Devito F, Sousa AGMR, Staico R, Sousa JE. Intervenções Percutâneas em Vasos de Pequeno Diâmetro. Rev Bras Cardiol Invas 2003;



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Transcrição:

Rev Bras Cardiol Invas 2003; Devito F, Sousa AGMR, Staico R, Sousa JE. Intervenções Percutâneas em Vasos de Pequeno Diâmetro. Rev Bras Cardiol Invas 2003; Intervenções Percutâneas em Vasos de Pequeno Diâmetro Artigo de Revisão Fernando Devito 1, Amanda GMR Sousa 2, Rodolfo Staico 2, J. Eduardo Sousa 2 RESUMO O tratamento percutâneo da doença coronária vem apresentando progressiva expansão de suas indicações, e os pacientes com vasos de pequeno calibre já representam hoje um contingente importante dos candidatos ao tratamento intervencionista. Entretanto, a incidência de reestenose após o implante de stents não recobertos em vasos pequenos é ainda elevada, especialmente na interação com o diabetes melito e com a extensão da lesão. Várias intervenções terapêuticas, como a administração sistêmica de fármacos, a monitoração do procedimento com o ultra-som, modificações na técnica de implante das endopróteses, ou mesmo, a introdução de modificações estruturais nos stents com novos desenhos e espessura das hastes mais finas, não reduziram de forma significante a reestenose neste grupo de pacientes. Recentemente, os stents liberadores de medicamentos, avaliados em diversos ensaios clínicos com expressiva redução da reestenose angiográfica e da revascularização da lesão-alvo, representam hoje a melhor opção de tratamento percutâneo para os portadores de doença coronária em vasos de pequeno calibre. DESCRITORES: Vasos coronários. Coronariopatia. Contenedores. Angioplastia transluminal percutânea coronária. SUMMARY Percutaneous Coronary Interventions in Small Diameter Vessels The indication of percutaneous treatment for coronary diseases has been increasingly expanding. Today, patients with small vessels already stand for a significant share of candidates for interventionist treatment. However, the incidence of after-stenting restenosis remains high, particularly when interacting with diabetes mellitus and extended injury. Many therapeutic interventions such as systemic administration of drugs, ultrasound monitoring of procedures, changes in the techniques used for endoprosthesis implant, or even the introduction of structural changes in stents, with new design and slimmer shafts have not significantly reduced restenosis in this population. Most recently, drug eluting stents - evaluated by clinical trials as contributing with significant reduction of angiographic restenosis and revascularization of target injury stand as the best percutaneous treatment option for carriers of coronary diseases in small vessels at current times. DESCRIPTORS: Coronary vessels. Coronary disease. Stents. Angioplasty, transluminal, percutaneous coronary. Desde a primeira angioplastia coronária percutânea realizada por Gruntzig et al. 1, em 1977, o tratamento percutâneo da doença arterial coronária vem apresentando contínuo aprimoramento técnico, com crescente expansão das indicações e, ao mesmo tempo, significativa melhora de resultados 2. Há mais de dez anos, os stents coronários consolidaram-se como estratégia segura e eficaz de dilatação coronária 3,4. Com o aperfeiçoamento da técnica de implante proveniente de importantes conhecimentos adquiridos com o ultra-som intracoronário e a sistematização da associação medicamentosa antiplaquetária adjunta, houve drástica redução da trombose da prótese e das possíveis complicações hemorrágicas decorrentes da anticoagulação prolongada 5. Atualmente, os stents coronários são utilizados em cerca de 90% dos procedimentos de revascularização coronária percutânea no mundo, incluindo-se a América Latina e o Brasil 6. A maior limitação da intervenção coronariana percutânea (ICP) encontra-se na possibilidade de recorrência da lesão coronária previamente tratada 7. Apesar das endopróteses terem reduzido de forma significativa este fenômeno, a reestenose intra-stent apresenta importante impacto clínico, sobretudo pela necessidade de nova revascularização, especialmente nos subgrupos de pacientes nos quais esta incidência é mais elevada. 1 Hospital São Domingos/Unimed, Catanduva, SP. 2 Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, São Paulo, SP. Correspondência: Dr. J. Eduardo Sousa. Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Av. Dr. Dante Pazzanese, 500 - Ibirapuera. São Paulo, SP, Brasil - CEP 04012-909. Tel.: (11) 5085-4215 - Fax: (11) 5549-7807. Recebido em: 15/02/2005 Aceito em: 03/03/2005 39

Os pacientes com vasos de pequeno calibre enquadram-se nesta questão. Freqüentemente associado à presença de diabetes melito e à doença coronária difusa, este subgrupo, ainda em nossos dias, constitui um cenário desafiador à revascularização percutânea devido às altas taxas de reestenose no seguimento tardio 8. Além disto, os pacientes com vasos pequenos, nem sempre considerados para o tratamento endovascular, já representam hoje um grande contingente dos procedimentos intervencionistas, correspondendo até a 40% dos procedimentos de revascularização percutânea 9. O DIÂMETRO DE REFERÊNCIA DO VASO COMO PREDITOR DE REESTENOSE Os stents foram inicialmente investigados em comparação ao balão em dois estudos randomizados, BENES- TENT I e STRESS I, nos quais se demonstrou a redução da reestenose angiográfica no tratamento com as endopróteses, de 32% para 22% (p<0,05) e de 42% para 31% (p<0,05), respectivamente 3,4. Apesar de delineado para pacientes com vasos grandes pela avaliação visual da angiografia, em uma subanálise do estudo STRESS I, encontramos 331 pacientes com diâmetro de referência inferior a 3.0mm (2,69 mm±0,2 mm). Comparada ao balão, a endoprótese também demonstrou benefício neste subgrupo (34% de reestenose versus 55%; p<0,001), mas os vasos pequenos já foram identificados como preditores da recorrência da lesão 10. Em análise semelhante do estudo BENESTENT I, encontrou-se no decréscimo do tamanho do vaso uma variável contínua de risco para eventos cardíacos maiores, tanto no grupo do balão, como no grupo do stent. A partir de então, uma série de estudos documentou esta ocorrência 11. Em uma revisão de 1298 pacientes consecutivos tratados com implantes de stents, Akiyama et al. 8 identificaram quase a metade dos casos com lesões em vasos com calibre inferior a 3,0 mm. Comparados aos pacientes com lesões em vasos maiores, não detectaram diferença significante no sucesso primário do procedimento (95,4% e 95,9%; p=ns), sendo a perda tardia similar nos dois grupos (1,11 mm±0,85 versus 1,05 mm±0,91; p=ns). Entretanto, devido ao ganho líquido ter sido muito menor no grupo de vasos pequenos, o índice de perda foi maior (0,56 mm±0,47 versus 0,45 mm±0,45; p=0,0006) e, conseqüentemente, a reestenose (32,6% versus 19,9%; p<0,0001) 8. Elezi et al. 12 analisaram uma série consecutiva de 2.602 pacientes submetidos a implante de stent com sucesso, divididos em três grupos distintos em relação ao tamanho do vaso: menor que 2,8 mm, de 2,8 a 3,2 mm e acima de 3,2 mm. Por meio da angiografia quantitativa, a perda tardia foi similar entre os grupos (1,12 mm ±0,73, 1,12 mm±0,79 e 1,09 mm±0,88; p=ns); Entretanto, a reestenose angiográfica foi maior no grupo dos vasos pequenos (38,6%, 28,4% e 20,4%; p<0,001), assim como a sobrevivência livre de eventos em um ano (69,5%, 77,5% e 81%, respectivamente; p<0,001) 12. Outras séries de trabalhos reproduziram os achados desta questão e, assim, podemos dizer que os pacientes com vasos pequenos submetidos à ICP com stents e comparados aos vasos grandes, a par de apresentarem elevado sucesso do procedimento, evoluem na maior parte das experiências clínicas com maiores índices de reestenose e maior necessidade de nova revascularização do vaso-alvo no seguimento tardio 13. POR QUE OS VASOS PEQUENOS APRESENTAM MAIOR ÍNDICE DE REESTENOSE? Em diversos estudos empregando a angiografia coronária quantitativa, assim como as medidas de hiperplasia intimal com o ultra-som, não encontramos correlação entre a resposta cicatricial e o tamanho do vaso 14. Assim, quando comparamos vasos com diferentes diâmetros de referência, observamos que a perda tardia é semelhante em todos os grupos e a reestenose é diretamente relacionada ao decréscimo do tamanho do vaso. A explicação para isto encontra-se simplesmente na dificuldade de acomodação da hiperplasia intimal nos vasos pequenos, que acaba em grande proporção dos casos comprometendo a luz arterial em mais de 50%. Já, em vasos grandes, esta resposta reparativa, apesar de promover algum estreitamento luminal tardio, apresenta menor redução proporcional da luz arterial e, conseqüentemente, menor reestenose. Assim, a mesma quantidade de tecido reparativo pode promover impactos distintos nas dimensões luminais, de acordo com o diâmetro do vaso. RESULTADOS DOS STENTS NOS VASOS PEQUENOS Apesar da existência de vários estudos randomizando o balão versus o stent em pacientes com vasos pequenos, até recentemente ainda encontrávamos questionamentos sobre o emprego da endoprótese neste cenário, em função dos resultados heterogêneos da literatura. Recentemente, uma metanálise reunindo 11 estudos com 3.541 pacientes, alocados para angioplastia com balão e stent, trouxe contribuição importante nesta área 15. Nos resultados destacados na Tabela 1, podemos observar no implante do stent maior perda tardia, entretanto, com menor incidência de reestenose, pois as endopróteses, apesar de evoluírem com maior hiperplasia intimal, proporcionam maior ganho agudo, resultando tardiamente em ganho líquido satisfatório (reestenose no stent de 25,8% versus 34,2% no balão; p=0,003). Desta forma, quando tratamos 12 pacientes com o stent, evitamos uma reestenose. A redução do risco de reestenose nesta metanálise teve relação inversa com o resultado angiográfico imediato obtido com o balão, de tal forma que quanto maior o ganho agudo com o balão, menor a redução do risco de reestenose com o stent. Outro achado interessante deste estudo é que a maior redução do risco de reestenose com a 40

endoprótese foi observada nos vasos de menores diâmetros. Em parte, isto pode ser explicado pelos resultados imediatos e tardios menos satisfatórios com o balão nos vasos com os menores diâmetros de referência. PREVENÇÃO DA REESTENOSE NOS VASOS PEQUENOS Vários estudos de ICP em vasos pequenos testaram a possível influência de algumas variáveis na prevenção da reestenose, que como se viu é relativamente elevada nestes pacientes. Teoricamente, uma pequena redução da hiperplasia intimal e/ou o aprimoramento do resultado angiográfico, com o maior alargamento luminal possível, poderiam ter impacto nos resultados tardios. INTERVENÇÕES FARMACOLÓGICAS Vários medicamentos administrados por via sistêmica foram testados em estudos randomizados e controlados com placebo, com o objetivo de reduzir a hiperplasia intimal após a angioplastia com o balão, sem sucesso 27. Mais recentemente, com a predominância das endopróteses no tratamento endovascular, potentes agentes antiplaquetários, antiinflamatórios e antiproliferativos foram desenvolvidos ou descobertos e novas investigações foram realizadas neste sentido. Foram avaliados, entre outros, os antiplaquetários cilostazol e trapidil, o antioxidante probucol, a metilpredinisolona, os antiproliferativos tranilast e a rapamicina oral, não demonstrando resultados consistentes de redução da reestenose. No estudo EPISTENT 28, com o inibidor da glicoproteína IIb/IIIa, foi observada a redução não esperada da revascularização do vaso-alvo no subgrupo dos diabéticos, sugerindo menor reestenose nestes casos. Isto levou alguns cardiologistas a recomendarem o uso desta medicação na ICP em subgrupos de maior risco de reestenose. Contudo, a ausência da angiografia e do ultra-som intracoronário não permitiu a comprovação mecanística desta suspeita. No estudo ERASER 29 (Evaluation of ReoPro And Stenting to Eliminate Restenosis), nenhuma diferença na proliferação neointimal foi observada pelo ultra-som intracoronário, em pacientes tratados com abciximab associado aos stents. Da mesma forma, o estudo DAN- TE 30, com 96 pacientes diabéticos randomizados para o tratamento com glicoproteínas IIb/IIIa ou não, avaliando a resposta de volume de proliferação intimal com o ultra-som, não encontrou diferença na resposta reparativa do vaso após stents com a administração do abciximab. Recentemente, e agora especificamente delineado para vasos pequenos, o estudo ISAR SMART-II 31, randomizando 502 pacientes com vasos de diâmetro igual ou menor que 2,5mm para o tratamento com o abciximab ou placebo, com objetivo primário de redução de reestenose aos seis meses, também não demonstrou diferença significante na administração deste fármaco (39,3% versus 34,3%; p=0,29). Com estes resultados, acreditamos ser ineficaz a administração sistêmica do abciximab com este propósito. EVOLUÇÕES ESTRUTURAIS NOS STENTS Com o desenvolvimento tecnológico dos stents e o acúmulo de experiências clínicas distintas, suspeitou-se da influência de determinadas características das endopróteses na resposta reparativa do vaso. Entre outras variáveis, a espessura das hastes dos stents foi a mais investigada. A expectativa que hastes mais finas causem menor dano à parede do vaso e, conseqüentemente, menor hiperplasia intimal foi reforçada com o relato de menor incidência de reestenose com o uso do stent Multilink, cuja espessura das hastes era a menor disponível na época 32. Com o auxílio do ultra-som intracoronário, TABELA 1 Resultados da metanálise de Moreno et al. 15 Estudo DRV (mm) Reestenose (%) Perda Tardia (mm) Balão Stent Balão Stent Balão Stent Park et al. 16 2,48 2,55 30,9 35,7 0,63 1,12 ISAR-SMART 17 2,37 2,41 37,4 35,7 0,72 1,04 SISCA 18 2,38 2,44 18,8 9,7 0,25 0,54 BESMART 19 2,24 2,23 47 21 0,57 0,65 SISA 20 2,45 2,50 32,9 28 0,48 0,89 COAST 21 2,32 2,32 32,2 27,2 0,73 0,73 RAP 22 2,29 2,32 37 27* 0,55 0,86 LASMAL-I 23 2,48 2,46 29 19 0,57 0,60 SVS 24 2,27 2,30 25,3 21,2 0,35 0,51 CHIVAS 25 2,35 2,39 43,5 30,8* - - COMPASS 26 2,60 2,59 17,6 25 0,22 0,99 Total 2,35 2,36 34,2 25,8* 0,54 0,76 *p<0,05. <0,001. DRV= Diâmetro de referência do vaso. 41

Hoffmann et al. 21 compararam a resposta cicatricial do vaso após o implante de diferentes stents. Encontraram como preditores independentes de maior hiperplasia intimal, entre outros, o emprego de qualquer outro stent que não o modelo Multilink. A seguir, o estudo ISAR-STEREO I 33 comparou os resultados do stent Multilink Rx, cuja espessura de hastes é de 0,05 mm, com aos do stent Multilink Rx Duet, com filamentos mais espessos (0,14 mm). Na evolução angiográfica aos seis meses, o grupo de stents com hastes finas apresentou menor perda tardia (0,94± 0,74 versus 1,17±0,78 mm; p=0,001), assim como menor índice de reestenose (15% versus 25,8%; p=0,03). Mais recentemente, outro estudo do mesmo grupo, o ISAR-STEREO 2, comparando o mesmo stent Multilink Rx com o Bx Velocity, também com hastes mais espessas (0,14 mm), demonstrou evolução mais favorável para o stent de hastes finas, tanto na análise da incidência de reestenose (17,9% versus 31,4%; p=0,001), como também na de revascularização do vaso-alvo (12,3% versus 21,9%; p=0,002). Agora em vasos pequenos, um registro 34 utilizando o stent Multilink Pixel, em 150 pacientes com vasos de diâmetro de referência de 2,14 mm±0,39, apresentou incidência de eventos cardíacos maiores de 10,2%, e falência do vaso-alvo de 13,6%, aos 180 dias de evolução. Estes stents especificamente desenvolvidos para vasos pequenos, desenhados com hastes finas, no propósito de reduzir a proliferação intimal, têm sido uma opção ao cardiologista intervencionista na prática diária. Outra característica estrutural dos stents muito investigada pela possível influência na hiperplasia intimal foi o revestimento das próteses. Entre diferentes materiais de revestimento existentes, o carbeto de Silício no stent Tenax, a fosforilcolina no stent BiodivYsio SV e a heparina no Jostent, não demonstraram redução significativa da restenose. Já, o revestimento por ouro foi relacionado a maior hiperplasia intimal, independentemente do stent utilizado. STENTS COM ELUIÇÃO DE MEDICAMENTOS Como mencionado, o processo de reestenose após o implante dos stents coronários envolve quase que exclusivamente o crescimento neointimal. As opções para reduzir esta resposta, discutidas anteriormente, não resultaram em redução significativa da reestenose. Paralelamente a estas investigações, desenvolveu-se a tecnologia dos stents com eluição de medicamentos, permitindo a ação local de fármacos no sítio de dilatação coronária, com alta concentração tecidual da droga, com liberação controlada e prolongada, e conseqüentemente, maior potencial de interferência na cicatrização do vaso. Entre outros fármacos envolvidos em pesquisas e dos medicamentos já em uso clínico no mundo nos dias atuais, o Sirolimus e o Paclitaxel apresentaram os melhores resultados em ensaios clínicos randomizados. ESTUDOS CLÍNICOS COM O STENT COM SIROLIMUS O estudo SVELTE foi delineado para avaliar a efetividade do stent com sirolimus em reduzir a hiperplasia intimal em artérias coronárias pequenas 35. Este estudo multicêntrico, não-randomizado, incluiu 101 pacientes com DAC (doença arterial coronária) em vasos com diâmetro de referência entre 2,25 mm e 2,75 mm e extensão da lesão entre 15 mm e 30 mm. Monitorado pelo ultra-som intracoronário, este registro foi historicamente comparado aos subgrupos do estudo SIRIUS com os menores diâmetros de referência, tanto os que utilizaram o stent com sirolimus (SIRIUS-S), quanto o grupo controle (SIRIUS-C). Nos resultados apresentados, a perda tardia intra-stent foi de 0,21 mm, o volume de hiperplasia intimal ao ultra-som, medido pela área média de hiperplasia foi de 0,08 mm 2, a reestenose intra- stent de 3,9% e a reestenose no segmento da lesão de 6,3%, sem necessidade de nova revascularização do vasoalvo (Figuras 1, 2 e 3). Assim, não observamos, no estudo SVELTE em comparação ao subgrupo do estudo SIRIUS-C, efeitos tardios nas bordas dos stents, sendo a perda tardia no estudo SVELTE, tanto no segmento intra-stent, como no segmento da lesão tratada, de 0,21 mm. O protocolo deste estudo, que recomendou formalmente a técnica adequada de implante de stents com medicamentos, como a pré e pós-dilatação com balões mais curtos evitando barotrauma, o emprego de stents adequados à completa cobertura da lesão, e a sobreposição de dois ou três milímetros de cobertura metálica no implante de múltiplas próteses, demonstrou que os stents com sirolimus em vasos pequenos, desde que cuidadosamente implantados, protegeram todo o segmento da lesão tratada, permitindo a obtenção de baixas taxas de reestenose. O registro RESEARCH, apresentando a experiência do grupo de Rotterdam - The Netherlands, reportou um total de 91 pacientes com 112 lesões em vasos menores que 2,5 mm, tratados com stent com sirolimus (diâmetro= 2,25 mm) com elevado sucesso clínico. Nos resultados tardios, a perda tardia foi de 0,07 mm (DP=0,48) e a reestenose de 10,7%, com apenas 5,5% de necessidade de nova revascularização do vasoalvo no seguimento de um ano 36. CONSIDERAÇÕES FINAIS Historicamente, o tratamento percutâneo das artérias coronárias pequenas apresenta limitações dadas às elevadas taxas de reestenose no seguimento tardio. O tratamento farmacológico por via sistêmica não se mostrou eficaz em reduzir a necessidade de nova revascularização do vaso-alvo, assim como os avanços tecnológicos na estrutura das endopróteses e na técnica de implante. Os stents com medicamentos no estudo SIRIUS, apesar de reduzirem a reestenose intra-stent, apresentaram pequeno grau de perda tardia na borda proximal do stent, principalmente nos pacientes com vasos pe- 42

Figura 1 - Paciente incluída no estudo SVELTE, com lesão complexa da artéria descendente anterior (pré-procedimento), após o implante de três stents com sirolimus (2,25x18 mm; 2,25x08 mm; 2,50x33 mm), e no reestudo tardio após oito meses de evolução, no qual podemos observar a manutenção do resultado inicialmente obtido. quenos. Esta questão foi posteriormente atribuída à técnica do implante, e não mais foi reproduzida nos estudos mais recentes, com o aprimoramento e o domínio da técnica. Os estudos especificamente delineados para pacientes com vasos pequenos confirmaram o benefício inicialmente descrito desta terapêutica em reduzir a hiperplasia intimal após o implante das endopróteses em todo o segmento da lesão tratada, apresentando baixas taxas de reestenose na evolução tardia, o que fazem dos stents com medicamentos hoje, a opção preferencial no tratamento percutâneo dos vasos pequenos. Figura 2 - Perda tardia (mm) nos estudos SVELTE, SIRIUS-S e SIRIUS-C. As questões referentes ao custo-benefício destes stents, especificamente nos pacientes com vasos pequenos, devem ser motivo de futuros ensaios clínicos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Figura 3 - Reestenose binária nos estudos SVELTE, SIRIUS-S e SIRIUS-C. 1. Gruntzig AR, Senning A, Siegenthaler WE. Nonoperative dilatation of coronary-artery stenosis: percutaneous transluminal coronary angioplasty. N Engl J Med 1979;301:61-8. 2. Sousa JE, Sousa AG, Feres F. Angioplastia transluminal coronária: indicações e resultados atuais. Arq Bras Cardiol 1988;51:69-76. 3. Serruys PW, Jaegere P, Kiemeneij F, Macaya C, Rutsch W, Heyndrickx G et al. A comparison of balloon-expandablestent implantation with balloon angioplasty in patients with coronary artery disease. Benestent Study Group. N Engl J Med 1994;331:489-95. 4. Fischman DL, Leon MB, Baim DS, Schatz RA, Savage MP, Penn I et al. A randomized comparison of coronary-stent placement and balloon angioplasty in the treatment of coronary artery disease. Stent Restenosis Study Investigators. N Engl J Med 1994;331:496-501. 5. Colombo A, Hall P, Nakamura S, Almagor Y, Maiello L, Martini G et al. Intracoronary stenting without anticoagulation accomplished with intravascular ultrasound guidance. Circulation 1995;91:1676-88. 43

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