UNIÃO DE MULHERES ALTERNATIVA E RESPOSTA. umarfeminismos.org. Observatório de Mulheres Assassinadas

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Transcrição:

UNIÃO DE MULHERES ALTERNATIVA E RESPOSTA umarfeminismos.org Observatório de Mulheres Assassinadas OMA Observatório de Mulheres Assassinadas da UMAR Dados do 1.º Semestre de 014 (01 de Janeiro a 30 de Junho de 014) 1

O OBSERVATÓRIO DE MULHERES ASSASSINADAS A União de Mulheres Alternativa e Resposta - UMAR, por meio do trabalho que desenvolve no Observatório de Mulheres Assassinadas - OMA apresenta o relatório intercalar síntese dos dados sobre femicídio e tentativas de femicídio ocorridas em Portugal, e noticiadas na imprensa durante o 1.º semestre de 014. INTRODUÇÃO AO ESTUDO INFRA APRESENTADO Assim e entre 1 de Janeiro e 30 de Junho de 014, a UMAR contabilizou: 4 femicídios e 7 tentativas de femicídio. DO ESTUDO DO FEMICÍDIO E TENTATIVAS DE FEMICÍDIO NAS RELAÇÕES DE INTIMIDADE E RELAÇÕES FAMILIARES PRIVILEGIADAS Apresentaremos em seguida uma breve caracterização das vítimas diretas e dos autores do crime de femicídio e femicídio na forma tentada, bem como a caracterização destes crimes quanto à sua ocorrência em termos geográficos e temporais, local, meio empregue, suposta motivação e contexto em que foram praticados.

I- OMA HOMICÍDIOS 1.º semestre de 014 FEMICÍDIOS: RELAÇÃO DA VÍTIMA COM O HOMICÍDA Relação com o homicida Nº Ascendente direto Companheira 3 Ex-companheira 6 Mulher 6 Ex-Mulher Namorada 1 Ex-namorada 1 Outro familiar 3 TOTAL 4 Em termos da relação existente entre as mulheres assassinadas no 1.º semestre de 014 e os homicidas, verifica-se que o grupo que surge com maior expressividade é o das mulheres que mantêm ou mantiveram uma relação de intimidade com os homicidas, correspondendo a 79% (n=19) do total de mulheres que foram assassinadas no período em análise. Em 1% das situações (n=5), as relações entre a vítima e o homicida eram relações familiares privilegiadas. 3

Femicídio: Relação do homicída com a Vítima 8% 13% 37% 4% Relação de intimidade: Marido, Companheiro, Namorado Ex-marido, excompanheiro, exnamorado, ex-relação de intimidade, separado Ascendente directa Outro familiar Assistimos à prática do crime de femicídio e como veremos também no femicídio na forma tentada, como culminar de uma escalada de violência praticada por aqueles com quem as vítimas mantêm relações de intimidade. Podemos assim induzir que a permanência em relações violentas aumenta o risco de violência letal, considerando-se assim a violência doméstica como um preditor do femicídio e tentativa do mesmo. FEMICÍDIOS: IDADE DAS VÍTIMAS No 1.º semestre de 014, o grupo etário que registou mais femicídios foi o das mulheres com idades superiores a 65 anos de idade (n=7) a que corresponde 9% do total das situações reportadas. Este escalão etário é de imediatamente seguido pelos escalões etários 36 e os 50 anos e 51-64 anos de idade, cada um com 5% (n=6). No escalão etário 4 e os 35 anos de idade, foram assassinadas quatro mulheres (4), a que corresponde 17% do total das situações. Já no intervalo dos 18-3 anos encontramos uma (1) mulher assassinada, a que corresponde 4% do total. 4

Femicídios: Idade das Vítimas 18-3 anos 4-35 anos 36-50 anos 51-64 anos Mais de 65 anos 9% 4% 17% 5% 5% FEMICÍDIOS: MÊS DE OCORRÊNCIA Relativamente aos meses de ocorrência dos femicídios, apresentamos a informação infra. Verifica-se uma média de 4 femicídios por mês, no período compreendido de 1 de Janeiro a 30 de Junho de 014. Femicídio: mês de ocorrência 4 4 4 4 3 5 4 5

FEMICÍDIOS: DISTRITOS Quanto aos distritos, e no 1.º semestre de 014, verificamos que 8 dos 4 femicídios ocorreram nos distritos de Lisboa e Setúbal, com (4) mulheres assassinadas em cada um dos distritos. Logo de seguida e com 3 femicídios cada, surgem os distritos de Santarém e Viseu. O distrito de Bragança registou femicídios. Nos Açores e nos distritos de Aveiro, Beja, Coimbra, Évora, Portalegre, Porto e Vila Real registam, cada um deles, (1) femicídio. Femicídios por Distrito 4 3 4 3 Açores Aveiro Beja 1 1 1 1 1 1 1 1 Bragança Coimbra Évora Lisboa Portalegre FEMICÍDIOS: MOTIVAÇÃO OU SUPOSTA JUSTIFICAÇÃO PARA A PRÁTICA DO CRIME Atendendo-se à suposta motivação/justificação verificamos que a maioria dos homicídios praticados e registados pelo OMA ocorreu num contexto de violência doméstica (59%). 6

Femicídios: Suposta Justificação/Motivação Ciúmes Contexto Violência Doméstica Não aceita a separação Sem informação Compaixão pelo sofrimento da vítima Motivos passionais Partilhas 17% 4% 4% 8% 4% 4% 59% Suposta Justificação/Motivação Nº Referência a motivos passionais 1 Ciúmes 1 Compaixão pelo sofrimento da vítima 1 Contexto Violência Doméstica 14 Não aceita a separação 4 Partilhas 1 Sem informação Total 4 FEMICÍDIOS: ARMA CRIME / MEIO EMPREGUE Analisando-se agora a arma do crime ou o meio empregue para a sua prática, verificamos que 4% (n=10) dos femicídios foram praticados com arma de fogo e que a arma branca foi o meio utilizado para cometer 5% (n=6) dos femicídios registados. 7

Arma do crime/meio empregue Nº Arma de Fogo 10 Arma Branca 6 Espancamento 3 Estrangulamento Asfixia 3 Total 4 Por seu turno, verificamos que o espancamento, a asfixia e o estrangulamento foram os meios empregues nas restantes situações, respectivamente em 1,5% (n=3), 1,5% (n=3) e 8% (n=) das situações. FEMICÍDIOS: HISTÓRIA DE VIOLÊNCIA NA RELAÇÃO Cruzando a prevalência do femicídio com a presença de violência doméstica nas relações de conjugalidade ou de intimidade, presente ou passadas, e relações familiares privilegiadas, verificamos que 6% (n=15) das mulheres assassinadas no 1.º semestre de 014 foi vítima de violência nessa relação. Em 4 situações (17%) não eram conhecidas situações de violência doméstica e, em 5 (1%) das situações reportadas não existia informação quanto a este item. Femicídio: História de Violência na Relação 17% 1% 6% Sim Não S/ informação 8

FEMICÍDIOS: LOCAL DE OCORRÊNCIA Mais uma vez verificamos que a residência foi o local onde a maioria dos femicídios foram praticados; 19 num total de 4 femicídios. Femicídio: Local da prática do Crime Local de trabalho Via pública 3 Residência Via pública Local de trabalho Residência 19 0 10 0 9

II- OMA TENTATIVAS DE FEMICÍDIO 1.º Semestre de 014 TENTATIVAS DE FEMICÍDIO: RELAÇÃO DA VÍTIMA COM O AGRESSOR Analisando-se a relação entre vítima e agressor verificamos que, no que concerne às 7 tentativas de homicídio contabilizadas no 1.º semestre de 014, a maioria (81%) teve como seus autores aqueles com quem as vítimas mantêm ou mantiveram uma relação de intimidade. Tentativas de Femicidio: Relação das Vítimas com o Agressor Mulher, companheira, namo rada, relação intimidade 11% 4% 4% 44% Ex-mulher, excompanheira, exnamorada, ex-relação intimidade Ascendente Directo 37% Descendente Directo Outro familiar 10

TENTATIVAS DE FEMICÍDIO: IDADE DAS VÍTIMAS Tentativas de Femicídio: Idade das Vítimas 7 11 1 5 6 3 18-3 anos 4-35 anos 36-50 anos 51-64 anos Mais de 65 anos TOTAL Pese embora não termos conseguido obter dados relativos à idade de 4 das vítimas no que respeita às tentativas de femicídio é possível concluir que a maioria das mulheres vítimas deste crime situava-se na faixa etária entre os 36-50 anos (n=11). TENTATIVAS DE FEMICÍDIO: MÊS DE OCORRÊNCIA Quanto aos meses em que registam um maior número de notícias relativas ao crime de femicídio na forma tentada no 1.º semestre de 014, foram reportadas 6 tentativas no mês de Junho, 5 nos meses de Janeiro, Março e Abril, 4 em Maio e em Fevereiro, perfazendo um total de 7 tentativas de femicídio. Tentativas de Femicídio: Mês de Ocorrência 7 5 5 5 4 6 11

TENTATIVAS DE FEMICÍDIO: DISTRITO Relativamente aos distritos de ocorrência das tentativas de femicídio, verificamos que a maior prevalência teve lugar nos distritos de Faro e Porto, cada um com 4, seguido do distrito de Lisboa, com 3 tentativas de femicídio. Tentativas de Femicídio por Distritos 4 4 3 1 1 1 1 1 TENTATIVAS DE FEMICÍDIO: SUPOSTA JUSTIFICAÇÃO/MOTIVAÇÃO No que concerne aos motivos que estiveram subjacentes à prática do crime de femicídio na forma tentada e, tendo por base a análise do gráfico infra, verificamos que, tal como nos femicídios, a parte significativa das tentativas ocorre em contexto de violência doméstica, estando presente em 50% das situações (n=13). 1

Tentativas de Femicídio: Suposta Justificação /Motivação Contexto VD Motivos Passionais 8% Não aceita a separação 3% 11% 50% Conflitos no âmbito da Regulação das Resp. Parentais 4% Sem informação 4% Conflito Familiar TENTATIVAS DE FEMICÍDIO: ARMA DO CRIME/MEIO EMPREGUE Salienta-se nesse item que as armas brancas e armas de fogo continuam a ser os meios mais empregues/utilizados para a consumação da prática do crime, a que corresponde 77% (n=1) das situações reportadas. Arma do crime/meio empregue Nº Afogamento 1 Arma de Fogo 9 Arma Branca 1 Asfixia 1 Fogo Agressão com Objecto 1 Estrangulamento 1 Total 7 13

TENTATIVAS DE FEMICÍDIO: HISTÓRIA DE VIOLÊNCIA NA RELAÇÃO Da recolha efetuada pela UMAR através do OMA, foi possível identificar que, em 48% dos crimes de tentativa de femicídio noticiados no 1.º semestre de 014 (5%) foi reportado historial de violência doméstica na relação. De mencionar igualmente a elevada percentagem de ausência de informação, o que verificamos em 45% das notícias publicadas. Tentativas de Femicídio: História de Violência na Relação Sim 45% 48% Não 7% Sem informação Não obstante os dados permitem-nos corroborar a ideia de que não podemos dissociar a violência doméstica dos crimes de femicídio e femicídio na forma tentada, surgindo estes tais crimes muitas vezes como um desfecho de uma história de violência reiterada perpetrada no seio familiar. TENTATIVAS DE FEMICÍDIO: LOCAL DO CRIME Apresentamos neste item a análise referente ao local da prática das tentativas de femicídios. 14

Tentativas de Femicídio: Local do Crime 4% Residência 48% 48% Via pública Local de Trabalho Relativamente a este item verificamos que nas tentativas de femicídio o local da prática do crime foi a residência ou a via pública com igual percentagem (48%). Conclusão: Estes são, em síntese, os dados apresentados pelo OMA referentes ao 1.º semestre de 014 e que pretendem mais uma vez, contribuir para um aprofundamento e caracterização desta tipologia de crime, alertar para a sua preocupante prevalência, o seu particular contexto de ocorrência e vítimas particularmente determinadas desta tipologia de crime, como fatores considerados pela UMAR como a ter em conta na sua prevenção. Lisboa, 9 de Julho de 014 A UMAR 15