História Avaliação Mensal 2 os anos Lucas Nome: Nº: Turma: Valor (10,0) Nota: INSTRUÇÕES GERAIS Visto: 1. Nenhum material deve estar embaixo das carteiras. Livros e mochilas devem estar guardados no armário. 2. Sobre a mesa, apenas o material indispensável e aceito para a prova. 3. Verifique se o tampo da sua carteira está limpo. Se não estiver, apague as anotações ou chame o professor. As anotações serão consideradas cola e sua prova será anulada. 4. Em nenhuma hipótese faça cálculos na carteira. 5. Régua, compassos, borracha, etc. não podem ser emprestados após o início das provas. 6. Esta prova terá a duração de 75min. Administre seu tempo. 7. Não é permitida a saída de alunos durante a realização da avaliação. Recomendamos, portanto, que façam uso dos banheiros e bebam água antes de entrar na sala. 8. Você só poderá sair da sala depois de transcorridos pelo menos 50min, contados a partir do início da prova. 9. Leia o enunciado das questões de modo atento e cuidadoso. Nenhuma pergunta referente a enunciado será respondida durante a prova. 10. Atenção para realizar exatamente o que estiver sendo pedido no enunciado de cada questão. Organize suas ideias antes de começar a escrever. Procure ser claro e objetivo em suas respostas. 11. Respeite o espaço limitado para cada resposta. O que exceder este espaço, não será considerado. 12. Para rascunho, utilize o verso das páginas.
1. O texto a seguir é um pequeno trecho do discurso de Abraham Lincoln conhecido pelo nome de O discurso da casa dividida de 1858. Leia-o com atenção e responda as perguntas propostas: Já se passaram cinco anos, desde que uma política foi iniciada com o declarado objetivo, e a confiante promessa, de encerrar as agitações da escravidão. Sob o governo dessa política não apenas a agitação não cessou, mas está constantemente aumentando.na minha opinião, ela não cessará, até que uma crise ocorra, e passe. Uma casa dividida contra si mesma não pode subsistir! Eu acredito que este governo não pode suportar [o país], permanentemente, metade escravocrata e metade livre. Não espero que a União se dissolva - Eu não espero que a casa caia - mas eu espero que deixe de ser dividida.ela irá se tornar uma coisa só, de uma forma ou de outra. (Abraham Lincon, Discurso da casa dividida, 1858) a) Explique o significado da metáfora da casa dividida e relacione com o contexto histórico em que foi criado. (1,5) b) Cite e explique duas consequências da Guerra de Secessão para os EUA. (0,5) Resposta: a) A metáfora da casa dividida faz referência as divergências entre os Estados do Sul e do Norte dos Estados Unidos no que diz respeito a importantes aspectos da economia norteamericana. A origem desta divergência está nas diferenças entre os processos de colonização do Sul e do Norte dos Estados Unidos. Nos Estados do Sul predominou a produção de algodão dentro do sistema de plantation (mão-de obra escrava, grandes propriedades e monocultura voltada para a exportação). Já nos Estados do Norte, por outro lado, prevaleceu a utilização de mão-de-obra livre, da pequena propriedade e o desenvolvimento de fábricas manufatureiras. Tais diferenças no processo de colonização levaram, portanto, a constituição de sociedades distintas, com perspectivas econômicas também diferentes. Os Estados do Norte defendiam uma política alfandegária protecionista e a abolição da escravidão. A oposição veemente dos Estados do Sul a estas propostas é o motivo por trás da metáfora da casa dividida.
b) Como consequência da Guerra de Secessão podemos citar: a manutenção da unidade territorial, já que a vitória dos Estados do Norte garantiu a unidade do território dos Estados Unidos, reincorporando os Estados do Sul. A implantação de uma política econômica voltada para a industrialização, na medida em que a vitória do Norte garantiu uma política alfandegária protecionista e o desenvolvimento das industrias norte-americanas. Por fim, podemos citar a abolição da escravidão, outro fator importante para o processo de industrialização, pois liberou o capital preso no tráfico de escravos. Vale dizer, também, que o fim da escravidão não significou a inserção dos negros na sociedade americana, na medida em que continuaram em muitos Estados segregados do restante da sociedade. 2. O período de 1848 até 1871 foi marcado por grandes mudanças na Europa no campo político e econômico. A partir das informações presentes no texto a seguir, responda as questões propostas: (...) entre 1848 e 1871, ou mais precisamente durante a década de 1860 (...) a expansão da industrialização produziu outras potências essencialmente industriais além da Inglaterra: os Estados Unidos, a Prússia (Alemanha) e, muito antes disso a França, tendo o Japão se somado mais tarde. (HOBSBAWM. E. "A Era do Capital." São Paulo: Paz e Terra, 1982. pp. 121-122.) a) Identifique o processo histórico descrito no texto e explique de que forma ele contribuiu para o processo de concentração de capitais e formação de grandes empresas neste período. (0,75) b) Qual a relação entre o processo de industrialização da Prússia e a unificação da Alemanha em 1871? (1,25) Resposta a) O processo histórico citado no texto é o da expansão da Revolução Industrial para além da Inglaterra, mais especificamente para a o restante da Europa, para os EUA e para o Japão. Tal expansão ampliou o número de industrias, constituindo um mercado muito mais competitivo. Este novo panorama econômico desencadeou um processo de concentração de capitais e formação de grandes empresas, na medida que apenas estas poderiam sobreviver em um contexto de disputa por mercados consumidores e fontes de matéria prima.
b) A Prússia era o Estado mais industrializado dos Estados germânicos. Na medida em que se industrializava crescia sua demanda por mercados consumidores. Foi justamente a busca por novos mercados consumidores que moveu o governo prussiano a buscar a unificação dos Estados germânicos e a formação da Alemanha. Tal processo garantiria um mercado consumidor exclusivo para as industrias prussianas. Portanto, pode-se dizer que a industrialização da Prússia gerou os motivos que a moveram a buscar a unificação alemã. 3. (Unesp - adaptada) Leia o texto a seguir (...) Considerando que para os senhores não é possível Nos pagarem um salário justo Tomaremos nós mesmos as fábricas Considerando que sem os senhores, tudo será melhor para nós. Considerando que os senhores nos ameaçam Com fuzis e canhões Nós decidimos: de agora em diante Temeremos mais a miséria que a morte. Considerando que o que o governo nos promete sempre Está muito longe de nos inspirar confiança Nós decidimos tomar o poder Para podermos levar uma vida melhor. Considerando: vocês escutam os canhões Outra linguagem não conseguem compreender Deveremos então, sim, isso valerá a pena Apontar os canhões contra os senhores! (Bertolt Brecht, "Os dias da Comuna".) a) Esse poema de Brecht refere-se à chamada Comuna de Paris, de 1871. Como pode ser definida a inspiração política dos revolucionários de 1871? Justifique a sua resposta a partir da análise do texto. (1,0) b) Qual a relação entre a unificação alemã e a Comuna de Paris? (1,0)
Resposta: a) A Comuna de Paris pode ser considerada um movimento fortemente inspirado pelas ideias socialistas. Ao analisar o texto é possível encontrar referências a críticas à exploração do proletariado por parte da burguesia, a perspectiva de tomada do poder por parte da classe trabalhadora através de um processo revolucionário e, principalmente, a ideia de reconstrução da sociedade a partir da superação das diferenças entre as classe e implantação de relações sociais igualitárias. Todos estes elementos configuram parte do ideal socialista. b) A Comuna de Paris tem início após a queda de Luís Bonaparte e o cerco alemão a Paris. Tais fatos são consequências diretas da Guerra Franco-Prussiana, conflito que envolveu a França e a Prússia e que resultou tanto na unificação da Alemanha, quanto na derrubada de Luís Bonaparte após a derrota para as forças prussianas. Portanto é possível apontar que um dos principais fatores que desencadearam a Comuna de Paris foi a Guerra Franco Prussiana, peça chave para a unificação alemã.
4. Para justificar a conquista e colonização de territórios na África e na Ásia, no final do século XIX, as nações européias criaram um discurso de superioridade em relação as populações africanas e asiáticas dominadas. A partir da análise da imagem e do texto a seguir, explique quais os argumentos utilizados pelos europeus para justificar suas conquistas. (2,0) (autor desconhecido, 1875) Tomai o fardo do Homem Branco Envia teus melhores filhos Vão, condenem seus filhos ao exílio Para servirem aos seus cativos; Para esperar, com arreios Com agitadores e selváticos Seus cativos, servos obstinados, Metade demônio, metade criança. (Rudyard Kipling, O fardo do homem branco, 1899)
Resposta: Através da análise da imagem e do texto é possível identificar dois elementos fundamentais do discurso ideológico que legitimou a dominação imperialista da África e Ásia pelas potencias ocidentais. São eles, respectivamente, o discurso do progresso e o discurso racista. Na imagem em questão observamos dois indivíduos. Um deles é negro e está vestido de maneira espalhafatosa, com um bule na cabeça e diversos elementos pertencentes a civilização ocidental. O outro é branco e está com uma lista na mão em que se lê a palavra civilization no cabeçalho. Além disso, ele aponta para uma série de objetos, como se indicasse algo à outra personagem. Tendo em vista tais elementos citados é possível concluir que tal imagem faz referência ao discurso do progresso, discurso este que compunha a ideologia imperialista e que afirmava que a conquista e subordinação dos povos da Ásia e África era necessária para trazer a eles as benfeitorias do progresso e da civilização ocidental. A relação entre as duas personagens da charge busca reforçar tal ideia. Já o texto reafirma o conceito de raça e de superioridade do homem branco em relação às demais populações da Terra. Rudyard Kipling em seu poema se refere às conquistas imperialistas como o fardo do homem branco e em diversos trechos reafirma a superioridade deste em relação aos demais povos, na medida que os define tanto como selvagens e demoníacos, quanto como crianças e, portanto, incapazes de terem discernimento. 5. (Ufrn - adaptada) A charge a seguir, publicada na França em 1885, refere-se a um episódio específico de um fenômeno histórico, cujas repercussões atingiram diversos continentes até as primeiras décadas do século XX.
Analise os elementos que compõem a charge e responda: a) Identifique o fenômeno histórico que ela faz referência e explique suas principais características. (1,0) b) Estabeleça uma relação entre este fenômeno histórico e a deflagração da 1ª Guerra Mundial em 1914. (1,0) Respostas: a) Na imagem temos representado o processo de partilha da África, realizada no Congresso de Berlim em 1885. O continente africano é representado nela como um bolo a ser repartido entre as potências industrializadas europeias. Este acontecimento é parte de um fenômeno histórico denominado Imperialismo que consistiu na abertura, através da força, de novas regiões as relações capitalistas, sobretudo na África e na Ásia. Os objetivos por trás deste fenômeno eram: ampliar e controlar novos mercados consumidores e fontes de matéria prima. b) A busca por novos mercados consumidores e fontes de matéria prima levaram as nações industrializadas, sobretudo europeias, a buscarem conquistar e submeter ao controle colonial regiões tanto na Ásia, como na África. Este processo, denominado de Imperialismo, levou a uma acirrada disputa entre elas e a conflitos pela posse de colônias. Alemanha e Itália, países recentemente unificados, levaram uma acentuada desvantagem neste processo em relação a Inglaterra e França. O aumento das tensões, devido as disputas coloniais, levou não só a uma corrida armamentista, como também ao fato de alemães e italianos, juntamente com Austria- Hungria, forjarem um acordo de mútua proteção, denominado de Tríplice Aliança. Em resposta a isto, Inglaterra, França e Rússia formaram a Tríplice Entente. O estopim da guerra que arrastaria as duas alianças a um confronto bélico foi à morte do herdeiro do trono austrohungaro, Francisco Ferdinand, em 1914. Tendo estes fatos em vista podemos afirmar que a 1ª Guerra Mundial é uma consequência direta dos conflitos coloniais desencadeados pelo Imperialismo.