Vadym Kholodenko piano

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Ludwig van Beethoven - Septeto em Mi bemol Maior, Opus 20

Piotr Anderszewski 02 dez 2018

Transcrição:

Vadym Kholodenko piano 6 Fev 2016 18:00 Sala Suggia CICLO PIANO FUNDAÇÃO EDP ANO RÚSSIA 1ª PARTE Robert Schumann Quatro peças nocturnas, op. 23 (1839; c.20min.) 1. Bastante lento, muitas vezes hesitando 2. Acentuado e animado 3. Com grande vivacidade 4. Simples Humoresca em Si bemol maior, op. 20 (1839; c.28min.) 2ª PARTE Alexander Scriabin 24 Prelúdios, op. 11 (1888 1896; c.34min.) 1. Dó maior Vivace 2. Lá menor Allegretto 3. Sol maior Vivo 4. Mi menor Lento 5. Ré maior Andante cantabile 6. Si menor Allegro 7. Lá maior Allegro assai 8. Fá sustenido menor Allegro agitato 9. Mi maior Andantino 10. Dó sustenido menor Andante 11. Si maior Allegro assai 12. Sol sustenido menor Andante 13. Sol bemol maior Lento 14. Mi bemol menor Presto 15. Ré bemol maior Lento 16. Si bemol menor Misterioso 17. Lá bemol maior Allegretto 18. Fá menor Allegro agitato 19. Mi bemol maior Affettuoso 20. Dó menor Appassionato 21. Si bemol maior Andante 22. Sol menor Lento 23. Fá maior Vivo 24. Ré menor Presto Fantasia, op. 28 (1900; c.9min.)

MECENAS CICLO PIANO FUNDAÇÃO EDP A CASA DA MÚSICA É MEMBRO DE

Existem vários pontos de contacto entre as obras apresentadas neste recital. Os compositores em programa tiveram no piano o seu meio de expressão por excelência, sendo ambos exímios pianistas e senhores de uma linguagem muito particular e inconfundível. O piano teve um papel central na vida e obra dos virtuosos do século XIX, realidade preconizada por Mozart e Beethoven ainda no século anterior e que atingiu o expoente máximo com a chamada geração de 1810, formada por Schumann, Chopin, Mendelssohn e Liszt. Foram eles os responsáveis pela emancipação do recital de piano a solo e por um desenvolvimento técnico da escrita pianística sem precedentes. A sua influência estendeu se aos grandes virtuosos russos que prolongaram a herança romântica em pleno século XX, nomeadamente Scriabin e Rachmaninoff, mas também nos nomes que anunciaram o modernismo, como aconteceu com Claude Debussy. Neste historial, Schumann e Scriabin são figuras fulcrais. Por outro lado, a escolha das peças estabelece ainda uma relação entre géneros que se emanciparam na literatura pianística desde o início do século XIX. O recital inicia e encerra com peças a que podemos chamar fantasias para piano, e preconiza a liberdade formal do Romantismo tardio com a Humoresca de Schumann, característica que encontra um exemplo magnífico num dos conjuntos de prelúdios mais importantes do repertório pianístico, os 24 Prelúdios de Scriabin. Robert Schumann ZWICKAU, 8 DE JUNHO DE 1810 ENDENICH, 29 DE JULHO DE 1856 A vida de Robert Schumann oscilou permanentemente entre períodos de instabilidade emocional quer de grande euforia, quer de profunda depressão. A sua música representa a mais depurada expressão desses mesmos sentimentos, alcançando contrastes extraordinários e que podem levar o ouvinte a comungar momentaneamente dessas mesmas emoções. Por outro lado, a expressão do humor, não no sentido de diversão que hoje lhe atribuímos mas no sentido da diversidade de emoções que o ser humano pode experimentar, era central na estética do Romantismo, reflectindo se na literatura, na música e nas artes visuais. Schumann estava plenamente convicto dessa concepção estética e a sua música é um sólido testemunho do Romantismo alemão. As duas obras em programa foram escritas no ano de 1839 em Viena de Áustria, cidade onde o compositor se sentiu sempre um estranho. A distância da sua amada Clara Wieck, a célebre pianista com quem casou, poderá ter estado na origem dessa sensação que criou uma instabilidade declarada em Schumann. Assim, ambas as obras estão associadas à expressão de sentimentos fortes. O ambiente nocturnal é um dos temas favoritos do Romantismo e tem fortes relações com ideias de sonho, paixão, solidão e morte. O caso das Quatro peças nocturnas de Schumann é particularmente interessante pois as peças não constituem nocturnos (um género muito associado a John Field e a Chopin e cujos acompanhamentos ondulantes ou pendulares da mão esquerda são muito característicos) nem serenatas (um outro 3

género ligado à música nocturna). Estas peças são antes quatro breves poemas, na tradição dos poemas sinfónicos com base em textos programáticos e que estavam na berra. Era intenção inicial de Schumann chamar Fantasia cadavérica a esta obra em quatro andamentos com os seguintes títulos: Cortejo fúnebre, Estranha companhia, Banquete nocturno e Canção de roda com voz solista. A escrita pianística das Quatro peças nocturnas é extremamente típica do compositor e praticamente inconfundível. Mais nenhum compositor da primeira metade do século XIX escreveu melodias corais tão características, com a utilização dos ritmos pontuados tão presentes e com sucessões de pequenas frases enquadradas em estruturas maiores. A alternância rítmica entre as mãos e a concepção contrapontística também são muito próprias de Schumann. As acentuações súbitas e mudanças de humor inesperadas lembram as dramaturgias de Beethoven, mas há uma intensidade própria do Romantismo mais avançada na escrita de Schumann, assim como uma aspiração a sonoridades sinfónicas ainda mais densas. A Humoresca aparece sempre associada a uma carta que Schumann enviou de Viena para Paris, onde Clara residia temporariamente, em que confessou: «sonhei contigo e tenho pensado em ti com uma intensidade tal que nunca havia sentido antes. Estive sentado ao piano toda a semana, compondo e escrevendo, rindo e chorando ao mesmo tempo. E tudo isto encontrarás descrito com exactidão no meu Opus 20, a Grand Humoreske, que já se encontra nas mãos do editor.» Ao ler este excerto talvez se compreenda a razão pela qual os críticos consideraram a peça difícil de seguir e com ideias a mais. No seu enquadramento nostálgico, ela transborda de ideias, de sentimentos contraditórios. O seu nome, Humoresca, refere se à representação de emoções contrárias. Essa grande variedade é visível logo no início quando ao fim de oito compassos a tonalidade muda como que escurecendo a mesma paisagem. Mas se neste caso a variedade acontece dentro do mesmo tipo de desenho melódico e figuração rítmica, a Humoresca reserva muitos momentos empolgantes, algumas marchas impetuosas, passagens de extremo virtuosismo, regressando sempre ao tom melancólico que a caracteriza. Alexander Scriabin MOSCOVO, 6 DE JANEIRO DE 1872 PETROGRADO, 27 DE ABRIL DE 1915 Um olhar sobre o catálogo pianístico de Scriabin estabelece imediatamente um paralelismo com a obra de Chopin. Vários conjuntos de prelúdios dos quais os 24 Prelúdios em programa constituem o grupo mais vasto, um total de 24 estudos em vários opus, mais de vinte mazurcas, vários poemas, improvisos, nocturnos, valsas, scherzos, uma polaca e uma fantasia, para além de outras peças de carácter e um conjunto notável de sonatas. Com melodias de recorte único e harmonias totalmente inovadoras, a voz de Scriabin é única e inconfundível. Um forte carácter improvisado define também a sua linguagem e adapta se na perfeição a miniaturas, peças muito breves mas que encerram em si todo um universo motívico e dramático. 4

O prelúdio para piano emancipou se como obra independente no Romantismo, nomeadamente por acção de Chopin. O género surge como obra de carácter improvisado sobre um pequeno motivo que se repete. Este carácter improvisado remonta às peças que os cravistas franceses escreviam para introduzir as suas suites e cujo ritmo podia, muitas vezes, ser improvisado. Na sua origem o prelúdio antecipa sempre uma outra obra, normalmente preparando a tonalidade e antecipando o ambiente dramático. A grande referência na literatura pianística surge com os Prelúdios do Cravo bem temperado de Bach, mas estas são peças que antecipam uma fuga. Bach escreveu dois volumes com 24 Prelúdios e Fugas em todas as tonalidades maiores e menores. Estava lançado o desafio que muitos compositores quiseram seguir. O grande virtuoso Hummel, hoje muito esquecido, escreveu um conjunto de 24 Prelúdios em todas as tonalidades maiores e menores seguindo uma original estrutura do ciclo de quintas e começando em Dó maior. Mas os seus prelúdios são obras independentes. Chopin, com o conjunto mais célebre, e mais tarde Heller seguiram este modelo que Alexander Scriabin também adoptou para os seus 24 Prelúdios op. 11, uma notável obra de juventude. Na escrita de juventude de Scriabin (um dos prelúdios foi escrito quando o compositor tinha 16 anos) há um ímpeto melódico de grande intensidade, o qual se reflecte na própria forma excêntrica de tocar do compositor e que se pode testemunhar em gravações existentes. Por outro lado, há uma preocupação clara em alcançar um poderoso virtuosismo de elevada dificuldade técnica. No conjunto de 24 miniaturas dos Prelúdios op. 11, obra que totaliza pouco mais de 30 minutos de música, cada peça é uma obra independente, com um carácter próprio. No entanto, a sucessão dos prelúdios na ordem pela qual estão encadeados estabelece contrastes e um percurso dramático que resulta na perfeição, tal qual acontece com a obra similar de Chopin, por certo uma referência para Scriabin. A Fantasia op. 28 é uma peça de maiores dimensões e com outras implicações formais, seguindo a forma de um andamento de sonata. No entanto, insere se ainda na primeira fase compositiva de Scriabin, a qual corresponde a uma escrita perfeitamente tonal. O que sobressai é a terrível dificuldade técnica da peça, a qual atinge uma dimensão quase sobre humana. Num certo sentido existe uma similitude com a progressão operada na escrita de Schumann em direcção a uma dimensão sinfónica. Com um sentido trágico e monumental, esta fantasia oscila entre ambientes de grande lirismo, momentos arrebatadores no melhor estilo appassionato, numa condução épica construída com uma densa malha de acordes ininterrupta ao melhor estilo das sonatas do mesmo período. Raramente apresentada em concerto no Ocidente, a Fantasia é uma obra muito popular na Rússia e em concursos de piano. RUI PEREIRA, 2016 5

Vadym Kholodenko piano Vadym Kholodenko tem construído rapidamente a sua reputação como um dos intérpretes mais dinâmicos e tecnicamente dotados da nova geração de pianistas. Em 2013 conquistou a Medalha de Ouro no Concurso Internacional de Piano Van Cliburn, iniciando uma carreira internacional pela Europa, Ásia e América do Norte perante a aclamação da crítica. Anteriormente, recebeu o 1º Prémio no Concurso Schubert 2011 em Dortmund, o 1º Prémio no Concurso Sendai em 2010 e o Grande Prémio no Concurso Maria Callas em Atenas. A partir da temporada de 2014/15, Kholodenko tornou se Artista em Associação da Orquestra Sinfónica de Fort Worth, o primeiro de sempre. Ao longo de três anos, esta colaboração inclui a integral dos Concertos para piano de Prokofieff, que serão também gravados para a Harmonia Mundi, e ainda projectos de música de câmara e digressões internacionais. Colaborou em música de câmara com Vadim Repin, Alena Baeva e o violoncelista Alexander Buzlov. O seu valor neste campo foi reconhecido pelos jurados do Concurso Van Cliburn, que lhe concederam também o prémio para Melhor Interpretação de Música de Câmara. Vadym Kholodenko tem colaborado com maestros notáveis, entre os quais Leonard Slatkin, Vladimir Fedoseyev, Miguel Harth Bedoya, Yuri Bashmet, Vladimir Spivakov, Kazuki Yamada e Carl St Clair. Na América do Norte, tocou com a Orquestra de Filadélfia, Filarmónica de Rochester e Sinfónicas de Indianapolis, Kansas City, Phoenix e San Diego. Deu recitais em Boston, Houston Louisville, Miami e Seattle, bem como no Festival de Música de Aspen. Recentemente, destacam se também apresentações com a Sinfónica Metropolitana de Tóquio, Sinfónica do Porto Casa da Música, Sinfónica de Malmö, Sinfónica da RTVE em Madrid e recitais no Reino Unido, Radio France em Paris, Lucerna, Conservatório de Moscovo, SWR Schwetzignen Festspiele e no Japão. Em 2013, teve uma residência na sala de concertos do Teatro Mariinski, onde foi nomeado Artista do Mês por Valery Gergiev. Ao longo da temporada de 2015/16, destaca se a sua estreia em concerto para a BBC e no Reino Unido, com a Sinfónica Escocesa da BBC, uma apresentação com a Royal Philharmonic Orchestra e Pinchas Zuckermann integrada na digressão da orquestra aos EUA, o Concerto de Busoni com a Orquestra Nacional de Espanha e concertos com as Orquestras Sinfónicas de Atlanta, Eugene, Kristiansand e Sidney, a Filarmónica de Rochester e a Orquestra da Rádio Norueguesa. Em recital, apresenta se no Porto, Budapeste e na sala de concertos do Teatro Mariinski. O seu CD mais recente para a Harmonia Mundi, com o Concerto de Grieg e o Concerto n.º 2 de Saint Saëns, foi gravado com a Orquestra da Rádio Norueguesa/Harth Bedoya e editado em Agosto de 2015 perante a aclamação da crítica foi Editor s Choice da Gramophone. A sua primeira gravação para esta editora incluiu Três Andamentos de Petruchka e os Estudos de Execução Transcendente de Liszt, e nos anos de 2016 e 2017 será editado o ciclo dos Concertos de Prokofieff. Vadym Kholodenko nasceu em 1986, em Kiev (Ucrânia). Iniciou os estudos em Kiev, com Natalia Grydneva e Borys Fedorov. Aos 13 anos deu os primeiros concertos nos EUA, China, Hungria e Croácia, e em 2004 ganhou o Prémio Nacional Russo da Juventude Triunfo. Em 2005 mudou se para Moscovo para estudar no Conservatório desta cidade com Vera Gornostaeva, Artista Honorária da União Soviética. 6

FUNDAÇÃO CASA DA MÚSICA CONSELHO DE FUNDADORES Presidente LUÍS VALENTE DE OLIVEIRA Vice-Presidentes JOÃO NUNO MACEDO SILVA JOSÉ ANTÓNIO TEIXEIRA ESTADO PORTUGUÊS MUNICÍPIO DO PORTO GRANDE ÁREA METROPOLITANA DO PORTO ACA GROUP ÁGUAS DO PORTO AMORIM INVESTIMENTOS E PARTICIPAÇÕES, SGPS, S. A. ARSOPI - INDÚSTRIAS METALÚRGICAS ARLINDO S. PINHO, S. A. AUTO - SUECO, LDA. AXA PORTUGAL, COMPANHIA DE SEGUROS, S. A. BA VIDRO, S. A. BANCO BPI, S. A. BANCO CARREGOSA BANCO COMERCIAL PORTUGUÊS, S. A. BANCO SANTANDER TOTTA, S. A. BIAL - SGPS S. A. CAIXA ECONÓMICA MONTEPIO GERAL CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS CEREALIS, SGPS, S. A. CHAMARTIN IMOBILIÁRIA, SGPS, S. A. COMPANHIA DE SEGUROS ALLIANZ PORTUGAL,S. A. COMPANHIA DE SEGUROS TRANQUILIDADE, S. A. CONTINENTAL MABOR - INDÚSTRIA DE PNEUS,S. A. CPCIS - COMPANHIA PORTUGUESA DE COMPUTADORES INFORMÁTICA E SISTEMAS, S. A. FUNDAÇÃO EDP EL CORTE INGLÊS, GRANDES ARMAZÉNS, S. A. GALP ENERGIA, SGPS, S. A. GLOBALSHOPS RESOURCES, SLU GRUPO MEDIA CAPITAL, SGPS S. A. GRUPO SOARES DA COSTA, SGPS, S. A. GRUPO VISABEIRA - SGPS, S. A. III - INVESTIMENTOS INDUSTRIAIS E IMOBILIÁRIOS, S. A. LACTOGAL, S. A. LAMEIRINHO - INDÚSTRIA TÊXTIL, S. A. METRO DO PORTO, S. A. MSFT - SOFTWARE PARA MICROCOMPUTADORES, LDA. MOTA - ENGIL SGPS, S. A. MUNICÍPIO DE MATOSINHOS NOVO BANCO S.A. OLINVESTE - SGPS, LDA. PESCANOVA PORTO EDITORA, S.A. PORTUGAL TELECOM, SGPS, S. A. PRICEWATERHOUSECOOPERS & ASSOCIADOS RAR - SOCIEDADE DE CONTROLE (HOLDING), S. A. REVIGRÉS - INDÚSTRIA DE REVESTIMENTOS DE GRÉS, S. A. TOYOTA CAETANO PORTUGAL, S. A. SOGRAPE VINHOS, S. A. SOLVERDE - SOCIEDADE DE INVESTIMENTOS TURÍSTICOS DA COSTA VERDE, S. A. SOMAGUE, SGPS, S. A. SONAE SGPS S. A. TERTIR, TERMINAIS DE PORTUGAL, S. A. TÊXTIL MANUEL GONÇALVES, S. A. UNICER, BEBIDAS DE PORTUGAL, SGPS, S. A. EMPRESAS AMIGAS DA FUNDAÇÃO CACHAPUZ CIN S. A. CREATE IT DELOITTE EUREST GRUPO DOUROAZUL MANVIA S. A. NAUTILUS S. A. SAFIRA FACILITY SERVICES S. A. STRONG SEGURANÇA S. A. OUTROS APOIOS FUNDAÇÃO ADELMAN I2S PATHENA RAR SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE LISBOA VORTAL PATRONO MAESTRO TITULAR REMIX ENSEMBLE CASA DA MÚSICA SONAE SIERRA PATRONO DO CONCERTINO DA ORQUESTRA SINFÓNICA DO PORTO CASA DA MÚSICA THYSSENKRUPP 7

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