Universidade Federal de Pernambuco Departamento de Eletrônica e Sistemas Prática 3 : Receptor Super-Regenerativo Circuitos de Comunicação Professor: Hélio Magalhães Alberto Rodrigues Vitor Parente Introdução O receptor super-regenerativo é um circuito proposto por Edwin Howard Armstrong, um aperfeiçoamento do receptor regenerativo que ele mesmo havia criado, e uma alternativa ao receptor super-heteródino, o sistema receptor mais utilizado na prática, também criado por Armstrong. A ideia deste circuito é empregar uma realimentação positiva do sinal amplificado de volta à entrada, gerando assim alto ganho e reforçando a intensidade dos sinais captados. A realimentação positiva, porém, gera instalibilidade, e isso é contornado através de uma interrupção periódica no seu suprimento. O esquemático do circuito do receptor está mostrado na Figura 1. Figura 1. Esquema do Circuito do receptor implementado.
Prática De posse dos componentes e da placa de circuito impresso, feita numa fresadora CNC (Controle Numérico Computacional), montamos o circuito e soldamos os componentes. A Figura 1 mostra o lado dos componentes da placa e a Figura 2 o seu lado cobreado. Figura 2. Vista dos componentes na placa impressa. Figura 3. Vista do lado cobreado. Para o tanque de sintonia usamos um capacitor variável de um rádio de bolso que não funcionava mais, já que não foi possível encontrar um dentro das especificações que se encaixasse nos terminais. Esse capacitor foi colocado em uma pequena placa de circuito de modo a se encaixar o melhor possível no espaço disponível. A Figura 3 mostra em detalhe o capacitor. Também é possível ver a bobina usada como o indutor do tanque, que consiste em um fio esmaltado AWG 16 enrolado com diâmetro de aproximadamente 1 cm com 4 voltas.
Esse valor de voltas difere da teoria, provavelmente por causa do capacitor variável que foi usado, que possuía um valor de capacitância mais elevado e, por isso, captaria uma frequência mais baixa com a indutância especificada. Figura 4. Detalhe do capacitor variável e bobina do circuito de sintonia. Ligamos o circuito no laboratório e com a ajuda de um osciloscópio verificamos a frequência do oscilador antes de passar pelo indutor choque, mostrada na Figura 4. Essa frequência é compatível com a faixa de FM, como proposto. Figura 5. Saída do oscilador no osciloscópio. Depois de testado no laboratório, o circuito foi acomodado em uma pequena caixa de papelão, para que ficasse mais estável e mais facilmente manuseável, como mostra a Figura 5.
Figura 6. Circuito dentro da caixa acondicionadora. Por fim, fechamos a caixa, como mostrado na Figura 6. Figura 7. Receptor UFPE, na caixa fechada.
Ligamos o aparelho e variamos a sintonia através do capacitor variável para tentar captar alguma estação. Através do aparelho conseguimos ouvir bem os canais de televisão SBT (canal 2) e Bandeirantes (canal 4). Não conseguimos sintonizar na Rede TV (canal 6) e a rádio Antena1 (88,7MHz) foi captada com dificuldade. Essa estação se encontrava no limite de variação do capacitor variável. Pelo que foi captado, a faixa de frequência do aparelho foi de 59,75MHz (portadora de som do canal 2) a 88,7 MHz (rádio Antena1). Conclusão Pudemos montar nessa prática um receptor super-regenerativo, ou em outras palavras, um rádio FM. Vivenciamos as dificuldades encontradas por um projetista de circuito e a necessidade de contorná-las através de ajustes e mudanças no projeto. Vimos também como um circuito aparentemente simples, encontrado rotineiramente no nosso cotidiano, pode ser tão delicado e instável. Foi particularmente interessante o fato de termos tido a liberdade de escolher a faixa de frequências de operação, que nos permitiu ir desde frequências inferiores às de FM comercial, onde captamos canais baixos de televisão, até frequências superiores às de FM comercial, onde poderíamos captar canais altos de televisão, canais de comunicação policial, de aviação e outros. Outro aspecto interessante foi a oportunidade de fazer nós mesmo um indutor, enrolando fio esmaltado, e vê-lo funcionando em um circuito, assim como a diferença de resposta apresentada pelo circuito com a variação do número de espiras da bobina. Referências [1] OLIVEIRA, H. M. Engenharia de Telecomunicações. 1ª Ed. Recife, 2012.