FIBRA DA AMENDOEIRA. Alunos: Breno Lobato e Renata Falcão Nery de Mello Orientador: Fernando Betim

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Transcrição:

FIBRA DA AMENDOEIRA Alunos: Breno Lobato e Renata Falcão Nery de Mello Orientador: Fernando Betim Introdução A amendoeira, originária da Ásia Menor e Nordeste da África, cultivou se desde a Antiguidade em volta do mar Mediterrâneo, habitando em lugares rochosos, bordos de estradas, limites de campos cultivados e terrenos de cultivo. Pertencendo à mesma família dos pessegueiros, cresce não apenas como árvore silvestre, mas também como árvore frutífera cultivada. Pode-se afirmar que a amendoeira (Prunus dulcis) é uma árvore de folha caduca da família Rosaceae, seu tronco tem aproximadamente 30 cm de diâmetro e cresce de 4 a 10 m de altura. Os ramos jovens são verdes no início, tornando-se arroxeados onde expostos à luz solar evoluindo para acinzentado no seu segundo ano de vida. A fibra mais utilizada é retirada da folha e usada na produção de papel e tecido e na confecção de esteiras, cestos e outros artigos de artesanato. Além disso, seu fruto, a amêndoa, é muito utilizado na alimentação. Foi realizado um estudo sobre as principais propriedades da fibra da amendoeira. Diversos experimentos foram realizados com esse material buscando encontrar respostas a algumas propriedades físicas da mesma, tais como leveza, resistência, elasticidade do material bem como a retenção e absorção de líquidos, por exemplo. Os mesmos foram realizados com folhas já velhas, outras recém colhidas e ainda com as que já estavam a mais tempo caídas e assim em processo de decomposição. Figura 1 Amontoamento de folhas de amendoeira nas ruas Atualmente, muitos enxergam as folhas das amendoeiras como um problema devido ao amontoamento das mesmas quando caem nas ruas, podendo dessa forma entupir bueiros e consequentemente contribuindo para alagamentos. Além disso, exige um trabalho braçal para

a limpeza e retirada dessas folhas, o que gera gastos de tempo e dinheiro. Assim, com esse experimento pretendemos mostrar que esse problema pode virar uma solução, isto é, queremos mostrar que as folhas da amendoeira que são vistas como lixo quando caem, na verdade, podem servir para utilização e/ou formação de novos materiais. A ideia acima brevemente explicada de tornar o problema das folhas das amendoeiras em uma solução está diretamente interligada com a política dos 5 R s, são eles: Responsabilidade, Redução, Reutilização, Reciclagem e Revolução. Com base nessa política em nosso experimento, analisamos se a fibra da amendoeira apresenta capacidades de flexibilidade e elasticidade ou se poderia ser usada como alternativa de substituição a outros materiais não biodegradáveis. Testamos também se as fibras mantêm a capacidade de absorção e retenção de líquidos que a planta possui nas áreas de plantio. Assim, em seguida será feita uma abordagem na metodologia dos experimentos descrevendo o passo a passo que foi seguido. Metodologia A seguir será feito um detalhamento passo a passo do que foi feito em cada um dos nossos experimentos com as folhas da amendoeira: 1) O primeiro passo é o recolhimento das diversas folhas caídas no chão ou caídas devido à poda, conforme pode-se observar na Figura 2 abaixo. Figura 2 Folhas da amendoeira caídas após a poda 2) Após o recolhimento dessas diversas folhas da amendoeira, colocamos as mesmas de molho por alguns dias em um balde com água. 3) Então, em seguida repartimos as folhas em pedaços e batemos no liquidificador. 4) Em paralelo, era foi feito o mesmo com a folha de jornal, isto é, repartimos o jornal em pedaços menores e batemos no liquidificador.

5) Em seguida, pesamos determinada quantidade pré-estabelecida para cada amostra e juntamos ambas, pois a folha de jornal funciona como um ligante para as folhas de amendoeira e batemos novamente no liquidificador, obtemos o resultado abaixo exposto. Figura 3 Resultado após bater no liquidificar folha da amendoeira com jornal 6) Colocamos o resultado acima em uma tela para que o excesso de água escorresse e rebatemos a tela em um suporte para que a mesma ficasse secando em um ambiente natural. Dessa forma, esperamos a secagem natural, geralmente por uma semana, e então tínhamos o resultado da fibra seca. 7) Por fim, podíamos concluir quais as modificações poderiam ser feitas para os próximos experimentos, o que poderia estar afetando positivamente e negativamente o resultado e assim, a cada experimento, poderíamos ir evoluindo nos resultados.

Figura 4 Resultado do experimento antes da secagem natural Figura 5 Resultado do experimento após secagem natural

Conclusão Podemos fazer alguns testes simples capazes de medir a elasticidade e a flexibilidade das fibras da amendoeira. Esses sugeriram que as fibras são bastante leves e flexíveis, possibilitando um estudo mais elaborado para viabilizar seu uso e aplicações. Os testes realizados utilizando folhas recém colhidas e com aquelas que já se encontravam em decomposição, mostraram que existe alguma relação entre essa diferenciação de fibras e as propriedades físicas como as destacadas leveza, resistência, elasticidade do material, retenção e absorção de líquidos, apesar de não demonstrar quantitativamente o quanto esses valores variam. O resultado fomenta, portanto, diversas questões que serão estudadas ainda com maior detalhamento. A fibra de fato sofreu modificações em sua estrutura ao passar por esses testes? Seria o uso de jornal e ligantes realmente necessários? Fibras de outras espécies poderiam ser adicionadas para conferir as características necessárias? Para responder essas e outras questões, um estudo mais longo e aprofundado poderá ser realizado. Sempre pensando no lado ecológico e buscando novos fins a esses materiais biodegradáveis e sua utilização junto a outros materiais, seja ele substituindo ou modificando os últimos a fim de se obter novos produtos mais ecológicos. Referências 1 GUINÉ, Raquel. Workshop: Amêndoa. Jornadas Fruteiras Tradicionais do Algarve, 2014. 2- FERREIRA, G. C. S., BERALDO, A. L. Compósito Taboa-cimento. Goiânia: CONBEA, 2003. 3 DE PRODUTOS ESTRATÉGICOS, Análise da Fileira; DA AMÊNDOA, Relatório Sectorial. Medida 3.4. 2 Cooperação LEADER para o Desenvolvimento Componente 2- Projecto de Cooperação Acção 3.4. 2 Cooperação Transnacional. 4 INFOPEDIA. Amendoeira. Disponível em: <https://www.infopedia.pt/$amendoeira>. 5 - MUNDO EDUCAÇÃO. Política dos 5R s. Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/politica-dos-5-rs.htm