Figura Nº 66. Figura Nº 68. Figura Nº 67

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Transcrição:

3.2 - Introdução aos procedimentos digitais Para a obtenção dos fotogramas, tem-se a necessidade de objetos, planos ou tridimensionais que são dispostos sobre uma superfície com um suporte sensível a luz, geralmente papel fotográfico, que é exposto à luz, sendo posteriormente processado por meio de banhos químicos. A título de esclarecimento: revelador, interruptor e fixador. Figura Nº 62 175

Figura Nº 63

O resultado desse processo são gradações de valores tonais que vão do preto ao branco que dependem da massa do objeto, objetos opacos não deixam passar luz que sensibilizaria o papel, ao passo que objetos translúcidos possibilitam a passagem de alguma parte ou da quase totalidade da luz, dependendo da massa do material. A imagem resultante é uma mistura no suporte de gradações de cinza, que podem variar do branco puro (base do papel) ao preto profundo determinado pela revelação. Na imagem, a parte branca da base do papel é aquela que não foi exposta à luz pela densidade de objeto disposto sobre ele, a gradação de cinza e preto são aquelas variações tonais possibilitadas pela passagem parcial e/ou total da luz que sensibilizou o suporte. No processo digital, a obtenção do mesmo resultado implica certas contradições, pois não há como no caso do processo analógico um suporte sensível como o papel fotográfico. Não há como dispor dos objetos como é feito no processo analógico sobre uma superfície sensível, nas nossas pesquisas, tentamos com o uso de um scaner plano distribuir os objetos como no processo analógico, mas o resultado não nos pareceu coerente porque teríamos de selecionar os objetos e apagar as áreas que apresentam informações que são visíveis em virtude do processo de captura do scaner, que ilumina por baixo o material que está disposto em cima do vidro, causando processamentos bastante diferentes daqueles propostos pelo processo convencional, o que não era a intenção das experimentações. Figura Nº 64 Figura Nº 65 177

Figura Nº 66 Figura Nº 68 Figura Nº 67

Resolvemos, portanto, utilizar uma câmera digital para a obtenção de imagens fotografadas com os objetos dispostos em cima de um vidro no qual o fundo seria iluminado de maneira que o fundo ficasse branco, facilitando as seleções para recorte no programa que seria utilizado para o tratamento digital posterior das imagens. Na pós-produção resolveríamos o problema da inversão dos valores tonais, visto que o branco do fundo na técnica do fotograma, por ser iluminado por cima e estar invertido na imagem obtida pela câmera fotográfica digital, em que a imagem é iluminada por baixo, está com um valor tonal branco; onde deveria ser visualizado como preto. Esses procedimentos são muito mais simples em virtude da rapidez de seleção das áreas que serão invertidas, o que seria muito mais complexo com o procedimento feito com o scaner. Para facilitar o recorte das imagens no programa, a fim de melhor selecioná-los, fizemos duas fotos dos mesmos objetos na mesma posição seguindo seguintes passos: Como a iluminação é feita sob a perspectiva de baixo, iluminando o fundo branco, a imagem transparece as formas do objeto e por estar sendo iluminada por baixo não há sombras, apenas as silhuetas dos objetos como no fotograma. Para melhor efeito formal, houve a necessidade da obtenção de uma segunda foto para o registro das sombras que formarão as áreas de gradação da escala de cinza do papel, utilizando para isso uma placa branca encostada no vidro onde os objetos estavam dispostos para que a sombra fosse projeta e registrada, a iluminação foi conseguida por intermédio de um fresnel direcionado aos objetos. A necessidade de duas fotos deu-se como mencionado anteriormente para a obtenção mais simples das seleções necessárias dos objetos dispostos no vidro. O programa utilizado para a posterior manipulação trabalha com seleções que são mais facilmente executadas com um fundo 179

contrastante, nesse caso o branco do fundo facilita as seleções necessárias. Com o objeto selecionado posso introduzir intervenções localizadas, deixando o entorno da imagem dos objetos sem nenhuma manipulação. SOLARIZAÇÕES As solarizações são feitas com filme ou com as cópias das fotografias durante o processamento da revelação dos mesmos, utilizando para isso uma iluminação adicional feita durante o período da revelação, causando a reversão de certas partes da imagem. Tal procedimento é mais simples que o anterior por já existir no programa de pós-produção um filtro com o efeito específico que possibilita a obtenção de resultados de uma solarização convencional. Notamos na nossa pesquisa experimental que quando alguns dos tons da fotografia apresentamse num tom médio de cinza, a solarização não é realizada. Como a solarização ocorre nas áreas brancas e pretas de forma mais acentuada essas áreas de cinza médio não seriam afetadas por apresentar uma média das áreas brancas e pretas, um meio termo entre as gradações da imagem podemos perceber essas áreas nas fotografias solarizadas por Man Ray e por aquelas que foram fruto das nossas experiências. Isso indica que os procedimentos adotados pelo artista (Man Ray) além de tecnicamente apurados eram resultado de uma reflexão sobre as práticas procedimentais interventoras adotados pelo mesmo. 181