Comunicação e divulgação científica no Brasil algumas iniciativas institucionais Carlos Vogt Coordenador Labjor/Unicamp Secretário de Ensino Superior do Estado de São Paulo 24 de novembro/2009
Introdução: não háh ciência sem comunicação e divulgação O princípio basilar da ciência acadêmica é que os resultados da pesquisa devem ser públicos. [ ] A instituição fundamental da ciência, então, é o sistema de comunicação. John Ziman, 1984. A comunicação pública da ciência desempenha um papel central nas sociedades contemporâneas, tanto na formação dos cidadãos e na gestão das democracias, quanto devido a uma necessidade da própria ciência.
Cientistas começam se preocupar com a comunicação e a divulgação da ciência após a Segunda Guerra Mundial. A inserção de temas de ciência e da tecnologia na sociedade está ligada a um processo cultural amplo, relacionado a estímulos que as pessoas recebem, por exemplo, pelos meios de comunicação. Esse processo pode ser denominado cultura científica. Cultura da ciência CULTURA CIENTÍFICA Cultura pela ciência (Vogt, 2003) Cultura para ciência
Pretende representar a dinâmica constitutiva das relações inerentes e necessárias entre ciência e cultura. Espiral da Cultura Científica
Modelo de conceituação do espaço o do conhecimento Brasil, década de 1990 Ensino para a ciência Divulgação cientifica Ensino de ciências e formação de cientistas Produção e difusão do conhecimento
Modelo de conceituação do espaço o do conhecimento Iberoamérica rica, década de 1990 Ensino para a ciência Divulgação cientifica Ensino de ciências e formação de cientistas Produção e difusão do conhecimento
Divulgação científica no Brasil 1947- primeira coluna de ciência de José Reis, na Folha de S. Paulo. 1949- revista Ciência e Cultura (SBPC). 1970- Projeto divulgação científica da Fapesp documentários de conteúdo científico produzidos pela Fundação Padre Anchieta. 1977- As revistas Veja e Visão e os jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo criam editorias de ciência. 1982- Revista Ciência Hoje (SBPC). 1987- Revista Superinteressante (Editora Abril). 1994- Criação do Labjor/Unicamp 1999 Criação do programa MídiaCiência/Fapesp
Comunicação da ciência & divulgação da ciência A comunicação e a divulgação científica no Brasil intensifica seu processo de institucionalização na década de 1990. O desenvolvimento da internet permite a disponibilização de revistas científicas indexadas na rede. SciELO - Scientific Electronic Library Online (Biblioteca Científica Eletrônica em Linha): modelo para publicação eletrônica cooperativa de periódicos científicos na internet criado em 1997, especialmente para responder às necessidades da comunicação científica nos países em desenvolvimento e particularmente na América Latina e Caribe. Projeto SciELO envolve instituições como Fapesp, CNPq e Bireme. Base SciELO possui hoje 624 revistas indexadas (nacionais e internacionais Venezuela, Argentina, Chile, Colômbia, Cuba, Espanha e Portugal) e quase 240 mil artigos.
Labjor: pós-graduação, pesquisa, extensão, treinamento e consultoria Especialização em Jornalismo Científico (desde 1999) O curso é gratuito, tem duração de 3 semestres, com aulas às segundas-feiras em período integral, e se destina à formação de jornalistas científicos, divulgadores de ciência e assessores de comunicação de universidades e centros de pesquisa. Especialização em Neurociências (desde 2009) Curso que está na primeira edição, é gratuito, tem duração de 3 semestres, com aulas às quintas-feiras em período integral, e se destina à formação de jornalistas científicos, divulgadores de ciência e assessores de comunicação de universidades e centros de pesquisa na área de saúde e neurociências. Mestrado em Divulgação Científica e Cultural (desde 2007) Pretende contribuir para que os estudantes sejam capazes de compreender a função social da ciência e da cultura do país, para uma divulgação mais eficiente.
Introdução Percepção Pública P da Ciência e da Tecnologia na Iberoamérica rica O Labjor/Unicamp ingressou, no início da década, na rede internacional de pesquisa sobre percepção pública da ciência e da tecnologia composta pela OEI/Ricyt/Fecyt, por meio do Projeto de Desenvolvimento de um Padrão Iberoamericano de Indicadores de Percepção Social, Cultura Científica e Participação Cidadã em C&T. Desde então, uma série de trabalhos têm sido conduzidos na área em parceria com pesquisadores iberoamericanos.
Introdução Survey no estado de São Paulo (2003/2004 e 2007/2008). Metodologia em comum na Iberoamérica (4 países na primeira edição e 7 países na segunda edição). Trabalho apresentado ontem no Foro por Simone Pallone, no Taller 1 Encuesta sobre percepción pública de la ciencia. Percepção pública da ciência e da tecnologia em adolescentes. Trabalho em desenvolvimento. Questionário aplicado em grandes cidades de 7 países. Em São Paulo, a amostra atingiu o número de 1.226 alunos de 51 escolas do ensino médio, sendo 42 públicas e nove privadas. Trabalho será apresentado hoje no Foro por Ana Paula Morales, no Taller 4 Encuesta percepción de los jóvenes sobre la ciencia y la profesión Científica (Sala 1, Ciclo Básico II, às 17h).
Esboços os de projetos: Perpepção pública da ciência com cientistas É possível mapear formas de percepção da ciência e da tecnologia de acordo com diferentes áreas do conhecimento? O modo como os cientistas percebem a ciência é diferente da percepção da sociedade? Essas inquietações têm dado cabo a um projeto que começa a ser esboçado pelo Labjor/Unicamp com pesquisadores do Centro de Estudos de Valores, Ética e Legislação em Medicina (VELIM, da sigla em inglês), da Universidade de Sidney (Austrália). Percepção pública da ciência com foco em temas de saúde Discussão surgiu no Labjor/Unicamp junto ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Imunologia (INCT de imunologia) e ao Instituto de Saúde, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES). A idéia é analisar os eixos tradicionais de percepção e o consumo de informação dos temas pesquisados tanto no INCT de imunologia quanto no Instituto de Saúde: imunidade, HIV/AIDS, imunodeficiências, doenças infecciosas, leishmaniose, transplantes, câncer e alergia.
Mídia e percepção pública p da ciência: SAPO O SAPO tem base em um software que funciona como sistema de coleta, seleção, organização e mensuração da presença da C,T&I na mídia a partir de um grupo de palavras-chave relacionadas a assuntos científicos. Cada palavra tem uma determinada pontuação e o conjunto dessas palavras, no corpo do texto jornalístico, resulta em uma pontuação que define se o texto é de conteúdo científico, pode ser de conteúdo científico ou não é de conteúdo científico. Trabalho será apresentado amanhã no Foro por Sabine Righetti, no Taller 8 Projeto SAPO: Scientific Automatic Press Observer (Sala 2, Ciclo Básico II, 17h)
Edição atual número 113. Hoje a revista tem uma média de 22 mil acessos diários e 13 mil assinantes. Produção: revista ComCiência Publicação eletrônica mensal que trata de assuntos ligados a todas as áreas das ciências e é produzida pelo Labjor desde agosto de 1999. A revista aborda todo mês um tema específico, com reportagens e artigos relacionados ao assunto.
Produção: revista Ciência e Cultura Temas e Tendências A revista surgiu em 1949, um ano após a fundação do SBPC. Em 1991, passou a ser publicada trimestralmente, em inglês. Em 2000, a revista voltou a ser publicada em português, desta vez seguindo uma linha mais temática. Em seguida, a revista, com o binômio "temas e tendências, ganhou um novo projeto gráfico e a função de contribuir para o debate dos grandes temas científicos da atualidade. Público-alvo de aproximadamente 60 mil pessoas. Em 2003, a revista passou a ser também disponibilizada na versão eletrônica, no SciELO.
Produção: revista Conhecimento e Inovação Conhecimento e Inovação é uma publicação trimestral, impressa, elaborada pelo Labjor, com a função de contribuir para o debate de temas científicos e tecnológicos da atualidade, articulados com os processos de inovação. A publicação, lançada em abril de 2005, está se tornando um espaço de informação e reflexão de temas ligados ao desenvolvimento tecnológico. A revista tem como diferencial a criação do Índice Brasil de Inovação (IBI), que visa caracterizar as empresas do setor industrial quanto à sua atuação efetiva na questão da inovação no Brasil.
Obrigado! Carlos Vogt Coordenador Labjor/Unicamp Secretário de Ensino Superior do Estado de São Paulo