RELAÇÃO DO PERÍODO DE PERMANÊNCIA EM VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA COM O GÊNERO E A IDADE DOS PACIENTES DA UTI DO HOSPITAL MUNICIPAL DE RIO VERDE

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Transcrição:

RELAÇÃO DO PERÍODO DE PERMANÊNCIA EM VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA COM O GÊNERO E A IDADE DOS PACIENTES DA UTI DO HOSPITAL MUNICIPAL DE RIO VERDE Veneziano,L.S.N. 1 ;Oliveira,M.L. 2 ;Freitas,N.F. 3 ;Filho,G.A.F. 4 ;Cabral,R.M.C. 5 ;Dias,R. 6 ;Miranda,L.C.M. 7 ;Ferreira,K.S. 8 ;Silva,R.N. 9 ;Cabral,F.D. n Faculdade objetivo, leosnv@yahoo.com.br Resumo - A Insuficiência Respiratória é uma patologia comum dentro de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), levando os pacientes a necessitarem de Ventilação Pulmonar Mecânica, podendo ser não Invasiva, aplicada através de mascara facial ou nasal e Invasiva através da traqueostomia, intubação orotraqueal, intubação nasotraqueal ou cricotireotomia. Essa pesquisa objetiva-se a avaliar o período de permanência em ventilação mecânica invasiva em relação ao gênero e a idade dos pacientes. Trata-se de um estudo retrospectivo, descritivo, analítico e transversal, cuja amostra foi composta por 50 prontuários, no período de março a maio de 2015 na UTI do Hospital Municipal de Rio Verde. Para a coleta de dados utilizou-se uma ficha de dados que posteriormente foram analisados estatisticamente.o presente estudo apresentou os seguintes resultados em relação ao gênero dos 50 participantes da pesquisa,não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas (P = 0,9184) entre os dois gêneros. Pôde-se analisar que pacientes do gênero feminino permaneceram em VMI (Ventilação mecânica invasiva) por mais de 20 dias com 07 (sete) indivíduos, proporção maior em relação ao gênero masculino que foram apenas 04 (quatro) pacientes.no entanto em relação à faixa etária, o presente estudo não obteve alteração estatisticamente significativa entre os grupos,contudo em relação a permanência em VMI demonstrou diferenças estatisticamente significativas (P = 0,0413) entre os grupos 40 a 59 anos e 60 a 80 anos, o que indica que o segundo grupo necessitou de maior tempo de ventilação mecânica invasiva.conclui-se portanto que não houve diferença no período de ventilação mecânica relacionada ao gênero. Em relação à idade houve uma maior permanência em ventilação mecânica, que esse fato pode ser associado às complicações fisiológicas do idoso que se desenvolvem no sistema cardiorrespiratório o que provoca uma perda da força da musculatura respiratória. Palavras-chave: Insuficiência Respiratória. Ventilação Mecânica. Permanência. Sexo. Idade. Área do Conhecimento:Fisioterapia Cardiorrespiratória Introdução A Insuficiência Respiratória (IR) é condição clínica onde o sistema respiratório não consegue manter os valores normais de pressão arterial de oxigênio e/ou de pressão arterial de gás carbônico.a IR faz com que o paciente sofra com falta de ar, aumento da frequência cardíaca e aumento da frequência respiratória. A Insuficiência Respiratória pode ser classificada em tipo 1, onde ocorrem alterações nas trocas gasosas pulmonares, a hipoxemia, e a tipo 2 que é a diminuição da ventilação alveolar, a hipercapnia (AQUIM et al. 2009). A Ventilação Mecânica é um aparelho mecânico, um ventilador, que vai auxiliar o paciente a realizar as trocas gasosas, o que melhora assim os parâmetros respiratórios. Na dependência da sua condição clínica, o paciente pode ajudar ou não o ventilador a realizar as trocas gasosas. A ventilação mecânica pode ser classificada como não invasiva realizada através de máscara nasal e invasiva por intubação ou traqueostomia (BARATA et al. 2010). A Ventilação Mecânica é indicada em várias situações, a decisão de se colocar o paciente em ventilação mecânica vai depender da avaliação da equipe médica. Algumas de suas indicações são: insuficiência respiratória, após uma reanimação de parada cardiorrespiratória, sepse, síndrome do desconforto respiratório, doenças neuromusculares e diversos outros acometimentos. As Unidades de Terapia Intensiva são unidades hospitalares que atendem pacientes graves e pacientes que correm risco de morte (DAMASCENO et al. 2006) Este trabalho tem por objetivo verificar a relação do período de permanência em ventilação mecânica invasiva com o gênero e a idade dos pacientes da UTI do Hospital Municipal de Rio Verde. 1

Metodologia Trata se de um estudo retrospectivo, descritivo, analítico e transversal (PEREIRA et al., 2003). Os dados foram baseados nos relatos das fichas de avaliação e evolução fisioterapêutica da UTI do Hospital Municipal de Rio Verde, em pacientes que necessitaram de ventilação mecânica invasiva, no período de 01 de março de 2015 à 31 de maio de 2015. Ressalta-se que o nosocômio atende as recomendações da RDC nº7/2010 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, pois possui 9 leitos, sendo um destes para isolamento de contato e respiratório (BRASIL, 2010). Cada leito possui rede de oxigênio, ar comprimido e vácuo, ventilador pulmonar, monitor multiparâmetros e cama eletrônica. O presente estudo foi submetido e aprovado pelo CEP (comitê de ética e pesquisa) direcionado pela plataforma Brasil com o protocolo de nº 053/2014. Foram incluídos todos os prontuários sem rasuras, completos dos pacientes que estiveram hospitalizados na UTI do Hospital Municipal de Rio Verde no período de 01 de março de 2015 à 31 de maio de 2015, com idade entre 20 a 80 anos, de ambos os gêneros, que foram submetidos à ventilação mecânica pulmonar invasiva. Devidamente autorizado pelo diretor administrativo e diretor técnico do hospital. Os dados colhidos foram organizados no programa Microsoft Excel, e transferido para o software estatístico Bioestat 5.3 (FREUND, 2000) para análise estatística. Aplicou-se o teste de Kolmogorov- Smirnov foi utilizado para concretizar a análise estatística das informações, que é um teste não paramétrico e equivale a análise de variância. Este teste é utilizado para averiguar se há diferença estatística entre 03 (três) ou mais grupos. Para a realização de todas as comparações, empregou-se um nível estatístico de significância menor que 5% de erro (p<0,05). Resultados A amostra desta pesquisa foi constituída por 50 prontuários dos pacientes que estiveram hospitalizados na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Municipal de Rio Verde, sendo 21 prontuários de indivíduos do gênero masculino e 29 são do gênero feminino. Na figura 1 pelo teste de Kolmogorov-Smirnov, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas (P = 0,9184) entre os dois gêneros. Pôde se analisar que pacientes do gênero feminino permaneceram em VMI (Ventilação mecânica invasiva) por mais de 20 dias com 07 (sete) indivíduos, proporção maior em relação ao gênero masculino que foram apenas 04 (quatro) pacientes. Imagem 1- Comparativo do gênero com o tempo de VMI. Fonte: Dados da pesquisa, 2015. 2

Observa-se na Figura 2 que dos 50 participantes da pesquisa, 13 indivíduos têm idade entre 20 a 39 anos, 18 indivíduos 40 a 59 anos e 19 indivíduos tem idade entre 60 a 80 anos, e não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos, mas pode-se notar a tendência da taxa de ocupação ser maior entre a população idosa do que à faixa etária dos pacientes hospitalizados em UTI que está aumentando. Imagem 2- Faixa etária dos participantes da pesquisa. Fonte: Dados da pesquisa, 2015. No presente estudo mesmo apesar de não ter tido alteração estatisticamente significativa entre os grupos de faixa etária, foi observado a tendência da taxa de ocupação nas UTI ter aumento da população idosa. A Figura 3 pelo teste de Kolmogorov-Smirnov demonstra diferenças estatisticamente significativas (P = 0,0413) entre os grupos 40 a 59 anos e 60 a 80 anos, e indica que o segundo grupo necessitou de maior tempo de ventilação mecânica invasiva. Imagem 3- Números de Indivíduos e idade em relação aos dias de permanência em VMI. Fonte: Dados da pesquisa, 2015. 3

Discussão Nesta pesquisa, verificou-se em relação ao gênero, que o número de admissão em UTI foi maior entre o gênero feminino com 29 pacientes de um total de 50 pacientes, com período de alta mais frequente para este grupo além de 20 dias, fato que vai de encontro com o estudo realizado. Dados da amostragem em relação ao gênero foram distintos da observada em pesquisas análogas, em que se distinguiu-se os pacientes de gênero masculino, tais como a realizada por Aquim et al. (2009) e Barata et al. (2010). Embora a amostra predominante nesta população tenha sido a feminina, Damasceno et al. (2006) em um estudo com 390 pacientes, realizado em 40 UTIs de quatro regiões do país sobre os aspectos epidemiológicos da VM, constatou predomínio de 53,9% do gênero masculino e apenas 46.1% do gênero feminino, concomitantemente, contrapôs-se os resultados, Lisboa et al. (2012) observaram que o gênero feminino prevaleceu no ambiente da UTI com 55 pacientes avaliados 54,55% do gênero feminino. O fato de a população feminina ter sido mais predominante pode estar relacionado segundo Mello e Tourinho Filho (2004), ao maior envolvimento dos indivíduos do sexo masculino a situações que levam à morte causada por fatores ligados à violência e a causas não naturais, enquanto as pessoas do gênero feminino estão mais ligadas ao envelhecimento. Pesquisa realizada por Lisboa et al. (2012) na Cidade de Passo Fundo RS com objetivo de verificar o perfil dos pacientes em ventilação mecânica invasiva em UTI de um hospital de médio porte também apontou maior frequência de internação entre a população idosa. A tendência encontrada nesta pesquisa pode ser atribuída segundo Azevedo et al. (2005), ao aumento da expectativa de vida da população brasileira, que reflete no aumento da população idosa, que fisiologicamente está mas suscetível ao desenvolvimento de complicações clínicas pela senilidade, maior número de comorbidades que favorecem o aumento da faixa etária dos pacientes hospitalizados em UTI. Neste estudo é possível perceber que o numero maior de indivíduos que necessitaram de mais tempo em ventilação mecânica, são entre 60 a 80 anos, então a medida que a idade avança as complicações clínicas fazem com que os idosos permaneçam mais tempo na UTI. Um estudo feito por Moreira (1998), sobre o processo de envelhecimento populacional brasileiro, relata que no Brasil o aumento da população idosa está cada vez maior, pelo fato da melhoria de qualidade de vida que as pessoas buscam e que o numero de mulheres que alcançam o limiar da idade idosa é muito maior do que os homens, e que as mulheres alcançam a faixa etária de 60 a 80 anos devido a um interesse maior em alimentação saudável e prática de atividades físicas. Resultados semelhantes aos da presente pesquisa foram encontrados em um estudo realizado por Oliveira (2014), onde se avaliou que pacientes com idade entre 40 e 60 anos permaneceram por um tempo maior em Unidade de Terapia Intensiva, sem haver diferenciação entre os gêneros. O autor Moreira (1998) atribui que os fatores que levam o idoso a ficar mais tempo em ventilação mecânica está relacionado a sua perda fácil de massa muscular, as complicações respiratórias, pois devido ao envelhecimento o organismo sofre alterações estruturais e funcionais, que se acumulam de forma progressiva. Conclusão A Ventilação Mecânica é um suporte respiratório essencial dentro de uma Unidade de Terapia Intensiva, pois auxilia no tratamento de várias patologias, evidencia um quadro clínico estável. Com base nos resultados do presente estudo, conclui-se que houve uma quantidade maior de internação de pessoas com a faixa etária de 60 a 80 anos, as pessoas procuram por uma vida mais saudável, com práticas de atividades físicas e alimentação balanceada e isso contribui para um envelhecimento populacional que aumenta a cada ano. Neste estudo observou-se que não houve diferença no período de ventilação mecânica relacionada ao gênero. No entanto já referente à idade houve uma maior permanência em ventilação mecânica, maior dependência dos pacientes com faixa etária mais elevada, haja visto que esse fato pode ser associado às complicações fisiológicas do idoso que se desenvolvem no sistema 4

cardiorrespiratório e ocorre uma perda da força da musculatura respiratória, e de forma mais acelerada em relação aos jovens. Durante esse estudo realizado com uma pequena amostra, foi observado com a revisão de literatura, que existem poucas pesquisas relacionadas a esse assunto que é tão importante, e que pode determinar os cuidados a serem tomados com o paciente na UTI. Sugere-se que sejam realizados novos estudos, pois o idoso necessita de um cuidado maior, haja visto que ele está submetido a maiores complicações. Os cuidados dentro de uma UTI devem ser perfeitos com todos os pacientes, porém o idoso deve receber uma atenção maior para que não desenvolva complicações cardiorrespiratórias. Referências AQUIM, E. E.; FRANÇA, E. E. T.; FERRARI, F. R.; FERNANDES, P. V.; CAVALCANTI, R.; DUARTE, A.; DAMASCENO, M. C. P. Força tarefa sobre a fisioterapia em pacientes críticos adultos: Diretrizes da Associação Brasileira de Fisioterapia Respiratória e Terapia Intensiva (ASSOBRAFIR) e Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB). nov. 2009. Disponível em: <http://www.amib.org.br/pdf/defit.pdf>. Acesso em: 12 out. 2015. AZEVEDO, R. P. de; MOURA, M. S. da; CUNHA, S. da. Perfil e Sobrevida dos Pacientes de Unidade de Tratamento Intensivo de um Hospital Universitário do Rio de Janeiro. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v.17, n. 2, p.85-88, abr./jun. 2005. BARATA, V. F.; BORGES, I. M. P; TAVARES, D.F. Avaliação epidemiológica dos pacientes em ventilação mecânica na unidade de terapia intensiva de um hospital universitário. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA E FISIOTERAPIA EM TERAPIA INTENSIVA, 13, 2006, Curitiba. Anais... Curitiba: ASSOBRAFIR, 2010. p.130. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução n. 7, de 24 de fevereiro de 2010. Dispõe sobre os requisitos mínimos para funcionamento de Unidades de Terapia Intensiva e dá outras providências. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2010/res0007_24_02_2010.html>. Acesso em: 12/10/2015. DAMASCENO, M. P. C. D.; DAVID, C. M. N.; SOUZA, P. C. S. P.; CHIAVONE, P. A.; CARDOSO, L. T. Q.; AMARAL, J. L. G.; TASANATO, E.; SILVA, N.B. da. Ventilação Mecânica. Aspectos Epidemiológicos. Revista Brasileira de Terapia Intensa, São Paulo, v.18, n.3, p.219-228, jul./set. 2006. FREUND, J. E. Estatística aplicada à economia, administração e contabilidade. 9.ed. Porto Alegre: Bookman, 2000. LISBOA, D. D. J.; MEDEIROS, E. F. de; ALEGRETTI, L. G.; BADALOTTO, D.; MARASCHIN, R. Perfil de pacientes em ventilação mecânica invasiva em uma unidade de terapia intensiva. Journal of Biotechnology and Biodiversity, v.3, n.1, p.18-24, fev. 2012. MELLO, T. M. T.; TOURINHO FILHO, H. Exercícios resistidos e o processo de envelhecimento: musculação na terceira idade? In: PASQUALOTTI, A.; PORTELLA, M. R.; BETTINELLI, L. A. Envelhecimento humano: desafios e perspectivas. Passo Fundo: UPF, 2004. p.194-210. MOREIRA, M. M. O envelhecimento da população brasileira: intensidade, feminização e dependência. Revista Brasileira de Estudos de População, Brasília, v.15, n.1, p.79-94, 1998. OLIVEIRA, T. C. P. Atuação da Fisioterapia Motora na Prevenção e Recuperação do Declínio Funcional em Pacientes Críticos. Rio de Janeiro, 2014. Disponível em: 5

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