OS TRABALHOS DE HÉRCULES Iva Marques da Fonseca 4 TRABALHO A Captura da Corça A) Mito B) Simbolismo do Mito C) Arquétipo astrológico CÂNCER -21/06 21/07 D) O Trabalho do discípulo Desenvolvimento da intuição E) Tarefa a ser feita Conhecer bem seu lugar / a prova da estabilidade nas lutas no plano físico F) Pensamento-semente Eu construo uma casa iluminada e lá habito A) Mito Leitura das páginas 81 a 84 do livro Os Trabalhos de Hércules B) Simbolismo do Mito O mito nos fala que a corça, que Hércules procurava, era sagrada para Ártemis e era protegida por Diana. Diana, a caçadora dos céus, portando arco e flechas, era deusa pura, sem desejos, sem culpas e protetora dos animais da floresta. Ártemis era a deusa da natureza selvagem, da fecundidade e da Lua. Da mesma forma que a natureza selvagem resiste à conquista humana e castiga os que tentam penetrar em seus mistérios mais íntimos, assim a deusa Ártemis chegava a se tornar às vezes cruel. A natureza do ser humano é formada de vários aspectos que são fases de uma única realidade que é a sua consciência. Na fase de evolução que o ser humano atravessa, ele é um animal e por isso precisa agir e reagir no meio ambiente em que ele vive. Para assim agir e sobreviver, ele possui a qualidade do instinto; o instinto é a consciência da forma, o modo da forma estar consciente, atenta diante dos perigos. O instinto animal está ligado a Ártemis, a deusa da Lua, que por isso disputa a corça sagrada. O ser humano, porém, é também um ser que possui uma mente que raciocina, que analisa e que critica; ele tem a faculdade da percepção e das respostas lógicas e intelectuais. O ser humano com seu instinto, seu intelecto toma consciência do mundo dos contatos físicos e das condições emocionais que daí derivam. Com o intelecto ele percebe o mundo do pensamento e da idéia. Hércules, assim como os iniciantes, já alcançou o estágio da percepção instintiva e inteligente, mas é preciso que ele alcance agora um outro mundo que tem seu próprio método de contato e seu aparelho de resposta: a intuição. Hércules, durante um ciclo de vida, dedicou-se a caçar a corça, o instinto; depois o gamo, o intelecto. Mas o objetivo de sua busca era outro e por isto ele
continuou em outro ciclo de sua vida caçando e buscando. Finalmente, Hércules capturou e levou a sua caça para o templo, onde foi reclamada por Apolo, o deus Sol, que reconheceu na corça a intuição espiritual; o sentido de uma viva percepção que dá ao discípulo a visão de novos campos de contato e lhe revela uma nova maneira de ser. A partir daí, o mito vai revelar uma série de fatos importantes. A corça, caçada por Hércules, passa a ser reclamada por Apolo, o deus Sol, que reconhece da corça, a intuição; por Diana, a caçadora, que nela via o intelecto; por Ártemis, a deusa da Lua que julgava fosse ela apenas o instinto animal. Apolo diz: A corça é minha; todos os espíritos repousam em meu seio, portanto essa corça, também. Apolo dirige-se para Ártemis e lhe diz: Não entres neste templo ; e diz para Diana: Podes entrar somente por alguns instantes. Neste Mito, a corça representa os vários aspectos de Hércules, alguns já conhecidos e outros em potencial. A corça, às vezes, significa o instinto, a parte mais material e por isto ela é sagrada para Ártemis, a deusa da Lua. A corça, às vezes, significa o intelecto e por isso ela é sagrada para Diana, a deusa da juventude e da pureza. A corça, às vezes equivale à própria intuição, a luz que traz em si todas as soluções. Dispensando o uso do raciocínio e por isso reclamada por Apolo para ser guardada no templo sagrado da Alma. C) Arquétipo Astrológico CÂNCER (21/05 21/06) Câncer é um signo Cardeal, Passivo / Negativo, ligado ao elemento Água. Câncer é o 4 signo e corresponde à 4ª Casa do Zodíaco. Câncer é o último dos quatro signos chamados signos preparatórios, seja quando consideramos a involução, a descida da Alma para a Matéria, seja quando consideramos a evolução do discípulo à medida que ele se esforça para subir do reino humano para o reino espiritual. Sendo equipado com a faculdade da mente em Áries, com o desejo em Touro e tendo chegado à compreensão de sua dualidade essencial em Gêmeos, o ser humano encarnado entra, através do nascimento em Câncer, no reino humano. Nestes quatro signos, o discípulo prepara seu equipamento e aprende a utilizálo. Em Áries, ele se apossa de sua mente e procura submete-la às suas necessidades, aprendendo o controle mental Em Touro, ele recebe o primeiro lampejo daquela luz espiritual cujo brilho aumentará progressivamente à medida que ele se aproxima de sua meta. Em Gêmeos, ele não só se apercebe dos dois aspectos de sua natureza, como o aspecto imortal começa a crescer, às custas, do mortal. Com o signo de Câncer atingimos o ponto mais profundo no círculo do Zodíaco; atingimos o acesso à dimensão arquetípica e às camadas mais profundas da nossa natureza, do nosso Ser, através do qual estamos ligados a tudo o que vive.
Diz A.A. Bailey: Câncer é a porta para a manifestação, onde a Alma adquire corpo denso; aqui nasce e é aperfeiçoada a personalidade, ao mesmo tempo começa o Fundo do Céu, a ascensão para a individualidade consciente em Capricórnio, seu signo oposto. Polaridade Câncer Capricórnio, eixo da individualidade. Capricórnio é a porta aberta para a iniciação no sentido esotérico e para a individualização, no psicológico. Esse eixo de polaridade indica que Câncer, o signo da dependência coletiva, do instinto de rebanho é o oposto do estado de consciência individualizada. Nesse eixo reconhece-se a diferença entre a consciência de massa e a consciência individual. Câncer é assim uma das portas do Zodíaco pela qual a Alma entra no mundo físico, tomando uma forma, com a qual se identifica durante muitos ciclos. É, porém a porta que permanece amplamente aberta e fácil de ser transporta. Essa porta está associada à natureza material, a mãe das formas. A outra porta, Capricórnio, está associada ao Espírito, ao pai que tudo é. A Lua é o regente ortodoxo de Câncer que representa, não apenas o apego às formas, mas os nossos hábitos conscientes. A Lua contrasta fortemente com Mercúrio, regente de Gêmeos. Em Gêmeos, a mente está conscientemente ativa, ao passo que em Câncer opera num nível de sentimento psíquico, instintivo e inconsciente. Câncer é apegado ao passado, à tradição, ao lar e à família. A família é um apego muito particular para os que têm Sol, Lua ou o Ascendente em Câncer. Netuno é o regente esotérico de Câncer. Na mitologia grega, Netuno é o Deus dos Mares e era um grande desintegrador que usava um tridente para dissolver os apegos. Netuno é o planeta da Fé e a fé é necessária para deixar de lado o passado e abrir-se ao futuro, em vez de se manter agarrado às formas exteriores com a tenacidade do caranguejo. É preciso sacrificar a maneira antiga, os antigos apegos para passar a confiar na intuição. Netuno é um libertador, ele não dissolve nada do que ainda é necessário. Ele apenas impede que o discípulo continue preso ao que o limita ou ao que se interpõe no caminho de seu desenvolvimento. Em Câncer, a Lua rege a natureza das formas, e Netuno rege a consciência. Em Câncer, a Lua faz do canceriano um ser emocional, com uma forte necessidade de dependência e com o anseio de ter sempre alguém a quem proteger ou revelar seus sentimentos. Assim ele é dependente de outros. Em Câncer, Netuno o sensibiliza para impressões mais elevadas, capacitandoo a assumir tarefas para a comunidade, pois compreende que é parte dela; isto significa servir conscientemente. Através dos planetas sensíveis, Lua e Netuno, a expectativa e a esperança, o desejo e o anseio passam incessantemente pela vida do discípulo. Os Planetas localizados na 4ª Casa descrevem o carma da pessoa, as circunstâncias que a rodeiam no princípio e no fim da vida. Eles indicam, também, a natureza do carma familiar. Câncer e a 4ª Casa são muito importantes para o iniciante.
D) O Trabalho do Discípulo Desenvolvimento da Intuição A busca que o discípulo empreende ora se identifica com o passado (instinto), ora com o presente (intelecto), ora com o futuro (Intuição), etapas evolutivas da humanidade. O trabalho do estudante consiste em: depurar a mente de todos os elementos instintivos, aquieta-la ( o que equivale a purifica-la dos aspectos intelectuais comuns) para pô-la em ordem. Assim, não deixando que pensamentos vagos se sucedam desordenados, a percepção superior começa a desenvolver-se. A consciência humana é apenas embrionária em Câncer, porque é a mente da massa que domina e não a mente individual. Quando a criatura, como Hércules e como qualquer ser humano, emerge da consciência de massa, abre-se para ela o instinto, o intelecto e a intuição; são três energias bem diferentes entre si, as quais ela tem que assimilar. A tarefa é transformar instinto em intuição usando para isso o próprio intelecto que deve compreender o processo, aceitalo e participar dele. Mas esse não é um trabalho a ser feito somente a nível de mente. O coração tem que se tornar ativo e isto acontece quando o estudante é coerente nas suas ações, quando as pratica independentemente das solicitações ou das influências externas; isto quer dizer, sem ouvir as vozes de Ártemis (dos instintos) ou as de Diana (da lógica racional) ao longo de sua vida. Para isto é preciso desenvolver uma paciência infinita e equânime para nunca perder a alegria mesmo diante de fatos aparentemente tristes. E) Tarefa a ser feita Conhecer seu lugar a prova da estabilidade nas lutas no Plano Físico No modelo cíclico do Zodíaco são encontradas as diferentes fases da luta, sempre renovadas, entre a tendência para a individualização e o impulso para a vida em grupo. Esta luta está simbolizada na seqüência periódica das estações, do ciclo anual da vegetação. A Primavera, ligada ao signo de Áries, é o tempo em que a vida procura se expressar em organismos específicos, diferentes uns dos outros, de acordo com seu estágio de evolução. É a estação em que todas as energias vitais e substâncias materiais procuram harmonizar-se e integrar-se dentro do campo exclusivo de um dado organismo e dentro de uma personalidade individual. Esta procura de equilíbrio atinge seu auge no verão, no signo de Câncer. Câncer é o símbolo da integração pessoal, particular de identidade. Representa a vontade de estabelecer um fundamento de identidade e consciência sobre um dado conjunto de valores. Representa a vontade de estabelecer um foco claro, mas estrito para a operação da vida e da mente; tal foco é exemplificado por um filho ou um lar. Ao tentar estabelecer este foco meu filho, meu lar é preciso evitar as reações subconscientes imediatas ou tardias que acontecem quando somente se procura satisfazer a necessidade vital, instintiva. É preciso que haja condições de deixar fluir o influxo espiritual. Somente quando o medo daquela idéia misteriosamente opressiva de perderse numa vasta entidade coletiva se transforma na compreensão do lugar que a criatura ocupa, por direito próprio, em tal entidade, é que a necessidade de Câncer é satisfeita. O dom de espírito outorgado ao signo de Câncer é que a pessoa saiba e conheça seu lugar.
Isto não quer dizer mero conhecimento intelectual, mas um conhecimento que pertence às raízes de seu ser, nas profundezas do sentimento, nas alturas da intuição espiritual. Neste estágio do desenvolvimento humano em Câncer, a pessoa necessita essencialmente sentir cabalmente que pertence a algo e compreender que tem um lugar definido e uma função definida, claramente suas, na vida de qualquer grupo a que pertença. Se faltarem estas condições de segurança interior, a pessoa pode se aferrar ao seu individualismo, a seus velhos padrões e as suas posses pessoais. F) Pensamento-semente Eu construo uma casa iluminada e lá habito. Diz A.A. Bailey: A casa que você está construindo está iluminada? É uma casa cheia de luz ou uma prisão escura? Se for uma casa cheia de luz, você atrairá a essa luz e a esse aconchego todos os que estão à sua volta e a atração magnética de sua alma, cuja natureza é luz e amor, a muitos salvará.