I Workshop dos Programas de Pós-Graduação em Enfermagem ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM PESSOAS IDOSAS INSTITUCIONALIZADAS

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Transcrição:

I Workshop dos Programas de Pós-Graduação em Enfermagem ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM PESSOAS IDOSAS INSTITUCIONALIZADAS SANTOS, R. P. O processo de cuidar em enfermagem Raul de Paiva Santos; Luiz Carlos Marçal; Aline Conceição Marçal; Thalita Rezende RESUMO Tenório; Wanessa Cristina Tavares Araujo; Débora Brandão Silva. Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Alfenas, UNIFAL-MG. Introdução: a depressão e a ansiedade na terceira idade são patologias ainda mais graves quando a realidade é referente aos moradores de Instituições de Longa Permanência (ILPI). Objetivo: avaliar a presença de ansiedade e depressão em idosos institucionalizados. Método: estudo de abordagem quantitativa, descritiva e transversal, sendo que, participaram 31 idosos com capacidades cognitivas preservadas, residentes em uma ILPI no sul de Minas Gerais. Foram usados instrumentos de caracterização pessoal; Mini Mental; Escala de Depressão Geriátrica; Escala de ansiedade de Beck. Resultados: todos os idosos apresentaram algum nível de ansiedade sendo 45% leve e 45% mínima. A depressão esteve presente em 68%, desses 55% nível leve e 13% nível grave. Conclusões: a população feminina é maior entre os moradores institucionalizados e que a ansiedade e a depressão estão fortemente ligadas à institucionalização, uma vez que esses deixam de viver em sociedade, para viver em grupos com rotinas e regras impostas. Sendo assim o enfermeiro tem um papel importante na detecção e prevenção da ansiedade e depressão do idoso institucionalizado, criando estratégias a fim de minimizar os agentes causadores de tais patologias, melhorando a qualidade de vida dessa população. Palavras-chave: Pessoa Idosa; Ansiedade; Depressão; Envelhecimento; Enfermagem Geriátrica. INTRODUÇÃO De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de pessoas idosas no Mundo em 2013 era de 841 milhões e estima-se que em 2050, essa população seja maior que dois bilhões (UNITED NATIONS, 2013). Já no Brasil, o número de indivíduos idosos, em 1950, passou dos dois milhões para 15,4 milhões em 2002; o que corresponde ao incremento de 700%. As projeções indicam que, em 2025, o Brasil será o sexto País com maior população mundial de idosos, correspondendo,

aproximadamente, a 15% do povo brasileiro, ou seja, cerca de 34 milhões de pessoas na faixa etária de 60 anos (WHO, 2015). Destaca-se ainda que grande parte da população, ao envelhecer, tem sua autonomia e sua capacidade de realizar tarefas cotidianas restritas, o que pode levá-las, juntamente com a redução do tamanho das famílias, a carência de cuidadores domiciliares, a falta de tempo no dia a dia, à institucionalização. Entende-se como Instituição de Longa Permanência (ILPI) uma residência coletiva, que atende tanto idosos independentes em situação de carência de renda e/ou de família quanto aqueles com dificuldades para o desempenho das atividades diárias, que necessitem de cuidados prolongados (CAMARANO; KANSO, 2010). Assim, no contexto do envelhecimento populacional brasileiro, as Instituições de Longa Permanência para Idosos ILPI ocupam espaço necessário e relevante na assistência à pessoa idosa, as quais devem prover não só o necessário à subsistência e segurança da pessoa idosa institucionalizada, assim como promover sua autonomia e independência na cotidianidade (FAGUNDES; et al, 2016). Por sua vez, a ansiedade é um fenômeno complexo que dependendo de sua intensidade, pode ser útil ou tornar-se patológico, influenciando, negativamente, no funcionamento psíquico. Em níveis normais, é fisiológica e responsável pela adaptação do organismo às situações de perigo. Contudo, quando a ansiedade é excedente, pode desencadear a falência da capacidade adaptativa (O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 2002). Já a depressão, costuma aparecer de forma discreta nas pessoas idosas, com sintomas variados como tristeza, pensamentos negativos e mesmo alterações fisiológicas (SIQUEIRA, 2009). Depressão geriátrica está relacionada a vários fatores, os genéticos são poucos presentes e contribuem às mudanças que ocorrem no metabolismo como alterações hormonais, dessincronização do ritmo cardíaco, que são elucidadas como principais causas de depressão (SIQUEIRA, 2009). MÉTODO Estudo de abordagem quantitativa, descritivo e transversal. Visto que pesquisadores quanti buscam efeitos causais ao examinar as variáveis (KIRSCHBAUM, 2013); os estudos descritivos são aqueles em que o pesquisador deseja bater uma fotografia da situação de interesse; por sua vez, os estudos transversais descrevem a ocorrência de determinado fenômeno em uma população específica em um determinado

momento, assim sendo, são imprescindíveis à tomada de decisão no setor de planejamento em saúde (CARVALHO; ROCHA, 2014). O estudo foi realizado com idosos institucionalizados na ILPI Lar Monsenhor Pedro Cintra na cidade de Borda da Mata, MG. A amostragem adota foi nãoprobabilística intencional, visto que o número de pessoas idosas era pequeno, optou-se por não ratear a amostra. Os critérios de elegibilidade compreenderam: ter 60 anos ou mais, possuir capacidade cognitiva e verbal preservadas e estar residindo na ILPI supracitada. Os instrumentos empregados foram: Mini Mental, proposto por Kahn; et al (1960), em Brief Objective Measures for the Determination of Mental Status in the Aged, e adaptado por Ventura e Bottino (1992). Escala de depressão Geriátrica, a qual é composta por 15 itens negativos/afirmativos com itens sublinhados pontuando para depressão, o resultado maior que cinco pontos diagnostica depressão, sendo que se ocorre igual ou maior que 11 caracteriza depressão grave (FERRARI; DELACORTE, 2007); e a BAI: Escala de ansiedade de Beck, composta por 21 itens, a classificação recomendada para o nível de ansiedade é ansiedade mínima (0-7), ansiedade leve (8-15), ansiedade moderada (16-25) e ansiedade grave (26-63) ( BECK; EPSTEIN, 1988). Por fim, a coleta de dados se deu somente após a autorização do Conselho Regional de Assistência Social da Borda da Mata-MG e da aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa das Faculdades Integradas ASMEC - União das Instituições de Serviço Ensino e Pesquisa UNISEP, conforme CAAE número 54999516.8.0000.5490. RESULTADOS As pessoas idosas em sua totalidade apresentaram algum nível de ansiedade, sendo que 45% dos indivíduos idosos tinham ansiedade leve, igualmente a ansiedade mínima, 7% moderada e 3% ansiedade em nível grave. Corroborando com a pesquisa, o estudo de Bernardino (2013), onde comparou-se depressão e ansiedade em idosos institucionalizados e não institucionalizados em Portugal; identificou que a ansiedade moderada ou grave se revelou escassa, prevalecendo à ansiedade mínima e leve, o que de certa forma nos indica que estes baixos níveis poderão advir de alguns fatores de envelhecimento tais como, a institucionalização e as comorbidades. Em relação à depressão, estava presente em 68%, desses 55% no nível leve e 13% no nível grave. Bernardino (2013) afirma que o grupo de idosos em instituições é

quem apresenta à média mais elevada, o que confere a presença de níveis de depressão. Silva et al., (2015) verificaram que a maioria dos idosos institucionalizados (65,0%) possuem sintomas depressivos. Destes, parcela significativa (52,4%) possui sintomatologia característica de uma depressão leve ou moderada, enquanto 12,6% possuem sintomas de depressão grave. A depressão também é uma doença comum entre indivíduos idosos institucionalizados, com valores percentuais superiores aos idosos que não estão sob essa condição, tanto a nível nacional quanto a nível internacional (ALMEIDA; QUINTÃO, 2012). As estatísticas apontam para uma taxa de depressão de 10 a 70% maior quando comparada às pessoas idosas que vivem na comunidade (GONÇALVES, et al. 2010; NEU et al., 2011). CONSIDERAÇÕES FINAIS Constatou-se que níveis de ansiedade foram encontrados em ambos os gêneros, com predomínio dos níveis mínimos e leves. Com relação à depressão foi possível detectar que a maioria dos idosos institucionalizados sofre com sintomas depressivos. Também ficou evidenciado que a ansiedade e a depressão estão fortemente ligadas à institucionalização, uma vez que esses deixam de viver em Sociedade, para viver em grupos com rotinas e regras impostas. Diante desse ínterim, faz-se imprescindível aos profissionais da equipe multidisciplinar de Saúde, identificar e/ou elaborar meios e estratégias de rastreamento dessa população e seus respectivos sintomas para que sejam realizadas atividades profiláticas e de conscientização da Sociedade quanto às doenças psicossociais; e o impedimento do agravamento dos sintomas proporcionando, se possível, a regressão dos mesmos. As medidas protetoras podem ser obtidas por meio da reintegração das pessoas idosas no meio social, realizando uma busca ativa e a identificação da ansiedade e depressão em níveis primários de saúde dessa população. REFERÊNCIAS 1. ALMEIDA, L.; QUINTÃO, S. Depression and suicidal ideation in elderly institutionalized and non-institutionalized in Portugal. Acta Medica Portuguesa, Portugal, v.25, n. 6, p. 350-358, 2012. 2. BECK, A.T. et al. An Inventory for measuring clinical anxiety: psychometric properties. J. Consult. Clin. Psychol. v.56, p. 893-897, 1988.

3. BERNARDINO, A. R. P. Depressão e ansiedade em idosos institucionalizados e não institucionalizados: valorizar o envelhecimento. 2013. 137f. Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde) Universidade da Beira Interior, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, 2013. 4. CAMARANO, A. M.; KANSO, S. As instituições de longa permanência para idosos no Brasil. Revista Brasileira de Estudo de População, Rio de Janeiro, v. 27, n. 1, p. 233-235, jan./jun. 2010. 5. CARVALHO, E. R.; ROCHA, H. A. L. Estudos Epidemiológicos. Material didático. Faculdade de Medicina Universidade Federal do Ceará. Ceará: UFC; 2014. Disponível em: http://www.epidemio.ufc.br/files/05estudosepidemiologicos.pdf. Acesso em 01 Mar. 2017. 6. FERRARI, J. F.; DELACORTE, R. R. Uso de Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage para avaliar a prevalência de depressão em idosos hospitalizados. Scientia medica, Porto Alegre, v.17, n.1, p.38, 2007. 7. FAGUNDES, K. V. D. L. et al. A perspectiva etnográfica no Mundo-vida de pessoas idosas em Instituição de Longa Permanência. In: V Congresso Ibero-Americano em Investigação Qualitativa, 2016, Porto, Portugal. Atas Investigação Qualitativa em Educação. Porto: Fábio Freitas, 2016, v.1. 8. GONÇALVES, L. H. T. et al. O idoso institucionalizado: avaliação da capacidade funcional e aptidão física. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 26, n. 9, p. 1738-1746, set. 2010. 9. KAHN, R. L. et al. Brief objective measures for the determination of mental status in the aged. The American Journal of Psychiatry, v.117,n.1, p. 326-328. 1960. 10. American Psychiatric Association (APA). Manual Diagnóstico e estatístico de transtornos mentais DSM IV TR. Porto Alegre, ArtMed; 2002. 11. NEU, D. K. M. et al. Indicadores de depressão em idosos institucionalizados. Cogitare Enfermagem, [S.l.], v. 16, n. 3, set. 2011. 12. SILVA, J.K.S. et al. Sintomas Depressivos e Capacidade Funcional em Idosos Institucionalizados. Cultura de los Cuidados, (Edición digital), v.19, n. 41, p. 157-167, 2015. Disponivel em: http://dx.doi.org/10.14198/cuid.2015.41.18>. Acesso em 01 Fev. 2017. 13. SIQUEIRA, G.R. et al. Analise da sintomatologia depressiva nos moradores do abrigo Cristo Redentor através da aplicação da escala de depressão geriátrica(edg). Ciência Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.14, n.1, 2009. 14. UNITED NATIONS. Department of Economics and Social Affairs Population Division. World Population Ageing 2013. New York: UN, 2013. 15. WORLD HEALTH ORGANIZATION. World Report on Ageing and Health. Luxemburg: WHO, 2015.