitualmente designadas como directivas filhas concretizam, para algumas substâncias perigosas e para determinados sectores industriais que podem dar origem a emissões dessas substâncias, as medidas de controlo enunciadas na Directiva 76/464/CEE.

Segundo esta directiva, os Estados Membros ficam obrigados a: 1. Definir objectivos de qualidade para as substâncias da Lista II 2. Definir VLE para as várias substâncias, a nível nacional ou por bacia hidrográfica; 3. Emitir licenças de descarga para as várias unidades industriais envolvidas e definir os respectivos Programas de auto-controle 4. Definir limites de descarga para as unidades industriais ligadas aos colectores municipais 5. Controlar descargas de outras actividades antropogénicas que envolvam estas substâncias 6. Definir e aplicar os Planos de acção para redução ou eliminação das substâncias perigosas 7. Apresentar relatório trianual A implementação da Directiva 76/464/CEE em Portugal obrigou ao desenvolvimento de várias actividades: 1999-2000 1. Definição de um Programa de Monitorização para as substâncias constantes da Lista I e Lista II da referida directiva, tanto a nível da água, como do biota e sedimentos, que permitiu de uma forma expedita avaliar os níveis de contaminação do meio ambiente. O desenho da rede teve em consideração o seguinte: - a localização das principais unidades industriais, que potencialmente lançam para o meio substâncias perigosas; - a localização dos principais aglomerados urbanos; - a localização das principais áreas agrícolas e - a localização das estações da RQA. Esta rede era constituída por 58 estações, das quais 46 estavam distribuídas pelas águas interiores e estuários e 12 estações nas águas costeiras substâncias que decorreu entre Abril de 1999 a Maio de 2000. A frequência de amostragem a nível da água foi mensal (Figura 1 e 2) 2. Definição e publicação de Objectivos de Qualidade para algumas substâncias da Lista II (Decreto-Lei 506/99). 3. Paralelamente à implementação deste Programa de Monitorização das substâncias perigosas, havia a necessidade de caracterizar as unidades industriais (cerca 2600 distribuídas pelos sectores indicados no Quadro A4I) que tinham sido identificadas como potenciais responsáveis pelo lançamento destas substâncias no meio. Essa selecção teve em conta o seguinte: sector de actividade económica; as categorias do Anexo I da directiva IPPC; contratos de Adaptação Ambiental; critérios Regionais. Nesse sentido, foram lançados cinco concursos para caracterização das unidades industriais identificadas em cada Direcção Regional do Ambiente e do Ordenamento do Território (DRAOT), com o objectivo de definir limites de descarga, emissão de novas licenças e ainda definição dos parâmetros que farão parte do auto-controle que deverá ser exigido às várias unidades industriais envolvidas. 4. Para as substâncias da Lista I foram publicados três Programas de Acção para evitar ou eliminar a poluição provocada por descargas de mercúrio de sectores que não o da electrólise cloretos alcalinos (Portaria n.º 744-A/99), clorofórmio (Portaria n.º 91/2000) e hexaclorobutadieno (Portaria n.º 39/2000). A sua aplicação é da responsabilidade do Instituto dos Resíduos.

Figura A1

Figura A2

2001 Após 14 meses de amostragens foram avaliados os resultados obtidos podendo-se concluir: Lista I- foram monitorizadas as 17 substâncias ou grupos de substâncias a nível da água, sedimentos e biota nas estações seleccionadas. Das substâncias ou grupos de substâncias monitorizadas apenas para 10 se verificaram valores detectáveis na água (Quadro A1). Falta definir estes Programas de Acção para Hexaclorociclohexano e Triclorobenzeno. Lista II- Para além das substâncias da Lista II (133 +5 nutrientes e aniões) planeou-se a determinação de mais 13, que pela sua importância era relevante conhecer a contaminação do meio. Algumas destas substâncias fazem parte da Lista de Substâncias Prioritárias da Directiva 60/2000/CE. Propunha-se assim, um total de 151 substâncias ou grupo de substâncias. Das 151 substâncias inicialmente consideradas não foi possível instalar capacidade analítica de determinação para: - Urânio, da Lista II; - 9 das 13 substâncias propostas além da Lista II. Foram assim determinadas um total de 141 substâncias (Quadro A3). Das substâncias ou grupos de substâncias monitorizadas apenas 70 apresentaram valores detectáveis na água (Quadro A3). Das 70 substâncias ou grupos de substâncias, com resultados quantificáveis, apenas 9 apresentaram médias aritméticas acima das normas de qualidade definidas - Antraceno, 2,4-D, MCPA, Simazina, Óxido Tributilestanho, 2,4,6-Tricloroetano, Amoníaco, Fósforo Total e Nitritos. Foram ainda consideradas mais 6 substâncias que apresentaram valores significativos - 1,2- Dicloropropano, Linurão, Naftaleno, 2,4,5-T, Atrazina e Cianetos, num total de 15 substâncias para as quais seria necessário definir Programas de Redução de Poluição. Definição das normas de qualidade para as 17 substâncias que apresentaram valores quantificáveis e para quais ainda não tinha sido definido esse valor, e que são: 1-Cloronaftaleno, Clorotoluidinas, 1,2- Dibromoetano, 1,1-Dicloroetano, Ometoato, Propanil, 1,2,4,5-Tetraclorobenzeno, 1,1,2,2- Tetracloroetano, Fosfato de Tributilo, Cloreto de Vinilo, Bentazona, Antimónio, Prata, Titânio, Alacloro, Metolacloro e Molinato. Com base nesta análise foram desencadeadas as seguintes acções: 1. Foram iniciados os estudos necessários para a definição dos Programas de Redução de Poluição para as 15 substâncias, contratando a firma inglesa ERM - Environmental Resources Management. 2. Início dos estudos para definição dos Objectivos de Qualidade para as 17 substâncias. 3. Com base nos resultados obtidos no período de 1999 a 2000 optimizou-se o Programa de Monitorização das Substâncias Perigosas, tanto em número de estações como na grelha de parâmetros e frequências utilizadas. Estão já incluídas as substâncias prioritárias no âmbito da DQA. Este Programa está operacional desde Abril 2001 e mais uma vez está a ser assegurado pelo Laboratório de Referência do Ambiente do IA. 2002 Com base nos trabalhos iniciados desde 1999 foi possível: 1. Utilizando como referência documentos produzidos nesta área no Reino Unido, Alemanha e Holanda e ainda pela European Commission s Scientific Advisory Committee on Toxicity and Ecotoxicity of Chemicals (CSTE) e pela consulta do relatório Identification of quality standards for priority substances in the field of water policy (Fraunhofer Institute, Oct. 2001), foram propostos valores de objectivos de qualidade para 15 substâncias, que se encontram resumidos no Quadro A5. Está já em preparação o documento para publicação legal destes Objectivos de Qualidade. Dado que o Alacloro foi incluído na lista das substâncias prioritárias no âmbito da DQA e que, como tal, será definido pela Comissão durante o ano 2003 o valor de QS (quality standard), optou-se por continuar a monitorização desta substância e aguardar por estudos mais concretos nesta área. Para o Titânio e dado que não se conhecem estudos de ecotoxicolgia suficientes em nenhum país da UE, propõe-se também a continuação da sua monitorização no meio ambiente até se conseguir definir um valor de QS.

2. Definição dos Programas de Redução de Poluição (PRP) para as 15 substâncias consideradas pela firma inglesa ERM Environmental Resources Management, em colaboração com o INAG e as DRAOTs, os programas de redução nacionais exigidas pelo Art.º. 7º da Directiva 76/464/CEE. Foi definido o seguinte calendário: - Publicação legal com a calendarização de actividades e a atribuição de competências para a implementação até Dezembro 2002; - Conclusão dos estudos de caracterização das unidades industrias por DRAOT até Março de 2003; separação das unidades consideradas IPPC e que entrarão dentro do esquema de implementação desta Directiva e das outras - Implementação da Directiva IPPC (Decreto-Lei 194/2000 de 21 de Agosto) que deverá contemplar medidas necessárias para reduzir a poluição por estas substâncias - Definição por substância, a nível nacional ou por bacia hidrográfica dos VLE (valores limite de emissão) até Junho 2003 - Emissão de novas licenças com a inclusão destas 15 substâncias e outras substâncias perigosas que os estudos de caracterização das unidades industriais indiciem como importantes; definição do Programa de auto-controle até Dezembro 2003 - Implementação por parte das unidades industriais visadas de medidas de redução de emissão destas substâncias, tanto a nível de sistemas de tratamento como de adopção da Melhor Tecnologia Disponível (BAT) - Controle na embalagem, rotulagem, manuseamento e armazenamento de substâncias perigosas - Aplicação de medidas de restrição de uso de certas substância visando a sua substituição por outras substâncias com menos riscos ambientais (tal como já foi realizado par o 2,4,6-Triclorofenol, Antraceno, Óxido Tributilestanho, Nitritos e Naftaleno, usados em diferentes sectores que incluem pesticidas, cosméticos, explosivos, tratamento de madeiras, entre outros) - Implementação do Código das Boas Práticas Agrícolas, tanto a nível de nutrientes mas também de pesticidas utilizados e seu armazenamento; implicam ainda o controle e tratamento de efluentes de explorações agro-pecuárias e a introdução de medidas preventivas para minimizar os efeitos das escorrências provenientes da agricultura intensiva; coordenação com as acções de autorização e uso de pesticidas ( da responsabilidade da DGPC do ministério da Agricultura) - Implementação de acções de fiscalização das descargas efectuadas para verificação do cumprimento das licenças emitidas a partir de 2004 - Até 2008 os valores observados para estas substâncias em todas as estações de amostragem devem estar conformes com os Objectivos de Qualidade definidos. No seguimento da aprovação da Directiva Quadro da Água foi já estabelecida a lista das 33 substâncias prioritárias (Decisão Nº 2455/2001/EC) que foram adicionadas à Directiva Quadro da Água como o seu Anexo X. Quadro A1 Substâncias da Lista I

Quadro A2 Lista dos sectores e/ou processos industriais relacionados com as substâncias da Lista I da Directiva 76/464/CEE e constantes das Directivas filhas 1. MERCÚRIO (Hg) 1.1. Electrólise de cloretos alcalinos (salmoura reciclada) 1.2. Electrólise de cloretos alcalinos (salmoura perdida) Sectores e Processos Industriais 1.3. Uso de catalisadores de Hg na produção do cloreto de vinilo 1.4. Uso de catalisadores de Hg em outras produções da indústria química 1.5. Fabrico de catalisadores de mercúrio utilizados na produção de cloreto de vinilo 1.6. Outros processos para a fabricação de compostos orgânicos e inorgânicos de Hg 1.7. Fabrico de baterias primárias contendo Hg 1.8. Indústria dos metais não ferrosos Estabelecimentos de recuperação de Hg Estabelecimentos de extracção e/ou refinação de metais não ferrosos 1.9. Estabelecimentos de tratamento de resíduos tóxicos contendo Hg 1.10.Fabrico de papel (a) 1.11.Produção de aço (a) 1.12.Centrais térmicas de carvão (a) 2. CÁDMIO (Cd) 2.1. Extracção de zinco, refinação de chumbo e de zinco, indústria do Cd metálico e de metais não ferrosos 2.2. Fabrico de compostos de Cd 2.3. Fabrico de pigmentos 2.4. Fabrico de estabilizantes 2.5. Fabrico de baterias primárias e secundárias 2.6. Electrodeposição 2.7. Fabrico de ácido fosfórico e/ou adubos fosfatados a partir de minério fosfatado (1) 3. HEXACLOROCICLOHEXANO (HCH) 3.1. Estabelecimentos para a produção de HCH 3.2. Estabelecimentos para a extracção de lindano 3.3. Estabelecimento onde é produzido HCH e extraído lindano 3.4. Estabelecimentos para a formulação do lindano (para a produção de agentes protectores das plantas, madeiras e cabos) (a) Sectores e Processos Industriais 4. TETRACLORETO DE CARBONO (CCl 4 ) 4.1. Produção de tetracloreto de carbono por percloração (processo que implica lavagem) 4.2. Processo como acima, sem lavagem 4.3. Produção de clorometanos por cloração do metano (incluindo a clorólise a alta pressão) 4.4. Produção de clorofluorcarbonetos (a) 4.5. Estabelecimentos que utilizam tetracloreto de carbono como solvente (a) 5. DDT 5.1. Produção de DDT, incluindo a formulação do DDT no mesmo local 5.2. Estabelecimentos que formulam DDT fora do local de produção 5.3. Produção de dicofol 6. PENTACLOROFENOL (PCP) 6.1. Produção de PCP-Na por hidrólise do hexaclorobenzeno 6.2. Produção de PCP-Na por saponificação (a) 6.3. Produção de pentaclorofenol por cloração (a) 7. a 10. ALDRINA, DIALDRINA, ENDRINA, ISODRINA 7. a 10.1.Produção de aldrina e/ou dialdrina e/ou de endrina incluindo a formulação destas substâncias no mesmo local 7. a 10.2.Estabelecimentos que utilizam e formulam a aldrina e/ou a dialdrina e/ou endrina for a do local de produção (a)

11. HEXACLOROBENZENO (HCB) 11.1.Produção e transformação de HCB 11.2.Produção de percloroetileno (PER) e/ou de tetracloreto de carbono (CCl 4 ) por percloração 11.3.Produção de tricloroetileno e/ou de PER por outro processo (a) 11.4.Estabelecimentos de produção de quintozeno e tecnazeno (a) 11.5.Estabelecimentos de produção de cloro por electrólise de cloretos alcalinos com eléctrodos de grafite (a) 11.6.Estabelecimentos de transformação de borracha industrial (a) 11.7.Estabelecimentos de fabricação de produtos pirotécnicos (a) 11.8.Estabelecimentos de produção de cloreto de vinilo (a) 12. HEXACLOROBUTADIENO (HCBD) 12.1.Produção de PER e do CCl 4 por percloração 12.2.Produção combinada de tricloroetileno e/ou PER por outro processo (a) 12.3.Estabelecimentos que utilizam HCBD por razões técnicas (a) 13. CLOROFÓRMIO (CHCl 3 ) 13.1.Produção de clorometanos a partir do metanol ou de uma combinação de metanol e de metano (hidrocloração do metanol seguida de cloração do cloreto de metilo) 13.2.Produção de clorometanos por cloração do metano 13.3.Produção de clorofluorcarbonetos 13.4.Produção de monómero de cloreto de vinilo por pirólise do dicloroetano (1) 13.5.Produção de pasta de papel branqueada (a) 13.6.Estabelecimentos que utilizam CHCl 3 como solvente (a) 13.7.Estabelecimentos nos quais as águas de arrefecimento ou de outros efluentes contêm cloro (a) 14. 1,2-DICLOROETANO (EDC) 14.1.Produção apenas de 1,2-dicloroetano (sem transformação ou utilização no mesmo local) 14.2.Produção de 1,2-dicloroetano e transformação ou utilização no mesmo local, à excepção da utilização definida adiante sob 14.5. 14.3.Transformação de 1,2-dicloroetano em outras substâncias diferentes do cloreto de vinilo tais como: etileno diamina, etileno poliaminas, 1,1,1-tricloroetano, tricloroetileno e PER 14.4.Utilização de EDC para o desngorduramento de metais (for a de um local industrial definido sob 14.2) 14.5.Utilização de EDC na produção de permutadores iónicos (a) 15. TRICLOROETILENO (TRI) 15.1.Produção de TRI e de PER 15.2.Utilização de TRI para desengorduramento de metais 16. PERCLOROETILENO (PER) 16.1.Produção de TRI e de PER (processo TRIPPER) 16.2.Produção de CCl4 e de PER (processo TETRA-PER) 16.3.Utilização de PER para desengorduramento de metais 16.4.Produção de clorofluorcarbonetos (a) 17. TRICLOROBENZENO (TCB) 17.1.Produção de TCB por desidrocloração HCH e/ou transformação de TCB 17.2.Produção e/ou transformação de clorobenzenos por cloração do benzeno

Quadro A3 Substâncias da Lista II detectadas não detectadas Substância Norma Qualidade (ug/l) Observações 1 2-Amino-4-Clorofenol - não detectada 2 Antraceno 0.01 detectada 3 Arsénio e seus compostos 50/25(águas costeiras) detectada 4 Azinfos-etilo 0.01 não detectada 5 Azinfos-metilo 0.01 não detectada 6 Benzeno 10 detectada 7 Benzidina - não detectada 8 Cloreto de benzilo (a-clorotolueno) - não detectada 9 Cloreto de benzilideno (a,a-diclorotolueno) - não detectada 10 Bifenilo 1 detectada 11 Hidrato de cloral (2,2,2-Tricloroetano-1,1-diol) - não detectada 12 Clordano - não detectada 13 Ácido cloroacético 10 não detectada 14 2-Cloroanilina 10 detectada 15 3-Cloroanilina 10 detectada 16 4-Cloroanilina 10 não detectada 17 Clorobenzeno 1.0 não detectada 18 1-Cloro-2,4-dinitrobenzeno - não detectada 19 2-Cloroetanol - não detectada 20 4-Cloro-3-metilfenol (Clorocresol) 40 detectada 21 1-Cloronaftaleno - detectada e sem norma de qualidade definida 22 Cloronaftalenos (mistura técnica) 22.1 1,2 - Dicloronaftaleno - não detectada 22.2 1,2,3,4 - Tetracloronaftaleno - não detectada 23 4-Cloro-2-nitroanilina - não detectada 24 1-Cloro-2-nitrobenzeno 1.0 não detectada 25 1-Cloro-3-nitrobenzeno 1.0 não detectada 26 1-Cloro-4-nitrobenzeno 1.0 não detectada 27 4-Cloro-2-nitrotolueno 1.0 não detectada 28 Cloronitrotoluenos 28.1 2-Cloro-6-nitrotolueno 10 não detectada 28.2 2-Cloro-3-nitrotolueno 10 não detectada 28.3 4-Cloro-3-nitrotolueno 10 não detectada 29 2-Clorofenol 50 detectada 30 3-Clorofenol 50 detectada 31 4-Clorofenol 50 detectada 32 Cloropreno (2-cloro-1,3-butadieno) - não detectada 33 3-Cloropropeno (cloreto de alilo) - não detectada 34 2-Clorotolueno 1.0 não detectada 35 3- Clorotolueno 1.0 não detectada 36 4-clorotolueno 1.0 não detectada 37 2-Cloro-p-toluidina (2-cloro-4-metilanilina) - não detectada 38 Clorotoluidinas - detectada e sem norma de qualidade definida 39 Cumafos - não detectada 40 Cloreto de cianúrico (2,4,6-tricloro-1,3,5-triazina) - não detectada 41 2,4-D (ácido 2,4-diclorofenoxiacético -sais e ésteres) 1.0 detectada 42 Demetão (Demetão-O;-S;-S-metilo;-S-metil-sulfona) 42.1 Demetão - O 0.1 não detectada 42.2 Demetão - S 0.1 não detectada 43 1,2-Dibromoetano - detectada e sem norma de qualidade definida 44 Dicloreto de dibutilestanho 0.01 detectada 45 Óxido de dibutilestanho 0.01 detectada 46 Outros sais de dibutilestanho 0.01 não detectada

Quadro 3A - Quadro A3 Substâncias da Lista II detectadas não detectadas Substância Norma Qualidade (ug/l) Observações 47 3,4-Dicloroanilina 1.0 detectada 47.1 2,5-Dicloroanilina 1.0 detectada 48 1,2- Diclorobenzeno 10 detectada 49 1,3- Diclorobenzeno 10 detectada 50 1,4-Diclorobenzeno 10 detectada 51 Diclorobenzidinas (3,3 -Diclorobenzidina) - não detectada 52 Éter de dicloro-di-isopropilo - não detectada 53 1,1-Dicloroetano - detectada e sem norma de qualidade definida 54 1,1-Dicloroetileno (cloreto de vinilideno) - não detectada 55 1,2-Dicloroetileno 10 não detectada 56 Diclorometano - não detectada 57 Dicloronitrobenzenos 57.1 3,5-Dicloronitrobenzeno 1.0 não detectada 57.2 2,5-Dicloronitrobenzeno 1.0 não detectada 57.3 2,4-Dicloronitrobenzeno 1.0 não detectada 57.4 3,4-Dicloronitrobenzeno 1.0 não detectada 57.5 2,3-Dicloronitrobenzeno 1.0 não detectada 58 2,4-Diclorofenol 20 detectada 59 1,2-Dicloropropano 10 detectada 60 1,3-Dicloropropano-2-ol 10 não detectada 61 1,3-Dicloropropeno 10 detectada 62 2,3-Dicloropropeno 10 não detectada 63 Dicloroprope 40 detectada 64 Diclorvos 0.001 não detectada 65 Dietilamina - não detectada 66 Dimetoato 1.0 detectada 67 Dimetilamina - não detectada 68 Dissulfotão 0.1 detectada 69 Endossulfão I 0.001 não detectada 69.1 Endossulfão II 0.001 não detectada 70 Epicloridrina 10 não detectada 71 Etilbenzeno 10 não detectada 72 Fenitrotião 0.01 não detectada 73 Fentião 0.01 não detectada 74 Heptacloro - não detectada 74.1 Heptacloro epóxido - não detectada 75 Hexacloroetano 10 não detectada 76 Isopropilbenzeno 0.5 não detectada 77 Linurão 1.0 detectada 78 Malatião 0.01 detectada 79 MCPA 2.0 detectada 80 Mecoprope 20 detectada 81 Metamidofos e Paratião-metilo - não detectada 82 Mevinfos 0.01 não detectada 83 Monolinurão - não detectada 84 Naftaleno 1.0 detectada 85 Ometoato - detectada e sem norma de qualidade definida 86 Oxidemeteão-metilo - não detectada 87 PAH's 100/1(origens água) 87.1 Benzo(a)pireno - detectada 87.2 Benzo(b)fluoranteno - detectada 87.3 Benzo(k)fluoranteno - detectada 87.4 Indeno(1,2,3-cd)pireno - detectada 87.5 Benzo(ghi)perileno - detectada 87.6 Fluoranteno - detectada 88 Paratião-metilo 0.01 não detectada 88.1 Paratião-etilo 0.01 não detectada 89 PCB (incluindo PCT) 20 detectada 90 Foxime - não detectada 91 Propanil - detectada e sem norma de qualidade definida 92 Pirazona - não detectada

Quadro A3 Quadro A3 Substâncias da Lista II detectadas não detectadas Substância Norma Qualidade (ug/l) Observações 93 Simazina 1.0 detectada 94 2,4,5-T (ácido 2,4,5-Triclorofenoxiacético - sais e ésteres) 1.0 detectada 95 Tetrabutil-estanho 0.001 não detectada 96 1,2,4,5-Tetraclorobenzeno - detectada e sem norma de qualidade definida 97 1,1,2,2-Tetracloroetano - detectada e sem norma de qualidade definida 98 Tolueno 10 detectada 99 Triazofos - não detectada 100 Fosfato de tributilo - detectada e sem norma de qualidade definida 101 Óxido de tributil-estanho 0.001 detectada 102 Triclorfão - não detectada 103 1,1,1-Tricloroetano 100 detectada 104 1,1,2-Tricloroetano 400 detectada 105 Triclorofenóis 105.1 2,4,5-Triclorofenol 1.0 detectada 105.2 2.4.6-Triclorofenol 1.0 detectada 106 1,1,2-Triclorotrifluoroetano (freon 113) - não detectada 107 Triafluralina 0.1 não detectada 108 Acetato de trifenil-estanho 0.01 não detectada 109 Cloreto de trifenil-estanho 0.01 não detectada 110 Hidróxido de trifenil-estanho 0.01 não detectada 111 Cloreto de vinilo (cloroetileno) - detectada e sem norma de qualidade definida 112 Xilenos (mistura de isómeros) 112.1 o-xileno 10 não detectada 112.2 m-xileno 10 não detectada 112.3 p-xileno 10 não detectada 113 Atrazina 1.0 detectada 114 Bentazona - detectada e sem norma de qualidade definida 115 Antimónio - detectada e sem norma de qualidade definida 116 Bário 1000 detectada 117 Berílio 500 não detectada 118 Boro 1000 detectada 119 Chumbo 50 detectada 120 Cobalto 50 detectada 121 Cobre 100 detectada 122 Crómio 50 detectada 123 Estanho 2000 não detectada 124 Molibdénio 50 não detectada 125 Níquel 50 detectada 126 Prata - detectada e sem norma de qualidade definida 127 Selénio 10 detectada 128 Tálio - não detectada 129 Telúrio - não detectada 130 Titânio - detectada e sem norma de qualidade definida 131 Urânio sem capacidade analítica para determinação 132 Vanádio 100 detectada 133 Zinco 500 detectada 134 Alacloro - detectada e sem norma de qualidade definida 135 Bromofos-etilo sem capacidade analítica para determinação 136 Bromofos-metilo sem capacidade analítica para determinação 137 Clorfenvinfos - não detectada 138 Clorpirifos sem capacidade analítica para determinação 139 Diazinon sem capacidade analítica para determinação 140 Diclorfentião sem capacidade analítica para determinação 141 Fenclorfos sem capacidade analítica para determinação 142 Metidatião sem capacidade analítica para determinação 143 Metolacloro - detectada e sem norma de qualidade definida 144 Molinato - detectada e sem norma de qualidade definida 145 Terbutilazina sem capacidade analítica para determinação 146 Amoníaco 25 detectada 147 Cianetos 50 detectada 148 Compostos orgânicos de silício sem capacidade analítica para determinação 149 Fluoretos 1700 detectada 150 Fósforo total 1000 detectada 151 Nitritos 30 detectada

Quadro A4 Sectores industriais considerados para selecção das unidades industrias que integraram os estudos de caracterização CAE SECTOR 13 Indústrias extractivas, com excepção da extracção de produtos energéticos 15 Indústrias alimentares, das bebidas e do tabaco 16 Indústria do Tabaco 17 Fabricação de têxteis 18 Indústria do vestuário; preparação, tingimento e fabricação de artigos e peles com pêlo 19 Curtimento e acabamento de peles sem pêlo; fabricação de artigos de viagem, marroquinaria, artigos de correeiro, seleiro e calçado 20 Indústrias da madeira e da cortiça e suas obras, excepto mobiliário; fabricação de obras de cestaria e de espartaria 21 Fabricação de pasta, de papel e cartão e seus artigos 22 Edição, impressão e reprodução de suportes de informação gravados 23 Fabricação do Coque, Produtos Petrolíferos Refinados e Combustível Nuclear 24 Fabricação de produtos químicos 25 Fabricação de artigos de borracha e de matérias plásticas 26 Produção de outros produtos minerais não metálicos 27 Indústria Metalúrgica de Base 28 Fabricação de produtos metálicos, excepto máquinas e equipamento 29 Fabricação de Máquinas e de Equipamentos, n.e. 31 Fabricação de máquinas e aparelhos electrónicos, n.e. 32 Fabricação de equipamento e de aparelhos de rádio, televisão e comunicação 33 Fabricação de Aparelhos e Instrumentos Médico-Cirúrgicos, Ortopédicos, de Precisão, de Óptica e de Relojoaria 34 Fabricação de veículos automóveis, reboques e semireboques 35 Construção e reparação naval 36 Fabricação de mobiliário; outras indústrias transformadoras, n.e. 40 Produção e distribuição de electricidade, de gás, de vapor e de água quente 90 Saneamento, higiene pública e actividades similares

Quadro A5 Objectivos de Qualidade para algumas das substâncias da Lista II Revisão do Decreto-Lei 506/99 Designação Objectivos de qualidade (por microgramas por litro) Águas interiores, estuarinas e de transição Águas do litoral e territoriais 1 Cloronaftaleno 1 1 Clorotoluidinas 1 10 10 1,2 Dibromoetano 2 2 1,1 Dicloroetano 7 7 Ometoato 0.01 0.1 Propanil 0.1 0.1 1,2,4,5 Tetraclorobenzeno 0.2 0.2 1,1,2,2 Tetracloroetano 10 10 Fosfato de Tributilo 10 10 Cloreto de Vinilo 2 2 Bentazona 0.1 0.1 Antimónio 0.4 0.4 Prata 0.05 0.5 Metolacloro 0.002 0.002 Molinato 2 2 1 - excepto o 2-cloro-p-toluidina O Decreto-Lei 236/98 veio transpor para o direito interno (artigo 67º) na generalidade as obrigações constantes na Directiva 80/68/CEE ultrapassando, desta forma o contencioso comunitário no domínio da água, à data de 97/02/28, processo 206.01.306, onde havia cinco artigos (8º, 9º, 10º, 11º, 15º) desta Directiva não cumpridos por Portugal. Os únicos elementos actualmente disponíveis sobre a presença de substâncias perigosas nas águas subterrâneas devem-se a um projecto de estudo de âmbito interinstitucional com incidência no Alentejo, ERHSA, onde se efectuaram campanhas em 1997 e 1998, tendo-se analisado essencialmente substâncias da Lista II. Os resultados obtidos são na sua generalidade inferiores ao VMR da Classe A1 (DL 236/98, Anexo I). A nível da rede básica de qualidade da água subterrânea em exploração (cujo único exemplo de concretização ocorre no espaço da DRAOT Algarve) não é contemplada a monitorização de substâncias perigosas. Para a uniformização dos procedimentos de monitorização de águas subterrâneas, a DSRH publicou uma metodologia de procedimentos e definição de rede, em conformidade com os parceiros europeus, que veio colmatar a total ausência de monitorização destas substâncias, tendo sido incorporada na rotina metrológica, algumas das substâncias e das frequências de monitorização. Para a rede específica de despistagem da presença de todas as substâncias das Listas I e II torna-se necessário proceder de forma semelhante ao realizado para a rede de águas superficiais. Para cumprimento do disposto nos normativos comunitário (Directiva 80/68/CEE) e nacional (Decreto-Lei n.º 236/98 de 1 de Agosto) o MCOTA está também a proceder ao levantamento das unidades industriais que efectuam descargas no solo de substâncias perigosas, passíveis de degradarem a qualidade das águas subterrâneas, de acordo com a informação já enviada pelas DRAOT. Por outro lado, foi igualmente solicitada às DRAOT, informação respeitante às licenças concedidas, pelos organismos regionais, para a realização de descargas de substâncias perigosas, bem como os elementos que constituem parte integrante da licença. À semelhança do efectuado para as águas superficiais, pretende-se definir o desenho de uma rede de monitorização para controlo de substâncias perigosas nas águas subterrâneas. Dada a estabilidade deste recurso em termos de qualidade, considera-se que a amostragem deve ser efectuada com uma periodicidade anual, nomeadamente na estação de águas altas.

DIRECTIVA 75/440/CEE A qualidade das águas superficiais destinadas à produção de água para consumo humano encontra-se regulamentada a nível comunitário pelas Directivas 75/440/CEE e 79/869/CEE, que obteve derrogação até 31 de Dezembro de 1992, data a partir da qual o seu cumprimento passou a ser obrigatório. Em 1998 foi elaborado um relatório preliminar (INAG/DSRH, 1998) que incluía o levantamento das origens superficiais que abasteciam populações superiores a 10 000 habitantes e a respectiva classificação da qualidade da água, de acordo com as Directivas 75/440/CEE e 79/869/CEE, para o triénio 1993-1995. Este trabalho serviu de base para a elaboração do relatório que posteriormente foi enviado à Comissão. Ainda em 1998 iniciaram-se os trabalhos cujo objectivos eram a definição de uma metodologia para a elaboração de um Plano Nacional de Protecção das Origens de Água e respectiva aplicação com as seguintes actividades: Identificação das origens superficiais que abastecem populações superiores a 50 000 habitantes, incluindo-se, ainda, a classificação da qualidade da água. Para delinear o Plano de Protecção foram caracterizadas as bacias ou áreas de drenagem das origens superficiais; Diagnóstico da Situação Actual onde foram identificadas as origens superficiais que abastecem populações superiores a 10 000 habitantes e divididas pelas classes de população segundo o Anexo II da Directiva 79/869/CEE. Apresentou-se também, a listagem das origens de água que não estão integrados nos Programas de Monitorização das DRAOT e ainda, a avaliação do cumprimento do Anexo III, IV e V do Decreto- Lei 236/98 de 1 de Agosto. Efectuou-se, ainda, a classificação da qualidade da água segundo o Anexo I do Decreto-Lei 236/98, para o período 1993-1997 para as origens que estão a ser monitorizadas pelas DRAOT. Com base neste relatório de Diagnóstico da Situação Actual foram, então, identificadas as seguintes acções: 1. Incluir na Rede de Qualidade da Água as origens superficiais que não estavam a ser controladas; 2. Tomar as medidas necessárias a nível da monitorização quer em termos de parâmetros de amostragem quer da respectiva frequência e método de análise, a fim de evitar o incumprimento do estipulado no Decreto-Lei N.º 236/98 de 1 de Agosto; 3. Adoptar a monitorização mais correcta para caracterizar as águas captadas em aluviões. Para a elaboração do relatório relativo ao triénio 1996-1998 o INAG actualizou o levantamento das origens superficiais, que servem populações superiores a 10 000 habitantes, e procedeu à sua classificação com base nos parâmetros da Directiva 75/440/CEE que têm valor Imperativo. A publicação da Portaria nº 462/2000 de 25 de Março, ao estabelecer o Plano de Acção Orgânico, de âmbito Nacional, contemplando a calendarização das medidasnecessárias À protecção e melhoria da qualidade das águas superficiais destinadas à produção de água para consumo humano, veio colmatar o incumprimento da directiva em Portugal Sendo esta outra das directivas que vai ser coberta pela Directiva Quadro da Água, há que prosseguir no detalhamento de algumas actividades: 1. Identificação das massas de água destinadas à captação de água para consumo humano que forneçam mais do que 10 m3 /dia, em média ou que sirvam mais de 50 pessoas (artº 7º); 2. caracterização das origens de água que forneçam em média mais de 100m3/dia; 3. identificação das pressões xercidas nas massas de água destinadas à captação de água para consumo humano.

DIRECTIVA 78/659/CEE A aptidão das águas doces para a vida dos peixes é regulamentada pela legislação comunitária relativa à qualidade das águas que necessitem ser protegidas ou melhoradas Directiva 78/659/CEE. O principal incumprimento desta directiva dizia respeito à não-designação de troços ciprinícolas ou salmonícolas nas nossas águas interiores. Uma vez tendo sido feita a primeira designação entre a DGF em colaboração com as DRAOT (Aviso nº 5690/2000 de 29 de Março) foi possível proceder à classificação desses troços e submeter os relatórios trienais à Comissão. Posteriormente foram designados novos troços (Aviso nº 12677/2000 de 23 de Agosto) e estão em definição os Planos de Acção para os troços não-conformes. Esta directiva ficará em vigor até 2013, altura em que a Directiva Quadro enquadrará plenamente as aptidões de qualidade com interesse piscícola. 2.2 DIRECTIVAS NÃO-ENQUADRADAS PELA DIRECTIVA QUADRO DIRECTIVA 76/160/CEE A aptidão de zonas para a prática de banhos é regulamentada por legislação comunitária específica Directiva 76/160/CEE. Quando da adesão nacional à CE foi negociada para esta directiva uma derrogação de 10 anos, que terminou em 31 de Dezembro de 1992, data em que a responsabilidade pela sua aplicação passou da DGA para o INAG. Sendo uma directiva na qual a componente de saúde pública é evidente, sempre se verificou uma responsabilidade de aplicação e cumprimento partilhada com os serviços do Ministério da Saúde. De facto, os MS deteve até à época balnear de 2000 (inclusive) a competência da execução do programa de monitorização exigido pela directiva. O DL 236/98, que veio revogar o DL 74/90, trouxe no âmbito das competências algumas alterações passando a responsabilidade do programa de monitorização para os serviços do actual MCOTA, estabelecendo para o MS responsabilidades em termos da avaliação do risco para a saúde humana associado à prática balnear. Esta directiva possui uma Comissão de Acompanhamento de Aplicação, constituída pelas DRAOT, DGS, IA, DRA-Açores e Centro Regional de Saúde do Funchal e coordenada pelo INAG, no seio da qual são discutidas as estratégias gerais e são preparadas as épocas balneares individualmente. Situações de incumprimento A directiva foi transposta para o direito interno pelo DL 74/90. Em 1990 a CE constata que algumas disposições não se encontram correctamente transpostas para o direito nacional e dá início a um précontencioso de transposição/aplicação do qual constam os seguintes pontos de incumprimento: 1. Os valores indicados nos anexos XXI e XXIII do DL para os parâmetros salmonela e enterovírus somente se aplicavam a águas doces, enquanto que o âmbito da directiva não se limita a este tipo de águas. Este item foi corrigido em declaração no Diário da República de 31/12/90, I Série, nº 300.

2. O DL não previa que a análise ou inspecção dos parâmetros coliformes totais e fecais fosse realizada utilizando uma temperatura de incubação diferente. 3. A versão portuguesa mencionava, no seu anexo, no ponto 5 (enterovírus) as unidades PFU/10 ml em vez de PFU/10 L. Os pontos 2 e 3 foram corrigidos posteriormente no DL 236/98. 4. Não houve designação de nenhuma zona balnear interior. Este ponto foi ultrapassado com a designação de 23 zonas balneares interiores na época balnear de 1993. Posteriormente, em 1996, a CE constata alguns incumprimentos na aplicação da directiva e instaura um novo pré-contencioso de aplicação. Os principais pontos resumem-se de seguida: I. Não adopção de todas as disposições necessárias para que a qualidade das águas balneares satisfaça os valores-limite fixados. (Incumprimento do nº1 do artigo 4º) II. Não realização da colheita de amostras com a frequência mínima fixada no anexo. (Incumprimento do nº1 do artigo 6º) III. Basear as informações transmitidas à Comissão em análises objecto de manipulação. (Incumprimento do nº 2 do artigo 6º da directiva e artigo 5º do Tratado de Adesão) IV. Não identificação de todas as zonas balneares interiores existentes em Portugal. (Incumprimento do nº 2 do artigo 1º, nº1 do artigo 3º e nº 1 do artigo 4º) O ponto III referente a alegada manipulação de análises por parte da SRS-Leiria foi ultrapassado, tendo a justificação apresentada pelo MS sido prontamente aceite pelos serviços da CE. Quanto aos 3 itens de incumprimento restantes revelaram-se mais difíceis de ultrapassar, tendo o processo de pré-contencioso, em 1998, passado à fase seguinte de Contencioso. Plano de Acção Visando ultrapassar de forma efectiva as situações gravosas de incumprimento e com a finalidade de rapidamente convergir para as exigências da directiva, foi definida, em 1999, uma estratégia de acção e enviado à CE um Programa de Actividades para Proteger e Melhorar a Qualidade das Águas Balneares em Portugal que incluía um cronograma das actividades e os organismos nelas envolvidos. O programa de actividades, que tem vindo a ser posto em prática, inclui os seguintes objectivos gerais, acompanhados da implementação de acções específicas: - Proteger a saúde pública i) Identificando zonas balneares de risco e definindo um conjunto de procedimentos de actuação para interdição de zonas balneares de persistente verificação de inconformidade. Despacho nº 7845/2002 (2ª série) de 16 de Abril. ii) Apostando numa forte divulgação da qualidade das zonas balneares e dos problemas de saúde pública inerentes ao banho em águas não conformes. Foram elaborados painéis para alertar os utentes das zonas balneares, desaconselhando a prática de banhos quando necessário. Campanha de informação ao público-viv A Praia. Internet. - Promover a qualidade das zonas balneares em situações de incumprimento i) Analisando pormenorizadamente as bacias de drenagem das zonas balneares de risco e identificando as fontes poluidoras susceptíveis de influenciar a qualidade das águas. Relatórios de progresso enviados à CE. ii) Analisando a evolução dos parâmetros de qualidade para quantificação precisa da inconformidade e tolerâncias, bem como para análise de tendências que orientassem a intervenção subsequente Relatórios de progresso enviados à CE. iii) Fazendo o acompanhamento das obras de saneamento e elaborando, quando necessário, novos planos. Portaria573/2001 de 6 de Junho que aprova o Plano Nacional Orgânico para a Melhoria das Zonas Balneares Não conformes.

- Preservar a qualidade das zonas balneares que cumprem o normativo de qualidade i) Promovendo junto dos utentes das zonas balneares e entidades competentes na sua gestão códigos de boas práticas no sentido de proteger a qualidade das águas e areias. Projectos integrados na Campanha Viv A Praia, folhetos informativos, mailing para as Câmaras Municipais. Colaboração técnica e financeira no projecto piloto sobre a caracterização da qualidade das areias. - Promover ou desincentivar a frequência de novos locais tradicionalmente utilizados para banhos i) Monitorização e caracterização detalhada das várias zonas com potencial aptidão para a prática balnear zonas em estudo Resultados obtidos O Programa de Actividades para Melhorar e Proteger a Qualidade das Águas Balneares em Portugal acelerou o nível de intervenção erradicando as deficiências e intensificando a actuação sobre as causas do incumprimento. Os resultados obtidos foram significativos: - Erradicação do incumprimento por insuficiente frequência de amostragem e consequente aumento da frequência média de amostragem Foi intensificada a amostragem para zonas balneares com um historial de grande variabilidade de qualidade (colheitas semanais) - Evolução muito significativa da qualidade das águas balneares costeiras e interiores Figuras 3 e 4 Conforme Não conforme 1993 16.7 Evolução 83.3da conformidade-zonas interiores (%) 1994 29.2 70.8 1995 23.1 76.9 2001 84.2 16.8 1996 34.6 65.4 2000 1997 25 75 69 31 1998 1999 46 54 78.9 21.1 1999 1998 78.9 21.1 46 54 2000 1997 69 25 31 75 2001 84.2 16.8 1996 34.6 65.4 épocas balneares 1995 1994 1993 23.1 76.9 29.2 70.8 16.7 83.3 Conforme % Não conforme Fig.3 - Evolução da conformidade em zonas balneares interiores ConformesNão Evolução conformes da conformidade-zonas costeiras (%) 1993 58.1 41.9 1994 2001 64.9 35.1 96.8 4.2 1995 2000 75.1 24.9 92.2 7.8 1996 1999 86.7 13.3 93.6 6.4 1997 1998 89.9 10.1 88.6 11.4 1998 88.6 11.4 1997 89.9 10.1 1999 93.6 6.4 1996 86.7 13.3 2000 92.2 7.8 1995 75.1 24.9 2001 96.8 4.2 1994 64.9 35.1 épocas balneares 1993 58.1 41.9 Conformes % Não conformes Fig.4 - Evolução da conformidade em zonas balneares costeiras

- Aumento do número de zonas balneares designadas fig. 5 e 6 nº de zonas balneares 380 370 360 350 340 330 320 310 300 290 280 Costeiras Interiores Evolução do nº de zonas balneares costeiras designadas 1993 312 24 1994 315 24 1995 333 26 1996 338 26 1997 336 24 1998 342 24 1999 342 37 2000 350 41 2001 366 38 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 épocas balneares Fig.5 - Evolução do número de zonas balneares costeiras nº de zonas interiores 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Evolução interiores do nº de zonas balneares interiores designadas 1993 24 1994 24 1995 26 1996 26 1997 24 1998 24 1999 37 2000 41 2001 38 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 épocas balneares Fig. 6 - Evolução do número de zonas balneares interiores Perspectivas futuras Com os Programas de melhoramento que se encontram em curso e que incluem várias obras importantes de saneamento básico que influenciarão positivamente a qualidade de algumas zonas balneares, com a homogeneização de procedimentos e esforço coordenado das várias entidades envolvidas no processo de monitorização, vigilância sanitária e controlo das fontes poluidoras, com toda uma acção concertada de conhecimento do litoral e uma intervenção de forma articulada na qualificação da orla costeira já em prática com a aprovação e implementação dos Planos de Ordenamento da Orla Costeira, encontram-se criadas condições que permitem uma rápida evolução da conformidade das águas balneares nacionais. Os desenvolvimentos científicos e tecnológicos, mas também a nova experiência em gestão das águas exige a revisão e actualização da legislação relativa à qualidade das águas balneares.

Em Dezembro de 2000, a Comissão publicou uma comunicação ao Parlamento Europeu e ao Conselho sobre Desenvolvimento de uma Nova Política de Águas Balneares. A revisão da Directiva é necessária pelos seguintes motivos: - desactualização de alguns parâmetros estabelecidos na Directiva de 1976 e irrelevância de outros; - os conceitos de banho e águas balneares constante da actual directiva devem ser revistos, tomando em consideração, em especial, a evolução das actividades aquáticas; - necessidade de monitorização das águas com o objectivo de uma melhor compreensão das águas balneares e não apenas para fins de verificação da conformidade (retroactiva); - a análise microbiológica e a difusão da informação exigem um tempo considerável o que significa que, caso a amostra de água não se encontre em conformidade, o facto de se esperar por uma (re)acção poderá fazer com que as pessoas se mantenham expostas à poluição; - garantia de coerência de uma Directiva relativa à qualidade das águas balneares revista com a Directiva quadro da água, complementando esta directiva e os seus objectivos com vista a um bom estado (ecológico) das águas. A CE está a elaborar uma nova directiva relativa à qualidade das águas balneares cuja apresentação se prevê para os finais do Verão de 2002. O INAG como entidade que acompanha a nível nacional a legislação relativa à qualidade das águas balneares e representa o Estado-Membro no Comité do Progresso Técnico da Directiva 76/160/CEE tem vindo a realizar um trabalho com vista a responder aos novos desafios propostos na revisão da directiva. Foram realizados neste âmbito alguns estudos: - Protocolo de teste no qual Portugal participou que permitiu a nível nacional e europeu ter uma visão mais ou menos esclarecedora da influência dos novos métodos de análise, indicadores e limites propostos na conformidade das águas balneares e consequentemente quantificar os custos associados. - Coordenação da elaboração de um documento de reacção nacional à comunicação publicada pela CE sobre o Desenvolvimento de uma Nova Política de Águas Balneares - Desenvolvimento de uma campanha de informação ao público pro-activa e em tempo útil, acima das expectativas da própria reformulação da directiva - Estruturação da candidatura de duas acções piloto, da responsabilidade do INAG, integradas no projecto - Improving Coastal and Recreational Waters a submeter no âmbito do INTERREG IIIB e relacionadas directamente com novas exigências pressupostas na revisão da directiva em termos da gestão da praia e do estabelecimento de critérios comuns para designação de zonas recreativas. Na revisão da anterior directiva procurou-se influenciar o novo texto em alguns aspectos que consideramos importantes salvaguardar a nível nacional que, além disso, permitam posteriormente facilitar a implementação da nova directiva. DIRECTIVA 91/676/CEE Portugal efectuou a primeira designação das suas zonas vulneráveis em Outubro de 1997. Para prossecução dos estudos que permitam rever ou aumentar, pelo menos de 4 em 4 anos, a lista das zonas vulneráveis designadas, de modo a ter em conta alterações e factores imprevistos em anteriores designações, o INAG prosseguiu a monitorização sistemática das águas superficiais interiores e estuarinas e das águas subterrâneas. Sete sistemas aquíferos estão a ser estudados que poderão dar origem à designação de novas zonas vulneráveis. Para as novas zonas vulneráveis terão que ser estabelecidos os Programas de Acção. Aguarda-se a publicação de uma portaria para a designação de 11 zonas vulneráveis no arquipélago dos Açores correspondentes às principais lagoas. Para avaliação do estado trófico das águas superficiais, analisaram-se as componentes estuarina e de águas interiores (rios e albufeiras).

DIRECTIVA 91/271/CEE revista pela DIRECTIVA 98/15/CEE As directivas respeitantes ao tratamento de águas residuais urbanas foram transpostas para o Direito Nacional pelos DL nº 152/97 de 19 de Junho e 348/98 de 9 de Novembro. Junta-se a este quadro normativo o DL 261/99 de 7 de Julho, para as Zonas Menos Sensíveis das Regiões Autónomas e o Despacho 116/99 de 2 de Fevereiro constituindo a Comissão de Acompanhamento. As medidas e acções previstas englobaram: a definição dos limites das bacias sensíveis; a construção de sistemas de drenagem e ETAR para aglomerações com dimensão superior a 10000 e.p.; a definição dos limites externos (marítimos) dos estuários; as descargas em águas Costeiras Menos Sensíveis, e a derrogação decorrentes do sistema da Costa do Estoril (Decisão 2001/720/CE); a monitorização das descargas no meio receptor; a programação e construção de infraestruturas para aglomerações com mais de 15000 e.p.; a avaliação da produção global de lamas e identificação do respectivo destino final. Foi já entregue o primeiro relatório bienal da aplicação a Portugal da directiva 98/15/CEE. Estas directivas descritas no ponto 2.2? Águas Balneares, Nitratos, Águas residuais urbanas e a da Água de consumo Humano (Directiva 98/83/CE, recentemente transposta para o Direito Nacional pelo DL 243/2001)? apesar de não estarem abrangidas na Directiva Quadro da Água têm implicações com esta através do Anexo IV das Zonas Protegidas exigidas como parte dos Planos de Gestão de Bacia Hidrográfica. A abordagem conjugada das pressões sobre os meios hídricos, o ordenamento e as estratégias de controlo da poluição constitui o ensinamento de cinco programas comunitários de acção do ambiente (1973-2000) que a Directiva Quadro da Água visa traduzir.