A passagem da vida à morte e da morte à vida. Lição 8- JESUS, A VIDA QUE VOCÊ RECEBE E USUFRUI. Texto Bíblico: João 10.10; ; 14.

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Transcrição:

Lição 8- JESUS, A VIDA QUE VOCÊ RECEBE E USUFRUI Texto Bíblico: João 10.10; 11.17-27; 14.6c Em nossa própria experiência, ou pertinho da gente, sabemos de pessoas antes isoladas e inseguras, antes derrotadas e desanimadas, antes maltratadas e marginalizadas, mas que agora encontraram na fé cristã esperança e força para viver. Um acontecimento recente da história dos batistas que nos enche de orgulho é a Missão Cristolândia, um programa permanente de prevenção, recuperação e assistência a dependentes químicos e codependentes, que busca a transformação destas vidas por meio do Evangelho de Jesus Cristo 1. A expressão-chave aqui é vidas transformadas. E este é apenas um exemplo institucional recente de como a Igreja pode, por meio do Evangelho, proclamar vida. A passagem da morte para a vida, efetivada no ato de crer, e os resultados dessa escolha, compõem o conteúdo desta lição. A passagem da vida à morte e da morte à vida Na construção de uma antropologia teológica (doutrina acerca do homem à luz da criação divina), devemos destacar três tempos: O homem na criação Seu valor e dignidade resultam primariamente de ter sido criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26). Isso significa que o humano que nos diferencia das demais criaturas não é apenas a vida biológica. Em nós há uma ligação com o Criador, uma conexão, um deslumbramento diante de sua glória, perfeição e santidade. 1 Disponível em: http://www.cristolandia.org/quemsomos. Acesso em 27 de outubro de 2016, às 10h30

Em outras palavras, na conexão com Deus, a vida flui em toda a sua plenitude (Sl 25.1; 42.1). O homem depois da queda Passa da vida à morte, mas continua com valor e dignidade intrínsecos à imagem de Deus nele. Vive dentro do universo natural, e é capaz de ter êxito no mundo, isto é, progredir cultural e socialmente. Mas perdeu a conexão com o Criador. Todos os esforços humanos passam a ser por uma vida sem Deus e, por isso, sem a direção e o sentido inicial que foram propostos pelo Criador, a saber, o prazer de glorificar, adorar e servir a Ele. O resultado dessa existência é uma vida que não flui, imersa em impureza, inimizade, injustiça e medo. É o estado de morte espiritual (Rm 1.18-32). O homem restaurado Passa da morte (espiritual) à vida, pela fé na pessoa de Cristo. Na frase de Jesus Eu vim para que tenham vida (Jo 10.10), o Mestre apresenta o projeto de restauração da condição de vida abundante, da vida que flui. Significa dizer que em Cristo, isto é, crendo nele, continuamos vivendo no mundo natural, continuamos parte essencial da humanidade em toda a sua complexidade, flutuação, crise, movimento, variedade, etc., mas retomamos a direção e o sentido inicial. Retornamos para Deus! Essa é a razão de a vida abundante seguir-se à escolha do caminho e da verdade (Jo 14.6). Importante: a vida de Deus não nos faz mais dignos que os demais, que estão mortos em delitos e pecados, isto é, espiritualmente mortos. Também não nos faz mais inteligentes, como num passe de mágica. Para Deus, todos os seres humanos têm seu valor e dignidade intrínsecos à Imagem divina neles. Outro dado relevante: a vida de Deus infundida no homem não o impede de morrer fisicamente (Rm 5.12). Lázaro e o próprio Cristo experimentaram a morte. Lázaro a vencera por um breve tempo. O Mestre, por sua vez, derrotou-a para sempre, na ressurreição (Jo 12.32,33; Rm 1.4). O caso Lázaro: teoria posta à prova

No centro da discussão da dádiva da vida eterna, isto é, a infusão de vida espiritual aos que antes estavam mortos espiritualmente, está a seguinte afirmação de Cristo: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá (Jo 11.25). O dito fora concebido diante de uma tragédia familiar de grande relevância para o Mestre (Jo 11.5,33-35): Seu amigo Lázaro morrera. Jesus, que recebera a notícia antes de o fato realmente ocorrer, aguardou para ir à Judeia em apoio àquela família tão querida (Jo 11.6). Afirma o texto que o ambiente na região era extremamente perigoso para idas e vindas com Jesus (Jo 11.8,16b). Jesus aguardou nas cercanias da aldeia, conversou com Marta e, depois, com Maria. Na conversa com Marta, ocorre o dito. Na conversa com Maria, o homem Jesus sentiu o peso da compaixão e derramou suas lágrimas. Nos versículos que se seguem à frase em que Cristo afirmou ser o autor da ressurreição, ficam evidentes, entre outras, três verdades: Jesus realizou o milagre de trazer Lázaro da morte à vida para que sua missão de Filho de Deus fosse reconhecida pelas pessoas, a fim de que estas viessem a crer nele e a glorificar a Deus pelo envio da salvação. Alguns judeus são retratados em atitude de desdém para com Jesus. Insinuam que Ele não se importava ao ponto de curar Lázaro antes de morrer. No milagre, Jesus mostrou que tem o poder de vencer a morte, antes que ela aconteça (oferecendo a vida espiritual aos que creem) ou mesmo depois (trazendo Lázaro de volta à vida). A morte física continuou no horizonte existencial de Lázaro, assim como está em nosso horizonte. Mas, pela conquista realizada na ressurreição, o primogênito dentre os mortos abriu o caminho para a vida de qualidade eterna. O dicionário Davis assevera que Foi Jesus, com a sua própria ressurreição e a glorificação do seu corpo, e ainda por sua obra redentora, aquele que trouxe à luz a vida e a imortalidade (2Tm 1.10), isto é, foi

quem elucidou, esclareceu, evidenciou e certificou definitivamente o fato da vida eterna e da imortalidade da pessoa humana. 2 Receber a vida e deixá-la fluir Eis algumas considerações sobre o nosso viver, no tempo presente: - não se dá de maneira monótona; - para nós, o tempo de vida é durativo e contínuo, pois rumamos para um fim determinado por Deus; - existimos para além deste tempo, isto é, para a eternidade; - daremos conta de todo o tempo vivido aqui, por ocasião do juízo final. Usufruir a vida é deleitar-se com ela e desfrutar sua fluidez. Mas você já notou que, em vários momentos, temos a sensação de que o tempo vivido e o tempo cronológico não estão juntos. As horas e os dias muitas vezes indicam haver certo descompasso entre a marcação dos relógios e o os nossos sentimentos. Isso indica ser o tempo pessoal regido por humores e sensações subjetivas. A alegria e o prazer são geralmente acompanhados pela sensação de passagem rápida do tempo; enquanto a tristeza, o medo e a espera parecem fazer de cada minuto um século. O exemplo dado esclarece a morte em vida da qual Jesus vem nos resgatar. Ele faz a proposta:...vem a hora e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão (Jo 5.25b). Jesus se coloca como o método para uma existência cujo resultado é uma vida com sentido e paz interior. 2 DAVIS, John D. Dicionário da Bíblia. Rio de Janeiro: JUERP, p. 510.

Para pensar e agir Jesus evidencia no Evangelho de João que cabe ao pecador escolher: ou conduz sua própria vida, o que resulta na morte espiritual, que é a consequência natural de um viver alheio à proposta de direção divina para suas criaturas; ou deixa-se guiar pelo Santo Espírito, o que conduz para a vida eterna. Significa fazer com que Cristo seja O cabeça e que seu Evangelho do amor seja a lei áurea. Dada a escolha, eu escolhi viver! E você? Em conclusão, podemos citar Richard O. Lawrence: É a vida que diferencia um cristão. É a vida que diferencia a igreja. E deve ser um enfoque na vida que diferencie a educação cristã. Com essas palavras, ele termina o capítulo Vida: o que a igreja é 3. Na ressurreição de Lázaro, a teoria foi posta à prova e comprovada por multidões que acompanharam o acontecido. Muitos creram (e viveram!). Outros, preocupados com as repercussões políticas e sociais, preferiram refutar o milagre e tramar a morte de Jesus (Jo 11.45-ss) e, por isso, permaneceram espiritualmente mortos. Se crermos, estaremos mais unidos com outros da família da fé e nosso comportamento entre esses será mais prudente. Se crermos, a salvação graciosa de Deus tornar-se-á o padrão de um viver alegre e esperançoso. Se crermos, vamos pensar nos demais também, e não apenas em nós mesmos, pois a vida deve fluir para todos. Se crermos, seremos ensinados a sermos modelos de fé para essas pessoas, pois elas precisam de parâmetros espirituais para que a vida possa fluir em toda a sua plenitude. Jesus é uma preciosidade. Assim é também a vida que resulta do convívio dos que creem nele, como afirma o estribilho do hino 546 do HCC: Precioso é Jesus para mim! Precioso é Jesus para mim! Celeste prazer é Jesus conhecer! Precioso é Jesus para mim! 3 Na obra Teologia da educação cristã. 2ª ed. São Paulo: Vida Nova, 1986, p.14.

Leituras diárias Segunda 1 João 1.1-4 Terça 1 João 5.11,12 Quarta João 11.1-6 Quinta João 11.7-16 Sexta João 11.17-27 Sábado João 11.28-37 Domingo João 11.38-44