Uma vez nasceu um Menino (29 personagens) (à boca do palco que está às escuras, aparece um pajem com um pergaminho e lê a modo de pregão) Pajem Uma bela história Vamos apresentar, Passada à muito tempo E que devemos lembrar. Tudo aconteceu numa aldeia Que se chamava Belém, Numa noite muito fria E muito escura também. Mas melhor do que contar, É ver o que se passou Nessa noite encantada Em que uma estrelinha brilhou. (o palco ilumina-se lentamente. Vê-se uma cabana humilde. Entram e, que está grávida, caminhando devagar em direcção à entrada) Vamos querida, Que daqui a pouco é dia. (olhando para a cabana), esposo meu, Não te quero preocupar, Mas não será melhor Procurar outro lugar? Não te preocupes, mulher, Pois Deus lá em cima Olhará pelo nosso menino. E que nome lhe daremos? : (espirra) At at chim! Santinho! Santinho não gosto! Que tal Jesus? É um nome bonito Para o nosso menino (apagam-se as luzes do palco e ouve-se o choro de um recém nascido. As luzes voltam a acender-se progressivamente, a cabana ilumina-se destacando as figuras de, e o Menino, já deitado nas palhinhas) Joana Serra Castro/1
Estrela (solene, majestosa) Por ser uma estrela, Sou a primeira a chegar. Com a minha suave luz Venho iluminar O pequeno Jesus E a todos felicitar Anjo (tropeça quando entra. Levanta-se a custo e fica um pouco aborrecido) Paz na Terra aos homens De boa vontade! Acreditem que do céu Este anjo desceu. Vim lá do alto Para vos dizer Que o deus menino Acaba de nascer. Burro (à esquerda de, Jesus e ) Sou um velho burro. Com o meu bafo quente Vou aquecer o Menino, Os amigos e os parentes. Vaca (à direita de, Jesus e ) O meu leitinho Podes sempre beber Para ficares gordinho E num instante crescer. Eu sou A mãe do Menino. Cuido-o e protejo-o Com muito carinho. E eu sou Sou carpinteiro E um berço bonito Farei com esmero. (começam a aparecer as personagens) Padeira Sou a padeira Embora não tenha dente Trago pãozinho bom Para os teus parentes.
Sapateiro sou um hábil sapateiro Trago-te estas botas Para um dia jogares À bola com os teus pares. Pastor Sou um pobre pastor Pastava o meu gado E vi uma estrela a brilhar Com muita fé a segui Para te vir saudar. Lavadeira Triste e cansada, Lavava a roupa no rio. Um peixe apareceu E disse-me: alegra-te, mulher O Menino já nasceu! Cozinheiro Tenho um restaurante Na cidade de Belém. Convido-te para lá ires E aos teus pais também. Talhante Eu tenho um talho Com boa carninha, Para cozer com legumes E fazer uma sopinha. Moleira Eu tenho um moinho No alto da colina. De lá trouxe trigo E um saco de farinha. Pastora Tenho um rebanho Com muitas ovelhinhas Ofereço-te lã Para as tuas camisolinhas. Cantor (aparece o cantor um tanto espalhafatoso) Como sou cantor Só a voz posso oferecer E prometo-te, Jesus, Cantar até ao amanhecer. Joana Serra Castro/3
Camponesa (traz umas peças de fruta e latas) Eu sou camponesa, Dou-te os meus produtos, Compotas e geleias Feitas com varios produtos. Músico Trago-te uma flauta. Ainda não sabes tocar Mas como sou músico Aqui estou para te ensinar. Dentista Eu sou dentista Ainda não tens dentes Mas daqui a um ano Venho ver como te sentes. Professora Eu sou professora E pensei em oferecer Um livro muito bonito Para aprenderes a ler. Capuchinho Vermelho e o Lobo Juntos viemos trazer-te A cestinha da avó, Em sumos, frutas E um delicioso pão de ló. (o lobo uiva) Rato (alvoroçado) Eu sou o rato E vim a correr Para, num ápice, Te conhecer. Gato das botas (as suas intenções não são as de visitar o menino, mas sim outras) Sou um gato famoso, Herói de uma história: Persigo os ratos E tenho boa memória. (e começa logo a perseguir o rato) Lavadeira (gritando, às costas da camponesa) Um rato, Deus meu, Que me estraga o dia! Eu alguém o agarre Com grande valentia.
Moleira (expulsando o rato, que procura refúgio atrás dos sacos de trigo e farinha) É verdade, senhora. O mesmo eu digo: Fora daqui, animal, Para longe do meu trigo. Rato (pondo-se de joelhos e pedindo ajuda, desesperado) Ai,! Ai,! Não respeitam nada. O gato vai comer-me Debaixo das tuas barbas. Jesus (abraçando o rato) Não tenhas medo, O mal não vencerá. Com amor e carinho O bem triunfará. Taxista (ouve-se uma buzina) O meu táxi está à porta E já está preparado Para guardar os presentes Não viajem carregados! (entram finalmente os três reis magos) Belchior Cansados mas contentes, Por fim chegámos. Muitas terras De camelo atravessámos. Eu sou o Belchior Trago-te este ouro Porque nesta terra Não há maior tesouro. Gaspar Eu, Jesus, sou o Gaspar. Ofereço-te incenso Para poderes queimar. Baltazar Eu sou o Baltazar E mirra te ofereço Desejo-te felicidades E dou-te o meu apreço. Joana Serra Castro/5
Gato das Botas (regressa com as mesmas intenções) Já vi que hoje Não posso caçar Vou passar o dia Sem me alimentar. Baltazar trouxemos provisões Na garupa dos camelos. Pajem, dá-lhe de comer Para ele não desfalecer. Pajem anda, gato faminto, Não fiques assim. Já aqui tenho comida Para fazeres um festim. (chegando-se à frente) Obrigado, amigos, Por tudo o que fizeram. O nosso menino agradece Tudo o que trouxeram (chegando-se à frente) Muito obrigada Pela vossa companhia Que veio dar calor A esta cabana sombria. (aponta para a cabana) Jesus E Eu, que sou Jesus, Desejo-vos do coração Muitas felicidades Amor e compreensão (Aparecem todas as personagens e, por fim, junta-se ao grupo o pajem, que se põe à frente de todos e diz algumas palavras) Pajem E aqui termina A nossa história A todos agradecemos E pedimos com fervor: Pratiquem o bem, Encham o mundo de AMOR!