NÍVEL DE CONHECIMENTO EM PRIMEIROS SOCORROS DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA, NA CIDADE DE JI-PARANÁ.

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Transcrição:

ARTIGO ORIGINAL NÍVEL DE CONHECIMENTO EM PRIMEIROS SOCORROS DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA, NA CIDADE DE JI-PARANÁ. Clederson Souza Durans 1 João Batista dos Reis Viana 2 1 2 Resumo: Os primeiros socorros estão presentes na rotina de trabalho do professor de Educação Física, pois se trata de uma disciplina com atividades dinâmicas que por algum eventual motivo seu aluno venha se lesionar o professor deve estar preparado para lidar com essa situação. Este estudo tem como finalidade avaliar o nível de conhecimentos em primeiros socorros de professores de Educação Física, na cidade de Ji-Paraná. Como benefícios da pesquisa espera-se também mostrar a importância da busca de conhecimento e treinamento dos professores de Educação Física, na tentativa de minimizar o máximo possível procedimento errado em situações emergenciais. A população deste estudo foi de 47 professores. A amostra foi de 14 professores de educação física atuantes na rede estadual de ensino da cidade de Ji-Paraná. Não foram entrevistados os professores de licença ou em gozo de férias e que tenha menos de 5 anos de formado. Sendo assim foi aplicado um questionário adaptado do utilizado por Flávia Sell (2010), constituído por 13 questões de alternativas fechadas com uma única resposta certa. Ficou concluído assim, que os professores de educação física que atuam na rede estadual de ensino de Ji-Paraná apresentaram um amplo conhecimento nas questões do questionário aplicado, pois das 13 questões respondidas pelos professores, 12 apresentaram um percentual de acertos acima dos 64%. Palavras-chave: Educação Física; Emergência; primeiros socorros. KNOWLEDGE LEVEL IN FIRST AID OF PHYSICAL EDUCATION TEACHERS IN JI-PARANÁ CITY. Abstract: First aid are present in the routine work of the teacher of Physical Education, because it is a discipline with dynamic activities for a possible reason his student will get injured the teacher should be prepared to handle this situation. This study aims to assess the level of knowledge in first aid of physical education teachers in the city of Ji-Parana. As benefits of research also expected to show the importance of seeking knowledge and training of physical education teachers in an attempt to minimize as much as possible wrongdoing in emergency situations. The study 1 Professor de Educação Física Licenciatura Centro Universitário Luterano de Ji- Paraná/RO, clederson_741@hotmail.com. 2 Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná/RO

population was 47 teachers. The sample consisted of 14 physical education teachers working in state schools of the city of Ji-Parana. Not interviewed the license teachers or on holidays and has less than 5 years of graduation. Thus it applied a suitable questionnaire used by Flavia Sell (2010), consisting of 13 questions alternatives closed with a single correct answer. It was thus concluded that the physical education teachers who work in the state system of Ji-Parana teaching had an extensive knowledge on the issues of the questionnaire because of the 13 questions answered by teachers, 12 had a percentage of correct answers above 64%. Keywords: Physical education; emergency; first aid. INTRODUÇÃO A disciplina de Educação Física normalmente é a atividade mais dinâmica dentro do ambiente escolar, sendo assim o professor terá maior probabilidade de presenciar situações de emergências. Sabendo que o educador físico, na sua intervenção profissional, trabalha com a prática corporal e suas manifestações, provavelmente irá vivenciar, infelizmente, situações em que os alunos necessitarão de algum tipo de atendimento de emergência, em virtude de lesões ocorridas durante a prática. 1 Assim podemos definir os primeiros socorros como sendo um atendimento primário ministrado fora do ambiente hospitalar em casos de necessidade do mesmo que podem ser: patologias pré-existentes na pessoa, lesões, convulsões, desmaios entre outros. Esse socorro imediato não substitui o atendimento especializado de um médico, enfermeiro ou Bombeiro, particularidade essa que o Educador Físico deve ter em mente. 2 Definição parecida pode ser encontrada no manual de primeiros socorros da Fundação Oswaldo Cruz³, onde certifica que Podemos definir primeiros socorros como sendo os cuidados que devem ser prestados a uma pessoa, vítima de acidentes ou mal súbito, cujo estado físico põe em perigo a sua vida, com o fim de manter as funções vitais e evitar o agravamento de suas condições, aplicando medidas e procedimentos até a chegada da assistência especializada. Porém não devemos considerar que os primeiros socorros se resumem a métodos técnicos, um professor de Educação Física pode ministrar os primeiros socorros com uma simples atitude de conversa com seu aluno ou improvisando instrumentos. 4 Sabendo-se da definição de primeiros socorros, Magee 5 corrobora que, Há uma grande preocupação por parte dos profissionais da área da saúde com o crescimento do índice de lesões ocasionadas com alunos dentro das escolas, pois é

consensual que a demora ou um atendimento de forma incorreta pode acarretar sérios danos ao aluno[...]. Segundo Souza e Tibeau 6 As aulas de Educação Física representam momentos em que os alunos executam movimentos ou atividades nas quais podem ocorrer vários tipos de acidentes, sejam por uso indevido de materiais, aparelhos, vestimenta ou mesmo o contato físico. Ao professor de Educação Física se torna imprescindível o conhecimento básico de primeiros socorros e de como saber agir em momentos de emergências. Portanto, é muito importante que o professor de Educação Física se mantenha atualizado em relação às novidades da área de primeiros socorros, leia artigos científicos, livros atualizados, participem de palestras, cursos e seminário e aprenda as técnicas atuais e modernas. 2 Assim a disciplina de primeiros socorros deve ter uma atenção especial para formação dos acadêmicos de Educação Física, sendo mostrado pelos professores tanto a parte teórica como prática para que o futuro professor de Educação Física seja considerado um socorrista. Chama-se de socorrista à pessoa que está habilitada à prática dos primeiros socorros, utilizando-se dos conhecimentos básicos e treinamentos técnicos que o capacitou para esse desempenho. 7 Porém o professor sempre deve agir de acordo com seu nível de treinamento. Todo atendente de primeiros socorros deve lembrar-se que não foi treinado para elaborar diagnóstico médico para predizer as condições de estabilidade da vítima ou mesmo determinar o tratamento definitivo. 2 De acordo com Fioruc et al 8, O ideal é que todos os professores se sintam capacitados acerca da prevenção, avaliação e condutas em situação de emergência, tendo informações especificas sobre o que fazer frente a um acidente que envolva atitudes simples relacionadas à prática de primeiros socorros[...]. Às vezes os professores de Educação Física por insegurança no que diz respeito aos procedimentos relacionados aos primeiros socorros optam em não atender seu aluno necessitado de auxilio ou mesmo intervir em ocasiões que ocorra a provável situação de morte 6 O professor de Educação Física escolar nunca deve negligenciar seus alunos, mas também deve tomar muito cuidado para não efetuar o procedimento de forma errada. O profissional pode ser acusado de negligente se o indivíduo lesionado sofrer um agravo na sua condição, motivado indiretamente por uma ação indevida

no atendimento e a abrangência do dano que pode ser de ordem física, emocional ou psicológica. 9 Segundo o Manual de Resgate dos Bombeiros de São Paulo Negligência é os descumprimentos dos deveres elementares correspondentes a determinada arte ou profissão. 10 Sendo assim os Professores de Educação Física, estão dependentes aos estatutos legais que norteiam os primeiros socorros. Atender uma vítima sem observar as técnicas adequadas e os protocolos estabelecidos, como American Heart Association ou American College Of Surgeons, significa quebra de protocolo e pode implicar processos judiciais. ² O código penal Brasileiro estabelece no seu artigo 135 que deixar de prestar assistência, quando possível faze-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa invalida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública, pode ser considerado um crime, com a penalidade de detenção de 1 a 6 meses, ou multa, no entanto a pena é aumentada pela metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplica, se resulta a morte. 11 Dessa forma o presente estudo teve como objetivo avaliar o nível de conhecimento dos professores de Educação Física em escolas da rede pública estadual de uma cidade do interior de Rondônia, em prováveis situações de urgência e emergência ocorridas durante as aulas. MÉTODOS Esta pesquisa se caracteriza como um estudo descritivo, com uma abordagem quantitativa, na coleta e nos resultados obtidos, sendo de caráter exploratório. Onde para Thomas et al 12, A pesquisa descritiva preocupa-se com o status. A técnica mais prevalente nesse tipo de pesquisa é a obtenção de declarações, sobretudo por questionários [...]. O universo da pesquisa se constituiu de professores de Educação Física da rede estadual de Ji-Paraná, totalizando 47 professores. A amostra foi constituída por 14 professores, sendo 62% homens e 38% mulheres, com média de idades de 47 anos. Os critérios de seleção dos professores foram os seguintes: Ter mais de 5 anos de formação em licenciatura em Educação Física, ser professor de Educação Física da

rede pública, escolha de participar voluntariamente na pesquisa e não estar de férias ou gozo de algum tipo de licença. O instrumento de coleta de dados utilizada foi um questionário aplicado entre os meses de agosto e setembro de 2015, constituído por 13 questões de alternativas fechadas com uma única resposta certa, adaptado do utilizado por Flávia Sell (2010). Para Gil 13 O questionário é uma técnica de investigação em que os indivíduos podem expressar-se através de questões abertas e fechadas, sendo possível conhecer suas opiniões, valores, crenças, situações vividas, expectativas dentre outros. Foi feita uma análise estatística básica (média, moda, desvio padrão e porcentagem) do questionário aplicado. RESULTADOS E DISCUSSÕES Primeiramente, foi perguntado se os professores já tinham tido algum tipo de treinamento de primeiros socorros, depois de formado. O gráfico representado pela figura 1 mostra que 51% dos professores responderam que já tiveram algum treinamento ao mesmo tempo em que 49% responderam que não. Resultados parecidos foram encontrados por Dal-Bó 1, onde cerca de 52,38% dos professores afirmaram já ter algum curso relacionado aos primeiros socorros. Figura 1: Capacitação em primeiros socorros Na questão 02, apesar de 49% dos professores nunca ter tido algum tipo de treinamento em primeiros socorros, 100% dos professores responderam correto em

relação por qual motivo que é necessário realizar os primeiros socorros corretamente e um curto intervalo de tempo, desta forma a figura seguinte representa os resultados da questão 02. Resultados diferentes foram obtidos por Batista 14, onde 16,60% dos professores responderam de forma incorreta a mesma pergunta. No tocante a este ponto o resultado se mostrou muito satisfatório pois essa realização de primeiros socorros pode trazer inúmeros benefícios para vítima e evitar agravamento de lesões e manter a funções vitais até a chegada do atendimento especializado 15 Figura 2: Prazo para efetuar os primeiros socorros Na questão 03, 64% dos professores responderam de forma correta e 36% de forma incorreta, em relação no detalhe mais importante a ser observado na vítima em situação de emergência, sendo assim a figura seguinte representa os resultados da questão 03. Resultados mais satisfatórios foram encontrados por Batista 14 em que 85,7% dos professores responderam de forma correta. Dessa forma é de suma importância que todos os professores tenham essa noção do aspecto mais importante a ser observado na vítima para que o socorrista pelo telefone mesmo tente passar informações do procedimento correto para o professor, aonde mesmo deverá tentar amenizar a situação da vítima até a chegada do atendimento especializado.

Figura 3: Porcentagem de erros e certos da questão 3 Para Santos 2 a crise convulsiva é um distúrbio no funcionamento cerebral provocado por alterações transitórias das funções cerebrais, que pode desencadear espasmos musculares involuntários. O Figura 04 mostra as respostas da questão 04 onde 100% dos professores responderam satisfatoriamente quando questionados o que se deve fazer quando uma pessoa estiver convulsionando. Resultado divergente foi encontrado por Júnior 15 onde afirma que 63% dos professores não agiriam de forma correta em uma vítima de convulsão. Figura 4: Formas de atuações em convulsões Na questão 05, quando perguntado a forma de verificar se a vítima está respirando, 76% dos professores responderam corretamente e 24% de forma incorreta, sendo assim a figura seguinte representa os resultados da questão 05. Resultados parecidos foram encontrados por Dal-Bó 1 onde 66,7% dos professores responderam

de forma correta a pergunta sobre a mesma questão. É de extrema importância que o professor saiba verificar uma parada respiratória, pois quando a respiração é insuficiente o coração e os pulsos são afetados, depois de certo tempo pode ocorrer morte do tecido cerebral podendo levar a vítima a óbito. 16 Figura 5: Verificação da respiração da vítima Quando perguntado como é possível facilitar a respiração da vítima, caso não haja suspeita de fratura na coluna vertebral, 79% dos professores responderam acertadamente, a figura 06 apresenta os resultados da questão 06. Resultado similar foi apresentado por Batista 14 no seu trabalho onde 72% dos professores responderam saber realizar de forma correta esse procedimento. Figura 6: Como facilitar a respiração da vítima Para Hafen 17 A respiração boca-a-boca é o modo mais simples, rápido e eficaz de realizar a respiração de salvamento, devendo ser usada sempre que possível.

Assim na questão 07, 93% responderam correto e 7% responderam de forma incorreta a pergunta do modo correto de fazer a respiração boca-a-boca, dessa forma a figura seguinte representa os resultados da questão 07. Porém os dados apresentados por Dal-Bó 1 apresentaram um resultado inferior, sendo que apenas 76,1% dos professores acertaram a questão. Figura 7: Maneira de realizar a respiração boca-a-boca A figura 08 representa as respostas da questão 08 onde 79% dos professores responderam de forma correta e 21% de forma incorreta quando questionados qual posição em que deve estar a vítima para que se possa realizar a massagem cardíaca. Resultado mais satisfatório foi encontrado por Dal-Bó 1 onde obteve na mesma questão 85,7% de acertos. Para Hofen 17 a vítima deve estar na posição supinada, sobre uma superfície firme e plana. A cabeça não deve ser elevada acima do nível do coração, mas os pés podem ser levados para ajudar a promover o retorno do sangue venoso.

Figura 8: Posição de realização da massagem cardíaca Na questão 09, 100% dos professores responderam de forma correta em relação a qual é o local do corpo adequado para realizar a massagem cardíaca, sendo assim a figura a seguir representa os resultados da questão 09. Já no trabalho de Dal-Bó 1 essa questão teve 80,9% acertos. Esse resultado se mostrou bastante convincente, pois a realização da massagem cardíaca em um lugar errado pode trazer riscos como: fratura nas costelas, separação da cartilagem das costelas, contusão pulmonar e lacerações no fígado. 17 Figura 9: Local adequado para realizar massagem cardíaca

Segundo Michel 18 Ocorre uma distensão, quando uma articulação é pressionada com uma força que leva a que essa articulação passe dos limites normais do movimento. A questão 10 buscou saber como proceder diante de uma distensão muscular, até o atendimento especializado, 93% dos professores responderam correto e 7% de forma incorreta. A figura em seguida representa os resultados da questão 10. No artigo de Batista 14 podemos encontrar uma implicação semelhante onde o mesmo apresentou o resultado que 94,4% dos professores sabiam como proceder diante de uma distensão muscular. Figura 10: Procedimentos em distensão muscular Podemos caracterizar a entorse como sendo uma lesão parcial ou total dos ligamentos quando a articulação é bruscamente torcida 17. Outro fator importante podemos observar na questão 11 representada pelo a figura 11, onde foi perguntado quais os sinais e sintomas de entorses onde mostrou que 86% dos professores responderam correto e 14% de forma incorreta. De acordo com Dal-Bó 13 a mesma pergunta foi respondida certa por 80,9% dos professores.

Figura 11: Sinais e sintomas de entorses Outra questão que obteve um grande número de acertos dos professores foi quando perguntado como proceder em caso de luxação, até o socorro especializado. Novaes 7, enfatiza que luxação é o deslocamento da extremidade de um osso ao nível de sua articulação. A figura 12 mostra que 93% dos professores responderam de forma correta e 7% de forma incorreta. Resultado semelhante foi encontrado por Batista 14 onde 94.40% dos entrevistados responderam de forma correta. Figura 12: Procedimento em caso de luxação

Muitas escolas na maioria das vezes não terão a maleta de primeiros socorros ou materiais adequados cabendo ao professor improvisar materiais para realizar as imobilizações, nesse sentindo na questão 13 quando perguntado a alternativa errada sobre o tipo de material que pode ser utilizado para imobilização de forma improvisada, 43% dos professores responderam de forma correta e 57% de forma incorreta, a figura 13 apresenta os resultados da questão citada. Resultados ainda mais insatisfatórios foram encontrados por Dal-Bó 1 onde apenas 33,3% dos professores acertaram a questão. Figura 13: Materiais corretos para imobilização CONCLUSÃO Essa pesquisa proporcionou analisar o nível de conhecimento em primeiros socorros dos professores de Educação Física que atuam em escolas públicas da rede estadual de ensino. Observando os resultados obtidos pela pesquisa ficou evidenciado que os professores apresentam um nível bom de noções em primeiros socorros. O resultado da pesquisa comprova a idéia que mesmo os professores apresentando um nível bom de acertos nas questões eles devem saber a importância do conhecimento em primeiros socorros para a Educação Física. Cabe aos órgãos responsáveis promover cursos, palestras e treinamentos para esses professores de Educação Física atuantes nas escolas de Ji-Paraná. Mediante aos resultados

obtidos fica recomendado que haja elaborações de outros estudos com amostras diferentes, para que no futuro sejam feitas comparações. REFERÊNCIAS 1. Dal-bó, Henrique de Quadra. Avaliação do nível de conhecimento dos profissionais de educação física em possíveis situações emergenciais durante o exercício físico. 2013. 57 f. Monografia (Bacharel em Educação Física) Coordenação do Curso de Bacharel em Educação Física da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. Disponível em <www.repositorio.ufsc.br> Acesso em 24.08. 2015. 2. Santos, Ednei Fernando dos. Manual de primeiros socorros da Educação Física aos esportes. Rio de Janeiro: Rio de janeiro: Interciência, 2014. 3. Ministério da saúde. Manual de primeiros socorros. Rio de janeiro, 2003. 207 p. 4. Garcia, S. B. Primeiros socorros: fundamentos e práticas na comunidade, no esporte e ecoturismo. São Paulo: Atheneu, 2005. 5 Magee, D.J. Avaliação musculoesquelética. 3. ed. São Paulo: manole, 2002. 6.Souza, José de Souza; Tibeau, Dra. Cynthia. Acidentes e primeiros socorros na Educação Física. Efdeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, n. 127, ano 13, p. 1-8, dez. 2008. 7. Novaes, Jeferson da Silva e Novaes, Geovanni da Silva. Manual de primeiros socorros para educação física. Rio de Janeiro: Sprint, 1994. 8. Fioruc, Bianca Elisabete; Molina Ana Claudia; Junior, Walter Vitti; Lima, Silvana Andréa Molina. Educação em saúde: abordando primeiros socorros em escolas públicas no interior de São Paulo. Revista eletrônica em enfermagem. V.10, n.3, p.695-702. 2008. 9. Siqueira, Glenda Silva de; Soares, Leililene Soares; Santos, Rodrigo Ataíde dos. Atuação do professor de educação física diante de situações de primeiros socorros. Efdeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, n.154, ano 15, p. 1-13, março. 2011. 10. Corpo de bombeiros de São Paulo. Manual de resgate e emergências médicas. São Paulo, 2006. 503 p. 11. Brasil. Decreto- lei n 2.848, de 7 de Dezembro de 1940. Dispõe sobre o Código penal brasileiro[internet]. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. 2010 jun. 25 [acesso em 2015 setembro, 13]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm

12. Thomas, Jerry R.; Nelson, Jack K. e Silverman, Stephen J. Métodos de pesquisa em atividade física. Tradução Ricardo Demétrio de Souza Petersen. 6. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. p. 440. 13. Gil, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 1999. 14. Batista, Maria Nadir Pereira; Sousa, Francisco Cristiano da Silva; Fechine, Basílio Rommel Almeida e Pereira, Eduardo da Silva. Nível de conhecimento em primeiros socorros de professores de Educação Física. Efdeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, n. 186, ano 18, p. 1-13, nov. 2013. 15. Júnior, Miguel A. de Oliveira; JÚNIOR, Carlos Jaime da Silva; TOLEDO, Elizandra Maria. O conhecimento em pronto-socorrismo de professores da Rede Municipal de Ensino do Ciclo I de Cruzeiro-SP. V. 4, N. 7, p.39-48. 2013. 16. Flegel, Melinda J. Primeiros Socorros no Esporte. 1 Edição. São Paulo: Malone, 2002. 17. Hafen, Brent Q; Karren, Keith J; Frandsen, Kathryn J. Guia de primeiros socorros para Estudantes. 7 Edição. São Paulo: Malone, 2002. 18. Michel, Oswaldo. Guia de Primeiros Socorros para Cipeiros e Serviços Especializados em Medicina, Engenharia e Segurança do Trabalho. 1 Edição. São Paulo: LTDA, 2003.